Fatores associados à realização do teste de Papanicolaou entre mulheres em idade reprodutiva no município de São Paulo (SP)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2002 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6136/tde-22072021-110457/ |
Resumo: | No Brasil, a taxa de mortalidade por câncer de colo do útero tem permanecido constante e sua taxa de incidência ainda é alta entre a população feminina, provavelmente, devido à baixa e irregular cobertura do teste de Papanicolaou. Objetivos. Investigar a cobertura e os fatores associados à realização do teste de Papanicolaou entre mulheres em idade reprodutiva e os motivos relatados pelas mulheres para realizarem ou não o teste. Métodos. Os dados coletados fizeram parte da pesquisa multi-países sobre saúde da mulher e violência doméstica, coordenada pela Organização Mundial da Saúde e realizada no município de São Paulo entre abril e junho de 2000. Um inquérito domiciliar foi realizado com uma amostra representativa da população feminina de 15 a 49 anos, selecionadas aleatoriamente a partir de uma amostragem de domicílios por conglomerados em múltiplos estágios. Resultados. Ao todo, 86,0% das mulheres relataram ter realizado o teste alguma vez na vida; 77,0% realizaram-no nos últimos 3 anos e 56,5% nos últimos doze meses anteriores à entrevista. Os fatores que se mostraram associados, positivamente, à realização do teste de Papanicolaou nos últimos 3 anos, após o ajuste no modelo de regressão logística múltipla foram: ter entre 35 e 49 anos de idade; mais de três anos de vida sexual; ser casada ou em união consensual; ter realizado o teste para HIV alguma vez na vida; usar métodos contraceptivos hormonais ou cirúrgícos; ter até o colegial completo ou 12 anos ou mais de estudo; ter passado por consulta médica no último mês; referir um estado de saúde bom, excelente ou regular e usar camisinha com parceiro sexual contra DSTs. Episódio de violência sexual no último ano anterior à entrevista se mostrou associado, negativamente, à realização do teste de Papanicolaou. As seguintes razões foram relatadas pelas mulheres para nunca terem realizado o teste: não ser necessário ou não ter problemas ginecológicos (41,4%); vergonha ou desconforto físico (32,7%); dificuldades de acesso ao serviço de saúde (11,2%); problemas financeiros ou de transporte (6,0%); não sabia o motivo (5,2%); falta de interesse (4,3%); não conhecia o exame (2,6%); sem recomendação médica (2,6%) entre outras (6,9%). Conclusões. A despeito da alta cobertura do teste de Papanicolaou observada, o acesso e a utilização deste serviço preventivo não se mostraram eqüitativos, visto que as mulheres que realizaram o exame foram, predominantemente, aquelas de melhor nível sócio-econômico e com contato regular à assistência médica, sugerindo que a realização do teste está mais relacionada à oportunidade ou chance de sua provisão em conjunção a outras atividades assistenciais do que propriamente ao status de risco para o câncer cervical. |
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Fatores associados à realização do teste de Papanicolaou entre mulheres em idade reprodutiva no município de São Paulo (SP)Factors associated to use of the Papanicolaou test (Pap Test) among women in reproductive age at the municipality of São Paulo, SP, BrasilCervical Cancer ScreeningCrosssectional StudyEstudo TransversalPapanicolaou TestPrevenção e ControlePrevention & ControlRastreamento do Câncer CervicalSaúde da MulherTeste de PapanicolaouWomen's HealthNo Brasil, a taxa de mortalidade por câncer de colo do útero tem permanecido constante e sua taxa de incidência ainda é alta entre a população feminina, provavelmente, devido à baixa e irregular cobertura do teste de Papanicolaou. Objetivos. Investigar a cobertura e os fatores associados à realização do teste de Papanicolaou entre mulheres em idade reprodutiva e os motivos relatados pelas mulheres para realizarem ou não o teste. Métodos. Os dados coletados fizeram parte da pesquisa multi-países sobre saúde da mulher e violência doméstica, coordenada pela Organização Mundial da Saúde e realizada no município de São Paulo entre abril e junho de 2000. Um inquérito domiciliar foi realizado com uma amostra representativa da população feminina de 15 a 49 anos, selecionadas aleatoriamente a partir de uma amostragem de domicílios por conglomerados em múltiplos estágios. Resultados. Ao todo, 86,0% das mulheres relataram ter realizado o teste alguma vez na vida; 77,0% realizaram-no nos últimos 3 anos e 56,5% nos últimos doze meses anteriores à entrevista. Os fatores que se mostraram associados, positivamente, à realização do teste de Papanicolaou nos últimos 3 anos, após o ajuste no modelo de regressão logística múltipla foram: ter entre 35 e 49 anos de idade; mais de três anos de vida sexual; ser casada ou em união consensual; ter realizado o teste para HIV alguma vez na vida; usar métodos contraceptivos hormonais ou cirúrgícos; ter até o colegial completo ou 12 anos ou mais de estudo; ter passado por consulta médica no último mês; referir um estado de saúde bom, excelente ou regular e usar camisinha com parceiro sexual contra DSTs. Episódio de violência sexual no último ano anterior à entrevista se mostrou associado, negativamente, à realização do teste de Papanicolaou. As seguintes razões foram relatadas pelas mulheres para nunca terem realizado o teste: não ser necessário ou não ter problemas ginecológicos (41,4%); vergonha ou desconforto físico (32,7%); dificuldades de acesso ao serviço de saúde (11,2%); problemas financeiros ou de transporte (6,0%); não sabia o motivo (5,2%); falta de interesse (4,3%); não conhecia o exame (2,6%); sem recomendação médica (2,6%) entre outras (6,9%). Conclusões. A despeito da alta cobertura do teste de Papanicolaou observada, o acesso e a utilização deste serviço preventivo não se mostraram eqüitativos, visto que as mulheres que realizaram o exame foram, predominantemente, aquelas de melhor nível sócio-econômico e com contato regular à assistência médica, sugerindo que a realização do teste está mais relacionada à oportunidade ou chance de sua provisão em conjunção a outras atividades assistenciais do que propriamente ao status de risco para o câncer cervical.In Brazil, the mortality rate from cervical cancer has remained constant and its incidence rate is still high among Brazilian women. Part of this is due to, probably, low and irregular coverage of Papanicolaou test Objectives. Investigate the coverage of Pap test among women in reproductive age, the factors associated to use of the test and the self-reported reasons by women to use or not use of the Pap Test. Methods. The data was collected during the multi-country survey about women\'s health and domestic violence, coordinated by World Health Organization and carried out in São Paulo city between April and June 2002 in a representative sample of female population aged between 15 and 49 years, randomly selected through a household-sample frame. Results. Overall, 86,0% of women reported having had at least one Pap smear during their lifetime; 77,0% reported a Pap test in the last 3 years, and 56,5% having had their last Pap smear in the past year before the interview. The factors associated to use of the Pap Test in the last three year were: aged between 35 and 49; more than three year after sexual initiation; was married or living with man; has ever undergone a HIV Test; has completed high school and 12 or more year of study; to use hormonal or cirurgical contraceptive methods; has had a medical appointment in the last month; self-reported health status as good, excellent or fair and to use condom with sexual partner against STDs. Sexual violence against women by intimate partner in the last year was negatively associated to use of the Pap test. The following reasons were given by those for having never had a Pap test: they believed there was no need for that or had no gynecological problems (41,4%); embarrassment or fear (32,7%); difficulties of getting an appointment or no healthcare access (11,2%); financial and transportation problems (6,0%); did not know the reason to not use of Pap test (5,2%); lack of interest (4,3%); did not know the Pap Test (2,6%); any medical recommendation (2,6%) and other reasons (6,9%). Conclusions. Despite high coverage of the Pap test, the use of this preventive service was different by socioeconomic level of women and regular physician contact, suggesting that use of Pap test is more common among women who have opportunities or chance of being screened during other assistencial activities than at those at risk to cervical cancer.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPFrança Junior, IvanPinho, Adriana de Araujo2002-05-24info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6136/tde-22072021-110457/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-10-09T13:12:45Zoai:teses.usp.br:tde-22072021-110457Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-10-09T13:12:45Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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