Ensaio sobre a promessa: circulação de devotos, palavras, graças e objetos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pimenta, Denise Moraes
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-27022013-124940/
Resumo: A dissertação de mestrado a ser apresentada tem como foco a experiência da devoção a Nossa Senhora Aparecida. Desta maneira, desde 2010, faço trabalho de campo em Aparecida do Norte, cidade do interior de São Paulo, junto aos devotos de vários lugares do país, acompanhando a forma como se relacionam com a Santa Aparecida, fazendo promessas, romarias. Assim, dividi minha dissertação em duas partes, que são, porém, interligadas. Na primeira parte, faço uma etnografia de uma romaria à pé (100km) de São José dos Campos (SP) até Aparecida, à qual acompanhei. A segunda parte trata da circulação de objetos e palavras de devoção, estes que possuem agência e transformam mundos e curam pessoas. Em Ensaio sobre a promessa tenho como autores clássicos norteadores Walter Benjamin, Victor Turner, Marcel Mauss. Tento entender a promessa muito além de uma forma direta da fórmula: dar, receber e retribuir. Ou seja, faço reflexões que me fazem pensar que entre estes verbos e ações transformadores, existem piscadelas, detalhes, mosaicos e muitas quinquilharias e inúmeras miudezas de coisas, sendo assim, foi preciso atentar para as fendas, os interstícios, os pontos crepusculares. Portanto, volto o olhar para a promessa enquanto circulação, movimento, passagem e espera. A promessa ou a graça não constituem um fim em si, o que mais me absorveu em campo foram os redemoinhos, os caminhos e os movimentos e toda a circulação de devotos, objetos, sacrifícios e palavras de fé. A circulação é o próprio motor da promessa, esta que só se estabelece na medida em que existem relações de intimidade entre Nossa Senhora Aparecida e seus devotos. Dessa forma, minha dissertação trata da experiência da devoção, da experiência do sensível, contando com muitas fotografias, músicas, contadores de histórias, amigos e estrada, pois a passagem e a estrada é o percurso mais longo, porém, mais certeiro para os que caminham com fé. E foi na estrada que eu comecei a vislumbrar que terríveis bons-espíritos me protegem, que eu quase nada não sei. Mas desconfio de muita coisa. Mas que fique claro, esta é uma etnografia, e que eu creio e não creio. Tem coisa e cousa... (Citações de João Guimarães Rosa, Grande Sertão Veredas, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001).
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Em Ensaio sobre a promessa tenho como autores clássicos norteadores Walter Benjamin, Victor Turner, Marcel Mauss. Tento entender a promessa muito além de uma forma direta da fórmula: dar, receber e retribuir. Ou seja, faço reflexões que me fazem pensar que entre estes verbos e ações transformadores, existem piscadelas, detalhes, mosaicos e muitas quinquilharias e inúmeras miudezas de coisas, sendo assim, foi preciso atentar para as fendas, os interstícios, os pontos crepusculares. Portanto, volto o olhar para a promessa enquanto circulação, movimento, passagem e espera. A promessa ou a graça não constituem um fim em si, o que mais me absorveu em campo foram os redemoinhos, os caminhos e os movimentos e toda a circulação de devotos, objetos, sacrifícios e palavras de fé. A circulação é o próprio motor da promessa, esta que só se estabelece na medida em que existem relações de intimidade entre Nossa Senhora Aparecida e seus devotos. Dessa forma, minha dissertação trata da experiência da devoção, da experiência do sensível, contando com muitas fotografias, músicas, contadores de histórias, amigos e estrada, pois a passagem e a estrada é o percurso mais longo, porém, mais certeiro para os que caminham com fé. E foi na estrada que eu comecei a vislumbrar que terríveis bons-espíritos me protegem, que eu quase nada não sei. Mas desconfio de muita coisa. Mas que fique claro, esta é uma etnografia, e que eu creio e não creio. Tem coisa e cousa... (Citações de João Guimarães Rosa, Grande Sertão Veredas, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001).The research to be presented focuses on the experience of devotion to Nossa Senhora Aparecida. Thus, since 2010, I do fieldwork in Aparecida do Norte, a city in São Paulo, with devotees from many places in the country, watching how they make relation with Santa Aparecida, making promises, pilgrimages. So, I divided my research into two parts, which are, however, interrelated. In the first part: an ethnography of a pilgrimage on foot (100km) from São José dos Campos until Aparecida which I followed. The second part deals with the movement of objects and words of devotion that have agency and transform worlds and heal people. In \"Essay on the promise\", I have Walter Benjamin, Victor Turner, Marcel Mauss like the guiding classical authors. I try to understand the promise far beyond a direct way of the formula: give, receive and give back.\" It means that I do reflections which make me think that between these transformers verbs and actions, there are winks, details, mosaics and many trinkets and numerous offal of things, so it was need to look for cracks, interstices, twilight points. So, I return my gaze to the promise while circulation, movement, passing and waiting. The promise or grace do not consist in an end in itself, what most absorbed me in the field were swirls, paths and movements and all circulations of devotees, objects, words of faith and sacrifice. The movement is the engine of promise, which only is established the extent that there are intimate relationships between Nossa Senhora Aparecida and his devotees. Thus, my work is about the experience of devotion, sensitive experience, with many photographs, music, storytellers, friends and the road, because the road crossing and the route is longer but more accurate for those who walk with faith. And it was on the road I started to envision what \"terrible good-spirits protect me\", \"I do not know almost nothing. But I suspect a lot\". But, be warned, this is an ethnography, and I \"believe and do not believe. Has thing and thing...\" (João Guimarães Rosa, \"Grande Sertão: Veredas\", Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001).Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPDawsey, John CowartPimenta, Denise Moraes2012-12-05info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-27022013-124940/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:35Zoai:teses.usp.br:tde-27022013-124940Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:35Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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