Joaquín Infante e as independências ibero-americanas: uma biografia política
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-30102019-184733/ |
Resumo: | A presente tese apresenta uma biografia política do advogado hispano-cubano, Joaquín Infante, por meio de sua trajetória no contexto das independências ibero-americanas que começaram a despontar na América após as invasões napoleônicas à península Ibérica, em 1807-1808. Tais acontecimentos provocaram uma série de desdobramentos nas colônias ibero-americanas que alteraram completamente as relações entre estas e seus respectivos impérios e resultaram, não de forma imediata, na independência política da maioria desses territórios coloniais. Joaquín Infante esteve em pelo menos cinco importantes quadrantes desse contexto, neles atuando de modo contundente. Por meio de sua trajetória política, incluindo suas ações e produção textual, pretendeu-se compreender a configuração de um contexto político mais amplo, o das independências ibero-americanas. Assim, foi possível aproximar diversos espaços Capitania Geral de Cuba, Venezuela, Nova Granada, Nova Espanha, Espanha e Brasil para desenhar algumas dinâmicas estabelecidas na configuração deste amplo contexto. Acreditamos que a biografia política de Joaquín Infante fornece modos concretos e históricos pelos quais tais espaços se uniram. Foi no início das conturbações políticas vivenciadas no mundo iberoamericano que a figura pública de Joaquín Infante aparece: seu nome surge relacionado, como um de seus mentores, a uma conspiração promovida por maçônicos na Capitania Geral de Cuba, em 1810, que aspirava o estabelecimento de uma Junta Governativa de cunho independentista, tal como estava ocorrendo em outros territórios da América continental. Infante foi perseguido pelas autoridades coloniais e acabou se refugiando na convulsa Venezuela, onde o rompimento com a administração metropolitana e a instituição de um governo autônomo já eram uma realidade. Em terras venezuelanas publicou seu famoso Proyecto de Constitución para la Isla de Cuba (1812), no qual é possível identificar a utilização de diversos elementos do ideário racionalista ilustrado para fundamentar um novo desenho de Estado em oposição ao poder centralizado das monarquias absolutistas. Em 1814 foi para Cartagena das Índias trabalhar como advogado, vivenciando a tentativa dessa localidade na constituição de um governo independente; porém com a recuperação do território pelas tropas realistas espanholas foi obrigado a fugir. Pouco depois, em 1817, Infante aparece atrelado à expedição de liberação da Nova Espanha liderada pelo peninsular Xavier Mina, na qual foi nomeado editor do Boletín de la División Auxiliar de la República Mexicana. Capturado pelos realistas em 1818, foi enviado ao presídio de Ceuta, na África, juntamente com outros membros da fracassada expedição, onde permaneceu encarcerado até 1820. Neste mesmo ano foi libertado e se exilou em Cádiz, onde publicou mais um de seus textos. Em 1823 estava no já independente México, onde publicou outros dois. Combatente ativo do federalismo mexicano, esteve no país até 1825, quando foi para a República da Colômbia, onde permaneceu até a sua morte, em 1828. |
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Joaquín Infante e as independências ibero-americanas: uma biografia políticaJoaquín Infante and the wars of independence in Iberian Americas: a political biographyAmerican's independencyConstitucionalismoConstitutionalismIndependências da AméricaJoaquín InfanteJoaquín InfanteA presente tese apresenta uma biografia política do advogado hispano-cubano, Joaquín Infante, por meio de sua trajetória no contexto das independências ibero-americanas que começaram a despontar na América após as invasões napoleônicas à península Ibérica, em 1807-1808. Tais acontecimentos provocaram uma série de desdobramentos nas colônias ibero-americanas que alteraram completamente as relações entre estas e seus respectivos impérios e resultaram, não de forma imediata, na independência política da maioria desses territórios coloniais. Joaquín Infante esteve em pelo menos cinco importantes quadrantes desse contexto, neles atuando de modo contundente. Por meio de sua trajetória política, incluindo suas ações e produção textual, pretendeu-se compreender a configuração de um contexto político mais amplo, o das independências ibero-americanas. Assim, foi possível aproximar diversos espaços Capitania Geral de Cuba, Venezuela, Nova Granada, Nova Espanha, Espanha e Brasil para desenhar algumas dinâmicas estabelecidas na configuração deste amplo contexto. Acreditamos que a biografia política de Joaquín Infante fornece modos concretos e históricos pelos quais tais espaços se uniram. Foi no início das conturbações políticas vivenciadas no mundo iberoamericano que a figura pública de Joaquín Infante aparece: seu nome surge relacionado, como um de seus mentores, a uma conspiração promovida por maçônicos na Capitania Geral de Cuba, em 1810, que aspirava o estabelecimento de uma Junta Governativa de cunho independentista, tal como estava ocorrendo em outros territórios da América continental. Infante foi perseguido pelas autoridades coloniais e acabou se refugiando na convulsa Venezuela, onde o rompimento com a administração metropolitana e a instituição de um governo autônomo já eram uma realidade. Em terras venezuelanas publicou seu famoso Proyecto de Constitución para la Isla de Cuba (1812), no qual é possível identificar a utilização de diversos elementos do ideário racionalista ilustrado para fundamentar um novo desenho de Estado em oposição ao poder centralizado das monarquias absolutistas. Em 1814 foi para Cartagena das Índias trabalhar como advogado, vivenciando a tentativa dessa localidade na constituição de um governo independente; porém com a recuperação do território pelas tropas realistas espanholas foi obrigado a fugir. Pouco depois, em 1817, Infante aparece atrelado à expedição de liberação da Nova Espanha liderada pelo peninsular Xavier Mina, na qual foi nomeado editor do Boletín de la División Auxiliar de la República Mexicana. Capturado pelos realistas em 1818, foi enviado ao presídio de Ceuta, na África, juntamente com outros membros da fracassada expedição, onde permaneceu encarcerado até 1820. Neste mesmo ano foi libertado e se exilou em Cádiz, onde publicou mais um de seus textos. Em 1823 estava no já independente México, onde publicou outros dois. Combatente ativo do federalismo mexicano, esteve no país até 1825, quando foi para a República da Colômbia, onde permaneceu até a sua morte, em 1828.This dissertation presents a political biography of the Hispanic-Cuban lawyer, Joaquín Infante, through his career in the context of the Ibero-American independence that began to emerge in Spanish America after the Napoleonic invasion of the Iberian Peninsula in 1807-1808. Such events provoked a series of developments in the Ibero-American colonies that completely altered the relations between them and their respective empires, and which resultedalbeit not immediatelyin the political independence of most of these colonial territories. Joaquín Infante was in at least five important quadrants of this context, acting in them in a forceful way. The goal of this dissertation is to understand the configuration of a broader political context (namely: the Ibero-American independences) through Infantes political trajectory, including his actions and textual production. In doing so, the dissertation brings together several spaces the Captaincy General of Cuba, Venezuela, New Granada, New Spain, Spain, and Braziland sketches the dynamics at play in the configuration of this broad context. Joaquín Infante\'s political biography provides examples of concrete and historical ways in which such spaces came together. It was at the beginning of the political upheavals experienced in the Ibero- American world that Joaquín Infante\'s public figure appeared: his name appears as one of the mentors of a Masons conspiracy in Cuba in 1810 that aspired to the establishment of an independentist junta, as was happening in other territories of the continental. He was persecuted by the colonial authorities and eventually took refuge in the convoluted Venezuela, where the break with the metropolitan administration and the establishment of an autonomous government were already a reality. In Venezuelan lands, he published his famous Proyecto de Constitución para la Isla de Cuba (1812), in which he uses diverse elements of the Enlightenment to propose a new form of State in opposition to the centralized power of the absolutist monarchies. In 1814, he went to Cartagena de Indias to work as a lawyer, experiencing the attempt of this locality in the constitution of an independent government; but when Spain recovered the territory, he was forced to flee. Shortly thereafter, in 1817, Infante was involved to the liberation expedition of New Spain led by the peninsular Xavier Mina, in which he was appointed editor of the Boletín de la División Auxiliar de la República Mexicana. Captured by the royalists in 1818, he was sent to Ceuta prison in Africa, along with other members of the failed expedition, where he remained imprisoned until 1820. That same year, he was released and exiled to Cadiz, where he published another of his texts. In 1823 he was in Mexico (already independent then), where he published two other texts. He stayed in Mexico until 1825, where he was na active combatant of Mexican federalism, and then went to the Republic of Colombia, where he remained until his death in 1828.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPPimenta, João Paulo GarridoCaraponale, Priscila Ferrer2019-08-30info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-30102019-184733/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2019-11-08T23:50:12Zoai:teses.usp.br:tde-30102019-184733Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212019-11-08T23:50:12Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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A presente tese apresenta uma biografia política do advogado hispano-cubano, Joaquín Infante, por meio de sua trajetória no contexto das independências ibero-americanas que começaram a despontar na América após as invasões napoleônicas à península Ibérica, em 1807-1808. Tais acontecimentos provocaram uma série de desdobramentos nas colônias ibero-americanas que alteraram completamente as relações entre estas e seus respectivos impérios e resultaram, não de forma imediata, na independência política da maioria desses territórios coloniais. Joaquín Infante esteve em pelo menos cinco importantes quadrantes desse contexto, neles atuando de modo contundente. Por meio de sua trajetória política, incluindo suas ações e produção textual, pretendeu-se compreender a configuração de um contexto político mais amplo, o das independências ibero-americanas. Assim, foi possível aproximar diversos espaços Capitania Geral de Cuba, Venezuela, Nova Granada, Nova Espanha, Espanha e Brasil para desenhar algumas dinâmicas estabelecidas na configuração deste amplo contexto. Acreditamos que a biografia política de Joaquín Infante fornece modos concretos e históricos pelos quais tais espaços se uniram. Foi no início das conturbações políticas vivenciadas no mundo iberoamericano que a figura pública de Joaquín Infante aparece: seu nome surge relacionado, como um de seus mentores, a uma conspiração promovida por maçônicos na Capitania Geral de Cuba, em 1810, que aspirava o estabelecimento de uma Junta Governativa de cunho independentista, tal como estava ocorrendo em outros territórios da América continental. Infante foi perseguido pelas autoridades coloniais e acabou se refugiando na convulsa Venezuela, onde o rompimento com a administração metropolitana e a instituição de um governo autônomo já eram uma realidade. Em terras venezuelanas publicou seu famoso Proyecto de Constitución para la Isla de Cuba (1812), no qual é possível identificar a utilização de diversos elementos do ideário racionalista ilustrado para fundamentar um novo desenho de Estado em oposição ao poder centralizado das monarquias absolutistas. Em 1814 foi para Cartagena das Índias trabalhar como advogado, vivenciando a tentativa dessa localidade na constituição de um governo independente; porém com a recuperação do território pelas tropas realistas espanholas foi obrigado a fugir. Pouco depois, em 1817, Infante aparece atrelado à expedição de liberação da Nova Espanha liderada pelo peninsular Xavier Mina, na qual foi nomeado editor do Boletín de la División Auxiliar de la República Mexicana. Capturado pelos realistas em 1818, foi enviado ao presídio de Ceuta, na África, juntamente com outros membros da fracassada expedição, onde permaneceu encarcerado até 1820. Neste mesmo ano foi libertado e se exilou em Cádiz, onde publicou mais um de seus textos. Em 1823 estava no já independente México, onde publicou outros dois. Combatente ativo do federalismo mexicano, esteve no país até 1825, quando foi para a República da Colômbia, onde permaneceu até a sua morte, em 1828. |
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