Fatores associados às aspirações educacionais e ocupacionais dos alunos das escolas agrícolas de 2º grau

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Alves Filho, Eloy
Data de Publicação: 1980
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11145/tde-20240301-150518/
Resumo: Tendo o autor participado de um diagnóstico quantitativo e qualitativo nos Colégios Técnicos de 2º Grau no Brasil, realizado em 1974, pela Fundação CENAFOR, e devido à escassez de pesquisas realizadas nessa área, decidiu-se fazer uma análise descritiva do Ensino Técnico Agrícola, especialmente no Estado de São Paulo, bem como identificar alguns fatores que podem estar associados às aspirações educacional e ocupacional dos alunos formandos naquele ano. Especificamente procurou-se neste trabalho: . Caracterizar os alunos quanto a: origem (rural ou urbana); nível sócio-econômico; motivos da procura do curso; aspiração educacional; aspiração ocupacional e suas oportunidades de trabalho. . Caracterizar os estabelecimentos quanto a: localização; dependência administrativa; currículo; equipamentos disponíveis; cursos oferecidos e regime de permanência dos alunos. . Caracterizar os professores quanto a: nível de qualificação; opinião sobre a escola; sobre o profissional formado por aquele estabelecimento e sobre as oportunidades de trabalho para o técnico agrícola. O tipo de estudo empreendido pode ser considerado como descritivo, onde o conhecimento da realidade é feito por meio da descrição das características da população e pelo estabelecimento das associações de determinadas variáveis entre si, conforme SELTIZ e outros (1965). Adota-se, muitas vezes, esse tipo de estudo quando são escassos os conhecimentos teóricos explicativos ou pesquisas sistemáticas que permitam delimitar com certa segurança variáveis explicativas dos fenômenos de estudo e a partir daí, hipóteses explícitas. A população estudada foi: 33 dos 34 Colégios Técnicos Agrícolas em funcionamento no ano de 1974 no Estado de São Paulo; a totalidade dos alunos formandos naquele ano: 928; e todos os professores das escolas, cerca de 457. As transformações sociais e econômicas ocorridas devido ao crescimento industrial e à urbanização, ampliaram o mercado interno dos produtos agropecuários e ocasionaram uma demanda crescente tanto de alimentos quanto de matérias-primas para a indústria. Tornaram-se, então, necessários o aumento e a diversificação da produção do setor primário da economia, seja através do aumento da produtividade, seja por meio da ampliação das áreas cultivadas. Considerando-se a necessidade do aumento da produtividade agrícola para satisfazer o mercado consumidor de produtos da área primária; e levando-se em conta a importância que os órgãos governamentais têm dado atualmente ao ensino profissionalizante e à característica agrícola do Brasil; pode-se dizer que existe necessidade de técnicos agrícolas de nível médio. Neste sentido, a maioria dos professores dos Colégios Técnicos Agrícolas de São Paulo vêem amplas oportunidades de trabalho para os técnicos que estão se formando. Quanto à localização, as escolas se encontram distribuídas por 19 estados da Federação. Não se pode dizer que a situação regional venha figurando como critério determinante para a implantação de escolas agrícolas de nível médio no país. Outros fatores ligados à política local parecem orientar a instalação de escolas, escapando assim, de uma perspectiva mais racional para a satisfação das necessidades da região e do país. Para capacitar os jovens que procuram os Colégios Técnicos Agrícolas, a fim de que desempenhem com sucesso as atividades agropecuárias, estas escolas dispõem de um currículo pleno de habilitação em Agropecuária, estabelecido pelo Conselho Federal de Educação e válido para todo território nacional. Para o 2º Grau, a carga horária mínima é de 5.280 horas/aula, sendo 1560 horas, no mínimo, de conteúdo profissionalizante: 1960 horas/aula de cultura geral e 1760 horas de atividades práticas. Quanto à adequação do currículo à realidade brasileira e sua contribuição para o desenvolvimento do país, deve-se considerar em primeiro lugar, que o aluno seria proveniente do meio rural, portanto, possuidor de certa vivência das atividades agropecuárias. Em segundo lugar, o jovem permaneceria em regime de internato o tempo necessário para sua graduação de técnico agrícola, no mínimo três anos, onde receberia uma formação mista de cultura técnica, geral e experiência prática. Apenas cerca de 59 por cento dos professores dos Colégios Técnicos Agrícolas de São Paulo consideram o currículo adequado às necessidades do desenvolvimento agrícola da região. Isto reflete uma visão pouco otimista dos professores sobre a maneira pela qual o currículo se insere no contexto regional. Todo estabelecimento educacional requer para a consecução de seus objetivos uma infra-estrutura física e material, sem a qual não poderia sequer existir como instituição. O processo de ensino-aprendizagem não depende apenas da ocorrência de interação aluno-professor mas, de várias condições que interferem nessa relação e no aprendizado, determinando assim sua eficiência. Partindo deste ponto de vista, surge a necessidade da escola, especialmente a profissionalizante, oferecer ao estudante a que se propõe formar, um mínimo de condições, em termos de equipamentos e instalações, que lhe propiciem não apenas um melhor desempenho de suas funções educativas como também uma maior dedicação às atividades práticas. Em relação a máquinas agrícolas, os estabelecimentos de São Paulo são os mais bem equipados do país. No entanto, os equipamentos se encontram desigualmente distribuídos pelas escolas, sendo que algumas possuem um número considerado suficiente de máquinas e implementos, em relação ao número médio de alunos por escola: cerca de 127; enquanto outras carecem de todo tipo de recursos. Sobre os professores, estes se distribuem em duas categorias, conforme o tipo de escolaridade: uma técnica, voltada para o setor primário; e outra acadêmica ou de cultura geral. Neste tipo de ensino, os profissionais que possuem curso superior na área agrotécnica indicados para ministrarem as disciplinas técnicas são, em sua maioria, engenheiros agrônomos e médicos veterinários, devido ao conhecimento que possuem acerca dessas disciplinas. Nesta categoria encontram-se 13,3 por cento dos professores. Em relação ao nível educacional dos professores do Ensino Agrícola, o Estado de São Paulo apresenta um nível elevado, pois 97,2 por cento dos professores possuem curso superior. Estando, portanto, bem acima da média para o Brasil, que é de 72,5 por cento. Quanto ao número de professores por escola os estabelecimentos de ensino agrícola de São Paulo apresentam uma média de 13,8 professores, sendo 5,5 na área de cultura técnica e 8,3 de cultura geral. Em relação à média brasileira, esse estado se encontra em posição inferior, pois a média geral é de 16 professores por escola, sendo 6,2 de cultura técnica e 8,7 de cultura geral e 0,7 de cultura técnica e geral. Considerou-se a aspiração como um desejo do indivíduo em alcançar um objetivo tido como um bem. Neste estudo, o objetivo desejado foi identificado como a ocupação após a formatura ou a continuidade dos estudos em uma universidade. Considerados, respectivamente, aspiração ocupacional e aspiração educacional. Os jovens técnicos, apresentaram vários tipos de aspirações, mas a tendência forte foi pela procura de ocupações liberais: 61,5 por cento dos alunos. Esta situação reflete o prestígio que estas profissões e uma escolaridade a nível superior gozam em nossa sociedade. Em contrapartida, sente-se o pouco prestígio das ocupações agrícolas e manuais especializadas, onde apesar do ensino ser profissionalizante e voltado para o setor primário, apenas 10,9 por cento dos alunos aspiraram a ocupações ligadas à agropecuária. A respeito da aspiração educacional dos alunos é, em sua grande maioria, a de continuar os estudos até alcançarem uma ocupação de prestígio e que requer mais escolaridade. O que pode levar os alunos a aspirarem mais a ocupações liberais e à continuidade dos estudos, entre outros fatores, talvez esteja o de se considerarem especializados por terem concluído um curso profissionalizante; ou então, a elevada carga horária das disciplinas de cultura geral, o que lhes possibilita frequentar um curso superior. Constatou-se que mais de 70 por cento da clientela que frequentava o curso técnico agrícola em São Paulo no ano de 1974 era de origem urbana, quando se pressupunha que a escolha de um curso desta natureza seria feita de indivíduos provenientes do meio rural. Este fato pode ser responsável pela variação das aspirações. Mesmo buscando, em sua maioria, ocupações típicas do setor urbano, 73,6 por cento dos alunos afirmaram que existe oportunidade de trabalho para o técnico de nível médio na agricultura, especialmente no Estado de São Paulo, que apresenta considerável grau de mecanização e modernas técnicas de cultivo. Uma outra possibilidade de caracterizar os fatores que influenciaram nas aspirações dos alunos seria a realização de uma nova pesquisa com estes mesmos indivíduos para se conhecer a realidade que estão vivendo; se concretizaram as aspirações; conhecer as dificuldades que encontraram para conseguir trabalho e as deficiências que sentiram no curso frequentado.
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Caracterizar os estabelecimentos quanto a: localização; dependência administrativa; currículo; equipamentos disponíveis; cursos oferecidos e regime de permanência dos alunos. . Caracterizar os professores quanto a: nível de qualificação; opinião sobre a escola; sobre o profissional formado por aquele estabelecimento e sobre as oportunidades de trabalho para o técnico agrícola. O tipo de estudo empreendido pode ser considerado como descritivo, onde o conhecimento da realidade é feito por meio da descrição das características da população e pelo estabelecimento das associações de determinadas variáveis entre si, conforme SELTIZ e outros (1965). Adota-se, muitas vezes, esse tipo de estudo quando são escassos os conhecimentos teóricos explicativos ou pesquisas sistemáticas que permitam delimitar com certa segurança variáveis explicativas dos fenômenos de estudo e a partir daí, hipóteses explícitas. A população estudada foi: 33 dos 34 Colégios Técnicos Agrícolas em funcionamento no ano de 1974 no Estado de São Paulo; a totalidade dos alunos formandos naquele ano: 928; e todos os professores das escolas, cerca de 457. As transformações sociais e econômicas ocorridas devido ao crescimento industrial e à urbanização, ampliaram o mercado interno dos produtos agropecuários e ocasionaram uma demanda crescente tanto de alimentos quanto de matérias-primas para a indústria. Tornaram-se, então, necessários o aumento e a diversificação da produção do setor primário da economia, seja através do aumento da produtividade, seja por meio da ampliação das áreas cultivadas. Considerando-se a necessidade do aumento da produtividade agrícola para satisfazer o mercado consumidor de produtos da área primária; e levando-se em conta a importância que os órgãos governamentais têm dado atualmente ao ensino profissionalizante e à característica agrícola do Brasil; pode-se dizer que existe necessidade de técnicos agrícolas de nível médio. Neste sentido, a maioria dos professores dos Colégios Técnicos Agrícolas de São Paulo vêem amplas oportunidades de trabalho para os técnicos que estão se formando. Quanto à localização, as escolas se encontram distribuídas por 19 estados da Federação. Não se pode dizer que a situação regional venha figurando como critério determinante para a implantação de escolas agrícolas de nível médio no país. Outros fatores ligados à política local parecem orientar a instalação de escolas, escapando assim, de uma perspectiva mais racional para a satisfação das necessidades da região e do país. Para capacitar os jovens que procuram os Colégios Técnicos Agrícolas, a fim de que desempenhem com sucesso as atividades agropecuárias, estas escolas dispõem de um currículo pleno de habilitação em Agropecuária, estabelecido pelo Conselho Federal de Educação e válido para todo território nacional. Para o 2º Grau, a carga horária mínima é de 5.280 horas/aula, sendo 1560 horas, no mínimo, de conteúdo profissionalizante: 1960 horas/aula de cultura geral e 1760 horas de atividades práticas. Quanto à adequação do currículo à realidade brasileira e sua contribuição para o desenvolvimento do país, deve-se considerar em primeiro lugar, que o aluno seria proveniente do meio rural, portanto, possuidor de certa vivência das atividades agropecuárias. Em segundo lugar, o jovem permaneceria em regime de internato o tempo necessário para sua graduação de técnico agrícola, no mínimo três anos, onde receberia uma formação mista de cultura técnica, geral e experiência prática. Apenas cerca de 59 por cento dos professores dos Colégios Técnicos Agrícolas de São Paulo consideram o currículo adequado às necessidades do desenvolvimento agrícola da região. Isto reflete uma visão pouco otimista dos professores sobre a maneira pela qual o currículo se insere no contexto regional. Todo estabelecimento educacional requer para a consecução de seus objetivos uma infra-estrutura física e material, sem a qual não poderia sequer existir como instituição. O processo de ensino-aprendizagem não depende apenas da ocorrência de interação aluno-professor mas, de várias condições que interferem nessa relação e no aprendizado, determinando assim sua eficiência. Partindo deste ponto de vista, surge a necessidade da escola, especialmente a profissionalizante, oferecer ao estudante a que se propõe formar, um mínimo de condições, em termos de equipamentos e instalações, que lhe propiciem não apenas um melhor desempenho de suas funções educativas como também uma maior dedicação às atividades práticas. Em relação a máquinas agrícolas, os estabelecimentos de São Paulo são os mais bem equipados do país. No entanto, os equipamentos se encontram desigualmente distribuídos pelas escolas, sendo que algumas possuem um número considerado suficiente de máquinas e implementos, em relação ao número médio de alunos por escola: cerca de 127; enquanto outras carecem de todo tipo de recursos. Sobre os professores, estes se distribuem em duas categorias, conforme o tipo de escolaridade: uma técnica, voltada para o setor primário; e outra acadêmica ou de cultura geral. Neste tipo de ensino, os profissionais que possuem curso superior na área agrotécnica indicados para ministrarem as disciplinas técnicas são, em sua maioria, engenheiros agrônomos e médicos veterinários, devido ao conhecimento que possuem acerca dessas disciplinas. Nesta categoria encontram-se 13,3 por cento dos professores. Em relação ao nível educacional dos professores do Ensino Agrícola, o Estado de São Paulo apresenta um nível elevado, pois 97,2 por cento dos professores possuem curso superior. Estando, portanto, bem acima da média para o Brasil, que é de 72,5 por cento. Quanto ao número de professores por escola os estabelecimentos de ensino agrícola de São Paulo apresentam uma média de 13,8 professores, sendo 5,5 na área de cultura técnica e 8,3 de cultura geral. Em relação à média brasileira, esse estado se encontra em posição inferior, pois a média geral é de 16 professores por escola, sendo 6,2 de cultura técnica e 8,7 de cultura geral e 0,7 de cultura técnica e geral. Considerou-se a aspiração como um desejo do indivíduo em alcançar um objetivo tido como um bem. Neste estudo, o objetivo desejado foi identificado como a ocupação após a formatura ou a continuidade dos estudos em uma universidade. Considerados, respectivamente, aspiração ocupacional e aspiração educacional. Os jovens técnicos, apresentaram vários tipos de aspirações, mas a tendência forte foi pela procura de ocupações liberais: 61,5 por cento dos alunos. Esta situação reflete o prestígio que estas profissões e uma escolaridade a nível superior gozam em nossa sociedade. Em contrapartida, sente-se o pouco prestígio das ocupações agrícolas e manuais especializadas, onde apesar do ensino ser profissionalizante e voltado para o setor primário, apenas 10,9 por cento dos alunos aspiraram a ocupações ligadas à agropecuária. A respeito da aspiração educacional dos alunos é, em sua grande maioria, a de continuar os estudos até alcançarem uma ocupação de prestígio e que requer mais escolaridade. O que pode levar os alunos a aspirarem mais a ocupações liberais e à continuidade dos estudos, entre outros fatores, talvez esteja o de se considerarem especializados por terem concluído um curso profissionalizante; ou então, a elevada carga horária das disciplinas de cultura geral, o que lhes possibilita frequentar um curso superior. Constatou-se que mais de 70 por cento da clientela que frequentava o curso técnico agrícola em São Paulo no ano de 1974 era de origem urbana, quando se pressupunha que a escolha de um curso desta natureza seria feita de indivíduos provenientes do meio rural. Este fato pode ser responsável pela variação das aspirações. Mesmo buscando, em sua maioria, ocupações típicas do setor urbano, 73,6 por cento dos alunos afirmaram que existe oportunidade de trabalho para o técnico de nível médio na agricultura, especialmente no Estado de São Paulo, que apresenta considerável grau de mecanização e modernas técnicas de cultivo. Uma outra possibilidade de caracterizar os fatores que influenciaram nas aspirações dos alunos seria a realização de uma nova pesquisa com estes mesmos indivíduos para se conhecer a realidade que estão vivendo; se concretizaram as aspirações; conhecer as dificuldades que encontraram para conseguir trabalho e as deficiências que sentiram no curso frequentado.At the meeting promoted by the CENAFOR Foundation in 1974 to study the value of agricultural schools on a national level, the lack of research in this field lead to the following conclusion: to make a descriptive analysis of the teaching of agriculture specially in the state of S. Paulo, and to point out some of the factors which could be associated with the educational and occupational goals of the graduating class of that year. The specific goals of this research are: a) To characterize the students according to: origin, social and economic status, motivation, educational and occupational goals and the demand for this type of service. b) To characterize the schools according to: administration Curriculum, equipment, courses offered, and drop-out rate. c) To characterize the teachers according to: qualification, their evaluation of the school, the student, and the marketing of the profession of the student. It might be best to consider this study here a type of descriptive study which is based on the knowledge of the reality arrived at from a study of certain characteristics of the population and certain variables within the school system according to SELTIZ and others (1965). The schools are found in 19 States of the country, it cannot be shown that the regional situation is an important factor for the placement of the school in a certain region. Factors involving the regional politics are essential, and the net result is the lack of a more intelligent way to answer the educational needs of the region and of the country. Education was considered as a factor of social evolution, personal realization, professional capacitation and a “springboard” to social and economic development. It was also characterized as being an agent in the socialization process. First, individuals are trained for work and life in society with the incorporation of social values and standards. Secondly, education generally provides for more effective use of human resources and the investment of capital - as reflected by the relationship between the wealth of a nation and the average educational level of its people. Formal instruction was thus seen as an investment in future salaries. The return on educational costs comes in a more competent - technically - and more effectively socialized labor force. The agents of influence acting on students’ aspirations to work in the field of agriculture, following completion of the high school program, or to continue formal education were characterized as: - the background of the students, - characteristics of the ag-technical school. Technical agricultural instruction in Brazil is professional in character with the objective of preparing qualified and competent labor. It was first planned during the reign of Emperor Dom João VI in 1812 but did not come into reality. In 1875 the agricultural course offered in a government school in the state of Bahia was transformed into the Bahian Imperial Institute of Agriculture. While various technical programs have been established in industrial and commercial fields, only in 1946 was agricultural instruction systematically structured, by law, into secondary educational programs. Responsability for agricultural education was initially given to the Ministry of Agriculture and later moved to the Ministry of Education. Various changes of responsability resulted in duplication and confusion and have, without doubt, retarded the maturing of its philosophy, evolution of methods and possibility for contribution to national development. Since 1969 there has been a rapid establishment of new agricultural schools. By 1974 there were 110 in the nation. Thirty-four of them are in the State of São Paulo under the administration of the State Secretary of Education. Data used in this study were collected from all of the secondary agricultural schools functioning in the State of São Paulo in 1974. Information was gathered from school statistics the directors, instructors and all students concluding their programs in 1974. Only about 59 per cent of the teachers consider the curriculum as adequate answer to the agricultural needs in that region. This not too optimistic view reflects true value of the curriculum within the regional context. The level of education of the teachers in S. Paulo is rather high; 97,2 per cent with college degree, while the average for brasil is 72,5 percent. Aspiration is considered as the desire of an individual to reach a certain goal. In this study it was discovered that the goals were 1) to have an occupation after graduation 2) to pursue studies at a university. The students technicians show various types of aspirations, but the general tendency is for the liberal arts: 61,5 percent of the students. This is clearly a reflection of the prestige of certain profession and college education. On the other is little prestige to farming and specialized manual profession. Only 10,9 percent of the student showed interest in farming. In 1974 more that 70 percent of the students in the agricultural schools in S. Paulo were from the city or urban areas. It is generally supposed that schools of this type is geared for students from the rural areas. This could be a factor to explain the variation in the aspiration. Another possibility to characterize the factors which influenced the aspiration of the students would be have follow-up on the same individuals to verify the following: 1) do discover the reality in which they are living, 2) to see if the aspirations were realized, 3) discover the difficulties in finding work, 4) and the shortcomings of the course that they made.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPFrancis, David G.Alves Filho, Eloy1980-01-17info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11145/tde-20240301-150518/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-08-12T18:57:02Zoai:teses.usp.br:tde-20240301-150518Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-08-12T18:57:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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Caracterizar os professores quanto a: nível de qualificação; opinião sobre a escola; sobre o profissional formado por aquele estabelecimento e sobre as oportunidades de trabalho para o técnico agrícola. O tipo de estudo empreendido pode ser considerado como descritivo, onde o conhecimento da realidade é feito por meio da descrição das características da população e pelo estabelecimento das associações de determinadas variáveis entre si, conforme SELTIZ e outros (1965). Adota-se, muitas vezes, esse tipo de estudo quando são escassos os conhecimentos teóricos explicativos ou pesquisas sistemáticas que permitam delimitar com certa segurança variáveis explicativas dos fenômenos de estudo e a partir daí, hipóteses explícitas. A população estudada foi: 33 dos 34 Colégios Técnicos Agrícolas em funcionamento no ano de 1974 no Estado de São Paulo; a totalidade dos alunos formandos naquele ano: 928; e todos os professores das escolas, cerca de 457. As transformações sociais e econômicas ocorridas devido ao crescimento industrial e à urbanização, ampliaram o mercado interno dos produtos agropecuários e ocasionaram uma demanda crescente tanto de alimentos quanto de matérias-primas para a indústria. Tornaram-se, então, necessários o aumento e a diversificação da produção do setor primário da economia, seja através do aumento da produtividade, seja por meio da ampliação das áreas cultivadas. Considerando-se a necessidade do aumento da produtividade agrícola para satisfazer o mercado consumidor de produtos da área primária; e levando-se em conta a importância que os órgãos governamentais têm dado atualmente ao ensino profissionalizante e à característica agrícola do Brasil; pode-se dizer que existe necessidade de técnicos agrícolas de nível médio. Neste sentido, a maioria dos professores dos Colégios Técnicos Agrícolas de São Paulo vêem amplas oportunidades de trabalho para os técnicos que estão se formando. Quanto à localização, as escolas se encontram distribuídas por 19 estados da Federação. Não se pode dizer que a situação regional venha figurando como critério determinante para a implantação de escolas agrícolas de nível médio no país. Outros fatores ligados à política local parecem orientar a instalação de escolas, escapando assim, de uma perspectiva mais racional para a satisfação das necessidades da região e do país. Para capacitar os jovens que procuram os Colégios Técnicos Agrícolas, a fim de que desempenhem com sucesso as atividades agropecuárias, estas escolas dispõem de um currículo pleno de habilitação em Agropecuária, estabelecido pelo Conselho Federal de Educação e válido para todo território nacional. Para o 2º Grau, a carga horária mínima é de 5.280 horas/aula, sendo 1560 horas, no mínimo, de conteúdo profissionalizante: 1960 horas/aula de cultura geral e 1760 horas de atividades práticas. Quanto à adequação do currículo à realidade brasileira e sua contribuição para o desenvolvimento do país, deve-se considerar em primeiro lugar, que o aluno seria proveniente do meio rural, portanto, possuidor de certa vivência das atividades agropecuárias. Em segundo lugar, o jovem permaneceria em regime de internato o tempo necessário para sua graduação de técnico agrícola, no mínimo três anos, onde receberia uma formação mista de cultura técnica, geral e experiência prática. Apenas cerca de 59 por cento dos professores dos Colégios Técnicos Agrícolas de São Paulo consideram o currículo adequado às necessidades do desenvolvimento agrícola da região. Isto reflete uma visão pouco otimista dos professores sobre a maneira pela qual o currículo se insere no contexto regional. Todo estabelecimento educacional requer para a consecução de seus objetivos uma infra-estrutura física e material, sem a qual não poderia sequer existir como instituição. O processo de ensino-aprendizagem não depende apenas da ocorrência de interação aluno-professor mas, de várias condições que interferem nessa relação e no aprendizado, determinando assim sua eficiência. Partindo deste ponto de vista, surge a necessidade da escola, especialmente a profissionalizante, oferecer ao estudante a que se propõe formar, um mínimo de condições, em termos de equipamentos e instalações, que lhe propiciem não apenas um melhor desempenho de suas funções educativas como também uma maior dedicação às atividades práticas. Em relação a máquinas agrícolas, os estabelecimentos de São Paulo são os mais bem equipados do país. No entanto, os equipamentos se encontram desigualmente distribuídos pelas escolas, sendo que algumas possuem um número considerado suficiente de máquinas e implementos, em relação ao número médio de alunos por escola: cerca de 127; enquanto outras carecem de todo tipo de recursos. Sobre os professores, estes se distribuem em duas categorias, conforme o tipo de escolaridade: uma técnica, voltada para o setor primário; e outra acadêmica ou de cultura geral. Neste tipo de ensino, os profissionais que possuem curso superior na área agrotécnica indicados para ministrarem as disciplinas técnicas são, em sua maioria, engenheiros agrônomos e médicos veterinários, devido ao conhecimento que possuem acerca dessas disciplinas. Nesta categoria encontram-se 13,3 por cento dos professores. Em relação ao nível educacional dos professores do Ensino Agrícola, o Estado de São Paulo apresenta um nível elevado, pois 97,2 por cento dos professores possuem curso superior. Estando, portanto, bem acima da média para o Brasil, que é de 72,5 por cento. Quanto ao número de professores por escola os estabelecimentos de ensino agrícola de São Paulo apresentam uma média de 13,8 professores, sendo 5,5 na área de cultura técnica e 8,3 de cultura geral. Em relação à média brasileira, esse estado se encontra em posição inferior, pois a média geral é de 16 professores por escola, sendo 6,2 de cultura técnica e 8,7 de cultura geral e 0,7 de cultura técnica e geral. Considerou-se a aspiração como um desejo do indivíduo em alcançar um objetivo tido como um bem. Neste estudo, o objetivo desejado foi identificado como a ocupação após a formatura ou a continuidade dos estudos em uma universidade. Considerados, respectivamente, aspiração ocupacional e aspiração educacional. Os jovens técnicos, apresentaram vários tipos de aspirações, mas a tendência forte foi pela procura de ocupações liberais: 61,5 por cento dos alunos. Esta situação reflete o prestígio que estas profissões e uma escolaridade a nível superior gozam em nossa sociedade. Em contrapartida, sente-se o pouco prestígio das ocupações agrícolas e manuais especializadas, onde apesar do ensino ser profissionalizante e voltado para o setor primário, apenas 10,9 por cento dos alunos aspiraram a ocupações ligadas à agropecuária. A respeito da aspiração educacional dos alunos é, em sua grande maioria, a de continuar os estudos até alcançarem uma ocupação de prestígio e que requer mais escolaridade. O que pode levar os alunos a aspirarem mais a ocupações liberais e à continuidade dos estudos, entre outros fatores, talvez esteja o de se considerarem especializados por terem concluído um curso profissionalizante; ou então, a elevada carga horária das disciplinas de cultura geral, o que lhes possibilita frequentar um curso superior. Constatou-se que mais de 70 por cento da clientela que frequentava o curso técnico agrícola em São Paulo no ano de 1974 era de origem urbana, quando se pressupunha que a escolha de um curso desta natureza seria feita de indivíduos provenientes do meio rural. Este fato pode ser responsável pela variação das aspirações. Mesmo buscando, em sua maioria, ocupações típicas do setor urbano, 73,6 por cento dos alunos afirmaram que existe oportunidade de trabalho para o técnico de nível médio na agricultura, especialmente no Estado de São Paulo, que apresenta considerável grau de mecanização e modernas técnicas de cultivo. Uma outra possibilidade de caracterizar os fatores que influenciaram nas aspirações dos alunos seria a realização de uma nova pesquisa com estes mesmos indivíduos para se conhecer a realidade que estão vivendo; se concretizaram as aspirações; conhecer as dificuldades que encontraram para conseguir trabalho e as deficiências que sentiram no curso frequentado.
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