Preditores de remodelamento atrial em pacientes com apneia do sono: análise de variáveis eletrocardiográficas e ecocardiográficas
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/98/98132/tde-27122019-082900/ |
Resumo: | INTRODUÇÃO: A apneia obstrutiva do sono (AOS) é um importante fator de risco associado ao desenvolvimento, recorrência e perpetuação de fibrilação atrial (FA). O remodelamento atrial (RA) exerce papel fundamental na fisiopatogênese da FA. O objetivo deste estudo foi avaliar variáveis eletrocardiográficas e ecocardiográficas relacionadas às três esferas de RA (elétrico, estrutural e funcional) em pacientes com AOS. Os pacientes foram divididos em quatro grupos de acordo com o IAH: AOS- (IAH<5, N=21), AOS+ (IAH>=5, N=59), AOS ausente/leve (IAH <15, N=41) e AOS moderada/grave (IAH>=15, N=39). O impacto de dessaturação também foi avaliado quanto aos parâmetros eletro e ecocardiográficos em todos os grupos. MÉTODOS: Trezentos e quatro pacientes consecutivos submetidos à polissonografia foram avaliados por meio de eletrocardiograma de 12 derivações e de alta resolução e ecocardiograma (strain bidimensional e avaliação volumétrica e funcional tridimensional). RESULTADOS: Oitenta pacientes foram incluídos na análise (60% do sexo feminino). A idade média foi de 60,8 ± 11,1 anos e o IMC médio 31,95 ± 6,5 kg/m². Houve elevada taxa de hipertensos em uso de três ou mais anti-hipertensivos em ambos os grupos AOS- e AOS+. Pacientes AOS+ apresentaram idade mais avançada e maior prevalência de diabetes, dislipidemia e uso de estatinas comparado com o grupo AOS-. O grupo composto por pacientes com AOS moderada/grave apresentou, mais frequentemente, bloqueio interatrial avançado (BIA) (p = 0,018). A análise multivariada demonstrou relação inversa entre strain de conduto (p = 0,025; IC 95%: (0.83 -0.99)) e fração de esvaziamento passivo do átrio esquerdo (p = 0,015; IC 95%: (0.87 - 0.99)) e a probabilidade de IAH >= 5 e >= 15 eventos/h, respectivamente. Não houve diferença quanto aos volumes atriais e demais variáveis eletrocardiográficas e funcionais. A maior exposição à hipoxemia associou-se com aumento de duração e dispersão da onda P, disfunção diastólica, disfunção atrial na fase de conduto, prolongamento do intervalo QTc e menor duração do intervalo Tinício-Tpico. CONCLUSÕES: A análise baseada em IAH demonstrou maior prevalência de BIA nos pacientes com AOS Moderada/Grave e RA funcional na fase de conduto nos pacientes com AOS. Dessaturação foi associada a RA elétrico e funcional. Não houve diferença em RA estrutural. |
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Preditores de remodelamento atrial em pacientes com apneia do sono: análise de variáveis eletrocardiográficas e ecocardiográficasPredictors of atrial remodeling in patients with sleep apnea: analysis of electrocardiographic and echocardiographic variablesApneia do SonoAtrial fibrillationAtrial remodelingEchocardiographyEcocardiografiaElectrocardiographyEletrocardiografiaFibrilação AtrialHipóxiaHypoxiaRemodelamento AtrialSleep apneaINTRODUÇÃO: A apneia obstrutiva do sono (AOS) é um importante fator de risco associado ao desenvolvimento, recorrência e perpetuação de fibrilação atrial (FA). O remodelamento atrial (RA) exerce papel fundamental na fisiopatogênese da FA. O objetivo deste estudo foi avaliar variáveis eletrocardiográficas e ecocardiográficas relacionadas às três esferas de RA (elétrico, estrutural e funcional) em pacientes com AOS. Os pacientes foram divididos em quatro grupos de acordo com o IAH: AOS- (IAH<5, N=21), AOS+ (IAH>=5, N=59), AOS ausente/leve (IAH <15, N=41) e AOS moderada/grave (IAH>=15, N=39). O impacto de dessaturação também foi avaliado quanto aos parâmetros eletro e ecocardiográficos em todos os grupos. MÉTODOS: Trezentos e quatro pacientes consecutivos submetidos à polissonografia foram avaliados por meio de eletrocardiograma de 12 derivações e de alta resolução e ecocardiograma (strain bidimensional e avaliação volumétrica e funcional tridimensional). RESULTADOS: Oitenta pacientes foram incluídos na análise (60% do sexo feminino). A idade média foi de 60,8 ± 11,1 anos e o IMC médio 31,95 ± 6,5 kg/m². Houve elevada taxa de hipertensos em uso de três ou mais anti-hipertensivos em ambos os grupos AOS- e AOS+. Pacientes AOS+ apresentaram idade mais avançada e maior prevalência de diabetes, dislipidemia e uso de estatinas comparado com o grupo AOS-. O grupo composto por pacientes com AOS moderada/grave apresentou, mais frequentemente, bloqueio interatrial avançado (BIA) (p = 0,018). A análise multivariada demonstrou relação inversa entre strain de conduto (p = 0,025; IC 95%: (0.83 -0.99)) e fração de esvaziamento passivo do átrio esquerdo (p = 0,015; IC 95%: (0.87 - 0.99)) e a probabilidade de IAH >= 5 e >= 15 eventos/h, respectivamente. Não houve diferença quanto aos volumes atriais e demais variáveis eletrocardiográficas e funcionais. A maior exposição à hipoxemia associou-se com aumento de duração e dispersão da onda P, disfunção diastólica, disfunção atrial na fase de conduto, prolongamento do intervalo QTc e menor duração do intervalo Tinício-Tpico. CONCLUSÕES: A análise baseada em IAH demonstrou maior prevalência de BIA nos pacientes com AOS Moderada/Grave e RA funcional na fase de conduto nos pacientes com AOS. Dessaturação foi associada a RA elétrico e funcional. Não houve diferença em RA estrutural.INTRODUCTION: Obstructive sleep apnea (OSA) is an important risk factor for the development, recurrence, and persistency of atrial fibrillation (AF), being atrial remodeling (AR) a key factor to it. Atrial remodeling (AR) plays a role in the genesis of AF. The aim of this study was to evaluate electrocardiographic and echocardiographic variables related to electrical, structural and functional AR in OSA patients. Patients were divided into four groups according to the Apnea-Hypopnea Index (AHI): OSA- (AHI <5, N=21), OSA+ (AHI >=5, N=59), absent/mild OSA (AHI <15, N=41), and moderate/severe OSA (AHI >=15, N=39). The impact of desaturation on electrocardiographic and echocardiographic variables was also evaluated. METHODS: Three hundred and four consecutive patients submitted to polysomnography were screened for electrocardiographic (12-lead and signal-averaged electrocardiogram), and echocardiographic (two-dimensional strain and three-dimensional volumetric and functional) assessment. RESULTS: Eighty patients were included in the analysis (60% females). Mean age was 60.8 ± 11.1 years and mean body-mass index 31.95 ± 6.5 kg/m². There was a high prevalence of hypertensive patients in use of three or more antihypertensive agents in both OSA- and OSA+ groups. The moderate/severe OSA group showed increased prevalence of advanced interatrial blockage (AIB) (p = 0,018). Multivariate analysis showed an inverse relationship between conduit strain [p = 0,025; IC 95%: (0.83 -0.99)] and left atrial passive emptying fraction [p = 0,015; IC 95%: (0.87 - 0.99)] and probability of AHI >= 5 e >= 15 events/hr, respectively. Higher exposure to hypoxemia was associated with increased P-wave duration and dispersion, diastolic disfunction, atrial conduit disfunction, prolongation of QTc interval, and shorter Tonset-Tpeak interval duration. CONCLUSIONS: AHI-based analysis showed higher prevalence of AIB in patients with Moderate/Severe OSA and conduit phase functional AR in patients with OSA. Desaturation was associated with increased electrical and functional AR. There was no difference in structural AR.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPArmaganijan, Luciana VidalAndere, Tamer El2019-11-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/98/98132/tde-27122019-082900/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2020-02-27T15:31:02Zoai:teses.usp.br:tde-27122019-082900Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212020-02-27T15:31:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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INTRODUÇÃO: A apneia obstrutiva do sono (AOS) é um importante fator de risco associado ao desenvolvimento, recorrência e perpetuação de fibrilação atrial (FA). O remodelamento atrial (RA) exerce papel fundamental na fisiopatogênese da FA. O objetivo deste estudo foi avaliar variáveis eletrocardiográficas e ecocardiográficas relacionadas às três esferas de RA (elétrico, estrutural e funcional) em pacientes com AOS. Os pacientes foram divididos em quatro grupos de acordo com o IAH: AOS- (IAH<5, N=21), AOS+ (IAH>=5, N=59), AOS ausente/leve (IAH <15, N=41) e AOS moderada/grave (IAH>=15, N=39). O impacto de dessaturação também foi avaliado quanto aos parâmetros eletro e ecocardiográficos em todos os grupos. MÉTODOS: Trezentos e quatro pacientes consecutivos submetidos à polissonografia foram avaliados por meio de eletrocardiograma de 12 derivações e de alta resolução e ecocardiograma (strain bidimensional e avaliação volumétrica e funcional tridimensional). RESULTADOS: Oitenta pacientes foram incluídos na análise (60% do sexo feminino). A idade média foi de 60,8 ± 11,1 anos e o IMC médio 31,95 ± 6,5 kg/m². Houve elevada taxa de hipertensos em uso de três ou mais anti-hipertensivos em ambos os grupos AOS- e AOS+. Pacientes AOS+ apresentaram idade mais avançada e maior prevalência de diabetes, dislipidemia e uso de estatinas comparado com o grupo AOS-. O grupo composto por pacientes com AOS moderada/grave apresentou, mais frequentemente, bloqueio interatrial avançado (BIA) (p = 0,018). A análise multivariada demonstrou relação inversa entre strain de conduto (p = 0,025; IC 95%: (0.83 -0.99)) e fração de esvaziamento passivo do átrio esquerdo (p = 0,015; IC 95%: (0.87 - 0.99)) e a probabilidade de IAH >= 5 e >= 15 eventos/h, respectivamente. Não houve diferença quanto aos volumes atriais e demais variáveis eletrocardiográficas e funcionais. A maior exposição à hipoxemia associou-se com aumento de duração e dispersão da onda P, disfunção diastólica, disfunção atrial na fase de conduto, prolongamento do intervalo QTc e menor duração do intervalo Tinício-Tpico. CONCLUSÕES: A análise baseada em IAH demonstrou maior prevalência de BIA nos pacientes com AOS Moderada/Grave e RA funcional na fase de conduto nos pacientes com AOS. Dessaturação foi associada a RA elétrico e funcional. Não houve diferença em RA estrutural. |
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