Por um sentido público da qualidade na educação.
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2008 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-29012009-164507/ |
Resumo: | A partir de uma análise conceitual de usos aparentemente consensuais do termo qualidade no campo da educação e apoiado sobretudo no conceito de público em Hannah Arendt, o presente trabalho discute a validade do que se denomina aqui narrativa instrumental da qualidade em educação. Essa narrativa se assenta na definição de qualidade restrita a determinados resultados obtidos pelos alunos, em termos de seu rendimento cognitivo, em avaliações de larga escala e à utilidade que porventura tenham esses resultados para a esfera social, conseqüência da indefinição dos limites entre as esferas pública e privada, típica da Modernidade. Os pressupostos dessa narrativa utilitária se fundam em fins extrínsecos à própria educação escolar, relegando-a à condição de um simples meio para a satisfação de necessidades antes criadas por uma sociedade de consumo do que legitimamente estabelecidas por uma discussão de caráter eminentemente público e político. É como se o valor da escola pudesse ser estimado pela riqueza ou pelo status social que proporciona aos indivíduos ou pelo desenvolvimento econômico que pode acarretar. Nesses termos, a formação escolar se vê reduzida a atender a interesses socialmente valorizados, supostamente capazes de viabilizar as condições para se obterem mais e melhores resultados, alimentando um fluxo sem sentido. A essa visão utilitária, opõe-se a vocação da educação escolar pública, que, reconhece a natalidade e a iniciação no mundo humano como seu fundamento e assume a responsabilidade por esse mundo sob a forma da autoridade a partir de uma herança pública e comum. Nessa perspectiva, a escola tem uma dupla responsabilidade: a preservação das tradições de conhecimento e formas de vida de um mundo preexistente do qual os recémchegados vão se apropriando e a possibilidade de agir sobre esse mundo, renovando-o. |
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