As sociedades e as trocas: Rosseau, a economia política e os fundamentos filosóficos do liberalismo
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-26082020-174758/ |
Resumo: | As reflexões sobre os temas relativos à economia política e as posições críticas em relação aos discursos filosófico-econômicos que se esboçavam na segunda metade do século XVIII encontram-se disseminadas pela obra de Jean-Jacques Rousseau, podendo mesmo ser consideradas como um fio condutor de seus escritos. As próprias palavras de Rousseau reivindicam os autores contra os quais ele se anima a debater e a criticar: Bernard de Mandeville, Jean-François Melon, Montesquieu, David Hume e, posteriormente, os fisiocratas. Estes filósofos serão alçados à posição de interlocutores privilegiados em matéria de economia política e servirão de pivôs para que possamos definir tanto a disputa de ideias sobre organização social e acerca de assuntos como o papel e a função do comércio, do luxo, da abundância, da organização dos interesses, do trabalho e sua divisão, dentre outros, quanto o solo conceitual sobre o qual se apoiam os pilares econômicos da teoria política rousseauniana. Assim, esta tese se propõe a explorar a lucidez do sistema de Rousseau face à emergência do que ele próprio denomina como sistema moderno, cujo procedimento consiste em situar os objetos da economia política no primeiro plano da análise política e moral. Paralelamente ao estudo do discurso econômico desenvolvido no Iluminismo, avaliaremos de que forma, ao se apropriar dos conceitos e do vocabulário forjados na modernidade, o autor do Contrato Social foi capaz de reformular os termos de seus adversários a fim de erigir seu próprio sistema. De um ponto de vista mais abrangente, valendo-se de um binômio conceitual, as sociedades e as trocas, e baseando-se nas indicações espalhadas ao longo do universo textual de Rousseau e seus interlocutores, esta tese tem como objetivo realizar uma reflexão sobre um conjunto de obras do século XVIII que tratam sobre economia política. Mais especificamente, sustentamos que esse par de conceitos, quando visto em perspectiva, é hábil tanto a nos auxiliar na reconstituição de cada um dos sistemas filosóficos examinados quanto capaz de ressaltar a singularidade filosófica de cada um dos autores analisados. |
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As sociedades e as trocas: Rosseau, a economia política e os fundamentos filosóficos do liberalismoThe societies and the exchanges: Rousseau, the political economy and the philosophical foundations of liberalism.Economia políticaEnlightenmentExchangeIluminismoLiberalismLiberalismoPolitical economyRousseauRousseauSociedadesSocietiesTrocasAs reflexões sobre os temas relativos à economia política e as posições críticas em relação aos discursos filosófico-econômicos que se esboçavam na segunda metade do século XVIII encontram-se disseminadas pela obra de Jean-Jacques Rousseau, podendo mesmo ser consideradas como um fio condutor de seus escritos. As próprias palavras de Rousseau reivindicam os autores contra os quais ele se anima a debater e a criticar: Bernard de Mandeville, Jean-François Melon, Montesquieu, David Hume e, posteriormente, os fisiocratas. Estes filósofos serão alçados à posição de interlocutores privilegiados em matéria de economia política e servirão de pivôs para que possamos definir tanto a disputa de ideias sobre organização social e acerca de assuntos como o papel e a função do comércio, do luxo, da abundância, da organização dos interesses, do trabalho e sua divisão, dentre outros, quanto o solo conceitual sobre o qual se apoiam os pilares econômicos da teoria política rousseauniana. Assim, esta tese se propõe a explorar a lucidez do sistema de Rousseau face à emergência do que ele próprio denomina como sistema moderno, cujo procedimento consiste em situar os objetos da economia política no primeiro plano da análise política e moral. Paralelamente ao estudo do discurso econômico desenvolvido no Iluminismo, avaliaremos de que forma, ao se apropriar dos conceitos e do vocabulário forjados na modernidade, o autor do Contrato Social foi capaz de reformular os termos de seus adversários a fim de erigir seu próprio sistema. De um ponto de vista mais abrangente, valendo-se de um binômio conceitual, as sociedades e as trocas, e baseando-se nas indicações espalhadas ao longo do universo textual de Rousseau e seus interlocutores, esta tese tem como objetivo realizar uma reflexão sobre um conjunto de obras do século XVIII que tratam sobre economia política. Mais especificamente, sustentamos que esse par de conceitos, quando visto em perspectiva, é hábil tanto a nos auxiliar na reconstituição de cada um dos sistemas filosóficos examinados quanto capaz de ressaltar a singularidade filosófica de cada um dos autores analisados.The considerations on subjects concerning political economy and the critical positions regarding the philosophical-economic discourses that were emerging in the second half of the 18th century are disseminated throughout Jean-Jacques Rousseau\'s body of work, and the insights deriving from this issue can even be considered as a common thread through his writings. These philosophers will be taken to the position of privileged interlocutors in political economy. In fact, they will allow us to define both the dispute of ideas about social organization and about matters such as the role and function of trade, luxury, abundance, the organization of interests, labor and its division, among others, and the conceptual ground on which the economic pillars of rousseaunian political theory are founded. Thus, this thesis seeks to explore the lucidity of Rousseau\'s system in the face of the emergence of what he himself calls a modern system, whose procedure consists in placing the objects of political economy at the forefront of political and moral analysis. Alongside the study of economic discourse developed through the Enlightenment, we shall evaluate how, by appropriating the concepts and vocabulary forged in modernity, the author of the Social Contract was able to reformulate the terms of his opponents in order to build his own system. From a more comprehensive perspective, by making use of a conceptual binomial, societies and exchanges, and based on indications spread throughout the textual universe of Rousseau and his interlocutors, this thesis aims to undertake a study of a set of 18th century works addressing political economy. More precisely, we argue that this pair of concepts, when seen in perspective, is able both to help us reconstitute each of the philosophical systems examined and to highlight the philosophical uniqueness of each one of the authors studied.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSouza, Maria das Graças deAzevedo, Thiago Vargas Escobar2020-06-03info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-26082020-174758/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2020-08-27T01:44:02Zoai:teses.usp.br:tde-26082020-174758Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212020-08-27T01:44:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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