Caracterização das lacerações perineais espontâneas no parto normal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Leite, Jaqueline Sousa
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7141/tde-20022013-151836/
Resumo: Introdução: No parto normal, muitas mulheres têm lacerações perineais espontâneas, mas a prevalência, as características e os fatores relacionados a estas são pouco estudados. Objetivos: 1. Caracterizar as lacerações perineais espontâneas no parto normal; 2. Analisar as lacerações perineais espontâneas no parto normal, conforme as condições sociodemográficas maternas, as condições clínicas e obstétricas na gestação e no parto e as condições do recém-nascido; 3. Avaliar as morbidades perineais relacionadas às lacerações espontâneas até 48 horas após o parto. Método: Estudo transversal, realizado no Amparo Maternal, São Paulo (SP), entre outubro de 2011 e janeiro de 2012. Foram incluídas 100 mulheres com idade 18 anos; gestação a termo; feto único, em apresentação cefálica; parto normal com laceração espontânea. Os desfechos primários foram tipo, localização, grau, forma e tamanho da laceração espontânea, avaliados com a Peri-Rule. As análises descritiva e inferencial foram realizadas por meio dos testes Qui-quadrado, t-Student, ANOVA e correlação de Pearson, com p-valor <0,05 apontado como estatisticamente significante. Resultados: 51% das mulheres tiveram laceração única, 49% lacerações múltiplas; 58% tiveram laceração na região anterior do períneo, 80% na região posterior e 23% na parede vaginal; 77,5% tiveram laceração de 1º grau, 20% de 2º grau e 2,5% de 3º grau (sem rotura completa do esfíncter anal); 62,5% das lacerações eram de forma linear, 35% em forma de U e 2,5% ramificadas; na região anterior, a média da extensão das lacerações foi 28,6mm (±12,9); na região posterior, a média da extensão da mucosa foi 26,1mm (±10,5), a média da extensão da pele foi 24,3mm (±10,4) e a média da profundidade foi 18,1(±8,6). Na parede vaginal, a média da extensão foi 19,8mm (±6,5). Para o cálculo da média do tamanho das lacerações, foi considerado o maior valor para cada mulher. Houve diferença estatisticamente significante em relação às seguintes variáveis: localização (região anterior e posterior do períneo e parede vaginal) e idade materna; grau (primeiro, segundo e terceiro) e realização de exercícios perineais na gestação, edema perineal no parto, tipo de puxo, variedade de posição no desprendimento cefálico e tamanho da circunferência cefálica; forma (linear, U ou ramificada) e exercício perineal na gestação, uso de misoprostol, tipo de puxo, variedade de posição no desprendimento cefálico e circunferência cefálica; tamanho das lacerações na região posterior do períneo (extensão na pele) e edema perineal, altura do períneo e uso de ocitocina; tamanho das lacerações na região anterior do períneo (extensão da mucosa) e idade materna, uso de misosprostol e peso do recém-nascido; extensão parede vaginal e edema perineal. Não houve diferença estatisticamente significante em relação ao tipo de laceração (única ou múltipla). As principais morbidades perineais no pós-parto foram ardência, edema, hematoma, equimose e dor. Conclusão: A região posterior do períneo foi a mais afetada e as médias do tamanho das lacerações variaram de acordo com o local atingido. A ocorrência de lacerações de terceiro grau e a frequência de lacerações na parede vaginal indicam a importância da avaliação criteriosa do esfíncter anal, assim como do canal de parto, mesmo quando não há solução de continuidade aparente na região perineal.
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Foram incluídas 100 mulheres com idade 18 anos; gestação a termo; feto único, em apresentação cefálica; parto normal com laceração espontânea. Os desfechos primários foram tipo, localização, grau, forma e tamanho da laceração espontânea, avaliados com a Peri-Rule. As análises descritiva e inferencial foram realizadas por meio dos testes Qui-quadrado, t-Student, ANOVA e correlação de Pearson, com p-valor <0,05 apontado como estatisticamente significante. Resultados: 51% das mulheres tiveram laceração única, 49% lacerações múltiplas; 58% tiveram laceração na região anterior do períneo, 80% na região posterior e 23% na parede vaginal; 77,5% tiveram laceração de 1º grau, 20% de 2º grau e 2,5% de 3º grau (sem rotura completa do esfíncter anal); 62,5% das lacerações eram de forma linear, 35% em forma de U e 2,5% ramificadas; na região anterior, a média da extensão das lacerações foi 28,6mm (±12,9); na região posterior, a média da extensão da mucosa foi 26,1mm (±10,5), a média da extensão da pele foi 24,3mm (±10,4) e a média da profundidade foi 18,1(±8,6). Na parede vaginal, a média da extensão foi 19,8mm (±6,5). Para o cálculo da média do tamanho das lacerações, foi considerado o maior valor para cada mulher. Houve diferença estatisticamente significante em relação às seguintes variáveis: localização (região anterior e posterior do períneo e parede vaginal) e idade materna; grau (primeiro, segundo e terceiro) e realização de exercícios perineais na gestação, edema perineal no parto, tipo de puxo, variedade de posição no desprendimento cefálico e tamanho da circunferência cefálica; forma (linear, U ou ramificada) e exercício perineal na gestação, uso de misoprostol, tipo de puxo, variedade de posição no desprendimento cefálico e circunferência cefálica; tamanho das lacerações na região posterior do períneo (extensão na pele) e edema perineal, altura do períneo e uso de ocitocina; tamanho das lacerações na região anterior do períneo (extensão da mucosa) e idade materna, uso de misosprostol e peso do recém-nascido; extensão parede vaginal e edema perineal. Não houve diferença estatisticamente significante em relação ao tipo de laceração (única ou múltipla). As principais morbidades perineais no pós-parto foram ardência, edema, hematoma, equimose e dor. Conclusão: A região posterior do períneo foi a mais afetada e as médias do tamanho das lacerações variaram de acordo com o local atingido. A ocorrência de lacerações de terceiro grau e a frequência de lacerações na parede vaginal indicam a importância da avaliação criteriosa do esfíncter anal, assim como do canal de parto, mesmo quando não há solução de continuidade aparente na região perineal.Introduction: Most vaginal delivery are accompanied by spontaneous perineal lacerations. However there is a lack of knowledge related to prevalence, characteristics and risk factors of these lacerations in the literature. Aims: 1. To characterize the spontaneous lacerations in normal birth; 2. To analyze the spontaneous perineal lacerations in normal birth, according to socio-demographic, clinical and obstetric conditions during pregnancy and childbirth and the conditions of the newborn; 3. To evaluate morbidities related to spontaneous perineal lacerations until 48 hours after delivery. Methods: A cross-sectional study was carried out in Amparo Maternal maternity unit, São Paulo, BR. The data was collected from October, 2011 to January, 2012. There were included 100 women aged 18 years; fullterm pregnancy; single live fetus and vertex presentation; normal birth with spontaneous laceration. The primary outcomes were type, area, degree, shape and size of spontaneous lacerations, using the Peri-Rule. Descriptive and inferential analyzes were appraised using the chi- square test, Student\'s t-test, ANOVA and Pearsons correlation, with p-value<0.05 indicated as statistically significant. Results: 51% of women had single laceration and 49% multiple ones; 58% had anterior perineum lacerations, 80% in the posterior area and 23% in the vaginal wall; 77.5% had 1st degree, 20% 2nd degree and 2.5% 3rd degree lacerations (without complete rupture of the anal sphincter); 62.5% of lacerations were linear, 35% were \"U\" shape and 2.5% star shape. The average length of lacerations was 28.6 mm (sd ± 12.9) in the anterior area; the average length of the mucosa in the posterior area was 26.1 mm (sd ± 10.5), the length of skin was 24.3 mm (sd ± 10 4) and the depth was 18.1 (± 8.6); the average length of the vaginal wall was 19.8 mm (sd ± 6.5). In order to calculate the average size of lacerations, the highest value for each woman was considered. There were significant differences for the following variables: area (anterior and posterior perineum area and vaginal wall) and maternal age; degree (first, second and third) and perineal exercises during pregnancy, presence of perineal edema during labor, type of pushing, fetal position variety and size of head circumference; shape (linear, \"U\" or star) and perineal exercise during pregnancy, use of misoprostol, type of pushing, head delivery position and head circumference; size of lacerations in the posterior perineum area (skin length) and perineal edema, perineum height and use of oxytocin; size of lacerations in the anterior perineum area (mucosa length) and maternal age, use of misoprostol and weight of the newborn; length of the laceration on vaginal wall and perineal edema. There was no statistically significant difference in the type of laceration (single or multiple). Major postpartum perineal morbidities were blazing, edema, hematoma, ecchymosis and pain. Conclusion: The posterior perineum area was the most affected and the average size of lacerations varied according to the affected area. The occurrence of third degree lacerations and the frequency of lacerations in the vaginal wall indicate the importance of careful evaluation of the anal sphincter, as well as the birth canal, even if when the is no apparent solution of continuity in the perineum.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPBellini, Maria Luiza Gonzalez RiescoLeite, Jaqueline Sousa2012-10-26info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7141/tde-20022013-151836/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:35Zoai:teses.usp.br:tde-20022013-151836Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:35Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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