Padrões de imagens radiológicas para identificação de distúrbios neurocognitivos associados ao HIV-1 (HAND)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Larissa Gabrielle Lima de Araujo Curval
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://doi.org/10.11606/T.5.2022.tde-28072023-111610
Resumo: Introdução: Os distúrbios neurocognitivos associados ao vírus da imunodeficiência humana (HIV-1, HAND) apresentam diagnóstico difícil, especialmente na primeira fase da doença, dificultando o tratamento precoce e a prevenção das formas mais graves. A despeito do controle da replicação viral, o HIV pode permanecer latente no SNC por muitos anos e a infecção subclínica associada às comorbidades (por exemplo, síndrome metabólica, uso de drogas ilícitas e hepatite C), podendo conduzir à ativação imune e inflamação crônica de baixo grau. Esses efeitos imunológicos e a possibilidade de desenvolver alterações neurocognitivas devido à infecção pelo HIV podem ocorrer, apesar da supressão do RNA viral no sangue periférico e no líquido cefalorraquidiano (LCR). Objetivo: Nesse estudo, avaliamos os Pacientes Vivendo com HIV (PVHIV) e a possibilidade de alterações neuropsicológicas associadas ao HIV (HAND) (prevalência de cerca de 40%) dos indivíduos infectados em nossa coorte. A classificação da HAND foi definida através dos critérios de Frascati - normal, assintomáticos (ANI), moderada (MND) e demência associada ao HIV (HAD) Resultados: Um total de 37 casos (8% dos paciente ativos) que foram triados a partir da coorte de 430 Pacientes Vivendo com HIV (PVHIV) com quadros de HAND. O presente estudo focou nas mulheres, que representaram 85% do N amostral. Através da técnica quantitativa por Ressonância Magnética volumétrica para mensuração do volume cerebral o resultado da quantificação foi expresso em percentil de volume intra-craniano (%VIC). Foram incluídas variáveis demográficas, clínicas e imunológicas, entre outras, para caracterização da coorte. O uso da volumetria por RM não apresentou correlação com os resultados obtidos nos testes neuropsicológicos (NP); Em relação a quantificação da volumetria expressa em %VIC para análise do tamanho dos hipocampos direito e esquerdo (componente da função de memória), não foi estatisticamente significativa, quando comparados os pacientes do grupo Normal e aqueles diagnosticados com quadros de HAND em estágios variados (p= 03164 e p =0.6267). Discussão e Conclusões: Os resultados não indicam que a volumetria pode ser uma ferramenta útil para identificar indivíduos com quadros de HAND, mesmo quando associada aos dados neurológicos observados através dos testes NP e através do diagnóstico por imagens. Com relação ao manejo clínico dos pacientes da coorte, a ressonância magnética por volumetria futuramente poderá auxiliar na diferenciação da inflamação geral e de danos neuro-específicos, que poderão ser associados à evolução das diferentes formas de progressão da HAND. Assim, a ausência de lesões que poderiam ser precursoras da evolução dos distúrbios neurocognitivos decorrem da ação de neuropeptídeos moleculares e dessa forma, podemos sugerir que esses distúrbios que conduzem à morte de neurônios, astrócitos e células da glia, podem não ser evidenciados com precisão em exames de imagem, mesmo através da quantificação por volumetria, ou somente poderiam ser identificados nos estágios mais avançados da lesão neurológica (HAD). Porém, estudos complementares com maior número de pacientes deverão ser realizados, principalmente em líquido cefalorraquidiano (LCR) para estudar as alterações bioquímicas e metabólicas
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spelling info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesis Padrões de imagens radiológicas para identificação de distúrbios neurocognitivos associados ao HIV-1 (HAND) Radiological imaging standards for identification of neurocognitive disorders associated with HIV-1 (HAND) 2022-12-12Jorge Simão do Rosário CassebMauricio Domingues FerreiraShirley Vasconcelos KomninakisAna Paula Rocha VeigaLarissa Gabrielle Lima de Araujo Curval Brain volumetry Brasil Brazil Cognitive dysfunction Disfunção cognitiva HIV-1 HIV-1 Imageamento por ressonância magnética Magnetic resonance imaging Neurocognitive disorders Transtornos neurocognitivos Volumetria cerebral Introdução: Os distúrbios neurocognitivos associados ao vírus da imunodeficiência humana (HIV-1, HAND) apresentam diagnóstico difícil, especialmente na primeira fase da doença, dificultando o tratamento precoce e a prevenção das formas mais graves. A despeito do controle da replicação viral, o HIV pode permanecer latente no SNC por muitos anos e a infecção subclínica associada às comorbidades (por exemplo, síndrome metabólica, uso de drogas ilícitas e hepatite C), podendo conduzir à ativação imune e inflamação crônica de baixo grau. Esses efeitos imunológicos e a possibilidade de desenvolver alterações neurocognitivas devido à infecção pelo HIV podem ocorrer, apesar da supressão do RNA viral no sangue periférico e no líquido cefalorraquidiano (LCR). Objetivo: Nesse estudo, avaliamos os Pacientes Vivendo com HIV (PVHIV) e a possibilidade de alterações neuropsicológicas associadas ao HIV (HAND) (prevalência de cerca de 40%) dos indivíduos infectados em nossa coorte. A classificação da HAND foi definida através dos critérios de Frascati - normal, assintomáticos (ANI), moderada (MND) e demência associada ao HIV (HAD) Resultados: Um total de 37 casos (8% dos paciente ativos) que foram triados a partir da coorte de 430 Pacientes Vivendo com HIV (PVHIV) com quadros de HAND. O presente estudo focou nas mulheres, que representaram 85% do N amostral. Através da técnica quantitativa por Ressonância Magnética volumétrica para mensuração do volume cerebral o resultado da quantificação foi expresso em percentil de volume intra-craniano (%VIC). Foram incluídas variáveis demográficas, clínicas e imunológicas, entre outras, para caracterização da coorte. O uso da volumetria por RM não apresentou correlação com os resultados obtidos nos testes neuropsicológicos (NP); Em relação a quantificação da volumetria expressa em %VIC para análise do tamanho dos hipocampos direito e esquerdo (componente da função de memória), não foi estatisticamente significativa, quando comparados os pacientes do grupo Normal e aqueles diagnosticados com quadros de HAND em estágios variados (p= 03164 e p =0.6267). Discussão e Conclusões: Os resultados não indicam que a volumetria pode ser uma ferramenta útil para identificar indivíduos com quadros de HAND, mesmo quando associada aos dados neurológicos observados através dos testes NP e através do diagnóstico por imagens. Com relação ao manejo clínico dos pacientes da coorte, a ressonância magnética por volumetria futuramente poderá auxiliar na diferenciação da inflamação geral e de danos neuro-específicos, que poderão ser associados à evolução das diferentes formas de progressão da HAND. Assim, a ausência de lesões que poderiam ser precursoras da evolução dos distúrbios neurocognitivos decorrem da ação de neuropeptídeos moleculares e dessa forma, podemos sugerir que esses distúrbios que conduzem à morte de neurônios, astrócitos e células da glia, podem não ser evidenciados com precisão em exames de imagem, mesmo através da quantificação por volumetria, ou somente poderiam ser identificados nos estágios mais avançados da lesão neurológica (HAD). Porém, estudos complementares com maior número de pacientes deverão ser realizados, principalmente em líquido cefalorraquidiano (LCR) para estudar as alterações bioquímicas e metabólicas Introduction: Neurocognitive disorders associated with the human immunodeficiency virus (HIV-1, HAND) are difficult to diagnose, especially in the first stage of the disease, making early treatment and prevention of its most severe forms difficult. Despite the control of viral replication, HIV can remain latent in the CNS for many years and subclinical infection associated with comorbidities (e.g. metabolic syndrome, drug abuse and hepatitis C) can lead to immune activation, and low-grade chronic inflammation can be maintained. These immunological effects and the possibility of developing neurocognitive changes due to HIV infection may occur despite suppression of viral RNA in peripheral blood and cerebrospinal fluid (CSF). Objective: In this study, we evaluated PLHIV and the possibility of HIV-associated neuropsychological changes (HAND) throughout life; mild and moderate forms of HAND remain prevalent in approximately 40% of infected individuals in our cohort. The definition of HAND using Frascatti criteria was classified as normal, asymptomatic, moderate and HIV-associated dementia (HAD). Results: A total of 37 cases (8% of active patients) were screened from 430 PVHAids, with HAND definition. Most of this study focused on women; representing 15% (85% were women). The quantitative technique was used to measure brain volume quantified by resonance and expressed in intracranial volumetric percentil (%VIC) in these individuals. Variables including demographics, clinical stage and immunological, among others, were studied. The use of MRI volumetry showed no correlation between neurological tests; the size of the hippopotamus, for example, mainly a memory component, was not different between healthy volunteers and those with HAND in its various stages. Discussion and Conclusions: The results indicate that volumetry cannot be an useful tool to identify individuals with HAND conditions. Howhever, these data may indicate the existence of a correlation between the neurological data observed in the neuropsychological tests and the diagnostic imaging. Regarding the clinical management of patients in the cohort, magnetic resonance imaging may help to differentiate general inflammation and specific neuro damage often associated with the evolution of different forms of HAND progression. Thus, the absence of lesions that could be precursors leading to neurocognitive disorders associated to HIV, that could be resulted from the action of small molecular neuropeptides, which thus, we hypothesized that the disorders can lead to the death of neurological, astrocytes and glial cells and may not be evidenced in imaging exams, even through volumetric quantification, only in the most advanced stages of neurologic injury can be identified. However, studies with a greater number of patients should be performed, mainly in the cerebrospinal fluid to study the biochemical and metabolic changes https://doi.org/10.11606/T.5.2022.tde-28072023-111610info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USP2023-12-21T20:21:02Zoai:teses.usp.br:tde-28072023-111610Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-12-22T13:26:52.894507Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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