Influência da umidade do solo sôbre a cultura da cebola (Allium cepa, L.)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Klar, Antonio Evaldo
Data de Publicação: 1967
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/0/tde-20240301-144005/
Resumo: O presente trabalho versa sobre a avaliação das influências de intervalos específicos de umidade do solo, sob condições de campo, sôbre alguns aspectos da cultura da cebola (Allium cepa L.), através do processo de bulbinhos. As investigações foram conduzidas nos anos de 1966 a 1967. Os experimentos foram instalados num solo classificado e mapeado pela COMISSÃO DE SOLOS (1960), ao nível de grande grupo, como pertencente à unidade taxonômica Latasol Vermelho-Escuro e à unidade de mapeamento Latosol Vermelho Escuro-Orto. Ao nível de série, RANZANI, FREIRE e KINJO (1966) classificaram-no e o denominaram como Série Luiz de Queiroz. No local de instalação dos ensaios, o solo apresenta-se decapitado e com uma declividade em tôrno de seis por cento. As condições relativas à evapotranspiração, durante os ensaios, foram avaliadas pelo processo de PENMAN­BAVEL (1956), enquadrando-se na classificação de DENMEAD e SHAW (1962), como intermediárias e são relativamente comparáveis aos resultados tabulados por MORETTI (1965), para um período de 18 anos, e para a época e região considerada. Escolheu-se uma linhagem da variedade Baía Periforme Precoce, selecionada no Instituto de Genética, em Piracicaba, pelas boas condições da adaptabilidade à região. A irrigação foi conduzida pelo método de sulcos de infiltração e as variações de umidade do solo foram estimadas às profundidades 0-20, 20-40 e 40-60cm, pelo método gravimétrico padrão (estufa a 105-110ºC, até pêso constante). Os ensaios foram delineados em blocos ao acaso, com quatro tratamentos que se distinguiram quanto ao níveis mínimos de umidade do solo, em 75, 50, 25 e 0 porcento do intervalo de água disponível. Os resultados obtidos proporcionaram conclusões, que devem ser consideradas dentro das limitações advindas das condições e métodos em que foram desenvolvidos os experimentos. Considerando-se o ciclo estudado da cultura, sob influência de diferentes variações de umidade do solo, verificou-se que certos aspectos são, distintamente, afetados e outros insensíveis. Conclui-se que aquêles encontraram melhores condições para o desenvolvimento, através da manutenção de teores de umidade do solo superiores a 75 por cento da água disponível, ou seja, tensões inferiores a 0,5 atmosfera, na camada 0-20 cm. As características da cultura que responderam, favoravelmente, a baixas tensões de umidade do solo constituíram-se dos seguintes: a) produção de bulbos; b) diâmetro de bulbo; c) diâmetro do talo; d) comprimento das folhas; e) peso das folhas. Por outro lado, as variações de umidade do solo, ocorrendo dentro do intervalo de água disponível, afetaram a cultura quanto aos seguintes aspectos: a) porcentagem de perfilhamentos e cebolões; b) número de folhas; c) incidência de Alternaria porri, Ellis; d) porcentagem de matéria sêca, nitrogênio fósforo, potássio, cálcio e magnésio; e) número de dias do ciclo vegetativo. Finalmente, para as condições de solo, clima e variedade, que circunstanciaram os ensaios, os resultados obtidos evidenciam, do ponto de vista da produção, a necessidade da aplicação de água complementar (irrigação) na condução da cultura da cebola, processo de bulbinhos. Naturalmente, essa aplicação dependerá de um planejamento, consubstanciado num teor ideal e pré estabelecido de umidade do solo, para atender a um desenvolvimento desejável das plantas, de acordo com uma interpretação econômica das relações produção, mercado e água de irrigação.
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