Do pulsional ao social: Nietzsche e as origens da genealogia
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-22022024-154400/ |
Resumo: | A tese pretende reconstruir alguns dos caminhos que conduziram Nietzsche até sua hipótese genealógica sobre as origens da moral europeia, cujos vestígios remetem às práticas ascéticas da renúncia de si. O problema do ascetismo como fundamento da moral conduz, invariavelmente, à metafísica da Vontade de Schopenhauer e às pontes estabelecidas por ele entre filosofia moral e teoria do conhecimento, em um diálogo rigoroso com a Fisiologia e a Anatomia Comparada. O retorno a Schopenhauer permite-nos compará-lo com a filosofia de Nietzsche e de seu uso estratégico do conhecimento científico, evidenciando as diferenças em relação aos pressupostos que sustentam o modelo fisiológico estabelecido por ele a partir da década de 1880. Por essa via, buscamos mostrar também como Nietzsche extrai seu conceito de experiência da Fisiologia originada da Medicina Experimental e na crítica à teleologia que percorre uma linhagem da Biologia. Assim, o contato com essas ciências permitiu a Nietzsche conceber uma crítica extramoral dos valores humanos, possibilitando também que uma origem histórica do ascetismo seja identificada por meio de um método histórico-pulsional, que critica tanto a conservação de si quanto a conservação da espécie como princípios de inteligibilidade de organização da vida. Na segunda parte, a tese se ocupa de alguns desdobramentos dessas hipóteses, especialmente em Além de bem e mal e Para uma genealogia da moral, obras que expõem a realização de um trajeto que culmina em um método que consegue extrair parentescos entre conceitos filosóficos, propondo também um novo modo de investigação que relaciona tanto indivíduo e sociedade quanto a filosofia e as peculiaridades de sua história |
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