Uma história das mulheres palestinas: dos salons aos primórdios da literatura de resistência

• Autor(a) principal: Matos, Soraya Misleh de
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
• Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8159/tde-05102022-155512/
• topic: Feminism; Feminismo; História; History; Literatura de resistência; Literature of Resistance; Memória; Memory; Mulheres; Palestina; Palestine; Salons; Salons; Women

Este trabalho investigou a participação das mulheres palestinas na literatura e na política entre a segunda metade do século XIX até os anos 1960. O período, que abrange acontecimentos chave que transformaram a realidade na Palestina, abarca dos salons (círculos literários) aos primórdios da adab al-mukawama (literatura de resistência). Partindo da observação de que há uma lacuna na historiografia sobre o tema com enfoque de gênero, em que as mulheres ou encontram-se marginalizadas ou invisibilizadas, as pesquisas realizadas possibilitaram jogar luz sobre este capítulo abrangente. Ao longo dos estudos, evidenciou-se seu protagonismo histórico, refletido em sua produção literária no período. Seus escritos, sejam poesias, contos, romances ou autobiografias, mostraram-se ademais uma janela para se entenderem tanto influências internas ou externas ao seu desenvolvimento quanto a evolução dos acontecimentos na Palestina. Ao trilhar esse caminho, ficou evidenciado que não raro a produção literária de mulheres palestinas, seja ficcional ou autobiográfica, desde as primeiras décadas do século XX, se entrecruza com seu envolvimento na política e, em especial no pós-Nakba, na resistência à ocupação israelense. Também se revelaram suas demandas próprias, ao encontro do denominado feminismo anticolonial, que considera indissociável a emancipação das mulheres e a libertação nacional. Preencher tais páginas fundamentais visa contribuir para avançar na desconstrução de estereótipos orientalistas que servem à colonização e para transformar a realidade