Entre as ruínas do muro: a história da geografia crítica sob a ótica da ideia de estrutura 

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pedrosa, Breno Viotto
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-24092013-102013/
Resumo: Esta tese busca analisar a história da geografia crítica na França e nos Estados Unidos, principalmente através da concepção de estrutura. A partir de uma compreensão preliminar dos geógrafos anarquistas do século XIX, seguimos para a análise do marxismo e do debate sobre o materialismo geográfico entre geopolíticos e intérpretes do pensamento marxiano na geografia. Após a limitação da possibilidade histórica do desenvolvimento de uma geografia de esquerda na Alemanha, nos voltamos para a análise da geografia francesa que interage com o marxismo devido à resistência ao nazismo e à necessidade de emancipar-se de algumas concepções do pensamento vidaliano. Acompanhamos, então, o rico desenvolvimento da geografia de esquerda como as análises de geografia urbana e econômica, assim como a introdução da temática do subdesenvolvimento. A geografia de esquerda desacelera-se com a crise do marxismo e a ascensão da nova geografia. Contudo, pouco tempo depois, o descrédito da geografia quantitativa, o contexto mundial de lutas revolucionárias e os eventos de maio de 68 fazem surgir a geografia crítica. No caso francês, exploramos as relações entre a geografia de esquerda e o surgimento da geografia crítica; para os Estados Unidos, tentamos demonstrar como alguns de seus desenvolvimentos originam-se da nova geografia quantitativa. Através do estruturalismo althusseriano e os intelectuais que o atacaram, surge o processo de transformação epistemológica e de instituicionalização em que geógrafos outrora marginalizados começam a integrar a academia e desfrutar de um grande capital cultural. No entanto, a institucionalização representa a normatização e a desradicalização. A ascensão do pós-modernismo conjuntamente ao esmorecimento do marxismo em âmbito internacional faz com que o projeto da geografia crítica altere-se profundamente, abrindo precedentes para a consolidação cada vez mais intensa do pós-estruturalismo no final da década de 1980.
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