Independência funcional do idoso com doença pulmonar obstrutiva crônica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ferreira, Viviane Cristine
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-14012011-094112/
Resumo: As transformações demográficas e epidemiológicas do século anterior trouxeram significativas modificações sociodemográficas e de saúde, em todo o mundo, com o aumento de idosos na população. Ao processo de envelhecimento pode estar associado às doenças crônicas não transmissíveis, dentre elas a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), um problema de saúde pública, parcialmente reversível, progressivo e incapacitante. Assim, os objetivos do estudo foram caracterizar os idosos com diagnóstico de DPOC nos estádios I a IV, atendidos no Ambulatório de Pneumologia Geral do HCFMRP/USP, segundo as variáveis sociodemográficas, história de tabagismo e condição de saúde; identificar o grau de independência funcional; identificar a presença de sintomas de depressão; analisar a correlação entre o grau de independência funcional, idade, número de morbidades, tempo e grau de DPOC e a associação entre a presença de sintomas de depressão, as variáveis sociodemográficas, o grau de DPOC e as comorbidades. Trata-se de um estudo descritivo, transversal e correlacional. A coleta dos dados ocorreu no período de março a maio de 2010. Utilizou-se um instrumento para caracterização da amostra, a Medida da Independência Funcional (MIF) e a Escala de rastreamento de sintomas depressivos (CES-D). Foram estudados 84 idosos, média de idade 70,4 anos (s=7,3); 61,9% homens; 51,2% casados; 36,9% viúvos; 36,9% sabiam ler e escrever informalmente/analfabetos; 82,8% eram aposentados; 73,2% recebiam um salário mínimo; 54,8% moravam com a família; 75% deixaram de fumar, 20,2% ainda fumavam e 4,8% nunca fumaram; a carga tabágica foi superior para os homens, sendo a diferença significativa (p<000,1); 100% tinham DPOC, 51,2% pressão alta, 39,3% problemas para dormir e 33,3 problemas cardíacos; a média de morbidades foi de 3,4(s=2,4); 41,7% referiram internação nos últimos 12 meses; 34,5% por exacerbação da DPOC e 34,3% por pneumonia. Houve predomínio da DPOC nos estádios III (40,5%) e II (35,7%), verificou-se prevalência de homens (79,5%) no estádio III e de mulheres (56,7%) no II; os homens apresentaram níveis de DPOC mais elevados que as mulheres, sendo a diferença estatisticamente significativa (p=0,05); tempo médio de DPOC foi 8,3 anos (s=6,4). O escore médio da MIF total foi 117,0 pontos; 96,4% com nível de Independência completa/modificada; a correlação de Pearson entre número de morbidade e MIF (total e motora) foi inversa e significativa (p=0,02). A CES-D classificou 71,4% com sintomas de depressão. Houve diferenças significativas entre presença de sintomas de depressão e as variáveis, sexo (p=0,01), estado conjugal (p=0,02) e problemas para dormir (p=0,01). O estudo revelou que a maioria dos idosos apresentava independência completa/modificada e presença de sintomas de depressão. Apesar de não ter encontrado diferenças significativas na correlação entre os escores da MIF e as variáveis, idade, tempo e grau de DPOC, bem como entre a associação de sintomas depressivos com idade, grau de DPOC e comorbidades, os resultados são relevantes para discussões entre os profissionais da área da saúde, uma vez que a identificação correta de fatores que podem influenciar no tratamento, reabilitação e qualidade de vida do idoso com DPOC torna efetiva as praticas assistenciais voltadas para as necessidades dos mesmos.
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Assim, os objetivos do estudo foram caracterizar os idosos com diagnóstico de DPOC nos estádios I a IV, atendidos no Ambulatório de Pneumologia Geral do HCFMRP/USP, segundo as variáveis sociodemográficas, história de tabagismo e condição de saúde; identificar o grau de independência funcional; identificar a presença de sintomas de depressão; analisar a correlação entre o grau de independência funcional, idade, número de morbidades, tempo e grau de DPOC e a associação entre a presença de sintomas de depressão, as variáveis sociodemográficas, o grau de DPOC e as comorbidades. Trata-se de um estudo descritivo, transversal e correlacional. A coleta dos dados ocorreu no período de março a maio de 2010. Utilizou-se um instrumento para caracterização da amostra, a Medida da Independência Funcional (MIF) e a Escala de rastreamento de sintomas depressivos (CES-D). Foram estudados 84 idosos, média de idade 70,4 anos (s=7,3); 61,9% homens; 51,2% casados; 36,9% viúvos; 36,9% sabiam ler e escrever informalmente/analfabetos; 82,8% eram aposentados; 73,2% recebiam um salário mínimo; 54,8% moravam com a família; 75% deixaram de fumar, 20,2% ainda fumavam e 4,8% nunca fumaram; a carga tabágica foi superior para os homens, sendo a diferença significativa (p<000,1); 100% tinham DPOC, 51,2% pressão alta, 39,3% problemas para dormir e 33,3 problemas cardíacos; a média de morbidades foi de 3,4(s=2,4); 41,7% referiram internação nos últimos 12 meses; 34,5% por exacerbação da DPOC e 34,3% por pneumonia. Houve predomínio da DPOC nos estádios III (40,5%) e II (35,7%), verificou-se prevalência de homens (79,5%) no estádio III e de mulheres (56,7%) no II; os homens apresentaram níveis de DPOC mais elevados que as mulheres, sendo a diferença estatisticamente significativa (p=0,05); tempo médio de DPOC foi 8,3 anos (s=6,4). O escore médio da MIF total foi 117,0 pontos; 96,4% com nível de Independência completa/modificada; a correlação de Pearson entre número de morbidade e MIF (total e motora) foi inversa e significativa (p=0,02). A CES-D classificou 71,4% com sintomas de depressão. Houve diferenças significativas entre presença de sintomas de depressão e as variáveis, sexo (p=0,01), estado conjugal (p=0,02) e problemas para dormir (p=0,01). O estudo revelou que a maioria dos idosos apresentava independência completa/modificada e presença de sintomas de depressão. Apesar de não ter encontrado diferenças significativas na correlação entre os escores da MIF e as variáveis, idade, tempo e grau de DPOC, bem como entre a associação de sintomas depressivos com idade, grau de DPOC e comorbidades, os resultados são relevantes para discussões entre os profissionais da área da saúde, uma vez que a identificação correta de fatores que podem influenciar no tratamento, reabilitação e qualidade de vida do idoso com DPOC torna efetiva as praticas assistenciais voltadas para as necessidades dos mesmos.The demographic and epidemiological transformations of the previous century brought significant sociodemographic and health changes, globally, with an increase of the elderly population. The aging process can be associated to non transmissible chronic diseases, among them the chronic obstructive pulmonary disease (COPD), which is a partially reversible, progressive and debilitating public health problem. Thus, this descriptive, cross-sectional and correlational study aimed to characterize the elderly with diagnosis of COPD at stages I to IV, who receive care at the Outpatient Clinic of General Pneumology of the Hospital das Clínicas of the University of São Paulo at Ribeirão Preto Medical School (HCFMRP/USP), according to sociodemographic variables, history of smoking and health conditions; to identify the degree of functional independence; to identify the presence of symptoms of depression; to analyze the correlation among the degree of functional independence, age, number of morbidities, time and stage of COPD and the association between the presence of symptoms of depression, the sociodemographic variables, the stage of COPD and the comorbidities. Data collection was carried out between March and May 2010. An instrument was used for the characterization of the sample, as well as the Measure of Functional Independence (MFI) and the Center for Epidemiologic Studies Depression Scale (CES-D). In total, 84 elderly adults were studied, with average age of 70.4 years (sd=7,3); 61.9% men; 51.2% married; 36.9% widower; 36.9% could read and write and were informally illiterate; 82.8% were retired; 73.2% received one minimum wage monthly; 54.8% lived with the family; 75% quit smoking, 20.2% still smoked and 4.8% never smoked; the tobacco load was higher for men, with significant difference (p<0.001); 100% had COPD, 51.2% had high blood pressure, 39.3% problems to sleep and 33.3 heart problems; the average of reported morbidities was 3.4 (sd=2.4); 41.7% reported being hospitalized in the last 12 months; 34.5% for aggravation of COPD and 34.3% pneumonia. There was predominance of COPD at stages III (40.5%) and stage II (35.7%), with prevalence of men (79.5%) at stage III and women (56.7%) at stage II; men presented higher levels of COPD than women, with statistically significant difference (p=0.05); average time of COPD was 8.3 years (sd=6.4). The average score of total MIF was 117.0 points; 96.4% with level of complete/altered independence; Person correlation between number of morbidity and MIF (total and motor) was inverse and significant (p=0.02). CES-D classified 71.4% of the participants with symptoms of depression. There were significant differences between the presence of symptoms of depression and the variables gender (p=0.01), marital status (p=0.02) and problems to sleep (p=0.01). The study revealed that most elderly adults presented complete/altered independence and presence of symptoms of depression. Although there were no significant differences between the correlation of the scores of MIF and the variables age, time and stage of COPD, as well as the association of depressive symptoms with age, stage of COPD and comorbidities, results are relevant for discussions among health professionals, once the correct identification of factors that can influence on the treatment, rehabilitation and quality of life of the elderly with COPD make care practices targeting the needs of the elderly more effective.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMarques, SueliFerreira, Viviane Cristine2010-12-02info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-14012011-094112/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:26Zoai:teses.usp.br:tde-14012011-094112Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:26Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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