Os salões da Belle Époque nas crônicas sociais de Marcel Proust e João do Rio
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8146/tde-24112016-130930/ |
Resumo: | Os salões eram considerados importantes locais de sociabilidade, onde eram travadas relações, alianças e casamentos desde o século XVIII. A crônica social, por sua vez, carrega a representação dessas sociabilidades para as páginas dos jornais e os torna espaço de reconhecimento da alta sociedade, descrevendo modas, frequentadores, acontecimentos e o próprio ambiente mundano. Através da análise comparativa desses textos produzidos por Marcel Proust e João do Rio, a presente pesquisa visa investigar esse gênero de grande destaque nos jornais e revistas da Belle Époque, tanto na França como no Brasil. Para isso, propomos, em primeiro lugar, uma contextualização histórico-cultural da alta sociedade, dos salões e da imprensa dos dois países. Em seguida, procuramos explorar os traços jornalísticos e literários presentes nas crônicas sociais. Como os escritores se serviam dos protocolos do suporte impresso? De que maneira os aspectos ficcionais são inseridos nessas seções dos periódicos? E por que? Como João do Rio produzia crônicas de salões em um país cuja população era majoritariamente formada por analfabetos? Esses foram alguns dos questionamentos levantados. Por meio de leituras sistemáticas, análises textuais e de gênero levando em conta o contexto dos jornais Le Figaro e Le Gaulois, no caso de Proust, e O Paiz, no caso de João do Rio, foi possível concluir que a crônica social é composta de uma tensão entre a tentativa de representar o esplendor dos salões da alta sociedade carioca e parisiense e a necessidade de responder às exigências midiáticas. Pode-se dizer que ambos compreendem o gênero e fazem bom uso tanto das regras midiáticas como de seus aspectos literários. Marcel Proust e João do Rio, apesar de estarem inseridos em cenários tão diversos, descrevem o ritual dos salões, cuja liturgia é conhecida e reconhecida pelos leitores e ainda inserem esse universo, ao mesmo tempo real e imaginado, entre as colunas econômicas e políticas. |
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Os salões da Belle Époque nas crônicas sociais de Marcel Proust e João do RioThe salons of the Belle Époque in the society pieces of Marcel Proust and João do RioBrazilian LiteratureComparative LiteratureCultural HistoryFrench LiteratureHistória culturalJornalismoJournalismLiteratura brasileiraLiteratura comparadaLiteratura francesaOs salões eram considerados importantes locais de sociabilidade, onde eram travadas relações, alianças e casamentos desde o século XVIII. A crônica social, por sua vez, carrega a representação dessas sociabilidades para as páginas dos jornais e os torna espaço de reconhecimento da alta sociedade, descrevendo modas, frequentadores, acontecimentos e o próprio ambiente mundano. Através da análise comparativa desses textos produzidos por Marcel Proust e João do Rio, a presente pesquisa visa investigar esse gênero de grande destaque nos jornais e revistas da Belle Époque, tanto na França como no Brasil. Para isso, propomos, em primeiro lugar, uma contextualização histórico-cultural da alta sociedade, dos salões e da imprensa dos dois países. Em seguida, procuramos explorar os traços jornalísticos e literários presentes nas crônicas sociais. Como os escritores se serviam dos protocolos do suporte impresso? De que maneira os aspectos ficcionais são inseridos nessas seções dos periódicos? E por que? Como João do Rio produzia crônicas de salões em um país cuja população era majoritariamente formada por analfabetos? Esses foram alguns dos questionamentos levantados. Por meio de leituras sistemáticas, análises textuais e de gênero levando em conta o contexto dos jornais Le Figaro e Le Gaulois, no caso de Proust, e O Paiz, no caso de João do Rio, foi possível concluir que a crônica social é composta de uma tensão entre a tentativa de representar o esplendor dos salões da alta sociedade carioca e parisiense e a necessidade de responder às exigências midiáticas. Pode-se dizer que ambos compreendem o gênero e fazem bom uso tanto das regras midiáticas como de seus aspectos literários. Marcel Proust e João do Rio, apesar de estarem inseridos em cenários tão diversos, descrevem o ritual dos salões, cuja liturgia é conhecida e reconhecida pelos leitores e ainda inserem esse universo, ao mesmo tempo real e imaginado, entre as colunas econômicas e políticas.The salons were considered important sociability places, where relationships and alliances were settled and marriages arranged since the 18th century. The social article, in its turn, lead the representation of this sociability to the newspapers pages, turning them into a space of recognition for the high society, describing the fashion, the public, the events and the very worldliness ambiance. Through the comparative analysis of the texts by Marcel Proust and João do Rio, the present research intends to investigate this genre of great preeminence in newspapers and magazines form the Belle Époque in France and Brazil. In order to do so, we provide, in the first place, a historical and cultural context of the high society, the salons and the press from both countries. Then, we will exploit the journalistic and literary traits in the social articles. How did the writers take advantage of the printed media protocols? How fictional traits were inserted in these sections of the newspapers and why? How did João do Rio write salon articles in a country whose population was predominantly illiterate? Those were a few of the questions raised. Through systematic readings and analysis of text and genre on the newspapers Le Figaro and Le Gaulois regarding Proust, and O Paiz in the case of João do Rio, we were able to infer that the society pieces were made from a tension between the attempt to represent the Carioca and Parisian high societies salons splendor and the need to supply the demands of the media. We can state that both authors understand the genre and make good use of its rules and literary traits. Marcel Proust and João do Rio, despite being inserted in such different contexts, describe the salons rituals whose liturgy is know and acknowledged by its readers and yet place them into this universe, at the same time real and imagined, between economy and politics columns.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPAlmeida, Alexandre Bebiano deMorizono, Vivian Yoshie Martins2016-09-19info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8146/tde-24112016-130930/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-10-09T13:16:04Zoai:teses.usp.br:tde-24112016-130930Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-10-09T13:16:04Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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