Estudo das subclasses de IgG anti-P. falciparum durante a evolução de malária não complicada

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Coura, Kelly Dias
Data de Publicação: 2004
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-13102014-102157/
Resumo: O desenvolvimento de imunidade naturalmente adquirida na malária é lento e depende de fatores como o número de malárias prévias, intervalo entre cada malária, exposição a variantes antigênicas múltiplas e idade do indivíduo. Mecanismos imunes efetores dependentes de anticorpos são importantes no desenvolvimento dessa imunidade. Vários estudos têm mostrado que as subclasses IgG1 e IgG3 anti-P. falciparum, conhecidas por sua ação citofílica, são anticorpos protetores, enquanto anticorpos não citofílicos como IgG4 reconhecendo os mesmos epítopos seriam bloqueadores dos mecanismos protetores. Dados recentes sugerem que sob determinadas condições, IgG2 também pode ter ação citoíflica e participar da proteção na malária. Neste trabalho, nós estudamos pela primeira vez, a evolução das subclasses de IgG contra formas eritrocitárias de P. falciparum de pacientes com malária falciparum não complicada internados em hospital por até 42 dias, sob tratamento com mefloquina. As subclasses de IgG foram avaliadas por ELISA em 48 pacientes (7 amostras de soro de cada um colhidas nos tempos 0h, 48h, 7, 14, 28, 35 e 42 dias), quanto à quantidade (concentração, ug/ml; índices de reatividade, IR; ou em freqüência, %) e quanto à avidez dos anticorpos (índice de avidez, IA). Amostras de soro de 14 pacientes (tempos: 0, 48h, 7, 21 e 28 dias) também foram avaliadas quanto à especificidade e a avidez de reconhecimento das diferentes bandas protéicas do antígeno de P. falciparum por Immunoblotting. As subclasses IgG1, IgG2, IgG3 e IgG4 anti-P. falciparum, na maioria de alta avidez, estavam presentes no início do tratamento, respectivamente, em 100%, 39,5%, 80,6% e 28,4% dos pacientes e com concentrações médias de 20, 2; 3,8; 1,5 e 0,05 ?g/mL. As concentrações máximas das subclasses de IgG foram alcançadas no 7o dia, e os IAs máximos de IgG1 e IgG3 foram alcançados no 7o dia, e os de IgG2 no 14o dia e os de IgG4 no 2o dia. A concentração inicial dos anticorpos IgG3 anti-P. falciparum apresentou correlação negativa com o tempo de clareamento parasitário (TCP) e a relação das somas dos anticorpos IgG1, IgG2 e IgG3 pelos níveis de IgG4 se correlacionaram negativamente com a parasitemia inicial. No Immunoblotting, foram identificadas frações protéicas que podem estar relacionadas com o reconhecimento imune protetor, por serem reconhecidas pelas subclasses IgG1, IgG2 e IgG3 e não reconhecidas ou reconhecidas tardiamente por IgG4: 125, 96, 86, 75, 55 e 47 kDa. A resposta predominante das subclasses IgG1, IgG2 e IgG3 observada nestes pacientes, todos com malária não complicada, pode indicar que esses anticorpos estão cooperando para o controle de formas graves da doença e refletirem um certo grau de desenvolvimento de imunidade adquirida
id USP_5e4dde30cc35dae06b265e615e694646
oai_identifier_str oai:teses.usp.br:tde-13102014-102157
network_acronym_str USP
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository_id_str 2721
spelling Estudo das subclasses de IgG anti-P. falciparum durante a evolução de malária não complicadaStudy of the reactivity of anti-P. falciparum IgG subclasses folowing up uncomplicated malaria falciparumAdaptive immunityAutoantibodiesAutoanticorposImunidade adaptativaMalaria falciparumMalária falciparumO desenvolvimento de imunidade naturalmente adquirida na malária é lento e depende de fatores como o número de malárias prévias, intervalo entre cada malária, exposição a variantes antigênicas múltiplas e idade do indivíduo. Mecanismos imunes efetores dependentes de anticorpos são importantes no desenvolvimento dessa imunidade. Vários estudos têm mostrado que as subclasses IgG1 e IgG3 anti-P. falciparum, conhecidas por sua ação citofílica, são anticorpos protetores, enquanto anticorpos não citofílicos como IgG4 reconhecendo os mesmos epítopos seriam bloqueadores dos mecanismos protetores. Dados recentes sugerem que sob determinadas condições, IgG2 também pode ter ação citoíflica e participar da proteção na malária. Neste trabalho, nós estudamos pela primeira vez, a evolução das subclasses de IgG contra formas eritrocitárias de P. falciparum de pacientes com malária falciparum não complicada internados em hospital por até 42 dias, sob tratamento com mefloquina. As subclasses de IgG foram avaliadas por ELISA em 48 pacientes (7 amostras de soro de cada um colhidas nos tempos 0h, 48h, 7, 14, 28, 35 e 42 dias), quanto à quantidade (concentração, ug/ml; índices de reatividade, IR; ou em freqüência, %) e quanto à avidez dos anticorpos (índice de avidez, IA). Amostras de soro de 14 pacientes (tempos: 0, 48h, 7, 21 e 28 dias) também foram avaliadas quanto à especificidade e a avidez de reconhecimento das diferentes bandas protéicas do antígeno de P. falciparum por Immunoblotting. As subclasses IgG1, IgG2, IgG3 e IgG4 anti-P. falciparum, na maioria de alta avidez, estavam presentes no início do tratamento, respectivamente, em 100%, 39,5%, 80,6% e 28,4% dos pacientes e com concentrações médias de 20, 2; 3,8; 1,5 e 0,05 ?g/mL. As concentrações máximas das subclasses de IgG foram alcançadas no 7o dia, e os IAs máximos de IgG1 e IgG3 foram alcançados no 7o dia, e os de IgG2 no 14o dia e os de IgG4 no 2o dia. A concentração inicial dos anticorpos IgG3 anti-P. falciparum apresentou correlação negativa com o tempo de clareamento parasitário (TCP) e a relação das somas dos anticorpos IgG1, IgG2 e IgG3 pelos níveis de IgG4 se correlacionaram negativamente com a parasitemia inicial. No Immunoblotting, foram identificadas frações protéicas que podem estar relacionadas com o reconhecimento imune protetor, por serem reconhecidas pelas subclasses IgG1, IgG2 e IgG3 e não reconhecidas ou reconhecidas tardiamente por IgG4: 125, 96, 86, 75, 55 e 47 kDa. A resposta predominante das subclasses IgG1, IgG2 e IgG3 observada nestes pacientes, todos com malária não complicada, pode indicar que esses anticorpos estão cooperando para o controle de formas graves da doença e refletirem um certo grau de desenvolvimento de imunidade adquiridaThe development of naturally acquired immunity to malaria is slow and depends of several factors as number of previous malaria, interval between each malaria attack, exposure to parasite multiple antigen variant and ageassociated maturation of the immune system. Antibody-dependent effector immune mechanisms are believed to be important to the protective immunity. A number of studies have showed that anti-P. falciparum IgG1 and IG3, named cytophilic antibodies, are protective, whereas the noncytophilic, IgG4, that recognize the same epitopes may block the protective mechanisms. Recent data have suggested that in certain situations, IgG2 can also act as cytophilic and to cooperate in protection. In this work, we have studied, for the first time, the evolution of the IgG subclasses against P. falciparum blood stages in uncomplicated falciparum malaria patients taken into hospital upon mefloquine treatment and followed up 42 days. These antibodies were determined by ELISA in 48 patients (7 serum samples from each patient collected in different times: 0h, 48h, 7, 14, 28, 35 and 42 days). The results were expressed in concentration (ug/ml), index of reactivity (IR) or frequency (%) and the avidity were expressed as index of avidity (IA). Serum samples 14 patients (time of collection: 0, 48h, 7, 21 and 42 days) were also evaluated by Immunoblotting as their specificity and avidity against different proteins of the P. falciparum blood stages The subclasses Anti-P. falciparum IgG1, IgG2, IgG3 and IgG4, high avidity predominantly, were present since the beginning of the treatment, respectively, in 100%, 39,5%, 80,6% and 28,4% of the patients with the following concentrations: 20, 2; 3,8; 1,5 and 0,05 ?g/mL. The highest concentrations were reached at day 7, and IgG1 and the highest IgG3 IAs were reached at day 7, and the highest IgG2 IAs at day 14 and the highest IgG4 IAs at day 2. The initial concentration of anti-P. falciparum IgG3 showed a negative correlation with the parasitemia clearance time (PCT) and the ratio between the sum of IgG1, IgG2 and IgG3 levels to IgG4 levels was negatively correlated with the initial parasitemia. Six protein fractions were identified by the Immunoblotting that can be related to protective immune recognition, because they were recognized by IgG1, IgG2 and IgG3 antibodies and not or only later recognized by IgG4 antibodies: 125, 96, 86, 75, 55 and 47 kDa. The predominant IgG1, IgG2 and IgG3 responses observed in these uncomplicated malaria patients may suggest that these antibodies are cooperating to the control of severe disease and reflecting a certain development of protective immunityBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMoraes, Sandra do LagoCoura, Kelly Dias2004-12-14info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-13102014-102157/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:11:55Zoai:teses.usp.br:tde-13102014-102157Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:11:55Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv Estudo das subclasses de IgG anti-P. falciparum durante a evolução de malária não complicada
Study of the reactivity of anti-P. falciparum IgG subclasses folowing up uncomplicated malaria falciparum
title Estudo das subclasses de IgG anti-P. falciparum durante a evolução de malária não complicada
spellingShingle Estudo das subclasses de IgG anti-P. falciparum durante a evolução de malária não complicada
Coura, Kelly Dias
Adaptive immunity
Autoantibodies
Autoanticorpos
Imunidade adaptativa
Malaria falciparum
Malária falciparum
title_short Estudo das subclasses de IgG anti-P. falciparum durante a evolução de malária não complicada
title_full Estudo das subclasses de IgG anti-P. falciparum durante a evolução de malária não complicada
title_fullStr Estudo das subclasses de IgG anti-P. falciparum durante a evolução de malária não complicada
title_full_unstemmed Estudo das subclasses de IgG anti-P. falciparum durante a evolução de malária não complicada
title_sort Estudo das subclasses de IgG anti-P. falciparum durante a evolução de malária não complicada
author Coura, Kelly Dias
author_facet Coura, Kelly Dias
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Moraes, Sandra do Lago
dc.contributor.author.fl_str_mv Coura, Kelly Dias
dc.subject.por.fl_str_mv Adaptive immunity
Autoantibodies
Autoanticorpos
Imunidade adaptativa
Malaria falciparum
Malária falciparum
topic Adaptive immunity
Autoantibodies
Autoanticorpos
Imunidade adaptativa
Malaria falciparum
Malária falciparum
description O desenvolvimento de imunidade naturalmente adquirida na malária é lento e depende de fatores como o número de malárias prévias, intervalo entre cada malária, exposição a variantes antigênicas múltiplas e idade do indivíduo. Mecanismos imunes efetores dependentes de anticorpos são importantes no desenvolvimento dessa imunidade. Vários estudos têm mostrado que as subclasses IgG1 e IgG3 anti-P. falciparum, conhecidas por sua ação citofílica, são anticorpos protetores, enquanto anticorpos não citofílicos como IgG4 reconhecendo os mesmos epítopos seriam bloqueadores dos mecanismos protetores. Dados recentes sugerem que sob determinadas condições, IgG2 também pode ter ação citoíflica e participar da proteção na malária. Neste trabalho, nós estudamos pela primeira vez, a evolução das subclasses de IgG contra formas eritrocitárias de P. falciparum de pacientes com malária falciparum não complicada internados em hospital por até 42 dias, sob tratamento com mefloquina. As subclasses de IgG foram avaliadas por ELISA em 48 pacientes (7 amostras de soro de cada um colhidas nos tempos 0h, 48h, 7, 14, 28, 35 e 42 dias), quanto à quantidade (concentração, ug/ml; índices de reatividade, IR; ou em freqüência, %) e quanto à avidez dos anticorpos (índice de avidez, IA). Amostras de soro de 14 pacientes (tempos: 0, 48h, 7, 21 e 28 dias) também foram avaliadas quanto à especificidade e a avidez de reconhecimento das diferentes bandas protéicas do antígeno de P. falciparum por Immunoblotting. As subclasses IgG1, IgG2, IgG3 e IgG4 anti-P. falciparum, na maioria de alta avidez, estavam presentes no início do tratamento, respectivamente, em 100%, 39,5%, 80,6% e 28,4% dos pacientes e com concentrações médias de 20, 2; 3,8; 1,5 e 0,05 ?g/mL. As concentrações máximas das subclasses de IgG foram alcançadas no 7o dia, e os IAs máximos de IgG1 e IgG3 foram alcançados no 7o dia, e os de IgG2 no 14o dia e os de IgG4 no 2o dia. A concentração inicial dos anticorpos IgG3 anti-P. falciparum apresentou correlação negativa com o tempo de clareamento parasitário (TCP) e a relação das somas dos anticorpos IgG1, IgG2 e IgG3 pelos níveis de IgG4 se correlacionaram negativamente com a parasitemia inicial. No Immunoblotting, foram identificadas frações protéicas que podem estar relacionadas com o reconhecimento imune protetor, por serem reconhecidas pelas subclasses IgG1, IgG2 e IgG3 e não reconhecidas ou reconhecidas tardiamente por IgG4: 125, 96, 86, 75, 55 e 47 kDa. A resposta predominante das subclasses IgG1, IgG2 e IgG3 observada nestes pacientes, todos com malária não complicada, pode indicar que esses anticorpos estão cooperando para o controle de formas graves da doença e refletirem um certo grau de desenvolvimento de imunidade adquirida
publishDate 2004
dc.date.none.fl_str_mv 2004-12-14
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-13102014-102157/
url http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-13102014-102157/
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv
dc.rights.driver.fl_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.coverage.none.fl_str_mv
dc.publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
dc.source.none.fl_str_mv
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br
_version_ 1809090691127574528