Segurança de bebês prematuros no domicílio: cuidados parentais e estímulo ao desenvolvimento infantil

• Autor(a) principal: Pancieri, Letícia
• Data de Publicação: 2019
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
• Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-24032022-104345/
• topic: Atenção Primária à Saúde; Child health; Enfermagem; Nursing; Parentalidade; Parenting; Premature; Prematuro; Primary Health; Saúde da criança

O cuidado cotidiano de crianças prematuras e os estímulos apropriados realizados pelos cuidadores parentais são de extrema importância para o seu desenvolvimento e segurança no domicílio. A presente investigação tem por objetivo geral analisar os aspectos sobre a segurança em domicílio de crianças que nasceram com idade gestacional inferior a 32 semanas na perspectiva de cuidadores parentais, para fornecer subsídios ao seguimento longitudinal e à promoção do desenvolvimento infantil no contexto da atenção primária à saúde. Esta pesquisa tem como alicerce o quadro teórico das Vulnerabilidades em Saúde e das Necessidades Essenciais da Criança. Trata-se de uma investigação qualitativa, na perspectiva da Hermenêutica Filosófica Gadameriana, realizada a partir de entrevistas semiestruturadas com 18 cuidadores parentais (04 pais e 14 mães) de 15 bebês prematuros menores de um ano de idade cronológica e que nasceram no ano de 2017 no município de São Carlos-SP-Brasil. A coleta dos dados ocorreu no período de janeiro a março de 2018. Para análise e organização dos dados foi adotada a análise temática do tipo indutiva. Os resultados trazem as peculiaridades da chegada do bebê nascido prematuro no domicílio após a alta hospitalar, a busca pelo cuidado seguro, as fontes de apoio para o cuidado domiciliar, cuidados especiais ao bebê prematuro e o desenvolvimento do papel parental, que formam um conjunto de elementos inerentes ao processo de segurança da criança e seus cuidadores para o exercício do cuidado em domicílio. A tentativa de reprodução no domicílio das práticas que eram realizadas no hospital sugere permitir mais segurança aos cuidadores parentais, mas também pode cerca-los de insegurança para construir a parentalidade. A busca por informações em mídias digitais indica um modo de socialização que os cuidadores utilizaram para amparar o cuidado domiciliar, que sugere ser um importante sublimador da situação de vulnerabilidade do bebê prematuro, mas a vulnerabilidade à informações incorretas pode estar presente. Foram apreendidos dois períodos de transição do cuidado em domicílio. Um primeiro período entre a alta hospitalar e as primeiras reorganizações das ações cuidativas com o bebê prematuro em domicílio. Outro momento de transição caracteriza-se por certa ambiguidade, pela identificação de sinais que denotam a superação das condições clínicas iniciais da prematuridade, mas também há superproteção da criança por parte dos cuidadores parentais. Ambos os momentos de transição são de extrema relevância para incluir cuidados seguros e de proteção adequada ao crescimento e desenvolvimento da criança. A estimulação neuromotora positiva, o afeto e a interação ativa da família com o bebê são relevantes de serem percebidos como ligados ao desenvolvimento da criança. A segurança da criança nascida prematura mostrou-se relacionada aos cuidados que visam diminuir ou eliminar as circunstâncias de vulnerabilidade. Tais elementos configuram a necessidade de vigilância para um cuidado desenvolvimental seguro ao bebê prematuro e que precisam ser reforçados na atenção domiciliar, para incrementar os cuidados específicos que envolvem as peculiaridades da proteção integral da criança, evitando acidentes e adoecimentos e, sobretudo, impulsionar os cuidados relacionados aos estímulos adequados ao desenvolvimento infantil. Aspectos relacionados às necessidades essenciais das crianças têm potencial para influenciar positivamente nos cuidados contínuos seguros exercidos pelos cuidadores parentais, para promover o desenvolvimento saudável do bebê prematuro durante o primeiro ano de vida e a segurança no seguimento logitudinal.