Relação entre parâmetros hemostáticos, evolução clínica e desfecho de pacientes diagnosticados com sepse
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22134/tde-06072020-135112/ |
Resumo: | Sepse é definida como uma resposta inflamatória sistêmica frente a um microrganismo, sendo uma das principais causas de morte em pacientes internados em unidades de terapia intensiva (UTI). Na sepse, a cascata de coagulação é ativada, contribuindo na formação de tromboembolismo venoso localizado e coagulação intravascular disseminada, uma das responsáveis pela síndrome da disfunção orgânica múltipla; além disso, o consumo de plaquetas e de proteínas de coagulação pode resultar em hemorragias graves. Pacientes com sepse internados em UTI têm como principais prestadores de assistência a equipe de enfermagem que pode ter suas atividades organizadas pela Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE). A SAE possibilita perspectivas em relação ao cuidado, guia e normatiza mais precisamente a assistência de enfermagem direcionando a resolução dos problemas dos pacientes, pois mobiliza competências profissionais específicas no cuidado, resultando na qualidade da assistência. Esse estudo objetivou avaliar a relação de dois componentes do sistema hemostático (contagem de plaquetas e International Normalized Ratio - INR) com a gravidade clínica e com o desfecho em pacientes diagnosticados com sepse internados na UTI. Trata-se de um estudo quantitativo, exploratório e correlacional no qual os dados foram coletados de maneira pregressa. O estudo desenvolveu-se num hospital público de cuidados de alta complexidade em nível ambulatorial e hospitalar, por meio da análise de prontuários de pacientes diagnosticados com sepse internados na UTI no período de janeiro a dezembro de 2017. As variáveis relacionadas às características sócio- demográficas, clínicas e o tempo de assistência de enfermagem foram coletadas do prontuário eletrônico dos pacientes utilizando-se formulário específico. Foram incluídos 176 prontuários. Não foram observadas diferenças estatisticamente significantes em relação ao sexo, idade ou raça dos pacientes, contudo, os resultados mostram que pacientes com desfecho óbito apresentaram piores valores dos parâmetros clínicos e laboratoriais, demandaram mais cuidados de enfermagem e apresentaram contagem de plaquetas menor e INR maior do que os pacientes que tiveram alta; além disso, observou-se que a contagem de plaquetas <100.000 mm3 e o INR>1,5 estão associados à maior frequência do desfecho óbito. Foi analisada a capacidade da contagem de plaquetas e do INR para predizerem o óbito por meio de uma curva ROC que indicaram a contagem de plaquetas como um preditor não adequado e o INR um preditor fraco para o desfecho óbito. Assim, este estudo mostrou que os pacientes diagnosticados com sepse que foram a óbito apresentaram maior comprometimento orgânico e demandaram mais cuidados de enfermagem do que aqueles que tiveram como desfecho a alta hospitalar, além disso, a contagem de plaquetas e o INR indicam um comprometimento do sistema hemostático, sinalizando um quadro fibrinolítico. Tanto a contagem de plaquetas quanto o INR foram associados ao óbito, no entanto, não se mostraram bons preditores para tal. O dimensionamento do trabalho de enfermagem utilizando o NAS, a avaliação dos exames laboratoriais e da gravidade através dos SAPS 3, realizados pelo enfermeiro com conhecimento específico, facilita a elaboração e evolução da SAE. Quanto mais dados, mais acurada a análise, levando a modificações do planejamento da assistência de enfermagem |
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Relação entre parâmetros hemostáticos, evolução clínica e desfecho de pacientes diagnosticados com sepseRelationship between hemostatic parameters, clinical evolution and outcome of patients diagnosed with sepsisChoque sépticoINRINRNASNASPlaquetasPlateletsSAPS 3SAPS 3SepseSepsisSeptic shockSepse é definida como uma resposta inflamatória sistêmica frente a um microrganismo, sendo uma das principais causas de morte em pacientes internados em unidades de terapia intensiva (UTI). Na sepse, a cascata de coagulação é ativada, contribuindo na formação de tromboembolismo venoso localizado e coagulação intravascular disseminada, uma das responsáveis pela síndrome da disfunção orgânica múltipla; além disso, o consumo de plaquetas e de proteínas de coagulação pode resultar em hemorragias graves. Pacientes com sepse internados em UTI têm como principais prestadores de assistência a equipe de enfermagem que pode ter suas atividades organizadas pela Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE). A SAE possibilita perspectivas em relação ao cuidado, guia e normatiza mais precisamente a assistência de enfermagem direcionando a resolução dos problemas dos pacientes, pois mobiliza competências profissionais específicas no cuidado, resultando na qualidade da assistência. Esse estudo objetivou avaliar a relação de dois componentes do sistema hemostático (contagem de plaquetas e International Normalized Ratio - INR) com a gravidade clínica e com o desfecho em pacientes diagnosticados com sepse internados na UTI. Trata-se de um estudo quantitativo, exploratório e correlacional no qual os dados foram coletados de maneira pregressa. O estudo desenvolveu-se num hospital público de cuidados de alta complexidade em nível ambulatorial e hospitalar, por meio da análise de prontuários de pacientes diagnosticados com sepse internados na UTI no período de janeiro a dezembro de 2017. As variáveis relacionadas às características sócio- demográficas, clínicas e o tempo de assistência de enfermagem foram coletadas do prontuário eletrônico dos pacientes utilizando-se formulário específico. Foram incluídos 176 prontuários. Não foram observadas diferenças estatisticamente significantes em relação ao sexo, idade ou raça dos pacientes, contudo, os resultados mostram que pacientes com desfecho óbito apresentaram piores valores dos parâmetros clínicos e laboratoriais, demandaram mais cuidados de enfermagem e apresentaram contagem de plaquetas menor e INR maior do que os pacientes que tiveram alta; além disso, observou-se que a contagem de plaquetas <100.000 mm3 e o INR>1,5 estão associados à maior frequência do desfecho óbito. Foi analisada a capacidade da contagem de plaquetas e do INR para predizerem o óbito por meio de uma curva ROC que indicaram a contagem de plaquetas como um preditor não adequado e o INR um preditor fraco para o desfecho óbito. Assim, este estudo mostrou que os pacientes diagnosticados com sepse que foram a óbito apresentaram maior comprometimento orgânico e demandaram mais cuidados de enfermagem do que aqueles que tiveram como desfecho a alta hospitalar, além disso, a contagem de plaquetas e o INR indicam um comprometimento do sistema hemostático, sinalizando um quadro fibrinolítico. Tanto a contagem de plaquetas quanto o INR foram associados ao óbito, no entanto, não se mostraram bons preditores para tal. O dimensionamento do trabalho de enfermagem utilizando o NAS, a avaliação dos exames laboratoriais e da gravidade através dos SAPS 3, realizados pelo enfermeiro com conhecimento específico, facilita a elaboração e evolução da SAE. Quanto mais dados, mais acurada a análise, levando a modificações do planejamento da assistência de enfermagemSepsis is defined as a systemic inflammatory response to a microorganism, being a major cause of death in intensive care unit (ICU) patients. In sepsis, the coagulation cascade is activated, contributing to the formation of localized venous thromboembolism and disseminated intravascular coagulation, one of the causes of multiple organ dysfunction syndrome. In addition, the consumption of platelets and coagulation proteins may result in serious bleeding. Patients with sepsis admitted to the ICU have, as their main care providers, the nursing staff that may have their activities organized by the Nursing Care Systematization (NCS). NCS provides perspectives regarding care, guides and regulates more precisely nursing care, directing the resolution of patients\' problems, as it mobilizes specific professional skills in care, resulting in the quality of care. This study aimed to evaluate the relationship of two components of the hemostatic system (platelet count and International Normalized Ratio - INR) with clinical severity and outcome in patients diagnosed with ICU sepsis. This is a quantitative, exploratory and correlational study in which data were previously collected. The study was developed in a public hospital of high complexity care at the outpatient and inpatient level through the analysis of medical records of patients diagnosed with sepsis admitted to the ICU from January to December 2017. The variables related to socio-demographic, clinical characteristics and length of nursing care were collected from the patients\' electronic medical records using a specific form. We included 176 medical records. No statistically significant differences were observed regarding gender, age or race of patients; however, the results show that patients with death outcome had worse clinical and laboratory parameter values, required more nursing care and had lower platelet count and higher INR than patients who were discharged; in addition, platelet counts <100,000 mm3 and INR> 1.5 were associated with a higher frequency of death outcome. We analyzed the ability of platelet count and INR to predict death by means of a ROC curve that indicated platelet count as an inadequate predictor and INR as a weak predictor of death outcome. Thus, this study showed that patients diagnosed with sepsis who died had greater organic impairment and demanded more nursing care than those who were discharged from the hospital. In addition, the platelet counts and INR indicate a compromised hemostatic system, signaling a fibrinolytic picture. Both platelet count and INR were associated with death; however, they were not good predictors for it. The dimensioning of nursing work using the NAS, the evaluation of laboratory tests and severity on SAPS 3, performed by a nurse with specific knowledge, facilitates the elaboration and evolution of the NCS. The more data, the more accurate the analysis, leading to changes in nursing care planningBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPStabile, Angelita MariaFernandes, Igor Alexandre2020-03-19info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22134/tde-06072020-135112/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2020-07-09T00:38:02Zoai:teses.usp.br:tde-06072020-135112Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212020-07-09T00:38:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Sepse é definida como uma resposta inflamatória sistêmica frente a um microrganismo, sendo uma das principais causas de morte em pacientes internados em unidades de terapia intensiva (UTI). Na sepse, a cascata de coagulação é ativada, contribuindo na formação de tromboembolismo venoso localizado e coagulação intravascular disseminada, uma das responsáveis pela síndrome da disfunção orgânica múltipla; além disso, o consumo de plaquetas e de proteínas de coagulação pode resultar em hemorragias graves. Pacientes com sepse internados em UTI têm como principais prestadores de assistência a equipe de enfermagem que pode ter suas atividades organizadas pela Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE). A SAE possibilita perspectivas em relação ao cuidado, guia e normatiza mais precisamente a assistência de enfermagem direcionando a resolução dos problemas dos pacientes, pois mobiliza competências profissionais específicas no cuidado, resultando na qualidade da assistência. Esse estudo objetivou avaliar a relação de dois componentes do sistema hemostático (contagem de plaquetas e International Normalized Ratio - INR) com a gravidade clínica e com o desfecho em pacientes diagnosticados com sepse internados na UTI. Trata-se de um estudo quantitativo, exploratório e correlacional no qual os dados foram coletados de maneira pregressa. O estudo desenvolveu-se num hospital público de cuidados de alta complexidade em nível ambulatorial e hospitalar, por meio da análise de prontuários de pacientes diagnosticados com sepse internados na UTI no período de janeiro a dezembro de 2017. As variáveis relacionadas às características sócio- demográficas, clínicas e o tempo de assistência de enfermagem foram coletadas do prontuário eletrônico dos pacientes utilizando-se formulário específico. Foram incluídos 176 prontuários. Não foram observadas diferenças estatisticamente significantes em relação ao sexo, idade ou raça dos pacientes, contudo, os resultados mostram que pacientes com desfecho óbito apresentaram piores valores dos parâmetros clínicos e laboratoriais, demandaram mais cuidados de enfermagem e apresentaram contagem de plaquetas menor e INR maior do que os pacientes que tiveram alta; além disso, observou-se que a contagem de plaquetas <100.000 mm3 e o INR>1,5 estão associados à maior frequência do desfecho óbito. Foi analisada a capacidade da contagem de plaquetas e do INR para predizerem o óbito por meio de uma curva ROC que indicaram a contagem de plaquetas como um preditor não adequado e o INR um preditor fraco para o desfecho óbito. Assim, este estudo mostrou que os pacientes diagnosticados com sepse que foram a óbito apresentaram maior comprometimento orgânico e demandaram mais cuidados de enfermagem do que aqueles que tiveram como desfecho a alta hospitalar, além disso, a contagem de plaquetas e o INR indicam um comprometimento do sistema hemostático, sinalizando um quadro fibrinolítico. Tanto a contagem de plaquetas quanto o INR foram associados ao óbito, no entanto, não se mostraram bons preditores para tal. O dimensionamento do trabalho de enfermagem utilizando o NAS, a avaliação dos exames laboratoriais e da gravidade através dos SAPS 3, realizados pelo enfermeiro com conhecimento específico, facilita a elaboração e evolução da SAE. Quanto mais dados, mais acurada a análise, levando a modificações do planejamento da assistência de enfermagem |
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