A organização temporal do trabalho e exposição à luz e suas repercussões no ciclo vigília-sono e secreção de melatonina de trabalhadores de uma reserva extrativista amazônica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Vasconcelos, Suleima Pedroza
Data de Publicação: 2014
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6134/tde-09022015-084121/
Resumo: Objetivo Investigar a associação dos horários de trabalho e padrões de exposição à luz com ciclo vigília-sono e secreção de melatonina em trabalhadores da Reserva Extrativista Chico Mendes. Método Estudo transversal realizado no município de Xapuri, Acre, com 340 seringueiros e 148 trabalhadores uma fábrica de preservativos (46 trabalhadores administrativos e 102 operários). Na primeira etapa do estudo foram coletados, por meio de questionários, dados sociodemográficos, hábitos de vida, condições de trabalho, padrões de sono, preferência diurna, perfil cronobiológico (cronotipo), morbidades referidas e relato de dores musculoesqueléticas. Na segunda etapa do estudo, observando critérios de exclusão, foram selecionados 62 trabalhadores (42 seringueiros e 20 operários). Nesta etapa, seringueiros e operários foram acompanhados por 21 dias e 10 dias, respectivamente, nos quais foram coletados dados referentes ao padrão de atividade/repouso (actimetria), exposição à luz e melatonina salivar. Resultados Os resultados da primeira etapa mostraram que os dias de trabalho e folga dos seringueiros são diferentes em relação aos horários de início, fim e duração de sono (p<0,01). Similarmente aos seringueiros, também foram observadas diferenças relativas aos padrões de sono (horários de início e fim), entre os operários, em todos os turnos estudados (matutino, vespertino e noturno), segundo dia de trabalho e dia de folga. A segunda etapa da pesquisa evidenciou que a presença de energia elétrica na residência teve efeito significativo no horário de início e duração de sono e no horário de início da secreção de melatonina dos seringueiros (p<0,01). Os seringueiros mostraram um adiantamento do horário de início da secreção de melatonina, padrão semelhante ao encontrado em parte dos operários, o que pode estar relacionado a uma maior tendência à matutinidade. Além disso, os seringueiros foram expostos à intensidade e período de luz (natural e artificial) maiores quando comparados aos trabalhadores da fábrica. Os operários apresentaram maiores escores de sonolência nos turnos matutino e noturno, sendo este último associado à ocorrência de distúrbios de sono e fadiga ao acordar. Conclusão A distinção observada entre os padrões de sono dos trabalhadores, segundo dias de trabalho e folga, tanto para seringueiros quanto trabalhadores da fábrica, sugere a relevância dos horários de trabalho no ciclo vigília-sono da população estudada. A presença de energia elétrica, assim como a exposição à luz (natural e artificial), revelaram papel significativo na expressão do sistema de temporização circadiana dos trabalhadores estudados.
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spelling A organização temporal do trabalho e exposição à luz e suas repercussões no ciclo vigília-sono e secreção de melatonina de trabalhadores de uma reserva extrativista amazônicaTemporal organization of work and exposure to light and its impact on the wake-sleep cycle and melatonin secretion of workers on an Amazonian extractivist reserve.Biological RhythmsChronotypeCiclo Vigília-SonoCronotipoHorários de TrabalhoLightLuzMelatoninMelatoninaRitmos BiológicosSleep-Wake CycleWorking TimeObjetivo Investigar a associação dos horários de trabalho e padrões de exposição à luz com ciclo vigília-sono e secreção de melatonina em trabalhadores da Reserva Extrativista Chico Mendes. Método Estudo transversal realizado no município de Xapuri, Acre, com 340 seringueiros e 148 trabalhadores uma fábrica de preservativos (46 trabalhadores administrativos e 102 operários). Na primeira etapa do estudo foram coletados, por meio de questionários, dados sociodemográficos, hábitos de vida, condições de trabalho, padrões de sono, preferência diurna, perfil cronobiológico (cronotipo), morbidades referidas e relato de dores musculoesqueléticas. Na segunda etapa do estudo, observando critérios de exclusão, foram selecionados 62 trabalhadores (42 seringueiros e 20 operários). Nesta etapa, seringueiros e operários foram acompanhados por 21 dias e 10 dias, respectivamente, nos quais foram coletados dados referentes ao padrão de atividade/repouso (actimetria), exposição à luz e melatonina salivar. Resultados Os resultados da primeira etapa mostraram que os dias de trabalho e folga dos seringueiros são diferentes em relação aos horários de início, fim e duração de sono (p<0,01). Similarmente aos seringueiros, também foram observadas diferenças relativas aos padrões de sono (horários de início e fim), entre os operários, em todos os turnos estudados (matutino, vespertino e noturno), segundo dia de trabalho e dia de folga. A segunda etapa da pesquisa evidenciou que a presença de energia elétrica na residência teve efeito significativo no horário de início e duração de sono e no horário de início da secreção de melatonina dos seringueiros (p<0,01). Os seringueiros mostraram um adiantamento do horário de início da secreção de melatonina, padrão semelhante ao encontrado em parte dos operários, o que pode estar relacionado a uma maior tendência à matutinidade. Além disso, os seringueiros foram expostos à intensidade e período de luz (natural e artificial) maiores quando comparados aos trabalhadores da fábrica. Os operários apresentaram maiores escores de sonolência nos turnos matutino e noturno, sendo este último associado à ocorrência de distúrbios de sono e fadiga ao acordar. Conclusão A distinção observada entre os padrões de sono dos trabalhadores, segundo dias de trabalho e folga, tanto para seringueiros quanto trabalhadores da fábrica, sugere a relevância dos horários de trabalho no ciclo vigília-sono da população estudada. A presença de energia elétrica, assim como a exposição à luz (natural e artificial), revelaram papel significativo na expressão do sistema de temporização circadiana dos trabalhadores estudados.Aim To investigate the association of working hours and light exposure patterns with the wake-sleep cycle and melatonin secretion of workers from the Chico Mendes Extractivist Reserve. Method A cross-sectional study was conducted in the city of Xapuri, Acre, involving 340 rubber tappers and 148 condom factory workers (46 administrative workers and 102 shop-floor operatives). The first stage of the study entailed collection, by questionnaire, of data on sociodemographic, life-style, working conditions, sleep patterns, daily preference, chronobiological profile (chronotype), and morbidities and musculoskeletal pains reported. In the second stage of the study, after applying exclusion criteria, a total of 62 workers (42 rubber tappers and 20 factory workers) were selected. In this stage, rubber tapper and factory workers were followed up for 21 days and 10 days, respectively. During the follow-up period, data was collected on activity/rest patterns (actimetry), light exposure, and melatonin levels in saliva. Results The results of the first stage revealed that the work days and days off of rubber tappers differed with regard to start, end and duration of sleep time (p<0.01). Akin to rubber tappers, differences in sleep patterns (start and end times) were also noted among the factory workers, across all shifts studied (morning, evening and night) for work days and days off. The second stage of the study found that having electricity available in the home had a significant effect on the start time and duration of sleep and on the start time of melatonin secretion of the rubber tappers (p<0.01). The rubber tappers exhibited an earlier start time for melatonin secretion, having a similar pattern to that found in some of the factory workers, possibly related to a greater tendency for morningness. In addition, rubber tappers were exposed to greater intensity and periods of light (natural and artificial) compared to the factory workers. The factory workers had higher sleepiness scores during morning and night shifts, with night shifts associated with the occurrence of sleep disturbance and fatigue at waking. Conclusion The differences in the workers´ sleep patterns between work days and days off observed for both rubber tappers and factory workers suggest an influence of working hours on the wake-sleep cycle of the population studied. Presence of electricity, as well as exposure to light (natural and artificial), had an important role in the expression of the circadian rhythm/timing system of the workers studied.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMoreno, Claudia Roberta de CastroVasconcelos, Suleima Pedroza2014-06-25info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6134/tde-09022015-084121/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:11:56Zoai:teses.usp.br:tde-09022015-084121Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:11:56Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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