As meninas de agora estão piores do que os meninos: gênero, conflito e violência na escola

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Neves, Paulo Rogério da Conceição
Data de Publicação: 2008
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-05112009-155238/
Resumo: Esta dissertação de mestrado investiga a violência praticada por garotas de ensino fundamental II em uma escola pública da rede estadual de São Paulo. A pesquisa foi desenvolvida em uma escola na zona norte do município de São Paulo durante o último trimestre de 2006 e contou com enorme participação do corpo docente, discente e equipe gestora. Para tal investigação empírica foram utilizados diversos métodos de coleta de dados: observações em campo, questionários, reuniões com grupos de alunos/as e entrevistas semiestruturadas. Para a análise dos dados coletados foi utilizado como aporte teórico as contribuições de Hannah Arendt no que se refere à educação e violência; a discussão acerca da violência na escola desenvolvida no Brasil desde os anos de 1980 e o conceito de gênero elaborado por Joan Scott. Constatou-se que mais determinante do que o bairro ser ou não violento, é no ambiente doméstico e escolar que as jovens percebem o uso da violência como forma de restauração da ordem, do respeito, da tranqüilidade e, também, da individualidade, entre outras e, também, de rompimento da invisibilidade de gênero da qual são vítimas. Verificou-se, então, que as brigas protagonizadas pelas meninas estavam nesse rol de coisas a serem restauradas e não envolviam, como freqüentemente divulgado na escola, a presença de rapazes como motivo para as agressões. Por fim, foi constatado que a) as agressões praticadas pelas jovens dentro do ambiente escolar desafiam a tarefa histórica da escola educar os/as mais novos/as para a vida em sociedade , b) resistem aos estereótipos de gênero responsáveis por defini-las como frágeis e indefesas, além de mais pacíficas que os rapazes e, ao mesmo tempo, c) reproduzem parte desses estereótipos que compõem a hegemonia masculina: aquela que divulga ser a violência a melhor forma de solução de conflito.
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