Hemostasia endoscópica para o sangramento da úlcera péptica: revisão sistemática e meta-análises
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-28072017-092110/ |
Resumo: | Contexto: A hemorragia digestiva alta (HDA) resulta em 200 a 300 mil internações por ano nos Estados Unidos, com uma mortalidade de 2,5% a 10%. A úlcera péptica representa a causa mais comum de HDA, correspondendo por um terço a metade de todos os casos. Apesar das melhorias na compreensão de sua etiologia, a incidência de sangramento da úlcera péptica, sua complicação mais comum, não se alterou nas últimas décadas. A terapia endoscópica para HDA pode reduzir drasticamente o risco de ressangramento ou sangramento contínuo, a necessidade de cirurgia de urgência, o número de unidades de concentrado de hemácias para transfusão, o tempo de internação hospitalar e a mortalidade. O tratamento endoscópico da úlcera hemorrágica já percorreu um longo caminho desde injeções de adrenalina e outras soluções, o uso da termocoagulação, até a aplicação de dispositivos mecânicos, como o clipe metálico e a ligadura elástica. Objetivo: Permanece por esclarecer qual é a modalidade endoscópica (ou combinação de modalidades) que apresenta os melhores resultados no tratamento da hemorragia digestiva decorrente da úlcera péptica. Portanto, o objetivo desta revisão sistemática é comparar as diferentes modalidades de tratamento endoscópico da HDA decorrente da úlcera péptica, utilizando ensaios clínicos randomizados. Fontes de dados: Os estudos foram identificados através de pesquisa em bases de dados eletrônicas e listas de referência de artigos. As bases de dados pesquisadas foram Medline, Embase, Cochrane, LILACS, Dare e CINAHL. Critérios de elegibilidade de estudo, participantes e intervenções: Os estudos selecionados foram os ensaios clínicos randomizados comparando as diferentes modalidades endoscópicas para o tratamento de pacientes com hemorragia digestiva alta causada por úlcera péptica. Os estudos incluídos avaliaram técnicas endoscópicas contemporâneas de hemostasia: terapia de injeção endoscópica (todas as soluções, simples ou múltiplas), termocoagulação (heater probe, coagulação com plasma de argônio, coagulação com micro-ondas, eletrocoagulação monopolar, bipolar e multipolar), aplicação de clipes metálicos e tratamento combinado. Os desfechos avaliados foram as taxas de hemostasia inicial, ressangramento, cirurgia de urgência e de mortalidade. Avaliação de vieses: Ao nível de cada estudo, os revisores determinaram a adequação da randomização e da alocação; cegamento de pacientes, profissionais de saúde, coletores de dados e avaliadores de resultados; bem como o relato e a extensão das perdas de seguimento. Também foi avaliado se as técnicas de hemostasia endoscópica foram devidamente descritas e, se os desfechos foram adequadamente definidos em cada estudo. A análise de sensibilidade foi realizada quando a heterogeneidade (I2) foi superior a 50% e uma nova meta-análise foi calculada excluindo o(s) estudo(s) discrepante(s). Uma análise adicional foi realizada em cada comparação, incluindo apenas os ensaios de qualidade metodológica mais elevada. Resultados principais: Um total de 28 ensaios clínicos randomizados (envolvendo 2988 pacientes) foram avaliados nesta revisão, eles foram divididos em sete grupos de comparação de acordo com as modalidades estudadas em cada estudo. A terapia de injeção endoscópica como modalidade única foi inferior à sua combinação com o clipe metálico e com a termocoagulação na avaliação de taxa de ressangramento (diferença dos riscos [DR] = -0,10, intervalo de confiança de 95% [IC95%] = -0,18 a -0,03 e [DR] = -0,08, [IC95%] = -0,14 a -0,02, respectivamente) e na necessidade de cirurgia de urgência ([DR] = -0,11, [IC95%] = -0,18 a -0,04 e [DR] = -0,06, [IC95%] = -0,12 para -0,00, respectivamente). A aplicação de clipes metálicos foi superior à terapia de injeção endoscópica na avaliação da taxa de ressangramento ([DR] = -0,13, [IC95%] = -0,19 para -0,08), e os resultados da comparação entre a aplicação de clipes metálicos como monoterapia e a sua combinação com a terapia de injeção endoscópica não apresentaram diferenças estatísticas. A comparação entre o clipe metálico e a termocoagulação encontrou uma considerável heterogeneidade entre as intervenções utilizadas em cada estudo e nos resultados encontrados das meta-análises. A comparação da termocoagulação com a terapia de injeção endoscópica não evidenciou qualquer diferença estatística entre as modalidades, e a combinação delas é superior à técnica de termocoagulação sozinha ao avaliar a taxa de ressangramento ([DR] = -0,11, [IC95%] = -0,21 para - 0,02). Conclusões: A terapia de injeção endoscópica não deve ser empregada isoladamente. A aplicação de clipes metálicos é superior à terapia de injeção endoscópica, e a associação da injeção endoscópica não melhora a eficácia hemostática do uso isolado do clipe metálico. Como modalidade única, uma técnica de termocoagulação tem uma eficácia hemostática semelhante à terapia de injeção endoscópica, e estas modalidades combinadas parecem ser superiores à técnica de termocoagulação sozinha. Portanto, recomendamos a aplicação de clipes metálicos ou o uso combinado de uma terapia de injeção endoscópica com um método de termocoagulação para o tratamento de pacientes com hemorragia digestiva alta por úlcera péptica |
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Hemostasia endoscópica para o sangramento da úlcera péptica: revisão sistemática e meta-análisesEndoscopic hemostasis for peptic ulcer bleeding: systematic review and meta-analysesEndoscopiaEndoscopic hemostasisEndoscopyHemorragia digestiva altaHemostasia endoscópicaPeptic ulcerÚlcera pépticaUpper gastrointestinal bleedingContexto: A hemorragia digestiva alta (HDA) resulta em 200 a 300 mil internações por ano nos Estados Unidos, com uma mortalidade de 2,5% a 10%. A úlcera péptica representa a causa mais comum de HDA, correspondendo por um terço a metade de todos os casos. Apesar das melhorias na compreensão de sua etiologia, a incidência de sangramento da úlcera péptica, sua complicação mais comum, não se alterou nas últimas décadas. A terapia endoscópica para HDA pode reduzir drasticamente o risco de ressangramento ou sangramento contínuo, a necessidade de cirurgia de urgência, o número de unidades de concentrado de hemácias para transfusão, o tempo de internação hospitalar e a mortalidade. O tratamento endoscópico da úlcera hemorrágica já percorreu um longo caminho desde injeções de adrenalina e outras soluções, o uso da termocoagulação, até a aplicação de dispositivos mecânicos, como o clipe metálico e a ligadura elástica. Objetivo: Permanece por esclarecer qual é a modalidade endoscópica (ou combinação de modalidades) que apresenta os melhores resultados no tratamento da hemorragia digestiva decorrente da úlcera péptica. Portanto, o objetivo desta revisão sistemática é comparar as diferentes modalidades de tratamento endoscópico da HDA decorrente da úlcera péptica, utilizando ensaios clínicos randomizados. Fontes de dados: Os estudos foram identificados através de pesquisa em bases de dados eletrônicas e listas de referência de artigos. As bases de dados pesquisadas foram Medline, Embase, Cochrane, LILACS, Dare e CINAHL. Critérios de elegibilidade de estudo, participantes e intervenções: Os estudos selecionados foram os ensaios clínicos randomizados comparando as diferentes modalidades endoscópicas para o tratamento de pacientes com hemorragia digestiva alta causada por úlcera péptica. Os estudos incluídos avaliaram técnicas endoscópicas contemporâneas de hemostasia: terapia de injeção endoscópica (todas as soluções, simples ou múltiplas), termocoagulação (heater probe, coagulação com plasma de argônio, coagulação com micro-ondas, eletrocoagulação monopolar, bipolar e multipolar), aplicação de clipes metálicos e tratamento combinado. Os desfechos avaliados foram as taxas de hemostasia inicial, ressangramento, cirurgia de urgência e de mortalidade. Avaliação de vieses: Ao nível de cada estudo, os revisores determinaram a adequação da randomização e da alocação; cegamento de pacientes, profissionais de saúde, coletores de dados e avaliadores de resultados; bem como o relato e a extensão das perdas de seguimento. Também foi avaliado se as técnicas de hemostasia endoscópica foram devidamente descritas e, se os desfechos foram adequadamente definidos em cada estudo. A análise de sensibilidade foi realizada quando a heterogeneidade (I2) foi superior a 50% e uma nova meta-análise foi calculada excluindo o(s) estudo(s) discrepante(s). Uma análise adicional foi realizada em cada comparação, incluindo apenas os ensaios de qualidade metodológica mais elevada. Resultados principais: Um total de 28 ensaios clínicos randomizados (envolvendo 2988 pacientes) foram avaliados nesta revisão, eles foram divididos em sete grupos de comparação de acordo com as modalidades estudadas em cada estudo. A terapia de injeção endoscópica como modalidade única foi inferior à sua combinação com o clipe metálico e com a termocoagulação na avaliação de taxa de ressangramento (diferença dos riscos [DR] = -0,10, intervalo de confiança de 95% [IC95%] = -0,18 a -0,03 e [DR] = -0,08, [IC95%] = -0,14 a -0,02, respectivamente) e na necessidade de cirurgia de urgência ([DR] = -0,11, [IC95%] = -0,18 a -0,04 e [DR] = -0,06, [IC95%] = -0,12 para -0,00, respectivamente). A aplicação de clipes metálicos foi superior à terapia de injeção endoscópica na avaliação da taxa de ressangramento ([DR] = -0,13, [IC95%] = -0,19 para -0,08), e os resultados da comparação entre a aplicação de clipes metálicos como monoterapia e a sua combinação com a terapia de injeção endoscópica não apresentaram diferenças estatísticas. A comparação entre o clipe metálico e a termocoagulação encontrou uma considerável heterogeneidade entre as intervenções utilizadas em cada estudo e nos resultados encontrados das meta-análises. A comparação da termocoagulação com a terapia de injeção endoscópica não evidenciou qualquer diferença estatística entre as modalidades, e a combinação delas é superior à técnica de termocoagulação sozinha ao avaliar a taxa de ressangramento ([DR] = -0,11, [IC95%] = -0,21 para - 0,02). Conclusões: A terapia de injeção endoscópica não deve ser empregada isoladamente. A aplicação de clipes metálicos é superior à terapia de injeção endoscópica, e a associação da injeção endoscópica não melhora a eficácia hemostática do uso isolado do clipe metálico. Como modalidade única, uma técnica de termocoagulação tem uma eficácia hemostática semelhante à terapia de injeção endoscópica, e estas modalidades combinadas parecem ser superiores à técnica de termocoagulação sozinha. Portanto, recomendamos a aplicação de clipes metálicos ou o uso combinado de uma terapia de injeção endoscópica com um método de termocoagulação para o tratamento de pacientes com hemorragia digestiva alta por úlcera pépticaBackground: Upper Gastrointestinal bleeding (UGIB) results in 200,00 to 300,000 hospital admissions annually in the United States, with a mortality of 2,5% to 10%. Peptic ulcer disease represents the most common cause of UGIB, accounting for a third to a half of all episodes. Despite improvements in the understanding of its etiology, the incidence of bleeding from peptic ulcer disease, the most common complication, has not changed. Endoscopic therapy for active UGIB can dramatically reduce the risk of rebleeding or continued bleeding, the need for surgery, the number of units of packed erythrocytes required for transfusion, the length of hospital stay and mortality. Endoscopic treatment for ulcer bleeding has come a long way from injections of epinephrine and other solutions, the use of thermocoagulation, to the application of mechanical devices such as hemoclips and banding ligator. Objective: It remains unclear which is the endoscopic modality (or combination of modalities) that presents the best results in the treatment of peptic ulcer bleeding. Therefore, the objective of this systematic review is to compare the different modalities of endoscopic hemostatic therapy, using randomized clinical trials. Data sources: Studies were identified by searching electronic databases and scanning reference lists of articles. The searched databases were Medline, Embase, Cochrane, LILACS, DARE and CINAHL. Study eligibility criteria, participants and interventions: The studies selected were the randomized clinical trials comparing different endoscopic modalities for the treatment of patients presenting with acute upper gastrointestinal bleeding caused by peptic ulcer disease. The included trials assessed contemporary endoscopic hemostatic techniques: endoscopic injection therapy (all injectates, single or multiple), thermal coagulation (heater probe, argon plasma and microwave coagulation, monopolar, bipolar and multipolar electrocoagulations), hemoclip placement and combination treatment. The outcomes measured were the rates of initial hemostasis, rebleeding, emergency surgery and overall mortality. Risk of bias assessment: At the study level, the reviewers determined the adequacy of randomization and concealment of allocation; blinding of patients, of health care providers, of data collectors, and of outcome assessors; and the correct report and extent of loss to follow-up. It was also evaluated whether the endoscopic hemostatic techniques were properly described and if the outcomes were appropriately defined in each study. A sensitivity analysis was held when the heterogeneity (I2) was over 50% and a new meta-analysis was calculated excluding the outlier(s). An additional analysis was made at each comparison, including only the higher methodological quality trials. Main results: A total of 28 trials, involving 2988 patients were evaluated in this review, they were divided into seven comparison groups according to the modalities studied in each trial. Injection Therapy as single modality was inferior to its combination with Hemoclip and with Thermal Coagulation Therapy when evaluating rebleeding rate (risk difference [RD] = -0.10, 95% confidence interval [95%CI] = -0.18 to -0.03 and [RD] = -0.08, [95%CI] = -0.14 to -0.02, respectively) and need for emergency surgery ([RD] = -0.11, [95%CI] = -0.18 to -0.04 and [RD] = -0.06, [95%CI] = -0.12 to -0.00, respectively). Hemoclip was superior to Injection Therapy in the evaluation of rebleeding rate ([RD] = -0.13, [95%CI] = -0.19 to -0.08), and the results of the comparison between Hemoclip alone versus its combination with Injection Therapy did not present any statistical differences. The comparison between Hemoclip and Thermal Coagulation encountered a considerable heterogeneity between the trials in the interventions used and in the results found. The comparison of Thermal Coagulation versus Injection Therapy did not evidence any statistical difference between the modalities, and the combination of these is superior to the Thermal Coagulation alone when evaluating rebleeding rate ([RD] = -0.11, [95%CI] = -0.21 to -0.02. Conclusions: Injection therapy should not be used as single modality. The application of Hemoclip is superior to injection therapy, and the combined application of an injectate does not improve the hemostatic efficacy of the use of Hemoclip alone. As single modality, a thermal coagulation technique has a similar hemostatic efficacy as injection therapy, and these combined modalities appear to be superior to thermal coagulation technique alone. Therefore, we recommend the application of Hemoclips or the combined use of an Injection Therapy with a Thermal Coagulation method for the treatment of patients presenting with acute peptic ulcer bleedingBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPMoura, Eduardo Guimarães Hourneaux deBaracat, Felipe Iankelevich2017-04-25info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5168/tde-28072017-092110/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2018-07-19T17:03:58Zoai:teses.usp.br:tde-28072017-092110Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212018-07-19T17:03:58Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Contexto: A hemorragia digestiva alta (HDA) resulta em 200 a 300 mil internações por ano nos Estados Unidos, com uma mortalidade de 2,5% a 10%. A úlcera péptica representa a causa mais comum de HDA, correspondendo por um terço a metade de todos os casos. Apesar das melhorias na compreensão de sua etiologia, a incidência de sangramento da úlcera péptica, sua complicação mais comum, não se alterou nas últimas décadas. A terapia endoscópica para HDA pode reduzir drasticamente o risco de ressangramento ou sangramento contínuo, a necessidade de cirurgia de urgência, o número de unidades de concentrado de hemácias para transfusão, o tempo de internação hospitalar e a mortalidade. O tratamento endoscópico da úlcera hemorrágica já percorreu um longo caminho desde injeções de adrenalina e outras soluções, o uso da termocoagulação, até a aplicação de dispositivos mecânicos, como o clipe metálico e a ligadura elástica. Objetivo: Permanece por esclarecer qual é a modalidade endoscópica (ou combinação de modalidades) que apresenta os melhores resultados no tratamento da hemorragia digestiva decorrente da úlcera péptica. Portanto, o objetivo desta revisão sistemática é comparar as diferentes modalidades de tratamento endoscópico da HDA decorrente da úlcera péptica, utilizando ensaios clínicos randomizados. Fontes de dados: Os estudos foram identificados através de pesquisa em bases de dados eletrônicas e listas de referência de artigos. As bases de dados pesquisadas foram Medline, Embase, Cochrane, LILACS, Dare e CINAHL. Critérios de elegibilidade de estudo, participantes e intervenções: Os estudos selecionados foram os ensaios clínicos randomizados comparando as diferentes modalidades endoscópicas para o tratamento de pacientes com hemorragia digestiva alta causada por úlcera péptica. Os estudos incluídos avaliaram técnicas endoscópicas contemporâneas de hemostasia: terapia de injeção endoscópica (todas as soluções, simples ou múltiplas), termocoagulação (heater probe, coagulação com plasma de argônio, coagulação com micro-ondas, eletrocoagulação monopolar, bipolar e multipolar), aplicação de clipes metálicos e tratamento combinado. Os desfechos avaliados foram as taxas de hemostasia inicial, ressangramento, cirurgia de urgência e de mortalidade. Avaliação de vieses: Ao nível de cada estudo, os revisores determinaram a adequação da randomização e da alocação; cegamento de pacientes, profissionais de saúde, coletores de dados e avaliadores de resultados; bem como o relato e a extensão das perdas de seguimento. Também foi avaliado se as técnicas de hemostasia endoscópica foram devidamente descritas e, se os desfechos foram adequadamente definidos em cada estudo. A análise de sensibilidade foi realizada quando a heterogeneidade (I2) foi superior a 50% e uma nova meta-análise foi calculada excluindo o(s) estudo(s) discrepante(s). Uma análise adicional foi realizada em cada comparação, incluindo apenas os ensaios de qualidade metodológica mais elevada. Resultados principais: Um total de 28 ensaios clínicos randomizados (envolvendo 2988 pacientes) foram avaliados nesta revisão, eles foram divididos em sete grupos de comparação de acordo com as modalidades estudadas em cada estudo. A terapia de injeção endoscópica como modalidade única foi inferior à sua combinação com o clipe metálico e com a termocoagulação na avaliação de taxa de ressangramento (diferença dos riscos [DR] = -0,10, intervalo de confiança de 95% [IC95%] = -0,18 a -0,03 e [DR] = -0,08, [IC95%] = -0,14 a -0,02, respectivamente) e na necessidade de cirurgia de urgência ([DR] = -0,11, [IC95%] = -0,18 a -0,04 e [DR] = -0,06, [IC95%] = -0,12 para -0,00, respectivamente). A aplicação de clipes metálicos foi superior à terapia de injeção endoscópica na avaliação da taxa de ressangramento ([DR] = -0,13, [IC95%] = -0,19 para -0,08), e os resultados da comparação entre a aplicação de clipes metálicos como monoterapia e a sua combinação com a terapia de injeção endoscópica não apresentaram diferenças estatísticas. A comparação entre o clipe metálico e a termocoagulação encontrou uma considerável heterogeneidade entre as intervenções utilizadas em cada estudo e nos resultados encontrados das meta-análises. A comparação da termocoagulação com a terapia de injeção endoscópica não evidenciou qualquer diferença estatística entre as modalidades, e a combinação delas é superior à técnica de termocoagulação sozinha ao avaliar a taxa de ressangramento ([DR] = -0,11, [IC95%] = -0,21 para - 0,02). Conclusões: A terapia de injeção endoscópica não deve ser empregada isoladamente. A aplicação de clipes metálicos é superior à terapia de injeção endoscópica, e a associação da injeção endoscópica não melhora a eficácia hemostática do uso isolado do clipe metálico. Como modalidade única, uma técnica de termocoagulação tem uma eficácia hemostática semelhante à terapia de injeção endoscópica, e estas modalidades combinadas parecem ser superiores à técnica de termocoagulação sozinha. Portanto, recomendamos a aplicação de clipes metálicos ou o uso combinado de uma terapia de injeção endoscópica com um método de termocoagulação para o tratamento de pacientes com hemorragia digestiva alta por úlcera péptica |
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