Estudo crítico da neurotização do músculo gastrocnêmio em ratos

• Autor(a) principal: André Silveira Pinho
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Tese
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
• Texto Completo: https://doi.org/10.11606/T.5.2021.tde-10032022-125044

A lesão de nervos motores e consequente denervação ocasionam perda de função dos músculos correspondentes. Nesses casos o reparo cirúrgico está indicado, porém o número de axônios recuperados pode não ser suficiente para o restabelecimento pleno da função original. Tal fato é particularmente observado em casos de paralisia facial, na qual cada axônio do nervo facial controla apenas pequena porção de fibras musculares. Nos demais músculos esqueléticos, os axônios inervam grandes porções de fibras musculares. Assim, a possibilidade de obter melhora funcional mais completa com a adição de axônios por meio de neurotização muscular direta surge como alternativa técnica interessante em casos selecionados de lesão nervosa, particularmente na face. O objetivo desta tese foi analisar e comparar a recuperação neuromuscular no contexto da neurotização direta do músculo gastrocnêmio a partir da reprodução experimental em ratos. Cinquenta ratos Wistar adultos, após secção do nervo fibular direito, foram divididos em cinco grupos conforme procedimento nos nervos fibular, tibial e no músculo gastrocnêmio: grupo controle (C); nervo tibial seccionado (S); neurotização muscular direta com o nervo fibular, mantendo íntegro o nervo tibial (ND/TI); neurotização muscular direta com o nervo fibular associado à secção do nervo tibial (ND/TS); neurotização muscular direta com o nervo fibular e secção do nervo tibial seguido de reparo por neurorrafia primária término-terminal (ND/TR). Os resultados foram avaliados 12 semanas após o experimento por meio do teste da marcha, eletromiografia e índice de massa do músculo gastrocnêmio. O resultado funcional do grupo ND/TR revelou não haver diferença significativa em relação aos grupos ND/TI e ND/TS após 12 semanas. O grupo ND/TI não apresentou diferenças significativas na amplitude e latência em comparação ao grupo ND/TR. O grupo ND/TS apresentou amplitude maior (p < 0,001) que o grupo S e semelhante ao grupo ND/TR (p = 0,086). Em relação ao índice de massa muscular, apenas o grupo ND/TI manteve equivalência com o grupo C. Todas as demais comparações par a par apresentaram diferenças significativas do índice (p 0,002). Ambos os grupos ND/TI e ND/TR revelaram recuperação funcional, fisiológica e anatômica do músculo gastrocnêmio significativamente maiores quando comparados ao grupo S.