Investigação de flavivírus como possível etiologia de fator ambiental em fissuras orofaciais não sindrômicas - um estudo in silico
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/61/61132/tde-18022022-123643/ |
Resumo: | As fissuras orofaciais são malformações congênitas que comprometem a fisiologia, morfologia e afetam psicologicamente os pacientes, com etiologia complexa, podendo estar associada a genética e a fatores ambientais. Os vírus são um dos fatores ambientais mais bem relacionados às malformações congênitas, são parasitas intracelulares obrigatórios e os organismos mais abundantes do planeta que coevoluem com seus hospedeiros. O exemplo mais recente de vírus associado a malformação congênita é o Zika virus, membro do gênero Flavivirus, composto por diversos agentes etiológicos de arboviroses, de distribuição dinâmica e global, de grande importância a saúde pública como: Dengue virus, Yellow fever virus e West Nile virus. Como a investigação dos flavivírus como etiologia de fator ambiental em fissuras orofaciais é escassa ou até inexistente, o presente estudo objetivou investigar o potencial dos flavivírus de importância em saúde pública, como etiologia de fissuras orofaciais. Criamos para nossa análise um método de pontuação com sete tópicos baseado em literatura e experimentação in silico (doença, passagem transplacentária, tropismo, dano celular, caso relatado, análise de similaridade de genoma e transcriptoma entre vírus e hospedeiro), utilizando para obter os genomas virais o NCBI virus e para as análises de similaridade o BLAST 2.12.0, ajustado para buscar apenas sequencias humanas relacionadas a fissuras orofaciais com o limiar estatístico definido para o E-value 1. Os flavivírus de importância em saúde pública que apresentaram potencial alto de causar fissuras orofaciais foram os sorotipos 2, 3 e 4 da espécie Dengue virus e a linhagem 2 da espécie West Nile virus, enquanto o Yellow fever virus, Japanese encephalitis virus, Tick-borne encephalitis virus e Saint Louis encephalitis virus apresentaram potencial médio de causar fissuras orofaciais. Quanto aos flavivírus emergentes no Brasil, a cepa Iguape vírus (espécie Aroa virus) apresentou potencial alto, seguido pela espécie Cacipacore virus e a cepa Rocio vírus (espécie Ilheus virus) com potencial médio de causar fissuras orofaciais. Qualquer agente etiológico possui potencial de causar malformações congênitas se estiver no momento e no lugar certo, porém alguns possuem maior potencial. Assim, sugerimos que para as espécies Dengue virus, West Nile virus e Aroa vírus, que apresentaram alto potencial para atuarem como agentes etiológicos de fator ambiental em fissuras orofaciais, medidas de controle e prevenção sejam implementadas, quanto aos vetores biológicos (mosquitos e carrapatos), principalmente para a gestante, e ressaltamos a necessidade de estudos in vivo e in vitro, para elucidação dessas possibilidades. |
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Investigação de flavivírus como possível etiologia de fator ambiental em fissuras orofaciais não sindrômicas - um estudo in silicoInvestigation of flaviviruses as a possible etiology of environmental factor in non-syndromic orofacial cleftsCleft lipCleft palateEtiologiaEtiologyFenda labialFissura palatinaFissuras OrofaciaisFlavivirusFlavivirusOrofacial cleftAs fissuras orofaciais são malformações congênitas que comprometem a fisiologia, morfologia e afetam psicologicamente os pacientes, com etiologia complexa, podendo estar associada a genética e a fatores ambientais. Os vírus são um dos fatores ambientais mais bem relacionados às malformações congênitas, são parasitas intracelulares obrigatórios e os organismos mais abundantes do planeta que coevoluem com seus hospedeiros. O exemplo mais recente de vírus associado a malformação congênita é o Zika virus, membro do gênero Flavivirus, composto por diversos agentes etiológicos de arboviroses, de distribuição dinâmica e global, de grande importância a saúde pública como: Dengue virus, Yellow fever virus e West Nile virus. Como a investigação dos flavivírus como etiologia de fator ambiental em fissuras orofaciais é escassa ou até inexistente, o presente estudo objetivou investigar o potencial dos flavivírus de importância em saúde pública, como etiologia de fissuras orofaciais. Criamos para nossa análise um método de pontuação com sete tópicos baseado em literatura e experimentação in silico (doença, passagem transplacentária, tropismo, dano celular, caso relatado, análise de similaridade de genoma e transcriptoma entre vírus e hospedeiro), utilizando para obter os genomas virais o NCBI virus e para as análises de similaridade o BLAST 2.12.0, ajustado para buscar apenas sequencias humanas relacionadas a fissuras orofaciais com o limiar estatístico definido para o E-value 1. Os flavivírus de importância em saúde pública que apresentaram potencial alto de causar fissuras orofaciais foram os sorotipos 2, 3 e 4 da espécie Dengue virus e a linhagem 2 da espécie West Nile virus, enquanto o Yellow fever virus, Japanese encephalitis virus, Tick-borne encephalitis virus e Saint Louis encephalitis virus apresentaram potencial médio de causar fissuras orofaciais. Quanto aos flavivírus emergentes no Brasil, a cepa Iguape vírus (espécie Aroa virus) apresentou potencial alto, seguido pela espécie Cacipacore virus e a cepa Rocio vírus (espécie Ilheus virus) com potencial médio de causar fissuras orofaciais. Qualquer agente etiológico possui potencial de causar malformações congênitas se estiver no momento e no lugar certo, porém alguns possuem maior potencial. Assim, sugerimos que para as espécies Dengue virus, West Nile virus e Aroa vírus, que apresentaram alto potencial para atuarem como agentes etiológicos de fator ambiental em fissuras orofaciais, medidas de controle e prevenção sejam implementadas, quanto aos vetores biológicos (mosquitos e carrapatos), principalmente para a gestante, e ressaltamos a necessidade de estudos in vivo e in vitro, para elucidação dessas possibilidades.Orofacial clefts are congenital malformations that compromise the physiology, morphology and psychologically, with a complex etiology and may be associated with genetics and environmental factors. Viruses are one of the environmental factors best related to congenital malformations, they are obligate intracellular parasites and the most abundant organisms on the planet that co-evolve with their hosts. The most recent example of virus associated with congenital malformation is the Zika virus, a member of the Flavivirus genus, composed of several etiological agents of arboviruses, of dynamic and global distribution and great importance to public health, such as: Dengue virus, Yellow fever virus and West Nile virus. As the investigation of flaviviruses as an etiology of an environmental factor in orofacial clefts is scarce or even non-existent, the present study aimed to investigate the potential of flaviviruses of public health importance as an etiology of orofacial clefts. We created for our analysis a scoring method with seven topics based on literature and in silico experimentation (disease, transplacental passage, tropism, cell damage, case reported, genome and transcriptome similarity analysis between virus and host), using to obtain the genomes viral the NCBI virus and for the similarity analysis the BLAST 2.12.0, adjusted to search only human sequences related to orofacial clefts with the statistical threshold defined for the E-value 1. The flaviviruses of public health importance that showed high potential to cause orofacial clefts were serotypes 2, 3 and 4 of the Dengue virus species and strain 2 of the West Nile virus species, while Yellow fever virus, Japanese encephalitis virus, Tick-borne encephalitis virus and Saint Louis encephalitis virus showed medium potential to cause orofacial clefts. As for flaviviruses emerging in Brazil, the Iguape virus strain (Aroa virus species) had high potential, followed by the Cacipacore virus species and the Rocio virus strain (Ilheus virus species) with medium potential to cause orofacial clefts. Any etiologic agent has the potential to cause congenital malformations if it is at the right time and place, but some have greater potential. Thus, we suggest that for the species Dengue virus, West Nile virus and Aroa virus, which have high potential to act as etiological agents of environmental factor in orofacial clefts, control and prevention measures need to be implemented regarding biological vectors (mosquitoes and ticks), especially for pregnant women and we emphasize the need for in vivo and in vitro studies to elucidate these possibilitiesBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPPereira, Virginia Bodelão RichiniSoares, SimoneSilva, Kaique Cesar de Paula2021-10-26info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/61/61132/tde-18022022-123643/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-10-09T13:16:04Zoai:teses.usp.br:tde-18022022-123643Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-10-09T13:16:04Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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As fissuras orofaciais são malformações congênitas que comprometem a fisiologia, morfologia e afetam psicologicamente os pacientes, com etiologia complexa, podendo estar associada a genética e a fatores ambientais. Os vírus são um dos fatores ambientais mais bem relacionados às malformações congênitas, são parasitas intracelulares obrigatórios e os organismos mais abundantes do planeta que coevoluem com seus hospedeiros. O exemplo mais recente de vírus associado a malformação congênita é o Zika virus, membro do gênero Flavivirus, composto por diversos agentes etiológicos de arboviroses, de distribuição dinâmica e global, de grande importância a saúde pública como: Dengue virus, Yellow fever virus e West Nile virus. Como a investigação dos flavivírus como etiologia de fator ambiental em fissuras orofaciais é escassa ou até inexistente, o presente estudo objetivou investigar o potencial dos flavivírus de importância em saúde pública, como etiologia de fissuras orofaciais. Criamos para nossa análise um método de pontuação com sete tópicos baseado em literatura e experimentação in silico (doença, passagem transplacentária, tropismo, dano celular, caso relatado, análise de similaridade de genoma e transcriptoma entre vírus e hospedeiro), utilizando para obter os genomas virais o NCBI virus e para as análises de similaridade o BLAST 2.12.0, ajustado para buscar apenas sequencias humanas relacionadas a fissuras orofaciais com o limiar estatístico definido para o E-value 1. Os flavivírus de importância em saúde pública que apresentaram potencial alto de causar fissuras orofaciais foram os sorotipos 2, 3 e 4 da espécie Dengue virus e a linhagem 2 da espécie West Nile virus, enquanto o Yellow fever virus, Japanese encephalitis virus, Tick-borne encephalitis virus e Saint Louis encephalitis virus apresentaram potencial médio de causar fissuras orofaciais. Quanto aos flavivírus emergentes no Brasil, a cepa Iguape vírus (espécie Aroa virus) apresentou potencial alto, seguido pela espécie Cacipacore virus e a cepa Rocio vírus (espécie Ilheus virus) com potencial médio de causar fissuras orofaciais. Qualquer agente etiológico possui potencial de causar malformações congênitas se estiver no momento e no lugar certo, porém alguns possuem maior potencial. Assim, sugerimos que para as espécies Dengue virus, West Nile virus e Aroa vírus, que apresentaram alto potencial para atuarem como agentes etiológicos de fator ambiental em fissuras orofaciais, medidas de controle e prevenção sejam implementadas, quanto aos vetores biológicos (mosquitos e carrapatos), principalmente para a gestante, e ressaltamos a necessidade de estudos in vivo e in vitro, para elucidação dessas possibilidades. |
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