Histórico de aborto prévio como fator de risco para a ocorrência das fissuras orofaciais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pereira, Maria Carolina de Moraes
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/61/61132/tde-17012023-125124/
Resumo: A fissura labiopalatina (FLP) é o defeito congênito craniofacial mais comum e é considerado um problema de saúde pública. As FLP podem ser sindrômicas, como parte de um quadro mais amplo; ou não sindrômicas, quando ocorre um fenótipo isolado, correspondendo a aproximadamente 70% dos casos de fissura. As fissuras labiopalatinas não sindrômicas (FLPNS) apresentam etiologia multifatorial, no qual estão associados fatores genéticos e ambientais. Levando em consideração a complexidade dos fatores envolvidos na etiologia desse defeito, considerando também as condições do microambiente uterino, conhecer o histórico de gestações anteriores, especialmente em relação à ocorrência de abortos espontâneos, poderia ser um indicativo das condições deste ambiente para o desenvolvimento adequado do embrião/feto. Objetivo: Levantar o histórico de abortos espontâneos prévios entre mães de sujeitos com fissuras orofaciais não sindrômicas, e comparar esses dados aos que foram levantados entre mães de sujeitos sem fissuras ou outras malformações, a fim de determinar se existe associação positiva entre histórico de abortos espontâneos prévios e a ocorrência das fissuras orais não sindrômicas em gestações posteriores. Material e métodos: 1004 voluntárias foram recrutadas para a pesquisa, distribuídas em dois grupos: Caso e Comparativo. O Grupo Caso foi composto por 502 mães de pacientes do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC-USP) com diagnóstico de FLPNS; e o grupo Comparativo, por 502 mães que não tiveram filhos com fissura e/ou anomalias e que estavam em atendimentos de rotina nas Unidades Básicas de Saúde do município de Bauru/SP. As participantes foram entrevistadas individualmente utilizando um questionário estruturado elaborado especificamente para este estudo. Os dados levantados foram tabulados e avaliados por meio de estatísticas descritivas, e as comparações realizadas por meio do teste Qui-quadrado, adotando o nível de significância de 5% (p<0,05). Resultados: A prevalência de abortos espontâneos encontrada no grupo caso foi de 16,3%; e no grupo comparativo, 15,9%, sendo que essa diferença não foi considerada estatisticamente significativa (p = 0,932). Conclusão: Quanto à prevalência de abortos espontâneos, na amostra avaliada não houve diferença significativa ao comparar ambos os grupos, indicando, portanto, que a ocorrência de abortos prévios não seria um fator predisponente de risco para a gestação de uma criança com fissura em gestações posteriores. Esses valores foram muito próximos aos de mães que tiveram filhos sem fissuras e estão dentro da estimativa de prevalência nacional de abortos espontâneos na população brasileira em geral (14%).
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spelling Histórico de aborto prévio como fator de risco para a ocorrência das fissuras orofaciaisHistory of previous abortion as a risk factor for the occurrence of orofacial cleftsAborto espontâneoCleft lipCleft palateEtiologiaEtiologyFissura labialFissura palatinaSpontaneous abortionA fissura labiopalatina (FLP) é o defeito congênito craniofacial mais comum e é considerado um problema de saúde pública. As FLP podem ser sindrômicas, como parte de um quadro mais amplo; ou não sindrômicas, quando ocorre um fenótipo isolado, correspondendo a aproximadamente 70% dos casos de fissura. As fissuras labiopalatinas não sindrômicas (FLPNS) apresentam etiologia multifatorial, no qual estão associados fatores genéticos e ambientais. Levando em consideração a complexidade dos fatores envolvidos na etiologia desse defeito, considerando também as condições do microambiente uterino, conhecer o histórico de gestações anteriores, especialmente em relação à ocorrência de abortos espontâneos, poderia ser um indicativo das condições deste ambiente para o desenvolvimento adequado do embrião/feto. Objetivo: Levantar o histórico de abortos espontâneos prévios entre mães de sujeitos com fissuras orofaciais não sindrômicas, e comparar esses dados aos que foram levantados entre mães de sujeitos sem fissuras ou outras malformações, a fim de determinar se existe associação positiva entre histórico de abortos espontâneos prévios e a ocorrência das fissuras orais não sindrômicas em gestações posteriores. Material e métodos: 1004 voluntárias foram recrutadas para a pesquisa, distribuídas em dois grupos: Caso e Comparativo. O Grupo Caso foi composto por 502 mães de pacientes do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (HRAC-USP) com diagnóstico de FLPNS; e o grupo Comparativo, por 502 mães que não tiveram filhos com fissura e/ou anomalias e que estavam em atendimentos de rotina nas Unidades Básicas de Saúde do município de Bauru/SP. As participantes foram entrevistadas individualmente utilizando um questionário estruturado elaborado especificamente para este estudo. Os dados levantados foram tabulados e avaliados por meio de estatísticas descritivas, e as comparações realizadas por meio do teste Qui-quadrado, adotando o nível de significância de 5% (p<0,05). Resultados: A prevalência de abortos espontâneos encontrada no grupo caso foi de 16,3%; e no grupo comparativo, 15,9%, sendo que essa diferença não foi considerada estatisticamente significativa (p = 0,932). Conclusão: Quanto à prevalência de abortos espontâneos, na amostra avaliada não houve diferença significativa ao comparar ambos os grupos, indicando, portanto, que a ocorrência de abortos prévios não seria um fator predisponente de risco para a gestação de uma criança com fissura em gestações posteriores. Esses valores foram muito próximos aos de mães que tiveram filhos sem fissuras e estão dentro da estimativa de prevalência nacional de abortos espontâneos na população brasileira em geral (14%).Cleft lip and palate (CLP) are the most common craniofacial birth defect, is being considered as a public health problem. CLP can be syndromic, as part of a wider approach; or non-syndromic, when an isolated phenotype occurs, corresponding to approximately 70% of CLP cases. Non-syndromic clefts (CLPNS) present multifactorial etiology, which is associated with genetic and environmental factors. Take into account the environmental aspects and risk factors for clefts, considering the complexity of the factors involved in the etiology of this defect, as well as the conditions of the uterine microenvironment, to get to known the history of previous pregnancies, especially in relation to the occurrence of spontaneous abortion, could be an indication of the conditions of this environment for the adequate development of the embryo / fetus. Aim: To conduct a survey about the history of previous spontaneous abortions among mothers of subjects with non-syndromic orofacial clefts and to compare these data with those collected between mothers of subjects without clefts or other malformations in order to determine if there is a positive association between a history of spontaneous abortion and the occurrence of nonsyndromic oral clefts in later pregnancies. Material and methods: 1004 volunteers were recruited for the research, distributed in two groups: Case and Comparative. The Case Group consisted of 502 mothers of patients from the Hospital for Rehabilitation of Craniofacial Anomalies (HRAC-USP) with diagnosis of FLPNS; and the Comparative group, by 502 mothers who did not have children with clefts and / or other anomalies and who were in routine care at the Basic Health Units in the city of Bauru/SP. The participants were individually interviewed using a structured questionnaire developed specifically for this study. The data collected were tabulated and evaluated by means of descriptive statistics, and the comparisons were performed using the Chi-square test, adopting a significant level of 5% (p <0.05). Results: The prevalence of spontaneous abortions found in the case group was 16.3%, and in the comparative group 15.9%. This difference was not considered statistically significant (p = 0.932). Conclusion: On the prevalence of spontaneous abortions, there was no significant difference between the two groups in the sample evaluated, therefore indicating that the occurrence of previous abortions would not be a predisposing risk factor for the gestation of a child with a cleft in later pregnancies. These values were very close to those of mothers who had children without clefts and are within the national prevalence estimate of spontaneous abortions in the general Brazilian population (14%).Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPNeves, Lucimara Teixeira dasPereira, Maria Carolina de Moraes2019-02-20info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/61/61132/tde-17012023-125124/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-10-09T13:16:04Zoai:teses.usp.br:tde-17012023-125124Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-10-09T13:16:04Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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