Percepção do estilo parental e relacionamento familiar: impactos na qualidade de vida e sintomas internalizantes e externalizantes em adolescentes de 15 anos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59141/tde-01022022-100556/ |
Resumo: | A adolescência é o período compreendido entre os 10 e 19 anos de idade e é nessa fase que ocorrem mudanças de ordem física, cognitiva e psicossocial que serão fundamentais para o desenvolvimento saudável do indivíduo e sua entrada na vida adulta. É também nessa fase que ocorre o maior interesse pelos pares e distanciamento da unidade familiar pela busca de outras opiniões e formas de se relacionar a fim de criar uma identidade própria. Vale salientar que, mesmo com essa mudança, os pais ainda assumem um papel fundamental nesse período do desenvolvimento. Estudos apontam que a relação parental pode atuar como fator de proteção contra comportamentos desviantes, tais como uso e abuso de substâncias, quando os adolescentes percebem que os pais são abertos ao diálogo e expressão emocional e dignos de confiança. Filhos que percebem estilos parentais positivos tendem a apresentar, de modo geral, maior bem-estar psicológico, menor uso e abuso de substâncias como álcool e drogas e menos sintomas internalizantes e externalizantes. Sendo assim, é de grande importância investigar as relações entre a percepção dos estilos parentais e hábitos de saúde adolescentes, uma vez que a literatura já demonstra a grande influência dos pais nesta etapa da vida. Esse estudo teve como objetivo investigar possíveis relações entre a percepção do estilo parental e dimensões do relacionamento com os pais e a qualidade de vida percebida, bem como sintomas de depressão e ansiedade e uso de substâncias relatado por adolescentes de 15 anos. Para isso, três estudos foram feitos. O primeiro estudo foi uma revisão sistemática que teve como objetivo investigar o que a literatura traz sobre estilos parentais e sintomatologia na adolescência. Foram selecionados 7 artigos para a presente revisão sistemática. Os estudos encontraram associações positivas entre práticas parentais consideradas negativas, como alto controle parental, prática de controle psicológico, ausência de monitoria positiva, disciplina inconsistente e uso de punição física e sintomas internalizantes e externalizantes nos adolescentes. O segundo estudo teve como objetivo verificar relações entre dimensões percebidas do estilo parental, relacionamento familiar e o uso de substâncias relatado. Participaram da amostra 265 participantes, com média de idade de 14,9 anos (dp=0,42), sendo 70% meninas (n=185). Os resultados apontaram que adolescentes que perceberam menos apoio e supervisão familiar relataram maior uso de tabaco, maconha e álcool. Já o terceiro estudo, que contou com a mesma amostra do segundo, objetivou investigar as relações entre percepção do relacionamento familiar, sintomas de ansiedade, depressão e qualidade de vida percebida. Os dados apontaram que os adolescentes que perceberam melhor comunicação, maior apoio e maior conhecimento dos pais acerca de suas atividades relataram índices maiores de qualidade de vida. No que diz respeito às correlações com sintomas de ansiedade e depressão, maior percepção de qualidade de vida e melhor comunicação com os pais indicaram menores níveis de depressão. Os resultados corroboram a literatura e trazem a necessidade de pensar em intervenções específicas para os pais e seus filhos adolescentes a fim de promover saúde e um desenvolvimento saudável. |
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Percepção do estilo parental e relacionamento familiar: impactos na qualidade de vida e sintomas internalizantes e externalizantes em adolescentes de 15 anosPerception of parenting style and family relationships: impacts on quality of life and internalizing and externalizing symptoms in 15-year-old adolescentsAdolescenceAdolescentesFamily relationshipInternalizing and externalizing symptomsParenting style perceptionPercepção da relação familiarQualidade de vidaQuality of lifeSintomas internalizantes e externalizantesA adolescência é o período compreendido entre os 10 e 19 anos de idade e é nessa fase que ocorrem mudanças de ordem física, cognitiva e psicossocial que serão fundamentais para o desenvolvimento saudável do indivíduo e sua entrada na vida adulta. É também nessa fase que ocorre o maior interesse pelos pares e distanciamento da unidade familiar pela busca de outras opiniões e formas de se relacionar a fim de criar uma identidade própria. Vale salientar que, mesmo com essa mudança, os pais ainda assumem um papel fundamental nesse período do desenvolvimento. Estudos apontam que a relação parental pode atuar como fator de proteção contra comportamentos desviantes, tais como uso e abuso de substâncias, quando os adolescentes percebem que os pais são abertos ao diálogo e expressão emocional e dignos de confiança. Filhos que percebem estilos parentais positivos tendem a apresentar, de modo geral, maior bem-estar psicológico, menor uso e abuso de substâncias como álcool e drogas e menos sintomas internalizantes e externalizantes. Sendo assim, é de grande importância investigar as relações entre a percepção dos estilos parentais e hábitos de saúde adolescentes, uma vez que a literatura já demonstra a grande influência dos pais nesta etapa da vida. Esse estudo teve como objetivo investigar possíveis relações entre a percepção do estilo parental e dimensões do relacionamento com os pais e a qualidade de vida percebida, bem como sintomas de depressão e ansiedade e uso de substâncias relatado por adolescentes de 15 anos. Para isso, três estudos foram feitos. O primeiro estudo foi uma revisão sistemática que teve como objetivo investigar o que a literatura traz sobre estilos parentais e sintomatologia na adolescência. Foram selecionados 7 artigos para a presente revisão sistemática. Os estudos encontraram associações positivas entre práticas parentais consideradas negativas, como alto controle parental, prática de controle psicológico, ausência de monitoria positiva, disciplina inconsistente e uso de punição física e sintomas internalizantes e externalizantes nos adolescentes. O segundo estudo teve como objetivo verificar relações entre dimensões percebidas do estilo parental, relacionamento familiar e o uso de substâncias relatado. Participaram da amostra 265 participantes, com média de idade de 14,9 anos (dp=0,42), sendo 70% meninas (n=185). Os resultados apontaram que adolescentes que perceberam menos apoio e supervisão familiar relataram maior uso de tabaco, maconha e álcool. Já o terceiro estudo, que contou com a mesma amostra do segundo, objetivou investigar as relações entre percepção do relacionamento familiar, sintomas de ansiedade, depressão e qualidade de vida percebida. Os dados apontaram que os adolescentes que perceberam melhor comunicação, maior apoio e maior conhecimento dos pais acerca de suas atividades relataram índices maiores de qualidade de vida. No que diz respeito às correlações com sintomas de ansiedade e depressão, maior percepção de qualidade de vida e melhor comunicação com os pais indicaram menores níveis de depressão. Os resultados corroboram a literatura e trazem a necessidade de pensar em intervenções específicas para os pais e seus filhos adolescentes a fim de promover saúde e um desenvolvimento saudável.Adolescence is the period between 10 and 19 years of age and it is during this phase that physical, cognitive and psychosocial changes occur that will be fundamental for the healthy development of the individual and his/her entry into adulthood. It is also at this stage that the greatest interest in peers and the distance from the family unit occurs in the search for other opinions and ways of relating in order to create their own identity. It is noteworthy that, even with this change, parents still play a key role in this period of development. Studies show that the parental relationship can act as a protective factor against deviant behavior, such as substance use and abuse, when adolescents perceive that their parents are open to dialogue and emotional expression and are trustworthy. Children who perceive positive parenting styles tend to have, in general, greater psychological well-being, less use and abuse of substances such as alcohol and drugs, and less internalizing and externalizing symptoms. Therefore, it is of great importance to investigate the relationship between the perception of parenting styles and adolescent health habits, since the literature already demonstrates the great influence of parents at this stage of life. This study aimed to investigate possible relationships between the perception of parenting style and dimensions of the relationship with parents and the perceived quality of life, as well as symptoms of depression and anxiety and substance use reported by 15-year-old adolescents. For this, three studies were carried out. The first study was a systematic review that aimed to investigate what the literature brings about parenting styles and symptomatology in adolescence. Seven articles were selected for this systematic review. The studies found positive associations between parental practices considered negative, such as high parental control, practice of psychological control, absence of positive monitoring, inconsistent discipline and use of physical punishment and internalizing and externalizing symptoms in adolescents. The second study aimed to verify relationships between perceived dimensions of parenting style, family relationships and reported substance use. 265 participants participated in the sample, with a mean age of 14.9 years (sd=0.42), 70% of whom were girls (n=185). The results showed that adolescents who perceived less family support and supervision reported greater use of tobacco, marijuana and alcohol. The third study, which included the same sample as the second, aimed to investigate the relationships between perception of family relationships, symptoms of anxiety, depression and perceived quality of life. The data showed that adolescents who perceived better communication, greater support and greater knowledge from their parents about their activities reported higher quality of life rates. Regarding the correlations with symptoms of anxiety and depression, greater perception of quality of life and better communication with parents indicated lower levels of depression. The results corroborate the literature and bring the need to think about specific interventions for parents and their adolescent children in order to promote health and healthy development.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPNeufeld, Carmem BeatrizRebessi, Isabela Pizzarro2021-12-14info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59141/tde-01022022-100556/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2022-02-14T15:05:02Zoai:teses.usp.br:tde-01022022-100556Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212022-02-14T15:05:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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A adolescência é o período compreendido entre os 10 e 19 anos de idade e é nessa fase que ocorrem mudanças de ordem física, cognitiva e psicossocial que serão fundamentais para o desenvolvimento saudável do indivíduo e sua entrada na vida adulta. É também nessa fase que ocorre o maior interesse pelos pares e distanciamento da unidade familiar pela busca de outras opiniões e formas de se relacionar a fim de criar uma identidade própria. Vale salientar que, mesmo com essa mudança, os pais ainda assumem um papel fundamental nesse período do desenvolvimento. Estudos apontam que a relação parental pode atuar como fator de proteção contra comportamentos desviantes, tais como uso e abuso de substâncias, quando os adolescentes percebem que os pais são abertos ao diálogo e expressão emocional e dignos de confiança. Filhos que percebem estilos parentais positivos tendem a apresentar, de modo geral, maior bem-estar psicológico, menor uso e abuso de substâncias como álcool e drogas e menos sintomas internalizantes e externalizantes. Sendo assim, é de grande importância investigar as relações entre a percepção dos estilos parentais e hábitos de saúde adolescentes, uma vez que a literatura já demonstra a grande influência dos pais nesta etapa da vida. Esse estudo teve como objetivo investigar possíveis relações entre a percepção do estilo parental e dimensões do relacionamento com os pais e a qualidade de vida percebida, bem como sintomas de depressão e ansiedade e uso de substâncias relatado por adolescentes de 15 anos. Para isso, três estudos foram feitos. O primeiro estudo foi uma revisão sistemática que teve como objetivo investigar o que a literatura traz sobre estilos parentais e sintomatologia na adolescência. Foram selecionados 7 artigos para a presente revisão sistemática. Os estudos encontraram associações positivas entre práticas parentais consideradas negativas, como alto controle parental, prática de controle psicológico, ausência de monitoria positiva, disciplina inconsistente e uso de punição física e sintomas internalizantes e externalizantes nos adolescentes. O segundo estudo teve como objetivo verificar relações entre dimensões percebidas do estilo parental, relacionamento familiar e o uso de substâncias relatado. Participaram da amostra 265 participantes, com média de idade de 14,9 anos (dp=0,42), sendo 70% meninas (n=185). Os resultados apontaram que adolescentes que perceberam menos apoio e supervisão familiar relataram maior uso de tabaco, maconha e álcool. Já o terceiro estudo, que contou com a mesma amostra do segundo, objetivou investigar as relações entre percepção do relacionamento familiar, sintomas de ansiedade, depressão e qualidade de vida percebida. Os dados apontaram que os adolescentes que perceberam melhor comunicação, maior apoio e maior conhecimento dos pais acerca de suas atividades relataram índices maiores de qualidade de vida. No que diz respeito às correlações com sintomas de ansiedade e depressão, maior percepção de qualidade de vida e melhor comunicação com os pais indicaram menores níveis de depressão. Os resultados corroboram a literatura e trazem a necessidade de pensar em intervenções específicas para os pais e seus filhos adolescentes a fim de promover saúde e um desenvolvimento saudável. |
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