O efeito do treinamento aeróbio associado à restrição do fluxo sanguíneo na capacidade aeróbia, força máxima e desempenho em ciclistas treinados
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/39/39135/tde-18052021-102731/ |
Resumo: | A associação do treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT) ao treinamento aeróbio submáximo de longa duração tem sido a estratégia mais utilizada para aumentar o desempenho físico-esportivo de ciclistas treinados. Contudo, a prescrição do HIIT deve ser realizada de forma cuidadosa a fim de evitar problemas associados ao overtraining. Por esta razão, criar e/ou adaptar uma estratégia de treinamento que gere adaptações fisiológicas semelhantes ao HIIT, mas que utilize baixa intensidade e que possa ser usada por longos períodos é necessário. Assim, o treinamento aeróbio associado à restrição do fluxo sanguíneo (TA+RFS) pode ser uma solução viável; todavia, até o presente momento, o TA+RFS não foi investigado em ciclistas treinados. Portanto, o objetivo deste estudo foi investigar e comparar os efeitos do TA+RFS e do HIIT na capacidade aeróbia, força máxima e desempenho em ciclistas treinados. Para tanto, 25 ciclistas do sexo masculino (18-45 anos, >= 3 anos de treinamento) integraram os grupos; TA+RFS (n = 9), HIIT (n = 8;) e controle (CON; n = 8). Pré e pós-treinamento (nove semanas, 2x/semana) os seguintes testes foram realizados; contrarrelógio de 20km (CR20km), teste incremental máximo (TIM - [consumo de oxigênio de pico (VO2pico)], [potência mecânica de pico (Wpico)], [potência mecânica correspondente aos primeiro e segundo limiares ventilatórios (WLV1, WLV2, respectivamente]), economia de ciclismo (EC) em 150W e 200W, teste de tempo limite (Tlim), contração voluntária isométrica máxima (CVIM) e força dinâmica máxima (1RM) do membro inferior, além da mensuração da área de secção transversa (AST) dos músculos vasto lateral (ASTVL) e reto femoral (ASTRF). Após o treinamento, não houve diferença significante do desempenho no CR20km entre os grupos TA+RFS e HIIT (p>0,05). Todavia, o grupo HIIT melhorou o desempenho significantemente comparado ao grupo CON, reduzindo o tempo (-1,3 ± 3,6%; 2,8 ± 3,5%, respectivamente, p<0,05) e aumentando a potência média (5,5 ± 7,6%; -5,1 ± 8,0%, respectivamente, p<0,05). Por outro lado, ambos os grupos TA+RFS e HIIT aumentaram significantemente a Wpico (7,3 ± 5,4% e 7,9 ± 5,0%, respectivamente) e as WLV1 (10,6 ± 8,2 e 9,1 ± 5,6, respectivamente) e WLV2 (5,9 ± 4,7 e 11,1 ± 6,8, respectivamente) comparados ao grupo CON (-5,4 ± 3,6%; -4,8 ± 4,9 e -3,1 ± 6,4, respectivamente, p<0,01). Com relação as variáveis VO2pico, desempenho no Tlim, EC, CVIM e 1RM, nenhuma diferença estatisticamente significante foi observada entre todos os grupos (p>0,05). Já para a ASTVL, aumento significante ocorreu no grupo TA+RFS comparado ao CON (2,42 ± 1,3%, -0,04 ± 1,4%, respectivamente) (p<0,01). Por outro lado, não houve diferença significante entre todos os grupos para a ASTRF (p>0,05). Podemos concluir que o TA+RFS pode ser utilizado como estratégia adicional aos ciclistas treinados, melhorando o desempenho físico semelhante ao HIIT, e ainda concomitantemente gerando o aumento da massa muscular (ASTVL). Contudo, é importante destacar que o treinamento de HIIT ainda parece ser a melhor estratégia para aumentar o desempenho esportivo no CR20km, provavelmente pela sua especificidade em simular a alta intensidade imposta pelo ambiente competitivo. |
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O efeito do treinamento aeróbio associado à restrição do fluxo sanguíneo na capacidade aeróbia, força máxima e desempenho em ciclistas treinadosThe effect of aerobic training associated with blood flow restriction on aerobic capacity, maximum strength and performance in trained cyclistsContrarrelógioCycling time-trialHigh intensity interval trainingHipertrofia muscularMuscle hypertrophyOclusão vascularTreinamento intervalado de alta intensidadeVascular occlusionA associação do treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT) ao treinamento aeróbio submáximo de longa duração tem sido a estratégia mais utilizada para aumentar o desempenho físico-esportivo de ciclistas treinados. Contudo, a prescrição do HIIT deve ser realizada de forma cuidadosa a fim de evitar problemas associados ao overtraining. Por esta razão, criar e/ou adaptar uma estratégia de treinamento que gere adaptações fisiológicas semelhantes ao HIIT, mas que utilize baixa intensidade e que possa ser usada por longos períodos é necessário. Assim, o treinamento aeróbio associado à restrição do fluxo sanguíneo (TA+RFS) pode ser uma solução viável; todavia, até o presente momento, o TA+RFS não foi investigado em ciclistas treinados. Portanto, o objetivo deste estudo foi investigar e comparar os efeitos do TA+RFS e do HIIT na capacidade aeróbia, força máxima e desempenho em ciclistas treinados. Para tanto, 25 ciclistas do sexo masculino (18-45 anos, >= 3 anos de treinamento) integraram os grupos; TA+RFS (n = 9), HIIT (n = 8;) e controle (CON; n = 8). Pré e pós-treinamento (nove semanas, 2x/semana) os seguintes testes foram realizados; contrarrelógio de 20km (CR20km), teste incremental máximo (TIM - [consumo de oxigênio de pico (VO2pico)], [potência mecânica de pico (Wpico)], [potência mecânica correspondente aos primeiro e segundo limiares ventilatórios (WLV1, WLV2, respectivamente]), economia de ciclismo (EC) em 150W e 200W, teste de tempo limite (Tlim), contração voluntária isométrica máxima (CVIM) e força dinâmica máxima (1RM) do membro inferior, além da mensuração da área de secção transversa (AST) dos músculos vasto lateral (ASTVL) e reto femoral (ASTRF). Após o treinamento, não houve diferença significante do desempenho no CR20km entre os grupos TA+RFS e HIIT (p>0,05). Todavia, o grupo HIIT melhorou o desempenho significantemente comparado ao grupo CON, reduzindo o tempo (-1,3 ± 3,6%; 2,8 ± 3,5%, respectivamente, p<0,05) e aumentando a potência média (5,5 ± 7,6%; -5,1 ± 8,0%, respectivamente, p<0,05). Por outro lado, ambos os grupos TA+RFS e HIIT aumentaram significantemente a Wpico (7,3 ± 5,4% e 7,9 ± 5,0%, respectivamente) e as WLV1 (10,6 ± 8,2 e 9,1 ± 5,6, respectivamente) e WLV2 (5,9 ± 4,7 e 11,1 ± 6,8, respectivamente) comparados ao grupo CON (-5,4 ± 3,6%; -4,8 ± 4,9 e -3,1 ± 6,4, respectivamente, p<0,01). Com relação as variáveis VO2pico, desempenho no Tlim, EC, CVIM e 1RM, nenhuma diferença estatisticamente significante foi observada entre todos os grupos (p>0,05). Já para a ASTVL, aumento significante ocorreu no grupo TA+RFS comparado ao CON (2,42 ± 1,3%, -0,04 ± 1,4%, respectivamente) (p<0,01). Por outro lado, não houve diferença significante entre todos os grupos para a ASTRF (p>0,05). Podemos concluir que o TA+RFS pode ser utilizado como estratégia adicional aos ciclistas treinados, melhorando o desempenho físico semelhante ao HIIT, e ainda concomitantemente gerando o aumento da massa muscular (ASTVL). Contudo, é importante destacar que o treinamento de HIIT ainda parece ser a melhor estratégia para aumentar o desempenho esportivo no CR20km, provavelmente pela sua especificidade em simular a alta intensidade imposta pelo ambiente competitivo.The combination of high intensity interval training (HIIT) with long distance low-intensity aerobic training is the valid way to improve the aerobic capacity and performance in trained cyclists. However, the prescription of HIIT should be made with caution to avoid problems associated to overtraining syndrome. In this sense, the development of a long term new strategy able to generate physiological adaptations similar to HIIT is required. Thus, low-intensity aerobic training combined with blood flow restriction (LI+BFR) may be a solution; however, this strategy has not yet been investigated in trained cyclists. Thus, the aim of the present study was to investigate and compared the effects of LI+BFR and HIIT on aerobic capacity, maximal strength, and performance in trained cyclists. Twenty-five well-trained cyclists (18-45 years) were allocated in the following groups: LI+BRF (n = 9), HIIT (n = 8), and control (CON, n = 8). Pre- and post-intervention (nine weeks, 2 times·week-1) tests were performed in the following order: time trial 20km (TT20km), maximal incremental test (MIT - to determine power output of the 1st and 2nd ventilatory thresholds [WVT1 and WVT2], VO2peak and Wpeak), cycling economy (CE) in 150W and 200W, time to exhaustion test (TTE), maximal voluntary isometric contraction (MVIC), maximal dynamic strength (1RM) of the lower limb, and measurement of cross sectional area of the vastus lateralis (CSAVL) and rectus femoris muscles (CSARF). After the intervention there was no significant difference in TT20km performance between LI+BFR and HIIT (p>0.05). The HIIT enhanced significantly TT20km performance (-1.3 ± 3.6% and 2.8 ± 3.5%, respectively, p<0,05) and mean power output (5.5 ± 7.6% and -5.1 ± 8.0%, respectively, p<0,05) compared to CON group. On the other hand, both groups LI+BFR and HIIT improved significantly (p<0,05) Wpeak (7.3 ± 5.4% and 7.9 ± 5.0%, respectively) and WVT1 (10.6 ± 8.2 and 9.1 ± 5.6, respectively) and WVT2 (5.9 ± 4.7 and 11.1 ± 6.8, respectively) compared to CON (-5.4 ± 3.6%; -4.8 ± 4.9 and -3.1 ± 6.4, respectively, p<0,01). Regarding to VO2peak, TTE, CE, MVIC, and 1RM no significant difference were observed between groups (p>0,05). Significant improvement in CSAVL was observed in LI+BFR compared to CON group (2.42 ± 1.3% and -0.04 ± 1.4%, respectively, p<0,01). Nonetheless, there was no significant difference in CSARF between groups (p>0.05). In conclusion, the LI+BFR can be used as an additional strategy in well-trained cyclists, improving physical performance similar to the HIIT and simultaneously increasing vastus lateralis muscle mass. Although, it is important to clarify that HIIT seems to be the best way to enhance TT20km performance, probably due to the high specificity to the intensity required in competitive tasksBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPPires, Flávio de OliveiraTricoli, Valmor Alberto AugustoPinheiro, Fabiano Aparecido2020-11-25info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/39/39135/tde-18052021-102731/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2021-05-18T21:54:02Zoai:teses.usp.br:tde-18052021-102731Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212021-05-18T21:54:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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A associação do treinamento intervalado de alta intensidade (HIIT) ao treinamento aeróbio submáximo de longa duração tem sido a estratégia mais utilizada para aumentar o desempenho físico-esportivo de ciclistas treinados. Contudo, a prescrição do HIIT deve ser realizada de forma cuidadosa a fim de evitar problemas associados ao overtraining. Por esta razão, criar e/ou adaptar uma estratégia de treinamento que gere adaptações fisiológicas semelhantes ao HIIT, mas que utilize baixa intensidade e que possa ser usada por longos períodos é necessário. Assim, o treinamento aeróbio associado à restrição do fluxo sanguíneo (TA+RFS) pode ser uma solução viável; todavia, até o presente momento, o TA+RFS não foi investigado em ciclistas treinados. Portanto, o objetivo deste estudo foi investigar e comparar os efeitos do TA+RFS e do HIIT na capacidade aeróbia, força máxima e desempenho em ciclistas treinados. Para tanto, 25 ciclistas do sexo masculino (18-45 anos, >= 3 anos de treinamento) integraram os grupos; TA+RFS (n = 9), HIIT (n = 8;) e controle (CON; n = 8). Pré e pós-treinamento (nove semanas, 2x/semana) os seguintes testes foram realizados; contrarrelógio de 20km (CR20km), teste incremental máximo (TIM - [consumo de oxigênio de pico (VO2pico)], [potência mecânica de pico (Wpico)], [potência mecânica correspondente aos primeiro e segundo limiares ventilatórios (WLV1, WLV2, respectivamente]), economia de ciclismo (EC) em 150W e 200W, teste de tempo limite (Tlim), contração voluntária isométrica máxima (CVIM) e força dinâmica máxima (1RM) do membro inferior, além da mensuração da área de secção transversa (AST) dos músculos vasto lateral (ASTVL) e reto femoral (ASTRF). Após o treinamento, não houve diferença significante do desempenho no CR20km entre os grupos TA+RFS e HIIT (p>0,05). Todavia, o grupo HIIT melhorou o desempenho significantemente comparado ao grupo CON, reduzindo o tempo (-1,3 ± 3,6%; 2,8 ± 3,5%, respectivamente, p<0,05) e aumentando a potência média (5,5 ± 7,6%; -5,1 ± 8,0%, respectivamente, p<0,05). Por outro lado, ambos os grupos TA+RFS e HIIT aumentaram significantemente a Wpico (7,3 ± 5,4% e 7,9 ± 5,0%, respectivamente) e as WLV1 (10,6 ± 8,2 e 9,1 ± 5,6, respectivamente) e WLV2 (5,9 ± 4,7 e 11,1 ± 6,8, respectivamente) comparados ao grupo CON (-5,4 ± 3,6%; -4,8 ± 4,9 e -3,1 ± 6,4, respectivamente, p<0,01). Com relação as variáveis VO2pico, desempenho no Tlim, EC, CVIM e 1RM, nenhuma diferença estatisticamente significante foi observada entre todos os grupos (p>0,05). Já para a ASTVL, aumento significante ocorreu no grupo TA+RFS comparado ao CON (2,42 ± 1,3%, -0,04 ± 1,4%, respectivamente) (p<0,01). Por outro lado, não houve diferença significante entre todos os grupos para a ASTRF (p>0,05). Podemos concluir que o TA+RFS pode ser utilizado como estratégia adicional aos ciclistas treinados, melhorando o desempenho físico semelhante ao HIIT, e ainda concomitantemente gerando o aumento da massa muscular (ASTVL). Contudo, é importante destacar que o treinamento de HIIT ainda parece ser a melhor estratégia para aumentar o desempenho esportivo no CR20km, provavelmente pela sua especificidade em simular a alta intensidade imposta pelo ambiente competitivo. |
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