Influência de fontes de matéria orgânica na formação de ectomicorrizas em mudas de Eucalyptus citriodora inoculadas com Pisolithus tinctorius

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Galli, Marco Antonio
Data de Publicação: 1996
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11135/tde-20191220-125901/
Resumo: Plântulas de Eucalyptus grandis, E. urophylla, E. saligna, E. maculata e E. citriodora foram inoculadas in vitro com 3 isolados de Pisolithus tinctorius (1604, 1605 e 1607), com o objetivo de se encontrar uma combinação fungo-hospedeiro com alto índice de infecção micorrízica para se estudar os efeitos da matéria orgânica no estabelecimento da associação no viveiro. A melhor combinação foi E. citriodora com o isolado 1604, obtendo-se 95% de micorrização in vitro cinco semanas após a inoculação, e 50 % após 90 dias em condições de viveiro, através de avaliação da proporção do sistema radicular micorrizado. A partir desta combinação entre isolado-hospedeiro, foram conduzidos quatro experimentos em viveiro, testando-se três fontes de matéria orgânica (bagacilho de cana, casca de pinus e casca de eucalipto) e uma mistura destas três fontes, sobre o desenvolvimento micorrízico. Com exceção da mistura, todas as fontes de matéria orgânica inibiram a associação, avaliada visualmente, quando adicionadas ao substrato de cultivo das mudas na fase de viveiro, sendo o composto de casca de pinus o que apresentou maior inibição na micorrização. Estas fontes foram fracionadas quimicamente em laboratório, para verificar o efeito de cada fração no crescimento micelial in vitro de P. tinctorius. A fração solúvel em água não inibiu o crescimento micelial. As frações compostas por matéria húmica, ácidos fúlvicos, ácidos húmicos e ainda o extrato bruto autoclavado, propiciaram no entanto, efeito inibitório sobre o fungo micorrízico. A adição de matéria orgânica no substrato aumentou a população fúngica neste, independente da fonte utilizada, e a inoculação de P. tinctorius teve um efeito seletivo sobre os gêneros de fungos presentes, favorecendo o crescimento de Trichoderma, enquanto que nos tratamentos não inoculados predominaram espécies de Fusarium. Não foi observado antagonismo in vitro entre P. tinctorius e o isolado de Trichoderma testado. A micorrização nos experimentos de viveiro e campo foi avaliada visualmente e indiretamente pelo teor de ergosterol no substrato, em condições de viveiro, e nas raízes das árvores, em condições de campo. Houve aumento do ergosterol sempre que se inoculou o fungo micorrízico, mostrando que o método de extração de ergosterol pode ser utilizado como método adicional para detecção e quantificação de infecção micorrízica. Os resultados obtidos em condições de campo, mostraram que a associação se manteve nas plantas inoculadas sete meses depois de transplantadas, independente da quantidade de matéria orgânica presente no substrato de viveiro.
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spelling Influência de fontes de matéria orgânica na formação de ectomicorrizas em mudas de Eucalyptus citriodora inoculadas com Pisolithus tinctoriusInfluence of sources of organic matter on the ectomycorrhizal formation in Eucalyptus citriodora seedlings inoculated with Pisolithus tinctorius.EUCALIPTOFUNGOS MICORRÍZICOSINOCULAÇÃO IN VITRO MATÉRIA ORGÂNICAMUDASPlântulas de Eucalyptus grandis, E. urophylla, E. saligna, E. maculata e E. citriodora foram inoculadas in vitro com 3 isolados de Pisolithus tinctorius (1604, 1605 e 1607), com o objetivo de se encontrar uma combinação fungo-hospedeiro com alto índice de infecção micorrízica para se estudar os efeitos da matéria orgânica no estabelecimento da associação no viveiro. A melhor combinação foi E. citriodora com o isolado 1604, obtendo-se 95% de micorrização in vitro cinco semanas após a inoculação, e 50 % após 90 dias em condições de viveiro, através de avaliação da proporção do sistema radicular micorrizado. A partir desta combinação entre isolado-hospedeiro, foram conduzidos quatro experimentos em viveiro, testando-se três fontes de matéria orgânica (bagacilho de cana, casca de pinus e casca de eucalipto) e uma mistura destas três fontes, sobre o desenvolvimento micorrízico. Com exceção da mistura, todas as fontes de matéria orgânica inibiram a associação, avaliada visualmente, quando adicionadas ao substrato de cultivo das mudas na fase de viveiro, sendo o composto de casca de pinus o que apresentou maior inibição na micorrização. Estas fontes foram fracionadas quimicamente em laboratório, para verificar o efeito de cada fração no crescimento micelial in vitro de P. tinctorius. A fração solúvel em água não inibiu o crescimento micelial. As frações compostas por matéria húmica, ácidos fúlvicos, ácidos húmicos e ainda o extrato bruto autoclavado, propiciaram no entanto, efeito inibitório sobre o fungo micorrízico. A adição de matéria orgânica no substrato aumentou a população fúngica neste, independente da fonte utilizada, e a inoculação de P. tinctorius teve um efeito seletivo sobre os gêneros de fungos presentes, favorecendo o crescimento de Trichoderma, enquanto que nos tratamentos não inoculados predominaram espécies de Fusarium. Não foi observado antagonismo in vitro entre P. tinctorius e o isolado de Trichoderma testado. A micorrização nos experimentos de viveiro e campo foi avaliada visualmente e indiretamente pelo teor de ergosterol no substrato, em condições de viveiro, e nas raízes das árvores, em condições de campo. Houve aumento do ergosterol sempre que se inoculou o fungo micorrízico, mostrando que o método de extração de ergosterol pode ser utilizado como método adicional para detecção e quantificação de infecção micorrízica. Os resultados obtidos em condições de campo, mostraram que a associação se manteve nas plantas inoculadas sete meses depois de transplantadas, independente da quantidade de matéria orgânica presente no substrato de viveiro.Seedlings of Eucalyptus grandis, E. urophylla, E. saligna, E. maculata and E. citriodora were inoculated in vitro with 3 isolates of Pisolithus tinctorius (1604, 1605 and 1607) to select a fungus-host combination with high mycorrhizal infection for further studies on the effects of organic matter on the association. The best combination chosen was E. citriodora x isolate 1604, with 95% and 50% of mycorrhization obtained in vitro (after 5 weeks from inoculation) and in the nursery (after 90 days from seedling transplant) respectively. Four nursery experiments were carried out to test the effects of 3 sources of organic matter (sugar cane bagasse, pine bark and eucalyptus bark) and a mixture of these sources on the ectomycorrhizal development and fungal population of the substrate. With the exception of the mixture, all sources of organic matter inhibited the degree of mycorrhizal infection when visually evaluated, the pine bark being the most inhibitory. One these sources were chemically fractionated to verify the effect of each fraction on the mycelial growth of P. tinctorius. The water soluble fraction did not affect the mycelial growth. Toe fractions composed by humic matter, fulvic acids, humic acids and autoclaved raw extracts inhibited, however, the growth of the fungus. The addition of organic matter increased the fungal population in the substrates, regardless the source employed. Toe inoculation of P. tinctorius had a selective effect on the fungal genera present, favoring Trichoderma, whereas in non inoculated substrates species of Fusarium, Penicillium and Aspergillus prevailed. Tests of antagonism performed in vitro showed mutual inhibitocy effects between P. tinctorius and an isolate of Penicillium and an isolate of Fusarium. There was no antagonistic effect between P. tinctorius and the Trichoderma isolate tested. Mycorrhizal infection was evaluated visually and indirectly through the use of the ergosterol assay, both in the nursery and in the field. The ergosterol content of the substrate and on roots always increased when the ectomycorrhizal fungus was inoculated, showing that the ergosterol assay can be an additional tool for the quantification of infection. The mycorrhizal association persisted under field conditions in inoculated plants up to 7 months after planting.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPKrugner, Tasso LeoGalli, Marco Antonio1996-08-29info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11135/tde-20191220-125901/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2019-12-21T01:48:02Zoai:teses.usp.br:tde-20191220-125901Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212019-12-21T01:48:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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