Efeitos do treinamento auditivo formal nas funções auditivas de crianças e adolescentes vítimas de maus-tratos e com distúrbio de processamento auditivo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Fernanda Pontes dos
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5170/tde-31032015-164119/
Resumo: Introdução: Os maus-tratos infantis são uma grande problemática em termos de saúde pública no Brasil e no mundo. Crianças vítimas de maus-tratos desenvolvem uma série de alterações físicas, emocionais e, consequentemente, sociais. A importância do entendimento e reabilitação da função auditiva tem sido amplamente estudada, no entanto, nesta população específica de crianças vítimas de maus-tratos, ainda há carência de pesquisas neste sentido. Objetivo: Verificar o efeito do treinamento auditivo formal nas funções auditivas de crianças e adolescentes vítimas de maus-tratos e com Distúrbio de Processamento Auditivo. Método: Participaram do estudo 34 sujeitos com idade entre 8 e 16 anos, vítimas de maus-tratos, atendidos em um programa de atendimento global e multidisciplinar direcionado a esta população, o Programa Equilíbrio (Programa do Departamento e Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP em parceria com a Prefeitura de São Paulo). Os sujeitos foram divididos em quatro grupos (G1, G2, G3I e G3II). Todos os grupos realizaram uma avaliação de processamento auditivo inicial. Após esta avaliação inicial, G1 foi, imediatamente, submetido a Treinamento auditivo Formal (TAF) por 3 meses e reavaliado após conclusão desta intervenção; o grupo G2 foi utilizado como controle, tendo sido reavaliado, também, após 3 meses, porém sem a realização de TAF; o grupo G3 foi, inicialmente, utilizado como controle - G3I; tendo sido, a exemplo do grupo 2, reavaliado após 3 meses sem realização de TAF no período. Em seguida a esta segunda avaliação, o G3 foi submetido ao TAF e, novamente, reavaliado após a conclusão desta intervenção, funcionando, agora, também como grupo estudo - G3II. Com relação à intervenção, essa se consistiu em 12 sessões de treinamento auditivo formal, realizadas semanalmente (1 vez por semana), as quais foram estruturadas baseando-se em pesquisas anteriores, mas adaptadas, levando em consideração as particularidades da população estudada. Resultados: Foi evidenciada melhora significante nas habilidades auditivas treinadas que puderam ser visualizadas nos resultados da maioria dos testes aplicados nos grupos G1 (Estudo) e G3II após o treinamento auditivo formal. Por outro lado, não houve mudança significante nos resultados dos testes aplicados nas avaliações 1 e 2 dos grupos G2 (Controle) e G3I realizadas com espaçamento de três meses sem realização de TAF no período. Ainda foi possível visualizar correlação entre aderência, gênero e idade, e o resultado final da intervenção, e também correlação entre aderência e tipo de diagnóstico psiquiátrico. Conclusão: O Programa de TAF de 12 sessões foi eficiente para esta população no que diz respeito à melhora das habilidades auditivas avaliadas e treinadas. Houve influência na melhora das variáveis: gênero (feminino), aderência (maior aderência apresentando melhora mais acentuada) e idade (crianças menores). Além disto, a variável aderência apresentou correlação com o tipo de diagnóstico psiquiátrico, sendo vista piora na presença de, pelo menos, um diagnóstico do tipo internalizante
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Objetivo: Verificar o efeito do treinamento auditivo formal nas funções auditivas de crianças e adolescentes vítimas de maus-tratos e com Distúrbio de Processamento Auditivo. Método: Participaram do estudo 34 sujeitos com idade entre 8 e 16 anos, vítimas de maus-tratos, atendidos em um programa de atendimento global e multidisciplinar direcionado a esta população, o Programa Equilíbrio (Programa do Departamento e Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP em parceria com a Prefeitura de São Paulo). Os sujeitos foram divididos em quatro grupos (G1, G2, G3I e G3II). Todos os grupos realizaram uma avaliação de processamento auditivo inicial. Após esta avaliação inicial, G1 foi, imediatamente, submetido a Treinamento auditivo Formal (TAF) por 3 meses e reavaliado após conclusão desta intervenção; o grupo G2 foi utilizado como controle, tendo sido reavaliado, também, após 3 meses, porém sem a realização de TAF; o grupo G3 foi, inicialmente, utilizado como controle - G3I; tendo sido, a exemplo do grupo 2, reavaliado após 3 meses sem realização de TAF no período. Em seguida a esta segunda avaliação, o G3 foi submetido ao TAF e, novamente, reavaliado após a conclusão desta intervenção, funcionando, agora, também como grupo estudo - G3II. Com relação à intervenção, essa se consistiu em 12 sessões de treinamento auditivo formal, realizadas semanalmente (1 vez por semana), as quais foram estruturadas baseando-se em pesquisas anteriores, mas adaptadas, levando em consideração as particularidades da população estudada. Resultados: Foi evidenciada melhora significante nas habilidades auditivas treinadas que puderam ser visualizadas nos resultados da maioria dos testes aplicados nos grupos G1 (Estudo) e G3II após o treinamento auditivo formal. Por outro lado, não houve mudança significante nos resultados dos testes aplicados nas avaliações 1 e 2 dos grupos G2 (Controle) e G3I realizadas com espaçamento de três meses sem realização de TAF no período. Ainda foi possível visualizar correlação entre aderência, gênero e idade, e o resultado final da intervenção, e também correlação entre aderência e tipo de diagnóstico psiquiátrico. Conclusão: O Programa de TAF de 12 sessões foi eficiente para esta população no que diz respeito à melhora das habilidades auditivas avaliadas e treinadas. Houve influência na melhora das variáveis: gênero (feminino), aderência (maior aderência apresentando melhora mais acentuada) e idade (crianças menores). Além disto, a variável aderência apresentou correlação com o tipo de diagnóstico psiquiátrico, sendo vista piora na presença de, pelo menos, um diagnóstico do tipo internalizanteIntroduction: Child abuse is a big issue in terms of public health in Brazil and worldwide. Children and adolescents maltreatments develop a range of physical, emotional and social changes accordingly. The importance of understanding and rehabilitation of auditory function has been widely studied, however this specific population, there is still lack of research in this direction. Objective: To investigate the effect of formal auditory training on auditory function in children and adolescents who are victims of abuse and Auditory Processing Disorder. Method: The study included 33 subjects aged between 8 and 16 years, victims of abuse, enrolled in a program of comprehensive multidisciplinary care for this population, the Balance Program (Program of the Department and Institute of Psychiatry, Faculty of Medicine USP in partnership with the Municipality of São Paulo). The subjects were divided into four groups (G1, G2, and G3i G3II). All groups performed an initial evaluation of auditory processing. After this initial assessment, G1 was immediately subjected to Formal auditory training (FAT) for 3 months and reevaluated after completion of the intervention; G2 was used as control and was also re-evaluated after 3 months but without conducting FAT; G3 group was initially used as a control - G3i; being, such as group 2, reevaluated after 3 months without performing the FAT period. Following this second evaluation, the G3 was submitted to the FAT and again reassessed after completion of the intervention, now also working as a study group - G3II. With regard to intervention, it consisted of 12 sessions of formal auditory training held weekly (1 weekly), which were structured on the basis of previous research, but adapted, taking into account the particularities of the studied population. Results: Was evidenced significant improvement in auditory skills trained that could be visualized in the results of most tests used in G1 (Study) and G3II after formal auditory training. On the other hand, no significant change in test results applied in assessments 1 and 2 of G2 (Control) and G3i groups conducted with spacing of three months without performing the TAF period. Yet been possible to visualize the correlation between adherence, gender and age and the outcome of the intervention and also correlation between adherence and type of psychiatric diagnosis. Conclusion: The FAT program of 12 sessions was effective for this population regarding the improvement of the evaluated and trained listening skills. No influence on the improvement of the variables: gender (female), adherence (Increased grip featuring a more pronounced improvement) and age (younger children). Furthermore, the adherence variable correlated with the type of psychiatric diagnosis, worsening the presence of at least one diagnosis of internalizing type being viewedBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSchochat, ElianeSantos, Fernanda Pontes dos2015-01-23info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5170/tde-31032015-164119/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-11-10T16:44:15Zoai:teses.usp.br:tde-31032015-164119Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-11-10T16:44:15Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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