Smart data e medidas espaço-temporais de acessibilidade de residentes da comunidade de Paraisópolis (São Paulo).
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3138/tde-01102018-144824/ |
Resumo: | O presente estudo avaliou a relação entre aspectos demográficos, socioeconômicos e de mobilidade com o espaço de atividades de residentes de Paraisópolis, uma das maiores favelas de São Paulo, Brasil, com mais de 70.000 habitantes. Foram utilizados, para tanto, dados de GPS, coletados por smartphones, e entrevistas domiciliares. Dois indicadores espaço-temporais de acessibilidade, facilmente mensuráveis, foram extraídos da literatura para determinar, para cada indivíduo da amostra, (i) a dispersão espacial de atividades não residenciais e (ii) o afastamento de seu centroide de atividades ao local de residência. Os dados brutos coletados através de um aplicativo instalado nos smartphones, com intervalos programados de 5 minutos, durante um período de 14 dias, foram então processados para a identificação de pontos de interesse (POIs) - locais de atividades e residências - e de sua frequência de visitas (stays), constatando-se que, ao longo dos sete dias consecutivos de coleta de dados adotados neste trabalho, a amostra de 109 indivíduos visitou 673 pontos de interesse. A acessibilidade individual foi então analisada para três períodos: de forma agregada, para os dias úteis e final de semana, e de forma isolada, para cada dia pesquisado. As análises investigaram a relação dos indicadores de acessibilidade com características demográficas e socioeconômicas dos indivíduos, bem como com seus hábitos de transporte. Os resultados mostraram maior número de indivíduos que não saem de casa no final de semana (125% maior que nos dias úteis); o uso de transporte público e a presença de doenças crônicas são características comuns entre eles. Quem trabalha apresenta maior espaço de atividades nos dias úteis e no final de semana; enquanto o número de dias produtivos contribui para a dispersão e o afastamento à residência, o aumento da jornada de trabalho age em sentido contrário, provavelmente pela redução do tempo livre. O gênero também afeta a dispersão de atividades, e as mulheres apresentam menor espaço de atividades. O grau de escolaridade, o estado civil e a idade parecem influenciar ambos os indicadores, em todos os períodos analisados. Estudantes, homens e aqueles com ensino superior completo/incompleto apresentaram grandes variações dos indicadores ao longo dos dias. Finalmente, o uso de transporte público sobre pneus está associado a um espaço de atividades maior nos dias úteis; por outro lado, o acesso ao automóvel e à rede metroferroviária parece facilitar a participação em atividades não-residenciais localizadas mais longe da residência, no final de semana. |
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Smart data e medidas espaço-temporais de acessibilidade de residentes da comunidade de Paraisópolis (São Paulo).Smart data and space-time accessibility measures of residents of Paraisópolis (São Paulo).AccessibilityAcessibilidadeEngenharia de transportesFavelasGPSGPSMobilidade urbanaPlanejamento de transportesSlumSmartphoneSmartphoneO presente estudo avaliou a relação entre aspectos demográficos, socioeconômicos e de mobilidade com o espaço de atividades de residentes de Paraisópolis, uma das maiores favelas de São Paulo, Brasil, com mais de 70.000 habitantes. Foram utilizados, para tanto, dados de GPS, coletados por smartphones, e entrevistas domiciliares. Dois indicadores espaço-temporais de acessibilidade, facilmente mensuráveis, foram extraídos da literatura para determinar, para cada indivíduo da amostra, (i) a dispersão espacial de atividades não residenciais e (ii) o afastamento de seu centroide de atividades ao local de residência. Os dados brutos coletados através de um aplicativo instalado nos smartphones, com intervalos programados de 5 minutos, durante um período de 14 dias, foram então processados para a identificação de pontos de interesse (POIs) - locais de atividades e residências - e de sua frequência de visitas (stays), constatando-se que, ao longo dos sete dias consecutivos de coleta de dados adotados neste trabalho, a amostra de 109 indivíduos visitou 673 pontos de interesse. A acessibilidade individual foi então analisada para três períodos: de forma agregada, para os dias úteis e final de semana, e de forma isolada, para cada dia pesquisado. As análises investigaram a relação dos indicadores de acessibilidade com características demográficas e socioeconômicas dos indivíduos, bem como com seus hábitos de transporte. Os resultados mostraram maior número de indivíduos que não saem de casa no final de semana (125% maior que nos dias úteis); o uso de transporte público e a presença de doenças crônicas são características comuns entre eles. Quem trabalha apresenta maior espaço de atividades nos dias úteis e no final de semana; enquanto o número de dias produtivos contribui para a dispersão e o afastamento à residência, o aumento da jornada de trabalho age em sentido contrário, provavelmente pela redução do tempo livre. O gênero também afeta a dispersão de atividades, e as mulheres apresentam menor espaço de atividades. O grau de escolaridade, o estado civil e a idade parecem influenciar ambos os indicadores, em todos os períodos analisados. Estudantes, homens e aqueles com ensino superior completo/incompleto apresentaram grandes variações dos indicadores ao longo dos dias. Finalmente, o uso de transporte público sobre pneus está associado a um espaço de atividades maior nos dias úteis; por outro lado, o acesso ao automóvel e à rede metroferroviária parece facilitar a participação em atividades não-residenciais localizadas mais longe da residência, no final de semana.The purpose of this thesis is to analyze the activity space of residents of Paraisópolis, one of the largest slums in São Paulo, Brazil, with a population over 70,000. Two easily measured space-temporal accessibility indicators were selected from literature to assess, for each person, (i) the spatial dispersion of non-residential activities and (ii) the distance of the activities centroid to the residential location. Data of 109 individuals was collected from interviews and from respondents\' smartphones, using an app configured to record GPS locations at 5-minute intervals for a period of up to 14 days. The raw data was processed to identify activity locations (POIs - points of interest), time and frequency of visits (stays), leading to 673 POIs visited within 7 consecutive days selected for analysis. Accessibility is analyzed for daily measurements, and for data aggregated into weekdays and weekends. The analysis investigated the relation of accessibility indicators to socioeconomic and demographic characteristics of individuals as well as information on habitual transport mode. Results show a large number of individuals who do not leave home during weekends (125% higher than during weekdays); these persons have in common the presence of chronic diseases and the habitual use of public transport; lack of access to cars probably restrict the travel of these individuals. Workers have a larger activity space during both, weekdays and weekends; those who work more days in a week present higher dispersion and distance from the activities centroid to home. However, longer daily working hours decrease dispersion, probably due to reduced time availability. Gender also impacts dispersion, with women having a reduced activity space. Age, marital status and years of study seem to influence the two accessibility indicators, for both weekdays and weekend. Males, students and those with higher education present large variation in the accessibility indicators. Finally, habitual use of public transport is associated with a larger activity space during weekdays; on the other hand, access to cars and to the metro and rail network seems to facilitate nonresidential activities to be performed further from home on weekends.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPStrambi, OrlandoBianco, Rebeca2018-06-08info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3138/tde-01102018-144824/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-07-12T14:54:58Zoai:teses.usp.br:tde-01102018-144824Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-07-12T14:54:58Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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O presente estudo avaliou a relação entre aspectos demográficos, socioeconômicos e de mobilidade com o espaço de atividades de residentes de Paraisópolis, uma das maiores favelas de São Paulo, Brasil, com mais de 70.000 habitantes. Foram utilizados, para tanto, dados de GPS, coletados por smartphones, e entrevistas domiciliares. Dois indicadores espaço-temporais de acessibilidade, facilmente mensuráveis, foram extraídos da literatura para determinar, para cada indivíduo da amostra, (i) a dispersão espacial de atividades não residenciais e (ii) o afastamento de seu centroide de atividades ao local de residência. Os dados brutos coletados através de um aplicativo instalado nos smartphones, com intervalos programados de 5 minutos, durante um período de 14 dias, foram então processados para a identificação de pontos de interesse (POIs) - locais de atividades e residências - e de sua frequência de visitas (stays), constatando-se que, ao longo dos sete dias consecutivos de coleta de dados adotados neste trabalho, a amostra de 109 indivíduos visitou 673 pontos de interesse. A acessibilidade individual foi então analisada para três períodos: de forma agregada, para os dias úteis e final de semana, e de forma isolada, para cada dia pesquisado. As análises investigaram a relação dos indicadores de acessibilidade com características demográficas e socioeconômicas dos indivíduos, bem como com seus hábitos de transporte. Os resultados mostraram maior número de indivíduos que não saem de casa no final de semana (125% maior que nos dias úteis); o uso de transporte público e a presença de doenças crônicas são características comuns entre eles. Quem trabalha apresenta maior espaço de atividades nos dias úteis e no final de semana; enquanto o número de dias produtivos contribui para a dispersão e o afastamento à residência, o aumento da jornada de trabalho age em sentido contrário, provavelmente pela redução do tempo livre. O gênero também afeta a dispersão de atividades, e as mulheres apresentam menor espaço de atividades. O grau de escolaridade, o estado civil e a idade parecem influenciar ambos os indicadores, em todos os períodos analisados. Estudantes, homens e aqueles com ensino superior completo/incompleto apresentaram grandes variações dos indicadores ao longo dos dias. Finalmente, o uso de transporte público sobre pneus está associado a um espaço de atividades maior nos dias úteis; por outro lado, o acesso ao automóvel e à rede metroferroviária parece facilitar a participação em atividades não-residenciais localizadas mais longe da residência, no final de semana. |
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