Eficiência da desintoxicação de amônia em bovinos adaptados ou não com uréia dietética e submetidos a diferentes períodos de privação

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Néria Vania Marcos dos
Data de Publicação: 2005
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10136/tde-15062007-133348/
Resumo: Esta pesquisa foi realizada para avaliar criticamente a recomendação clássica proposta por Huber (1978), que há necessidade de se promover novo período de adaptação à uréia dietética se os bovinos se abstiverem de receber este nutriente por mais de três dias. Vinte e cinco garrotes foram alimentados com dieta baixa em proteína bruta (10%) e sem uréia dietética e em seguida distribuídos aleatoriamente em cinco grupos iguais, ou seja: controle (O) dieta basal; grupos A, B, C e D alimentados durante 21 dias com a dieta basal e uréia (1% MS). Todos os grupos foram desafiados com uma infusão intravenosa de solução de cloreto de amônio (1,5 M) até o surgimento da convulsão, quando esta foi interrompida. O desafio no grupo A ocorreu no 22o dia do recebimento de uréia; nos grupos B, C e D os desafios foram respectivamente nos dias 4, 15 e 30 dias da abstinência da uréia dietética. O exame clínico e a coleta de amostras de sangue e urina total foram realizados durante a infusão e nas três horas seguintes. Os animais adaptados à uréia (A, B, C e D) necessitaram de maior quantidade de cloreto de amônio para manifestarem convulsão (p<0,001), e demoraram mais para exibirem este sintoma que o grupo controle. Em relação ao grupo controle, os garrotes adaptados, com exceção do grupo C, tiveram um quadro clínico mais brando, se recuperaram mais prontamente e não necessitaram de tratamento médico após o término do experimento. Isto ocorreu devido a maior queda na concentração de amônia sangüínea, causada por uma maior atividade do ciclo da uréia, maior volume urinário e eliminação de amônio neste. Demonstrou-se ainda que a maior produção e eliminação de uréia pelos rins provocou maior diurese, que por sua vez estimulou maior excreção de amônio pela urina, aumentando a eficiência de desintoxicação, especialmente no momento mais crítico do quadro (até uma hora pós-convulsão). Concluiu-se que os animais alimentados previamente com uréia e com abstinência desta na dieta por até um mês não necessitam de novo período de adaptação, contrariando o axioma preconizado por Huber (1978).
id USP_808691ce53292dd13d63da7050471ad6
oai_identifier_str oai:teses.usp.br:tde-15062007-133348
network_acronym_str USP
network_name_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository_id_str 2721
spelling Eficiência da desintoxicação de amônia em bovinos adaptados ou não com uréia dietética e submetidos a diferentes períodos de privaçãoAmmonia detoxication efficacy in cattle adapted or not to dietary urea and afterwards undergone to different privation periodsAmmoniaAmôniaBovinosCattleIntoxicaçãoIntoxicationUrea (usage)Uréia (uso)Esta pesquisa foi realizada para avaliar criticamente a recomendação clássica proposta por Huber (1978), que há necessidade de se promover novo período de adaptação à uréia dietética se os bovinos se abstiverem de receber este nutriente por mais de três dias. Vinte e cinco garrotes foram alimentados com dieta baixa em proteína bruta (10%) e sem uréia dietética e em seguida distribuídos aleatoriamente em cinco grupos iguais, ou seja: controle (O) dieta basal; grupos A, B, C e D alimentados durante 21 dias com a dieta basal e uréia (1% MS). Todos os grupos foram desafiados com uma infusão intravenosa de solução de cloreto de amônio (1,5 M) até o surgimento da convulsão, quando esta foi interrompida. O desafio no grupo A ocorreu no 22o dia do recebimento de uréia; nos grupos B, C e D os desafios foram respectivamente nos dias 4, 15 e 30 dias da abstinência da uréia dietética. O exame clínico e a coleta de amostras de sangue e urina total foram realizados durante a infusão e nas três horas seguintes. Os animais adaptados à uréia (A, B, C e D) necessitaram de maior quantidade de cloreto de amônio para manifestarem convulsão (p<0,001), e demoraram mais para exibirem este sintoma que o grupo controle. Em relação ao grupo controle, os garrotes adaptados, com exceção do grupo C, tiveram um quadro clínico mais brando, se recuperaram mais prontamente e não necessitaram de tratamento médico após o término do experimento. Isto ocorreu devido a maior queda na concentração de amônia sangüínea, causada por uma maior atividade do ciclo da uréia, maior volume urinário e eliminação de amônio neste. Demonstrou-se ainda que a maior produção e eliminação de uréia pelos rins provocou maior diurese, que por sua vez estimulou maior excreção de amônio pela urina, aumentando a eficiência de desintoxicação, especialmente no momento mais crítico do quadro (até uma hora pós-convulsão). Concluiu-se que os animais alimentados previamente com uréia e com abstinência desta na dieta por até um mês não necessitam de novo período de adaptação, contrariando o axioma preconizado por Huber (1978).This study was carried out to investigate the recommendation stated by Huber (1978) that there is a need to re-adapted cattle that were fed previously with dietary urea, but subsequently were deprived of this nutrient for more than 3 d. Twenty four steers fed a low crude protein ration, deprived of urea, were randomly distributed into 5 equal groups, and were fed as follows: O (control; basal diet); the remaining groups (A,B, C and D) were fed the basal diet + urea (1% D.M.) for 21 d; afterwards the groups B,C and D were fed only the basal diet for 4, 15 and 30 d, respectively. Thereafter, all steers were challenged with an intravenous infusion of ammonium chloride (1.5 M) up to the outcome of convulsion when the infusion was stopped. Throughout the infusion and for 3 h later clinical examination was carried out; blood samples and whole urine were also collected. The steers adapted to urea (A,B,C and D) needed a greater amount of ammonium chloride to cause convulsion (p < 0.001) and took longer to exhibited this symptom than the control group. As compared to the control, all the adapted groups, but the C, had a less severe clinical picture and recovered sooner, and did not require any medical treatment after the end of the experiment. This resistance was due a faster fall in the blood ammonia level, caused by a greater activity of the urea cycle, excretion of a higher excretion of ammonium and urinary volume. It was demonstrated that the higher the production and excretion urea by the kidneys, the greater the diuresis, that by its turn increased the excretion of ammonium into the urine improving the efficiency of detoxification, principally at the most critic moment of the poisoning (from the convulsion up to 1st h later). It was concluded that cattle fed previously with urea and afterwards restricted of urea for up to 30 d do not require a new re-adaptation period, contradicting Huber\'s axiom.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPOrtolani, Enrico LippiSantos, Néria Vania Marcos dos2005-12-16info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10136/tde-15062007-133348/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:09:51Zoai:teses.usp.br:tde-15062007-133348Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:09:51Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
dc.title.none.fl_str_mv Eficiência da desintoxicação de amônia em bovinos adaptados ou não com uréia dietética e submetidos a diferentes períodos de privação
Ammonia detoxication efficacy in cattle adapted or not to dietary urea and afterwards undergone to different privation periods
title Eficiência da desintoxicação de amônia em bovinos adaptados ou não com uréia dietética e submetidos a diferentes períodos de privação
spellingShingle Eficiência da desintoxicação de amônia em bovinos adaptados ou não com uréia dietética e submetidos a diferentes períodos de privação
Santos, Néria Vania Marcos dos
Ammonia
Amônia
Bovinos
Cattle
Intoxicação
Intoxication
Urea (usage)
Uréia (uso)
title_short Eficiência da desintoxicação de amônia em bovinos adaptados ou não com uréia dietética e submetidos a diferentes períodos de privação
title_full Eficiência da desintoxicação de amônia em bovinos adaptados ou não com uréia dietética e submetidos a diferentes períodos de privação
title_fullStr Eficiência da desintoxicação de amônia em bovinos adaptados ou não com uréia dietética e submetidos a diferentes períodos de privação
title_full_unstemmed Eficiência da desintoxicação de amônia em bovinos adaptados ou não com uréia dietética e submetidos a diferentes períodos de privação
title_sort Eficiência da desintoxicação de amônia em bovinos adaptados ou não com uréia dietética e submetidos a diferentes períodos de privação
author Santos, Néria Vania Marcos dos
author_facet Santos, Néria Vania Marcos dos
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Ortolani, Enrico Lippi
dc.contributor.author.fl_str_mv Santos, Néria Vania Marcos dos
dc.subject.por.fl_str_mv Ammonia
Amônia
Bovinos
Cattle
Intoxicação
Intoxication
Urea (usage)
Uréia (uso)
topic Ammonia
Amônia
Bovinos
Cattle
Intoxicação
Intoxication
Urea (usage)
Uréia (uso)
description Esta pesquisa foi realizada para avaliar criticamente a recomendação clássica proposta por Huber (1978), que há necessidade de se promover novo período de adaptação à uréia dietética se os bovinos se abstiverem de receber este nutriente por mais de três dias. Vinte e cinco garrotes foram alimentados com dieta baixa em proteína bruta (10%) e sem uréia dietética e em seguida distribuídos aleatoriamente em cinco grupos iguais, ou seja: controle (O) dieta basal; grupos A, B, C e D alimentados durante 21 dias com a dieta basal e uréia (1% MS). Todos os grupos foram desafiados com uma infusão intravenosa de solução de cloreto de amônio (1,5 M) até o surgimento da convulsão, quando esta foi interrompida. O desafio no grupo A ocorreu no 22o dia do recebimento de uréia; nos grupos B, C e D os desafios foram respectivamente nos dias 4, 15 e 30 dias da abstinência da uréia dietética. O exame clínico e a coleta de amostras de sangue e urina total foram realizados durante a infusão e nas três horas seguintes. Os animais adaptados à uréia (A, B, C e D) necessitaram de maior quantidade de cloreto de amônio para manifestarem convulsão (p<0,001), e demoraram mais para exibirem este sintoma que o grupo controle. Em relação ao grupo controle, os garrotes adaptados, com exceção do grupo C, tiveram um quadro clínico mais brando, se recuperaram mais prontamente e não necessitaram de tratamento médico após o término do experimento. Isto ocorreu devido a maior queda na concentração de amônia sangüínea, causada por uma maior atividade do ciclo da uréia, maior volume urinário e eliminação de amônio neste. Demonstrou-se ainda que a maior produção e eliminação de uréia pelos rins provocou maior diurese, que por sua vez estimulou maior excreção de amônio pela urina, aumentando a eficiência de desintoxicação, especialmente no momento mais crítico do quadro (até uma hora pós-convulsão). Concluiu-se que os animais alimentados previamente com uréia e com abstinência desta na dieta por até um mês não necessitam de novo período de adaptação, contrariando o axioma preconizado por Huber (1978).
publishDate 2005
dc.date.none.fl_str_mv 2005-12-16
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
format doctoralThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10136/tde-15062007-133348/
url http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10136/tde-15062007-133348/
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv
dc.rights.driver.fl_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
info:eu-repo/semantics/openAccess
rights_invalid_str_mv Liberar o conteúdo para acesso público.
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.coverage.none.fl_str_mv
dc.publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
publisher.none.fl_str_mv Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
dc.source.none.fl_str_mv
reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
instname:Universidade de São Paulo (USP)
instacron:USP
instname_str Universidade de São Paulo (USP)
instacron_str USP
institution USP
reponame_str Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
collection Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
repository.name.fl_str_mv Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)
repository.mail.fl_str_mv virginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.br
_version_ 1809090742508847104