O esquema operatório da moeda: corpo, imagem e transindividual

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oliveira, Diego Soares Viana de
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8161/tde-21022019-100801/
Resumo: Esta pesquisa investiga o conceito de moeda para além de sua determinação como dinheiro. Apoiada em conceitos oriundos da filosofia de Gilbert Simondon, busca deduzir um esquema operatório geral da moeda, do qual o dinheiro é uma dimensão. Os recursos para entender as demais dimensões da moeda, como imagem de poder e prestígio e como instrumento liberatório, são encontrados no exame de teorias não econômicas da moeda, na antropologia e na sociologia. A filosofia de Simondon fornece noções como a operação transdutiva, a alagmática, o transindividual e o ciclo genético da imagem, que permitem pensar a moeda não como substância, mas como rede de significações mediadas por imagens e objetos, cuja estrutura é correlata das operações que ela mantém. A tese busca demonstrar que o conceito de moeda se refere a uma operação de tomada de forma que marca o campo social, determinando atividades e relações. Essa marcação parte de uma esfera articuladora, que, com um modo de operação rítmico, se desdobra em dois eixos, um deles (vertical) tratando da remissão a uma temporalidade que transcende o ritmo da vida no campo social, e o outro (horizontal) ordenando as atividades da temporalidade interna ao ritmo da vida no campo social. Este esquema é válido tanto para a moeda enquanto dinheiro quanto para suas outras dimensões, como veículo de prestígio e como instrumento liberatório (paleomoeda). A moeda enquanto dinheiro é estudada a partir da escola francesa do \"institucionalismo monetário\", que integram reflexões sobre o papel da moeda na economia, na sociedade e na política. As teses do institucionalismo monetário são completadas pelas análises marxianas da relação entre a atividade somática do trabalho, as determinações sociais e o movimento do capital. Em seguida, o conceito de esquema operatório da moeda é empregado para investigar como o dinheiro, com as múltiplas dimensões em que opera, é deixado de lado na tradição da análise econômica, demonstrando que a teoria econômica garante sua autonomia como campo de estudo por meio da expulsão da moeda e, por isso, tem dificuldade de reintegrá-la. Como conclusão, o texto aborda iniciativas contemporâneas a partir da maneira como modificam o esquema operatório da moeda.
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A tese busca demonstrar que o conceito de moeda se refere a uma operação de tomada de forma que marca o campo social, determinando atividades e relações. Essa marcação parte de uma esfera articuladora, que, com um modo de operação rítmico, se desdobra em dois eixos, um deles (vertical) tratando da remissão a uma temporalidade que transcende o ritmo da vida no campo social, e o outro (horizontal) ordenando as atividades da temporalidade interna ao ritmo da vida no campo social. Este esquema é válido tanto para a moeda enquanto dinheiro quanto para suas outras dimensões, como veículo de prestígio e como instrumento liberatório (paleomoeda). A moeda enquanto dinheiro é estudada a partir da escola francesa do \"institucionalismo monetário\", que integram reflexões sobre o papel da moeda na economia, na sociedade e na política. As teses do institucionalismo monetário são completadas pelas análises marxianas da relação entre a atividade somática do trabalho, as determinações sociais e o movimento do capital. Em seguida, o conceito de esquema operatório da moeda é empregado para investigar como o dinheiro, com as múltiplas dimensões em que opera, é deixado de lado na tradição da análise econômica, demonstrando que a teoria econômica garante sua autonomia como campo de estudo por meio da expulsão da moeda e, por isso, tem dificuldade de reintegrá-la. Como conclusão, o texto aborda iniciativas contemporâneas a partir da maneira como modificam o esquema operatório da moeda.This thesis investigates the concept of money beyond its determination as currency. By resorting to concepts from the philosophy of Gilbert Simondon, it seeks to elicit the general operative scheme of money, of which currency is a dimension. The resources needed to understand the other dimensions of money, as as image of power and prestige, and as release instrument, are found by examining non-economic theories of money, in anthropology and sociology. Simondon\'s philosophy provides notions such as transductive operation, allagmatics, transindividual, and the genetic cycle of the image, which help to think money not as substance, but as a network of meanings, mediated by images and objects, with a structure that is relative to the operations it sustains. The thesis seeks to demonstrate that the concept of money refers to an operation of form giving, which marks the social field, determining activities and relations. This marking emerges from an articulating sphere, which, having a rhythmic mode of operation, doubles itself in two axes, one of which (vertical) deals with the remission to a temporality that transcends the rhythm of life in the social field, and the other (horizontal) ordaining the activities in the internal temporality of the social field\'s rhythm of life. This scheme is valid both for money as currency and for its other dimensions, as a vehicle of prestige and as a release instrument. Money as currency is studied in relation to the \"monetary institutional\" French school, which integrates analyses of the role of money in the economy, society and politics. The monetary institutional theses are completed with Marx\'s analyses of the relation between work as a somatic activity, social determinations and the movement of capital. The concept of operative scheme is then employed in the investigation of how money, with the several dimensions in which it operates, is left aside in the tradition of economic analysis, demonstrating that economic theory maintains its autonomy as a field of study only through the expulsion of money, and for that reason fails to reintegrate the concept of money. As a conclusion, the text deals with monetary invention initiatives from the angle of how they modify the operative scheme.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSchwartz, Gilson LiberatoOliveira, Diego Soares Viana de2018-08-24info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8161/tde-21022019-100801/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2019-04-09T23:21:59Zoai:teses.usp.br:tde-21022019-100801Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212019-04-09T23:21:59Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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