Infância e ocupação habitacional: o olhar da criança para sua moradia

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Raquel Benato Rodrigues da
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-11122023-161447/
Resumo: No ano de 2019, conforme apontado pela Fundação João Pinheiro, havia no Brasil um déficit de 5,876 milhões de moradias. Somente na Região Metropolitana de São Paulo, a demanda estimada era de 590 mil moradias em contraste com a existência de 571.491 imóveis vazios, sendo 40 mil somente na região central da cidade. Os movimentos sociais organizados possibilitam um lar aos sem-tetos, ocupando prédios vazios e sem função social, efetivando assim um direito garantido pela Constituição Federal de 1988, o direito à moradia. Sobre a situação da habitação no Brasil, este projeto de pesquisa abordou um ponto mais específico desta questão social, os mais vulneráveis nesse processo pelo direito à moradia: as crianças. O objetivo principal desta pesquisa foi conhecer como as crianças moradoras de uma ocupação habitacional vivenciam e representam plasticamente o espaço da moradia, por meio de oficinas artísticas. A partir de uma metodologia de pesquisa qualitativa com estudo de inspiração etnográfica, propôs-se conhecer o cotidiano dessas crianças na Ocupação José Bonifácio, na região central da cidade de São Paulo. Inicialmente, foram realizadas entrevistas com a assistente social, lideranças e mães da ocupação. Com o fim do isolamento social imposto pela pandemia da Covid-19, foram iniciadas as oficinas artísticas que tiveram a participação de crianças de 6 a 12 anos de idade, de ambos os sexos, para abordar a temática da moradia. Pode-se concluir que as crianças vivenciam o espaço da ocupação pelo brincar e pela ludicidade. O desenho, como linguagem artística, permitiu que as crianças moradoras da ocupação pudessem construir e narrar como representam sua moradia e vivenciam os espaços por elas mesmas, sendo a figura da casa, a representação maior do lar.
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