Estrutura do dossel, interceptação luminosa e acúmulo de forragem em pastos de Capim-Marandu submetidos a alturas de pastejo por meio de lotação contínua.

• Autor(a) principal: Molan, Leonardo Kehdi
• Data de Publicação: 2004
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
• Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11139/tde-16092004-162818/
• topic: beef cattle; bovinos de corte; braquiaria grass; capim braquiária; capim marandu; dossel (botânica); efeito da luz; forragem; grazing; herbage; índice de área foliar; leaf area index; light effect; marandu grass; pastagem; pastejo; pasture; sward/canopy

Num ecossistema de pastagem a interceptação da luz incidente é o passo inicial de uma seqüência de eventos que resulta na produção de forragem. Vários são os fatores que interferem no processo de interceptação da luz e, dentre eles, os mais expressivos são aqueles relacionados com o índice de área foliar, com as características estruturais e com o arranjo espacial de componentes do dossel forrageiro. O presente experimento teve como objetivo estudar a estrutura do dossel, a interceptação luminosa e o acúmulo de forragem em pastos de Brachiaria brizantha cv. Marandu submetidos a lotação contínua por bovinos de corte. O experimento foi conduzido no Departamento de Zootecnia da USP/ESALQ. Os tratamentos corresponderam a quatro alturas de dossel (10, 20, 30 e 40 cm) mantidas constantes por meio de lotação contínua e taxa de lotação variável. O delineamento experimental foi o de blocos completos casualizados com quatro repetições. As variáveis estudadas foram: índice de área foliar (IAF), ângulo foliar, interceptação de luz, composição botânica/morfológica da forragem, distribuição vertical dos componentes do dossel forrageiro e acúmulo de forragem. A composição da massa de forragem dos pastos não apresentou grande variação entre tratamentos, principalmente no que diz respeito à porcentagem de hastes (27%) e de folhas (21%). A quantidade absoluta e a porcentagem de material morto em relação aos outros componentes morfológicos do dossel aumentaram do verão (30%) até o início da primavera (61%). Quanto maior a altura do dossel, maior foi o deslocamento dos componentes morfológicos ao longo de seu perfil vertical durante o ano. Reduções acentuadas nos valores de IAF dos pastos mantidos a 20 (5,2 para 1,6), 30 (7,0 para 1,5) e 40 cm (7,5 para 2,1) do verão ao início da primavera, respectivamente, não foram acompanhadas por reduções em interceptação luminosa, que se manteve consistentemente acima de 98%. O componente material morto interferiu de foma significativa na interceptação de luz, além de ter apresentado um padrão "dinâmico" de posicionamento no perfil vertical do dossel ao longo do ano. Essa variação na estrutura vertical do dossel foi tão maior quanto mais altos foram mantidos os pastos, e seu efeito sobre os padrões de interceptação luminosa provocou grandes variações na produção de forragem ao longo do ano. De toda a forragem produzida, 65 e praticamente 100% foi acumulada durante o final da primavera e verão nos pastos mantidos a 10 e 40 cm, respectivamente. A produção total de forragem não diferiu entre os pastos mantidos a 10, 20 e 30 cm (aproximadamente 24 ton.ha-1.ano-1), sugerindo haver grande flexibilidade de manejo para essa espécie forrageira. As modificações no sentido vertical e horizontal na estrutura do dossel forrageiro tiveram impacto maior sobre a distribuição estacional do que propriamente sobre a produção total de forragem.