Avaliação ultra-sonográfica da função endotelial em usuárias de letrozol e tamoxifeno
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2009 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17145/tde-27092013-102551/ |
Resumo: | Entre as mulheres brasileiras, a principal causa de mortalidade são as doenças cardiovasculares, seguida em freqüência pelo câncer, sendo o mais comum o de mama. É bastante conhecida a associação de câncer com eventos tromboembólicos, mas pouco estabelecida sua relação com os demais eventos cardiovasculares. Para estudar estes eventos desde suas alterações primordiais, como a lesão e disfunção endotelial e a formação da placa aterosclerótica, vários métodos têm sido utilizados. É clara a associação entre câncer, em especial o de mama, com lesão endotelial e risco cardiovascular. A terapia endócrina para tumores de mama com receptores hormonais positivos é amplamente usada tanto de forma paliativa no câncer de mama metastático, quanto na adjuvância, para tumores iniciais. O tamoxifeno (TMX) tem sido usado como droga de escolha com este propósito há cerca de 30 anos com boa eficácia e perfil razoavelmente seguro. O desenvolvimento do os inibidores de aromatase (IAs) de terceira geração promoveu estudos comparativos que têm demonstrado superioridade dos IAs em relação ao TMX na adjuvância, favorecendo seu uso tanto em substituição, quanto de forma seqüencial. Em geral, os IAs são tão bem tolerados quanto o TMX, preocupando ainda questões como aumento de risco cardiovascular, de osteoporose e alterações no perfil lipídico. Neste cenário temos alguns estudos demonstrando um menor número de eventos cardiovasculares em mulheres previamente tratadas de câncer de mama, o que indica um possível efeito protetor do tratamento com tamoxifeno. O efeito cardiovascular dos inibidores da aromatase permanece controverso. O objetivo deste estudo foi comparar alguns marcadores de risco cardiovascular entre mulheres sobreviventes do câncer de mama após tratamento com tamoxifeno, letrozol ou sem tratamento endócrino. Para isso, avaliamos o total de 103 sobreviventes de câncer de mama: 35 em uso de tamoxifeno (TMXg), 34 em uso de letrozol (LTZg) e 34 sem tratamento endócrino (STEg). Os parâmetros estudados foram: a dilatação da artéria braquial mediada por fluxo (DMF), a espessura da íntima-média (EIM) e o índice de rigidez (?) da artéria carótida, colesterol total, HDL e triglicérides. Observamos que os três grupos apresentaram valores semelhantes de HDL e EIM. No TMXg foi encontrado o menor valor de colesterol total (219,29±36,31mg/dL vs. 250,59±38,37mg/dL vs. 245,09±35,35mg/dL; TMXg vs. LTZg vs. STEg respectivamente; p<0,01 -ANOVA), o maior valor de triglicérides (139,34±41,82mg/dL vs. 111,35±28,22mg/dL vs. 122,09±33,42mg/dL; p<0,01), o maior valor de DMF (6,32±2,33% vs. 4,10±2,06% vs. 4,66±2,52%; p<0,01) e o valor mais baixo do índice de rigidez (?) (5,08±1,68 vs. 6,28±1,75 vs. 5,99±1,86; p=0,01). O LTZg não diferiu significantemente do STEg em nenhum dos parâmetros estudados. Nós não observamos nenhuma diferença entre o LTZg e o STEg em nenhum dos parâmetros de risco cardiovascular avaliados. Desta forma, a diferença observada nos valores dos lipídios séricos, no índice de rigidez (?) e na DMF entre as mulheres em tratamento com tamoxifeno e letrozol pode ser mais bem atribuída a um efeito benéfico do tamoxifeno do que a um efeito prejudicial do letrozol. |
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Avaliação ultra-sonográfica da função endotelial em usuárias de letrozol e tamoxifenoUltrasound assessment of endothelial function in users of letrozole and tamoxifenAntineoplásicos hormonaisAntineoplastic hormonalBreast cancerMarcadores biológicosmarkers biologicalNeoplasia da MamaEntre as mulheres brasileiras, a principal causa de mortalidade são as doenças cardiovasculares, seguida em freqüência pelo câncer, sendo o mais comum o de mama. É bastante conhecida a associação de câncer com eventos tromboembólicos, mas pouco estabelecida sua relação com os demais eventos cardiovasculares. Para estudar estes eventos desde suas alterações primordiais, como a lesão e disfunção endotelial e a formação da placa aterosclerótica, vários métodos têm sido utilizados. É clara a associação entre câncer, em especial o de mama, com lesão endotelial e risco cardiovascular. A terapia endócrina para tumores de mama com receptores hormonais positivos é amplamente usada tanto de forma paliativa no câncer de mama metastático, quanto na adjuvância, para tumores iniciais. O tamoxifeno (TMX) tem sido usado como droga de escolha com este propósito há cerca de 30 anos com boa eficácia e perfil razoavelmente seguro. O desenvolvimento do os inibidores de aromatase (IAs) de terceira geração promoveu estudos comparativos que têm demonstrado superioridade dos IAs em relação ao TMX na adjuvância, favorecendo seu uso tanto em substituição, quanto de forma seqüencial. Em geral, os IAs são tão bem tolerados quanto o TMX, preocupando ainda questões como aumento de risco cardiovascular, de osteoporose e alterações no perfil lipídico. Neste cenário temos alguns estudos demonstrando um menor número de eventos cardiovasculares em mulheres previamente tratadas de câncer de mama, o que indica um possível efeito protetor do tratamento com tamoxifeno. O efeito cardiovascular dos inibidores da aromatase permanece controverso. O objetivo deste estudo foi comparar alguns marcadores de risco cardiovascular entre mulheres sobreviventes do câncer de mama após tratamento com tamoxifeno, letrozol ou sem tratamento endócrino. Para isso, avaliamos o total de 103 sobreviventes de câncer de mama: 35 em uso de tamoxifeno (TMXg), 34 em uso de letrozol (LTZg) e 34 sem tratamento endócrino (STEg). Os parâmetros estudados foram: a dilatação da artéria braquial mediada por fluxo (DMF), a espessura da íntima-média (EIM) e o índice de rigidez (?) da artéria carótida, colesterol total, HDL e triglicérides. Observamos que os três grupos apresentaram valores semelhantes de HDL e EIM. No TMXg foi encontrado o menor valor de colesterol total (219,29±36,31mg/dL vs. 250,59±38,37mg/dL vs. 245,09±35,35mg/dL; TMXg vs. LTZg vs. STEg respectivamente; p<0,01 -ANOVA), o maior valor de triglicérides (139,34±41,82mg/dL vs. 111,35±28,22mg/dL vs. 122,09±33,42mg/dL; p<0,01), o maior valor de DMF (6,32±2,33% vs. 4,10±2,06% vs. 4,66±2,52%; p<0,01) e o valor mais baixo do índice de rigidez (?) (5,08±1,68 vs. 6,28±1,75 vs. 5,99±1,86; p=0,01). O LTZg não diferiu significantemente do STEg em nenhum dos parâmetros estudados. Nós não observamos nenhuma diferença entre o LTZg e o STEg em nenhum dos parâmetros de risco cardiovascular avaliados. Desta forma, a diferença observada nos valores dos lipídios séricos, no índice de rigidez (?) e na DMF entre as mulheres em tratamento com tamoxifeno e letrozol pode ser mais bem atribuída a um efeito benéfico do tamoxifeno do que a um efeito prejudicial do letrozol.The main cause of death among Brazilian women is cardiovascular disease followed by cancer; breast cancer is the most incident in this population. The relationship between cancer and thrombosis is well known, although its association with other cardiovascular events is poorly understood. In order to study these events since its primordial findings, as endothelial injury and dysfunction and the evolving atherosclerotic plaque, many methods are currently being used. There is a clear association between cancer, meanly breast cancer with endothelial injury and cardiovascular risk. Endocrine therapy for breast cancer with positive receptors has been widely applied either for advanced metastatic cancer as for initial tumors. For more than 30 years tamoxifen (TMX) has been the first choice for this purpose with an acceptable safety profile. The emerging third generation aromatase inhibitors (IA) promoted comparative trials which have proved the IA to be superior to TMX in the adjuvant setting - what supported its use both in substitution and in a sequential manner. Broadly, the IA are as well tolerated as TMX, still concerning issues as cardiovascular risk and osteoporosis increase and lipid profile changes. In this scenario, studies have shown that women previously treated for breast cancer present fewer cardiovascular events, indicating a possible protective effect of tamoxifen treatment. The effects of the aromatase inhibitors on cardiovascular protection remain controversial. The aim of this study was to compare some cardiovascular risk markers among breast cancer survivors following treatment with tamoxifen, letrozole or no endocrine treatment. So a total of 103 breast cancer survivors: 35 using tamoxifen (TMXg), 34 using letrozole (LTZg) and 34 using no endocrine treatment (NETg) were evaluated. Ultrasonographic evaluation of brachial artery flow-mediated dilation (FMD), carotid intima-media thickness (IMT) and stiffness index (?); and blood total cholesterol, HDL and triglycerides were assessed. All three groups presented similar values of HDL and IMT. TMXg showed the lowest total cholesterol (219.29±36.31mg/dL vs. 250.59±38.37mg/dL vs. 245.09±35.35mg/dL; TMXg vs. LTZg vs. NETg respectively; p<0.01 - ANOVA), the highest triglycerides (139.34±41.82mg/dL vs. 111.35±28.22mg/dL vs. 122.0933±42mg/dL; p<0.01), the highest FMD (6.32±2.33% vs. 4.10±2.06% vs. 4.66±2.52%; p<0.01) and the lowest stiffness index (?) (5.08±1.68 vs. 6.28±1.75 vs. 5.99±1.86; p=0.01). LTZg did not differ significantly from NETg on any evaluated parameter. We did not observe any difference of LTZg on the evaluated cardiovascular risk parameters compared to NETg. As such, the observed difference on lipid values, stiffness index (?) and FMD between women receiving tamoxifen and letrozole might be best attributed to the beneficial effect of tamoxifen than to a detrimental effect of letrozole.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPReis, Francisco José Cândido dosNastri, Carolina Oliveira2009-09-16info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17145/tde-27092013-102551/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:37Zoai:teses.usp.br:tde-27092013-102551Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10:37Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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