Avaliação da percepção de fala no outro e em si em falantes com fissura labiopalatina

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gifalli, Giovana
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/61/61132/tde-06062023-155916/
Resumo: Indivíduos com fissura labiopalatina (FLP) podem apresentar diversas alterações na comunicação, incluindo alterações da produção e percepção da fala. As alterações de fala mais características estão relacionadas tanto à disfunção tubária (DT) quanto à disfunção velofaríngea (DVF). A DT tem como consequência o acúmulo de fluído e otite média secretora impactando diretamente na percepção dos sons. A DVF tem como consequência a hipernasalidade, o escape de ar nasal e a fraca pressão intraoral impactando diretamente na produção dos sons. Uma característica secundária ao escape de ar nasal e consequente fraca pressão intraoral é o uso de ponto articulatório atípico em substituição ao ponto articulatório oral (Articulações Compensatórias-ACs). Uma vez estabelecido pelo bebê esse padrão atípico de produção de sons (ACs) compromete a inteligibilidade de fala além de ser resistente à fonoterapia. Um melhor entendimento sobre a percepção de fala em indivíduos que fazem uso de ACs, portanto, é importante tanto para a prevenção dessa alteração quanto para o estabelecimento da melhor estratégia fonoterapêutica para sua correção. Este trabalho teve como objetivo descrever e comparar a habilidade de identificação de contrastes fonológicos (na fala do outro e na própria fala) de um falante com DVF, pré e pós tratamento para correção de ACs. O teste PERCEFAL, (que possibilita avaliar a identificação de contrastes fonológicos por meio de uma tarefa de reconhecimento de palavras apresentadas em pares mínimos), foi conduzido nas condições pré e pós Fonoterapia usando-se os subtestes que avaliam a identificação do contraste fonológico entre oclusivas 30 pares (PERCocl) e entre fricativas 42 pares (PERCfric). Observou-se que ao comparar a condição pré-terapia (presença de ACs) com a condição pós-terapia (ausência de ACs), o paciente apresentou melhora na identificação de pares mínimos de 33% e de 28% para os sons oclusivos e fricativos, após correção da oclusiva glotal e fricativa faríngea,10 respectivamente. Conclui-se que houve melhora na percepção da fala do outro e da própria fala após a correção das ACs sugerindo o impacto da produção na percepção dos sons.
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