O uso de estratégias argumentativas em entrevistas de seleção
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2007 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-01122009-114755/ |
Resumo: | Com base nos estudos de Perelman e OlbrechtsTyteca (1958 [2000]) que entendem a argumentação como o processo em que se utilizam técnicas que permitem provocar ou aumentar a adesão dos espíritos às teses que se lhes apresentam ao seu assentimento (p.6), de Oswald Ducrot (1984 [1987]) que analisa a linguagem considerando que a argumentatividade é inerente à língua, de seu continuador Vogt (1980), como também de outros autores que estudam a argumentação tais como Koch (2002; 2003; 2004), Guimarães (2001), além dos gramáticos da língua oral Neves (2000) e Castilho (2004), propomos analisar as estratégias argumentativas em entrevista de seleção. A entrevista é um campo pouco explorado no âmbito lingüístico e nela há um verdadeiro jogo de representações daqueles que almejam uma vaga no mercado de trabalho. Por meio dessas teorias será possível analisar os operadores argumentativos, os pressupostos e subentendidos, o ethos construído durante o processo seletivo. A maneira como os candidatos prestam as informações é primordial nesse processo. As escolhas lexicais determinam o desempenho dos candidatos e mostram de que forma eles constroem seu ethos. Dessas escolhas, analisamos os operadores que foram de grande importância para a construção do discurso argumentativo durante o processo de seleção, tendo como fio condutor o mas. Justifica-se essa opção pelo fato de o mas estar, na maioria das vezes, relacionado ao implícito, fazendo com que outros sentidos fiquem subentendidos em um enunciado. A construção da imagem que o candidato faz de si mesmo pelo e no discurso ocorre também mediante esses outros sentidos tácitos, como assevera Ducrot (op. cit., p. 188): não se trata de afirmações auto-elogiosas que ele pode fazer de sua própria pessoa no conteúdo de seu discurso, afirmações que podem ao contrário chocar o ouvinte, mas da aparência que lhe confere a fluência, a entonação, calorosa ou severa, a escolha das palavras, os argumentos. Além desse operador, outros que orientam a escala e a força argumentativa dos enunciados também foram analisados. Outrossim, consideramos o modo como os entrevistadores formularam as perguntas e nelas procuramos detectar a possibilidade de haver predileção por determinado candidato. |
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A entrevista é um campo pouco explorado no âmbito lingüístico e nela há um verdadeiro jogo de representações daqueles que almejam uma vaga no mercado de trabalho. Por meio dessas teorias será possível analisar os operadores argumentativos, os pressupostos e subentendidos, o ethos construído durante o processo seletivo. A maneira como os candidatos prestam as informações é primordial nesse processo. As escolhas lexicais determinam o desempenho dos candidatos e mostram de que forma eles constroem seu ethos. Dessas escolhas, analisamos os operadores que foram de grande importância para a construção do discurso argumentativo durante o processo de seleção, tendo como fio condutor o mas. Justifica-se essa opção pelo fato de o mas estar, na maioria das vezes, relacionado ao implícito, fazendo com que outros sentidos fiquem subentendidos em um enunciado. A construção da imagem que o candidato faz de si mesmo pelo e no discurso ocorre também mediante esses outros sentidos tácitos, como assevera Ducrot (op. cit., p. 188): não se trata de afirmações auto-elogiosas que ele pode fazer de sua própria pessoa no conteúdo de seu discurso, afirmações que podem ao contrário chocar o ouvinte, mas da aparência que lhe confere a fluência, a entonação, calorosa ou severa, a escolha das palavras, os argumentos. Além desse operador, outros que orientam a escala e a força argumentativa dos enunciados também foram analisados. Outrossim, consideramos o modo como os entrevistadores formularam as perguntas e nelas procuramos detectar a possibilidade de haver predileção por determinado candidato.Based on the studies by Perelman and Olbrechts-Tyteca (1958 [2000]), who understand argumentation as a process in which are used techniques allowing us to induce or to increase the minds adherence to the theses presented for its assent (p. 6), based on Oswald Ducrot (1984 [1987]), who analyzes speech considering argumentation as inherent to language, on his successor Vogt (1980), and on other authors who study argumentation, such as Koch (2002; 2003; 2004), Guimarães (2001), besides oral tongue grammarer Neves (2000) e Castilho (2004), we intend to analyze the argumentative strategies used in job interviews. The interview is a field that has been little explored in the linguistic realm and which presents a real set of representation on the part of those who seek a position in the job market. Through those theories, it will be possible to analyze the argumentative operators, the presumptions and the implicit, the ethos built during the selective process. The manner in which applicants convey information is fundamental in this process. The applicants performance is determined by their lexical choices, which show how they build their ethos. From those choices, we have taken and analyzed the operators which were important to the building of the argumentative discourse during the selective process, focusing on but. This option is justified by the fact that but is, in most cases, related to the implicit, making the other meanings implied in a statement. The building of the applicants self-image through and in the discourse occurs through these other tacit meanings too, as Ducrot states (op. cit. p. 188): it is not about self-flattering statements he can make about himself in the context of his speech, statements which may, in contrast, shock the listener, but about the appearance conveyed by the fluency, the warm or serious tone, the choice of words, the arguments. Besides but, other operators that guide the scale and the argumentative force of statements have been analyzed. In addition, we have taken into account the way interviewers asked questions in which we have tried to detect the possibility of preference for a certain applicantBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPAndrade, Maria Lúcia da Cunha Victório de OliveiraOliveira, Kelly Cristina de2007-05-04info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-01122009-114755/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2016-07-28T16:10:00Zoai:teses.usp.br:tde-01122009-114755Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212016-07-28T16:10Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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