Contribuição ao estudo da composição química e valor nutritivo dos resíduos da industrialização de mandioca - Manihot utilíssima Pohl - no Estado de São Paulo.
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 1972 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11139/tde-20240301-154632/ |
Resumo: | Foram coletadas 35 amostras de farelo de mandioca no Estado de São Paulo, em 8 municípios que industrializavam o produto na ocasião. As amostras dos farelos eram provenientes da industrialização da mandioca na confecção de amido, farinha de mesa, farinha de raspas e finalmente resíduos do lavador e varredura. Procedeu-se à análise química dos farelos para os seguintes componentes: matéria seca, proteína, fibra, matéria graxa, matéria mineral, cálcio, fósforo, cinza solúvel, sílica, extrativos não nitrogenados e celulose. Foram estimados os nutrientes digestíveis totais, através de fórmula de SCHNEIDER et alii (1952). A aplicação do teste F para o N.D.T. não evidenciou diferença significativa. Foram estudados 4 tipos de subprodutos da mandioca: farelo de bagaço, subproduto da industrialização do amido; farelo de farinha de mesa, originário da confecção da farinha de mesa; farelo de raspas, proveniente do fabrico da farinha de raspas panificável e farelo do resíduo do lavador e de varredura, coletados em 4 indústrias que produziam farinha de raspas. O estudo do material coletado permitiu: 1 - Conhecer diferentes tipos de farelo, subprodutos da industrialização da mandioca no Estado de são Paulo. 2 - Determinar as análises químicas desses subprodutos e estimar o N.D.T. estabelecendo-se assim uma apreciação dos seus valores nutritivos. A composição química dos farelos apresentou as seguintes características bromatológicas, resumidas no QUADRO XIII: a) baixo teor de proteína. b) baixa porcentagem de matéria mineral ou cinzas, principalmente de fósforo. c) teores reduzidos de matéria graxa (com vantagens de armazenamento do produto). d) elevado teor em extrativos não nitrogenados comportando-se assim como um concentrado hidrocarbonado. Dos 4 tipos de farelo, 3 são realmente comercializados, sendo que o originário de varredura e lavador não o é devido às características que apresenta, em razão de sua contaminação com material estranho, como terra, tornando-se em consequência escuro, o que provavelmente dificulta sua comercialização. Observou-se que a variação nos componentes químicos se deve, presumivelmente, como resultado dos métodos e processos de industrialização e, ainda às variedades de mandiocas utilizadas pelas indústrias. Os coeficientes de variação se elevaram mais nos seguintes componentes: matéria mineral, cinza solúvel e sílica, devido à provável presença de terra ao material. O coeficiente de variação da fibra bruta, ao redor de 21,00% a 24,00% se deu, provavelmente em consequência da mistura desigual de casca ao material, para os farelos de farinha de mesa, de raspas e de varredura e lavador. Os extrativos não nitrogenados e nutrientes digestíveis totais encontrados nos farelos e comparados com a mandioca integral; revelam que o farelo, subproduto das raízes, é um alimento altamente hidrocarbonado e, quando comparado ao milho, sôrgo e batata doce, mostrou ter valor energético bem próximo a estes. Através de informações das fábricas de ração, os 3 tipos de farelo encontrados no comércio (farelo de bagaço, de farinha de mesa e de raspas) não são classificados pelas mesmas, e sim adicionados indistintamente nas raçoes, apenas como farelo de mandioca. Com o presente trabalho, acredita-se que um primeiro passo tenha sido dado para se tentar uma classificação e avaliação dos resíduos de mandioca encontrados no Estado de São Paulo, através das análises químicas realizadas e dos nutrientes digestíveis totais estimados pela fórmula de SCHNEIDER et alii (1952). Com a escassêz de matéria prima na composição de rações na alimentação animal, está se recorrendo cada vez mais ao aproveitamento de subprodutos da agricultura e indústria, com a finalidade de transformá-los em carne, leite, lã, etc., em níveis econômicos de produção. Daí a necessidade de se conhecer melhor esses subprodutos, para um balanceamento adequado das rações. |
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Contribuição ao estudo da composição química e valor nutritivo dos resíduos da industrialização de mandioca - Manihot utilíssima Pohl - no Estado de São Paulo.COMPOSIÇÃO QUÍMICAMANDIOCARESÍDUOS INDUSTRIAISVALOR NUTRITIVOForam coletadas 35 amostras de farelo de mandioca no Estado de São Paulo, em 8 municípios que industrializavam o produto na ocasião. As amostras dos farelos eram provenientes da industrialização da mandioca na confecção de amido, farinha de mesa, farinha de raspas e finalmente resíduos do lavador e varredura. Procedeu-se à análise química dos farelos para os seguintes componentes: matéria seca, proteína, fibra, matéria graxa, matéria mineral, cálcio, fósforo, cinza solúvel, sílica, extrativos não nitrogenados e celulose. Foram estimados os nutrientes digestíveis totais, através de fórmula de SCHNEIDER et alii (1952). A aplicação do teste F para o N.D.T. não evidenciou diferença significativa. Foram estudados 4 tipos de subprodutos da mandioca: farelo de bagaço, subproduto da industrialização do amido; farelo de farinha de mesa, originário da confecção da farinha de mesa; farelo de raspas, proveniente do fabrico da farinha de raspas panificável e farelo do resíduo do lavador e de varredura, coletados em 4 indústrias que produziam farinha de raspas. O estudo do material coletado permitiu: 1 - Conhecer diferentes tipos de farelo, subprodutos da industrialização da mandioca no Estado de são Paulo. 2 - Determinar as análises químicas desses subprodutos e estimar o N.D.T. estabelecendo-se assim uma apreciação dos seus valores nutritivos. A composição química dos farelos apresentou as seguintes características bromatológicas, resumidas no QUADRO XIII: a) baixo teor de proteína. b) baixa porcentagem de matéria mineral ou cinzas, principalmente de fósforo. c) teores reduzidos de matéria graxa (com vantagens de armazenamento do produto). d) elevado teor em extrativos não nitrogenados comportando-se assim como um concentrado hidrocarbonado. Dos 4 tipos de farelo, 3 são realmente comercializados, sendo que o originário de varredura e lavador não o é devido às características que apresenta, em razão de sua contaminação com material estranho, como terra, tornando-se em consequência escuro, o que provavelmente dificulta sua comercialização. Observou-se que a variação nos componentes químicos se deve, presumivelmente, como resultado dos métodos e processos de industrialização e, ainda às variedades de mandiocas utilizadas pelas indústrias. Os coeficientes de variação se elevaram mais nos seguintes componentes: matéria mineral, cinza solúvel e sílica, devido à provável presença de terra ao material. O coeficiente de variação da fibra bruta, ao redor de 21,00% a 24,00% se deu, provavelmente em consequência da mistura desigual de casca ao material, para os farelos de farinha de mesa, de raspas e de varredura e lavador. Os extrativos não nitrogenados e nutrientes digestíveis totais encontrados nos farelos e comparados com a mandioca integral; revelam que o farelo, subproduto das raízes, é um alimento altamente hidrocarbonado e, quando comparado ao milho, sôrgo e batata doce, mostrou ter valor energético bem próximo a estes. Através de informações das fábricas de ração, os 3 tipos de farelo encontrados no comércio (farelo de bagaço, de farinha de mesa e de raspas) não são classificados pelas mesmas, e sim adicionados indistintamente nas raçoes, apenas como farelo de mandioca. Com o presente trabalho, acredita-se que um primeiro passo tenha sido dado para se tentar uma classificação e avaliação dos resíduos de mandioca encontrados no Estado de São Paulo, através das análises químicas realizadas e dos nutrientes digestíveis totais estimados pela fórmula de SCHNEIDER et alii (1952). Com a escassêz de matéria prima na composição de rações na alimentação animal, está se recorrendo cada vez mais ao aproveitamento de subprodutos da agricultura e indústria, com a finalidade de transformá-los em carne, leite, lã, etc., em níveis econômicos de produção. Daí a necessidade de se conhecer melhor esses subprodutos, para um balanceamento adequado das rações.Thirty - five samples of cassava (Manihot utlissima Pohl) root residues from different industries in the State of São Paulo, were submitted to chemical analyses in order to establish their nutritive values. The residue samples were taken from the various lines of production as follows: a) bagasse, resulted from the starch extraction; b) middling (I), from the cassava flour; c) middling(II), resulted from the whole cassava meal; d) wasting from the washing of cassava and from the sweepings around the dissecator. Chemical analyses were carried out for the following components: dry matter; crude protein; crude fiber; ash; ether extract; nitrogen-free extract; calcium; phosphorus; cellulose; soluble ash and silica. Total Digestible Nutrients values were estimated according to the formula established by SCHNEIDER et alii (1952). The values for crude protein were: bagasse 1,6%, middling (I) 3.71, middling (II) 3.89; wasting 3.06%. Total Digestible Nutrients values were respectively; 74,33%; 76,69%; 76,53% and 70,64%. Complete results for other components are presented in table XIII. No significant statistical differences were found among estimated Total Digestible Nutrients values. From this study it was possible to establish some rough differences among the various by-products from cassava industrialization. The chemical composition showed that those by-products were: low in protein; low in ash (mainly phosphorus); low in ether extract and high in nitrogen-free extract, then being considered as energy concentrate feeds. Some variations were observed in chemical composition, probably due to different processing methods employed in industry plants and also to the use of several cassava varieties. From this study, a good approach on the classification of cassava by-products will be possible in the State of São Paulo.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPPeixoto, Aristeu MendesMelotti, Laércio1972-04-20info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11139/tde-20240301-154632/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-08-14T13:56:02Zoai:teses.usp.br:tde-20240301-154632Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-08-14T13:56:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Foram coletadas 35 amostras de farelo de mandioca no Estado de São Paulo, em 8 municípios que industrializavam o produto na ocasião. As amostras dos farelos eram provenientes da industrialização da mandioca na confecção de amido, farinha de mesa, farinha de raspas e finalmente resíduos do lavador e varredura. Procedeu-se à análise química dos farelos para os seguintes componentes: matéria seca, proteína, fibra, matéria graxa, matéria mineral, cálcio, fósforo, cinza solúvel, sílica, extrativos não nitrogenados e celulose. Foram estimados os nutrientes digestíveis totais, através de fórmula de SCHNEIDER et alii (1952). A aplicação do teste F para o N.D.T. não evidenciou diferença significativa. Foram estudados 4 tipos de subprodutos da mandioca: farelo de bagaço, subproduto da industrialização do amido; farelo de farinha de mesa, originário da confecção da farinha de mesa; farelo de raspas, proveniente do fabrico da farinha de raspas panificável e farelo do resíduo do lavador e de varredura, coletados em 4 indústrias que produziam farinha de raspas. O estudo do material coletado permitiu: 1 - Conhecer diferentes tipos de farelo, subprodutos da industrialização da mandioca no Estado de são Paulo. 2 - Determinar as análises químicas desses subprodutos e estimar o N.D.T. estabelecendo-se assim uma apreciação dos seus valores nutritivos. A composição química dos farelos apresentou as seguintes características bromatológicas, resumidas no QUADRO XIII: a) baixo teor de proteína. b) baixa porcentagem de matéria mineral ou cinzas, principalmente de fósforo. c) teores reduzidos de matéria graxa (com vantagens de armazenamento do produto). d) elevado teor em extrativos não nitrogenados comportando-se assim como um concentrado hidrocarbonado. Dos 4 tipos de farelo, 3 são realmente comercializados, sendo que o originário de varredura e lavador não o é devido às características que apresenta, em razão de sua contaminação com material estranho, como terra, tornando-se em consequência escuro, o que provavelmente dificulta sua comercialização. Observou-se que a variação nos componentes químicos se deve, presumivelmente, como resultado dos métodos e processos de industrialização e, ainda às variedades de mandiocas utilizadas pelas indústrias. Os coeficientes de variação se elevaram mais nos seguintes componentes: matéria mineral, cinza solúvel e sílica, devido à provável presença de terra ao material. O coeficiente de variação da fibra bruta, ao redor de 21,00% a 24,00% se deu, provavelmente em consequência da mistura desigual de casca ao material, para os farelos de farinha de mesa, de raspas e de varredura e lavador. Os extrativos não nitrogenados e nutrientes digestíveis totais encontrados nos farelos e comparados com a mandioca integral; revelam que o farelo, subproduto das raízes, é um alimento altamente hidrocarbonado e, quando comparado ao milho, sôrgo e batata doce, mostrou ter valor energético bem próximo a estes. Através de informações das fábricas de ração, os 3 tipos de farelo encontrados no comércio (farelo de bagaço, de farinha de mesa e de raspas) não são classificados pelas mesmas, e sim adicionados indistintamente nas raçoes, apenas como farelo de mandioca. Com o presente trabalho, acredita-se que um primeiro passo tenha sido dado para se tentar uma classificação e avaliação dos resíduos de mandioca encontrados no Estado de São Paulo, através das análises químicas realizadas e dos nutrientes digestíveis totais estimados pela fórmula de SCHNEIDER et alii (1952). Com a escassêz de matéria prima na composição de rações na alimentação animal, está se recorrendo cada vez mais ao aproveitamento de subprodutos da agricultura e indústria, com a finalidade de transformá-los em carne, leite, lã, etc., em níveis econômicos de produção. Daí a necessidade de se conhecer melhor esses subprodutos, para um balanceamento adequado das rações. |
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