A pedagogização das diferenças sexuais: o cinema como dispositivo educativo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Saraiva, Luis Fernando de Oliveira
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-19072011-110706/
Resumo: Com as transformações políticas, econômicas e sociais ocorridas a partir dos séculos XVII e XVIII, tem se intensificado um poder que se ocupa em gerir a vida e lhe extrair ao máximo suas forças, seja na produção de corpos individuais mais produtivos, seja no controle do corpo-espécie da população. Assim, ao mesmo tempo em que se torna hegemônico um modo de subjetivação no qual domina uma interioridade dotada de capacidades, desejos, virtualidades a serem descobertos, há uma crescente preocupação com fenômenos e processos da vida, transformados em taxas a serem medidas e previstas. No encontro entre indivíduo e população, a sexualidade, ponto fundamental na gestão da vida. Nesse contexto, o presente estudo teve por objetivo investigar modos de subjetivação acionados pelo cinema no que diz respeito às diferenças sexuais, fornecendo subsídios para a problematização de práticas ditas inclusivas. Em uma perspectiva teórico-metodológico pós-estruturalista que dialoga com a Teoria Crítica, tomou-se o cinema como um dispositivo educativo e governamentalizante, isto é, uma extremidade na qual o poder se exerce, visando o governo de corpos e da população. Inserido na lógica da indústria cultural, o cinema ensina estilos de vida, maneiras de ser e modos de se relacionar, construindo e legitimando identidades sociais, ao mesmo tempo em que desautoriza outras. A partir da análise de filmes indicados e/ou vencedores do Oscar na última década, percebeuse uma significativa mudança nas formas pelas quais personagens não-heterossexuais vêm sendo apresentados, apontando tanto para uma aparente ruptura com imagens pejorativas e estereotipadas, fomentadoras de preconceitos e exclusões, quanto para a incitação de processos subjetivadores nos quais dominam a domesticação das diferenças sexuais e abafamento de seu potencial contestatório e disruptivo
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