Associação entre biomarcadores inflamatórios e polimorfismos genéticos e alterações da função pulmonar em pacientes com silicose

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lombardi, Elisa Maria Siqueira
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5150/tde-01022024-155119/
Resumo: INTRODUÇÃO: A silicose é a pneumoconiose mais prevalente no mundo e causa importante de incapacidade e morte. Estudos sugerem a associação de marcadores inflamatórios e de polimorfismos genéticos a maior risco de desenvolvimento de silicose e declínio acentuado na função pulmonar. No entanto, estas associações ainda estão pouco esclarecidas, bem como sua aplicabilidade na prevenção e na prática clínica. OBJETIVOS: Avaliar a associação de marcadores inflamatórios e de polimorfismos genéticos à frequência e tipo de alterações da função pulmonar e à forma de apresentação da silicose através de exame de imagem, em indivíduos expostos à sílica sem e com silicose. MÉTODOS: Foram incluídos homens expostos à sílica com (G3) e sem silicose (G2) e não expostos (G1). Todos foram submetidos a questionários respiratórios, avaliação clínica, ocupacional, função pulmonar completa, radiografia de tórax (todos os participantes), tomografia de tórax (exceto os controles não expostos), teste de caminhada de 6 minutos, análises de marcadores inflamatórios sistêmicos e determinação de polimorfismos genéticos da família da glutationa S-transferase (GST) e de genes de reparação de DNA (XRCC1, XRCC3, XPD), em amostras de sangue. Foram realizadas análises descritivas comparando as frequências de alterações clínicas, funcionais, de imagem, desempenho no exercício, marcadores inflamatórios e polimorfismos entre os grupos e análises de regressão logística múltipla para identificação de marcadores associados ao diagnóstico de silicose, a pior função pulmonar e imagem radiológica com grandes opacidades. RESULTADOS: Foram avaliados 297 indivíduos do sexo masculino dos quais, 51 controles não expostos (G1), 149 expostos à sílica sem silicose (G2) e 97 com silicose (G3). Indivíduos com silicose apresentaram maior média de idade, maior índice de exposição à sílica, maior frequência de infecções respiratórias prévias (bacterianas e micobacterianas), maior frequência de sintomas respiratórios (com destaque para sibilância), maiores níveis de pressão arterial sistêmica à avaliação clínica, piores parâmetros de função pulmonar, maior frequência de alterações de imagem radiológica, pior capacidade de exercício e maiores valores de marcadores inflamatórios em comparação aos outros dois grupos. Aqueles com presença de grandes opacidades tiveram ainda piores parâmetros de função pulmonar, pior distância percorrida no teste de caminhada e valores mais elevados de marcadores inflamatórios em comparação àqueles sem grandes opacidades. Indivíduos expostos à sílica sem silicose apresentaram prevalência aumentada de espessamento de vias aéreas em comparação aos não expostos ajustado para tabagismo. A prevalência de distúrbio ventilatório obstrutivo (DVO) foi maior do que o esperado para a população normal no grupo de expostos sem silicose, com risco 14 vezes maior em comparação aos não expostos. Nas análises múltiplas, os marcadores: razão plaquetas/linfócitos (PLR), lactato desidrogenase (LDH), receptor solúvel de fator de necrose tumoral tipo II (sTNFRII), proteína inflamatória de macrófagos (MIP-4) e BORG Dispneia (TC6min) estiveram, entre os expostos, associados positivamente à presença de silicose e a LDH e o sTNFRII associados positivamente à presença de grandes opacidades. Os marcadores associados a pior função pulmonar foram LDH, sTNFRII, razão neutrófilos/linfócitos (NLR), fibrinogênio, proteína quimiotática de monócitos-1 (MCP-1) e BORG D. Indivíduos heterozigotos e homozigotos polimórficos para o gene GSTP1 apresentaram associação com melhor função pulmonar. Os marcadores associados ao maior número de variáveis com pior desfecho em expostos à sílica com e sem silicose foram LDH e sTNFRII. CONCLUSÕES: Marcadores inflamatórios sistêmicos e desempeho no teste de caminhada estão associados a presença de silicose e pior função pulmonar em indivíduos expostos à sílica com e sem silicose. Foi observada associação protetiva do polimorfismo genético (GSTP1) para a função pulmonar em indivíduos com silicose. LDH e sTNFRII foram os marcadores com associações mais significativas a diagnóstico de silicose, severidade radiológica e pior função pulmonar. Estes marcadores, se confirmados os presentes achados em estudos longitudinais, podem ser úteis para o monitoramento de pacientes expostos à sílica, na detecção precoce da silicose e de indivíduos com maior risco de pior evolução radiológica e da função pulmonar
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OBJETIVOS: Avaliar a associação de marcadores inflamatórios e de polimorfismos genéticos à frequência e tipo de alterações da função pulmonar e à forma de apresentação da silicose através de exame de imagem, em indivíduos expostos à sílica sem e com silicose. MÉTODOS: Foram incluídos homens expostos à sílica com (G3) e sem silicose (G2) e não expostos (G1). Todos foram submetidos a questionários respiratórios, avaliação clínica, ocupacional, função pulmonar completa, radiografia de tórax (todos os participantes), tomografia de tórax (exceto os controles não expostos), teste de caminhada de 6 minutos, análises de marcadores inflamatórios sistêmicos e determinação de polimorfismos genéticos da família da glutationa S-transferase (GST) e de genes de reparação de DNA (XRCC1, XRCC3, XPD), em amostras de sangue. Foram realizadas análises descritivas comparando as frequências de alterações clínicas, funcionais, de imagem, desempenho no exercício, marcadores inflamatórios e polimorfismos entre os grupos e análises de regressão logística múltipla para identificação de marcadores associados ao diagnóstico de silicose, a pior função pulmonar e imagem radiológica com grandes opacidades. RESULTADOS: Foram avaliados 297 indivíduos do sexo masculino dos quais, 51 controles não expostos (G1), 149 expostos à sílica sem silicose (G2) e 97 com silicose (G3). Indivíduos com silicose apresentaram maior média de idade, maior índice de exposição à sílica, maior frequência de infecções respiratórias prévias (bacterianas e micobacterianas), maior frequência de sintomas respiratórios (com destaque para sibilância), maiores níveis de pressão arterial sistêmica à avaliação clínica, piores parâmetros de função pulmonar, maior frequência de alterações de imagem radiológica, pior capacidade de exercício e maiores valores de marcadores inflamatórios em comparação aos outros dois grupos. Aqueles com presença de grandes opacidades tiveram ainda piores parâmetros de função pulmonar, pior distância percorrida no teste de caminhada e valores mais elevados de marcadores inflamatórios em comparação àqueles sem grandes opacidades. Indivíduos expostos à sílica sem silicose apresentaram prevalência aumentada de espessamento de vias aéreas em comparação aos não expostos ajustado para tabagismo. A prevalência de distúrbio ventilatório obstrutivo (DVO) foi maior do que o esperado para a população normal no grupo de expostos sem silicose, com risco 14 vezes maior em comparação aos não expostos. Nas análises múltiplas, os marcadores: razão plaquetas/linfócitos (PLR), lactato desidrogenase (LDH), receptor solúvel de fator de necrose tumoral tipo II (sTNFRII), proteína inflamatória de macrófagos (MIP-4) e BORG Dispneia (TC6min) estiveram, entre os expostos, associados positivamente à presença de silicose e a LDH e o sTNFRII associados positivamente à presença de grandes opacidades. Os marcadores associados a pior função pulmonar foram LDH, sTNFRII, razão neutrófilos/linfócitos (NLR), fibrinogênio, proteína quimiotática de monócitos-1 (MCP-1) e BORG D. Indivíduos heterozigotos e homozigotos polimórficos para o gene GSTP1 apresentaram associação com melhor função pulmonar. Os marcadores associados ao maior número de variáveis com pior desfecho em expostos à sílica com e sem silicose foram LDH e sTNFRII. CONCLUSÕES: Marcadores inflamatórios sistêmicos e desempeho no teste de caminhada estão associados a presença de silicose e pior função pulmonar em indivíduos expostos à sílica com e sem silicose. Foi observada associação protetiva do polimorfismo genético (GSTP1) para a função pulmonar em indivíduos com silicose. LDH e sTNFRII foram os marcadores com associações mais significativas a diagnóstico de silicose, severidade radiológica e pior função pulmonar. Estes marcadores, se confirmados os presentes achados em estudos longitudinais, podem ser úteis para o monitoramento de pacientes expostos à sílica, na detecção precoce da silicose e de indivíduos com maior risco de pior evolução radiológica e da função pulmonarINTRODUCTION: Silicosis is the most prevalent pneumoconiosis in the world and an important cause of disability and death. Studies suggest the association of inflammatory markers and genetic polymorphisms with a higher risk of developing silicosis and a marked decline in lung function. However, these associations are still poorly understood, as well as their applicability in prevention and clinical practice. OBJECTIVES: To evaluate the association of inflammatory markers and genetic polymorphisms with the frequency and type of changes in lung function and the presentation of silicosis by imaging tests, in individuals exposed to silica without and with silicosis. METHODS: Men especially exposed to silica with (G3) and without silicosis (G2) and unexposed (G1) were included. All were submitted to respiratory questionnaires, clinical and occupational evaluation, complete pulmonary function, chest radiography (all participants), control tomography (except unexposed controls), 6-minute walk test, analysis of systemic protectors and determination of genetic polymorphisms of the glutathione S-transferase (GST) family and DNA repair genes (XRCC1, XRCC3, XPD), in blood samples. Descriptive analyzes were performed comparing the frequencies of clinical, functional, imaging changes, exercise performance, inflammatory markers and polymorphisms between groups and multiple logistic regression analyzes were performed to identify markers associated with the diagnosis of silicosis, worse lung function and radiological imaging with large opacities. RESULTS: A total of 297 male individuals were evaluated, including 51 unexposed controls (G1), 149 exposed to silica without silicosis (G2) and 97 with silicosis (G3). Individuals with silicosis had a higher average age, a higher rate of exposure to silica, a higher frequency of previous respiratory infections (bacterial and mycobacterial), a higher frequency of respiratory symptoms (especially wheezing), higher levels of systemic blood pressure at clinical evaluation, worse pulmonary function parameters, higher frequency of radiological image changes, worse exercise capacity and higher values of inflammatory markers compared to the other two groups. Those with large opacities had even worse pulmonary function parameters, worse walking distance and higher values of inflammatory markers compared to those without large opacities. Individuals exposed to silica without silicosis presented increased prevalence of airway thickening compared to those not exposed adjusted for smoking status. The prevalence of obstructive ventilation disorder (OVD) was higher than expected for the normal population in the group exposed without silicosis, with 14-fold higher risk compared to those not exposed. In multiple analyses, the markers: platelet/lymphocyte ratio (PLR), lactate dehydrogenase (LDH), soluble tumor necrosis factor receptor type II (sTNFRII), macrophage inflammatory protein (MIP-4) and BORG Dyspnea (6MWT) were, among those exposed to silica, positively associated with the presence of silicosis and LDH and sTNFRII positively associated with the presence of large opacities.The markers associated with worse lung function were LDH, sTNFRII, neutrophil/lymphocyte ratio (NLR), fibrinogen, monocyte chemotactic protein-1 (MCP-1) and BORG D. Heterozygous and polymorphic homozygous individuals for the GSTP1 gene were associated with better lung function. The markers associated with the highest number of variables with worst outcome in those exposed to silica with and without silicosis were LDH and sTNFRII. CONCLUSIONS: Systemic inflammatory markers and performance on the walking test are associated with the presence of silicosis and worse lung function in individuals exposed to silica with and without silicosis. A protective association of genetic polymorphism (GSTP1) for lung function was observed in individuals with silicosis. LDH and sTNFRII were the markers with the most significant associations with the diagnosis of silicosis, radiological severity and worse lung function. These markers, if confirmed the present findings in longitudinal studies, may be useful for monitoring patients exposed to silica, early detection of silicosis and individuals at greater risk of worse radiological evolution and lung functionBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSantos, Ubiratan de PaulaLombardi, Elisa Maria Siqueira2023-10-16info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5150/tde-01022024-155119/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-02-19T17:34:01Zoai:teses.usp.br:tde-01022024-155119Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-02-19T17:34:01Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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