Detecção de anticorpos IgG e anticorpos totais neutralizantes para variantes de preocupação de SARS-CoV-2 em indivíduos sadios após vacinação para COVID-19

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva Junior, Almir Ribeiro da
Data de Publicação: 2024
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5134/tde-17072024-164903/
Resumo: INTRODUÇÃO: A pandemia da COVID-19 demandou de forma imediata o desenvolvimento, aplicação e avaliação dos métodos laboratoriais clássicos de sorologia por serem tecnicamente acessíveis em tempo real e por atenderem naquele momento às necessidades emergentes de diagnóstico do SARS-CoV-2 e traçar o perfil epidemiológico da exposição a esse novo coronavírus. Os métodos sorológicos nos permitiram compreender a dinâmica e extensão dos anticorpos anti-SARS-CoV-2 diante do surgimento das variantes virais de preocupação (VOCs) e que vieram a impactar na elaboração das vacinas. OBJETIVOS: Diante desses fatos o presente estudo se propôs a : (1) Avaliar a acurácia e desempenho dos testes ELISA na detecção de anticorpos IgG anti-SARS-CoV-2 por meio de soros controles; (2) Avaliar a dinâmica de produção de anticorpos IgG anti-SARS-CoV-2 e anticorpos neutralizantes no soro de indivíduos durante o esquema vacinal de introdução da vacina Coronavac e reforço por vacina Pfizer em São Paulo no período de um ano; (3) Investigar a correlação entre anticorpos IgG anti-S1 e rN+RDB e anticorpos neutralizantes detectados pelo teste de neutralização viral convencional (cVNT) e teste de neutralização sintético (sVNT). MÉTODOS: Uma coorte de 41 profissionais de saúde da Faculdade de Medicina da USP foi acompanhada ao longo de um ano (março de 2021 a março de 2022) durante o esquema vacinal contra a COVID-19, com intervalos de 32 e 186 dias após a segunda dose da CoronaVac® e após 62 e 150 dias da imunização de reforço (Pfizer®). A dinâmica da produção de anticorpos IgG foi avaliada por dois testes ELISA, um para anti-S1 e outro para anti-rN+RDB, cujo desempenho foi primeiramente avaliado com 254 soros controles. Além disso, a produção de anticorpos neutralizantes contra as VOCs Gama, Delta e Ômicron foi medida por meio do teste de neutralização viral convencional (cVNT), baseado em cultura celular, e do teste imunoenzimático de VNT sintético (sVNT), baseado na inibição da ligação ACE2 e antígeno S1. RESULTADOS: Os testes ELISA IgG anti-S1 e anti-rN+RDB demonstraram alta acurácia, com área sob a curva ROC superior a 0,9. A sensibilidade do teste ELISA para anticorpos IgG anti-rN+RDB foi de 96,3%, para anti-S1 foi de 94,0%. As especificidades foram de 96,6% e de 98,3%, respectivamente. A combinação dos resultados de ambos os testes aumentou a sensibilidade para 98,0% e a especificidade para 100%. Na população vacinada, a frequência de soropositivos aumentou após 32 dias, reduzindo-se significativamente após o sexto mês. Após o reforço, a frequência de anticorpos IgG anti rN-RDB e anti-S1 aumentou para 97,4% e 100%, respectivamente. Houve uma queda nos títulos de anticorpos neutralizantes após seis meses da segunda dose (CoronaVac), sendo significativa a diferença de atividade neutralizante frente às variantes Gama e Ômicron após 186 dias da segunda dose. A dose de reforço proporcionou um aumento na atividade neutralizante de 2,4% para 87,2% após 62 dias, com redução para 60% após 151 dias. As correlações entre os testes ELISA e cVNTs foram positivas e moderadas na primeira coleta de soro, tornando-se nulas ao longo do tempo devido à queda dos títulos de anticorpos neutralizantes frente à Omicron. O teste sVNT superestimou a atividade neutralizante em relação ao padrão-ouro (cVNT), e os índices dos testes ELISA e sVNT não se correlacionaram aos títulos de anticorpos neutralizantes ao longo do esquema vacinal. CONCLUSÃO: Os testes ELISA IgG (anti-rN+RDB e anti-S1) apresentaram excelente desempenho, especialmente quando ambos os alvos foram analisados em combinação. A análise da dinâmica e extensão de produção de anticorpos anti-SARS-CoV-2 ao longo de 1 ano, durante o primeiro esquema vacinal em São Paulo, Brasil, para COVID-19, indicaram a perda significativa de atividade neutralizante e mudança de moderada a fraca ou nula correlação entre os testes ao longo do tempo frente a variante viral Ômicron. Ainda, os nossos dados contribuem para levar o melhor entendimento sobre a dinâmica de produção de anticorpos com o surgimento de novas VOCs e após o reforço vacinal, como uma das ferramentas norteadores importantes das medidas de controle e prevenção da COVID-19
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Os métodos sorológicos nos permitiram compreender a dinâmica e extensão dos anticorpos anti-SARS-CoV-2 diante do surgimento das variantes virais de preocupação (VOCs) e que vieram a impactar na elaboração das vacinas. OBJETIVOS: Diante desses fatos o presente estudo se propôs a : (1) Avaliar a acurácia e desempenho dos testes ELISA na detecção de anticorpos IgG anti-SARS-CoV-2 por meio de soros controles; (2) Avaliar a dinâmica de produção de anticorpos IgG anti-SARS-CoV-2 e anticorpos neutralizantes no soro de indivíduos durante o esquema vacinal de introdução da vacina Coronavac e reforço por vacina Pfizer em São Paulo no período de um ano; (3) Investigar a correlação entre anticorpos IgG anti-S1 e rN+RDB e anticorpos neutralizantes detectados pelo teste de neutralização viral convencional (cVNT) e teste de neutralização sintético (sVNT). MÉTODOS: Uma coorte de 41 profissionais de saúde da Faculdade de Medicina da USP foi acompanhada ao longo de um ano (março de 2021 a março de 2022) durante o esquema vacinal contra a COVID-19, com intervalos de 32 e 186 dias após a segunda dose da CoronaVac® e após 62 e 150 dias da imunização de reforço (Pfizer®). A dinâmica da produção de anticorpos IgG foi avaliada por dois testes ELISA, um para anti-S1 e outro para anti-rN+RDB, cujo desempenho foi primeiramente avaliado com 254 soros controles. Além disso, a produção de anticorpos neutralizantes contra as VOCs Gama, Delta e Ômicron foi medida por meio do teste de neutralização viral convencional (cVNT), baseado em cultura celular, e do teste imunoenzimático de VNT sintético (sVNT), baseado na inibição da ligação ACE2 e antígeno S1. RESULTADOS: Os testes ELISA IgG anti-S1 e anti-rN+RDB demonstraram alta acurácia, com área sob a curva ROC superior a 0,9. A sensibilidade do teste ELISA para anticorpos IgG anti-rN+RDB foi de 96,3%, para anti-S1 foi de 94,0%. As especificidades foram de 96,6% e de 98,3%, respectivamente. A combinação dos resultados de ambos os testes aumentou a sensibilidade para 98,0% e a especificidade para 100%. Na população vacinada, a frequência de soropositivos aumentou após 32 dias, reduzindo-se significativamente após o sexto mês. Após o reforço, a frequência de anticorpos IgG anti rN-RDB e anti-S1 aumentou para 97,4% e 100%, respectivamente. Houve uma queda nos títulos de anticorpos neutralizantes após seis meses da segunda dose (CoronaVac), sendo significativa a diferença de atividade neutralizante frente às variantes Gama e Ômicron após 186 dias da segunda dose. A dose de reforço proporcionou um aumento na atividade neutralizante de 2,4% para 87,2% após 62 dias, com redução para 60% após 151 dias. As correlações entre os testes ELISA e cVNTs foram positivas e moderadas na primeira coleta de soro, tornando-se nulas ao longo do tempo devido à queda dos títulos de anticorpos neutralizantes frente à Omicron. O teste sVNT superestimou a atividade neutralizante em relação ao padrão-ouro (cVNT), e os índices dos testes ELISA e sVNT não se correlacionaram aos títulos de anticorpos neutralizantes ao longo do esquema vacinal. CONCLUSÃO: Os testes ELISA IgG (anti-rN+RDB e anti-S1) apresentaram excelente desempenho, especialmente quando ambos os alvos foram analisados em combinação. A análise da dinâmica e extensão de produção de anticorpos anti-SARS-CoV-2 ao longo de 1 ano, durante o primeiro esquema vacinal em São Paulo, Brasil, para COVID-19, indicaram a perda significativa de atividade neutralizante e mudança de moderada a fraca ou nula correlação entre os testes ao longo do tempo frente a variante viral Ômicron. Ainda, os nossos dados contribuem para levar o melhor entendimento sobre a dinâmica de produção de anticorpos com o surgimento de novas VOCs e após o reforço vacinal, como uma das ferramentas norteadores importantes das medidas de controle e prevenção da COVID-19Introduction: The COVID-19 pandemic immediately demanded the development, application, and assessment of classical serological methods because they were technically accessible in real time and met the emerging diagnostic needs for SARS-CoV-2. Serological methods allowed us to comprehend the dynamics and extent of anti-SARS-CoV-2 antibodies in the face of the emergence of Variants of Concern (VOCs), which subsequently influenced the development of vaccines. Objectives: Given these facts, the present study aimed to: (1) Evaluate the accuracy and performance of ELISA tests in detecting anti-SARS-CoV-2 IgG antibodies using control sera; (2) Assess the dynamics of IgG anti-SARS-CoV-2 antibody and neutralizing antibody production in individuals\' sera during the vaccination schedule with the Coronavac vaccine and booster with the Pfizer vaccine in São Paulo over a one-year period; (3) Investigate the correlation between anti-S1 and rN+RDB IgG antibodies and neutralizing antibodies detected by conventional viral neutralization test (cVNT) and surrogate neutralization test (sVNT). Materials and Methods: A cohort of 41 healthcare professionals from the Faculdade de Medicina of the Universidade de Sao Paulo was followed over the course of one year (March 2021 to March 2022) during the COVID-19 vaccination schedule, with intervals of 32 and 186 days after the second dose of CoronaVac® and after 62 and 150 days of Pfizer® booster immunization. The dynamics of IgG antibody production was assessed using two ELISA tests, one for anti-S1 and another for anti-rN+RDB, whose performance was initially evaluated with 254 control sera. Additionally, the production of neutralizing antibodies against the Gamma, Delta, and Omicron Variants of Concern (VOCs) was measured using the conventional viral neutralization test (cVNT), based on cell culture, and the surrogate virus neutralization test (sVNT), based on the inhibition of ACE2 binding and S1 antigen. Results: The anti-S1 and anti-rN+RDB IgG ELISA tests showed high accuracy, with an area under the ROC curve exceeding 0.9. The sensitivity of the ELISA test for anti-rN+RDB IgG antibodies was 96.3%, and for anti-S1 was 94.0%. Specificity values were 96.6% and 98.3%, respectively. Combining the results of both tests increased sensitivity to 98.0% and specificity to 100%. In the vaccinated population, the frequency of seropositive individuals increased after 32 days, significantly decreasing after the sixth month. After the booster, the frequency of anti-rN-RDB and anti-S1 IgG antibodies increased to 97.4% and 100%, respectively. There was a decline in neutralizing antibody titers six months after the second dose (CoronaVac), with a significant difference in neutralizing activity against the Gamma and Omicron variants after 186 days from the second dose. The booster dose provided an increase in neutralizing activity from 2.4% to 87.2% after 62 days, reducing to 60% after 151 days. Correlations between ELISA tests and cVNTs were positive and moderate in the first serum collection, becoming null over time due to the decline in neutralizing antibody titers against Omicron. The sVNT test overestimated neutralizing activity compared to the gold standard (cVNT), and the indices of ELISA and sVNT tests did not correlate with neutralizing antibody titers throughout the vaccination schedule. Conclusion: The IgG ELISA tests (anti-rN+RDB and anti-S1) showed excellent performance, especially when both targets were analyzed in combination. The analysis of the dynamics of anti-SARS-CoV-2 antibody production over one year, during the initial vaccination schedule in São Paulo, Brazil, for COVID-19, indicated a significant loss of neutralizing activity and a shift from moderate to weak or null correlation between the tests over time against the Omicron viral variant. Furthermore, our data contribute to a better understanding of the antibody production dynamics with the emergence of new Variants of Concern (VOCs) and after booster vaccination, serving as an important guiding tool for COVID-19 control and prevention measuresBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPCorrêa, Maria Cassia Jacintho MendesSilva Junior, Almir Ribeiro da2024-04-24info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5134/tde-17072024-164903/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-07-23T16:39:02Zoai:teses.usp.br:tde-17072024-164903Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-07-23T16:39:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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