O negativo e o positivo: a fotografia entre os Asuriní do Xingu

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Villela, Alice
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8134/tde-23032016-153758/
Resumo: O tema deste trabalho é a relação dos Asuriní do Xingu, grupo tupi que vive na margem direita do rio Xingu (Pará), com imagens produzidas pelas tecnologias dos brancos, especialmente as fotográficas. O que interessa é a maneira como essas novas imagens provocam agenciamentos e reflexões da perspectiva asuriní, ao dialogarem com conceitos nativos para o domínio da imagem tais como ynga e ayngava. A relação com as fotografias, entendidas aqui como imagens materiais, é abordada do momento do primeiro contato aos dias atuais. Se no encontro com os padres católicos a fotografia agiu de modo patogênico, causando doenças e mortes, nos dias de hoje ela pode ativar memórias e lembranças dos parentes falecidos, experiência que passa a ser vista de forma positiva pelos índios. Desse modo, procurou-se evidenciar que a relação dos Asuriní com imagens técnicas não é estanque, varia de acordo com o contexto histórico e, principalmente, conforme o tipo de relação que se estabelece com os seus produtores, os brancos. Não foi apenas como ferramenta de trabalho de campo que a fotografia se mostrou potente, mas se constituiu como um tema de pesquisa vigoroso ao possibilitar a abertura a diversos conteúdos asuriní ligados ao estatuto da imagem, à morte, ao xamanismo, à memória, às narrativas do contato, ao processo histórico e às mudanças pelas quais o grupo tem passado nos mais de quarenta anos de convívio intenso com os não-indígenas.
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