Farmacocinética e análise da transferência placentária da metformina em gestantes com síndrome dos ovários policísticos
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2007 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17145/tde-01082023-111618/ |
Resumo: | A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é a endocrinopatia ginecológica mais freqüente no menacne, com prevalência variando entre 3 e 17%. A metformina pertence ao grupo das biguanidas, uma classe de drogas antidiabéticas orais e tem sido utilizada com freqüência no tratamento de pacientes com SOP com obtenção de benefícios relevantes. O uso de metformina durante toda a gestação, por gestantes com SOP, reduz significativamente o número de abortos espontâneos de primeiro trimestre, a taxa de ocorrência de diabetes gestacional e de síndromes hipertensivas. O objetivo deste trabalho foi investigar a farmacocinética e a análise da transferência placentária da metformina em gestantes com síndrome dos ovários policísticos. Foram avaliadas nove gestantes com SOP, em uso de metformina 850mg via oral, de 12/12 horas e foram submetidas à avaliação da concentração plasmática por um período de oito horas no terceiro trimestre da gestação e submetidas a avaliação no momento do parto. Foram coletadas amostras sangüíneas maternas nos tempos 30, 60, 90, 120, 150, 180, 240, 300, 360, 420 e 480 minutos e amostras de sangue materno e do cordão umbilical no momento do parto para determinação das concentrações de metformina por cromatografia. Determinadas as concentrações, foram traçadas as curvas de concentração em função do tempo e análise farmacocinética monocompartimental por intervalo de dose para a metformina, determinando-se t1/2, tmax, Cmax, AUC0-12, Cmédia, Flutuação, Cl/f e Vd/f. Com base nas concentrações maternas e fetais no momento do nascimento, foi determinada a relação feto/materna desse fármaco. Os parâmetros farmacocinéticos encontrados foram: mediana do t1/2 foi de 4,1 h e da tmax foi de 2,66 h. A mediana da Cmax foi de 1,17 µg/mL e da Cmédia de 0,51 µg/mL. A mediana da AUC0-12 foi de 6,15 µg.h/mL, do Cl/f foi de 138,12 L/h, do Vd/f foi de 755,82 L e da flutuação de 140,01%. No momento do parto, a concentração plasmática materna foi de 0,37 µg/mL e a fetal de 0,33 µg/mL, com relação feto/materna mediana de 0,74. O Cmax da metformina apresentou diminuição em relação a pacientes não gestantes, provavelmente em função do aumento do volume de distribuição e aumento da excreção renal decorrentes da gestação. Estes dados nos levam a atentar para a possível necessidade de aumento de dose durante a gestação. O estudo evidenciou transferência placentária da metformina em razões de aproximadamente 75%, alertando para a elevada transferência deste fármaco através da barreira placentária. |
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Farmacocinética e análise da transferência placentária da metformina em gestantes com síndrome dos ovários policísticosPharmacokinetics and analysis of placental transfer of metformin in pregnant women with polycystic ovary syndromeFarmacocinéticaGestaçãoMetforminMetforminaPhamiacokineticsPlacental transferPolycystic ovary syndromePregnancySíndrome dos ovários policísticosTransferência placentáriaA Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é a endocrinopatia ginecológica mais freqüente no menacne, com prevalência variando entre 3 e 17%. A metformina pertence ao grupo das biguanidas, uma classe de drogas antidiabéticas orais e tem sido utilizada com freqüência no tratamento de pacientes com SOP com obtenção de benefícios relevantes. O uso de metformina durante toda a gestação, por gestantes com SOP, reduz significativamente o número de abortos espontâneos de primeiro trimestre, a taxa de ocorrência de diabetes gestacional e de síndromes hipertensivas. O objetivo deste trabalho foi investigar a farmacocinética e a análise da transferência placentária da metformina em gestantes com síndrome dos ovários policísticos. Foram avaliadas nove gestantes com SOP, em uso de metformina 850mg via oral, de 12/12 horas e foram submetidas à avaliação da concentração plasmática por um período de oito horas no terceiro trimestre da gestação e submetidas a avaliação no momento do parto. Foram coletadas amostras sangüíneas maternas nos tempos 30, 60, 90, 120, 150, 180, 240, 300, 360, 420 e 480 minutos e amostras de sangue materno e do cordão umbilical no momento do parto para determinação das concentrações de metformina por cromatografia. Determinadas as concentrações, foram traçadas as curvas de concentração em função do tempo e análise farmacocinética monocompartimental por intervalo de dose para a metformina, determinando-se t1/2, tmax, Cmax, AUC0-12, Cmédia, Flutuação, Cl/f e Vd/f. Com base nas concentrações maternas e fetais no momento do nascimento, foi determinada a relação feto/materna desse fármaco. Os parâmetros farmacocinéticos encontrados foram: mediana do t1/2 foi de 4,1 h e da tmax foi de 2,66 h. A mediana da Cmax foi de 1,17 µg/mL e da Cmédia de 0,51 µg/mL. A mediana da AUC0-12 foi de 6,15 µg.h/mL, do Cl/f foi de 138,12 L/h, do Vd/f foi de 755,82 L e da flutuação de 140,01%. No momento do parto, a concentração plasmática materna foi de 0,37 µg/mL e a fetal de 0,33 µg/mL, com relação feto/materna mediana de 0,74. O Cmax da metformina apresentou diminuição em relação a pacientes não gestantes, provavelmente em função do aumento do volume de distribuição e aumento da excreção renal decorrentes da gestação. Estes dados nos levam a atentar para a possível necessidade de aumento de dose durante a gestação. O estudo evidenciou transferência placentária da metformina em razões de aproximadamente 75%, alertando para a elevada transferência deste fármaco através da barreira placentária.Polycystic Ovary Syndrome (POS) is the most frequent gynecologic endocrinopathy during menacme, with a prevalence ranging from 3 to 17%. Metformin, a drug belonging to the biguanide group, a class of oral antdiabetic drugs, has been frequently used for the treatment of patients with POS, with relevant benefits. The use of metformin throughout gestation by women with POS significantly reduced the number of spontaneous abortions during the first trimester and the rate of gestational diabetes and of hypertensive syndromes. The objective of the present study was to investigate the pharmacokinetics and the placental transfer of metformin in pregnant women with POS. Nine pregnant women with POS were evaluated. All were taking 850 mg metformin by the oral route every 12 hours and all were submitted to evaluation of plasma concentration for a period of 8 h during the third trimester of pregnancy and to evaluation at the time of delivery. Maternal blood samples were collected at 30, 60, 90, 120, 150, 180, 240, 300, 360, 420 and 480 minutes and at the time of delivery, together with an umbilical cord sample for the determination of metformin concentration by high performance liquid chromatography (HPLC). Concentration curves were then constructed as a function of time and of monocompartimental pharmacokinetic analysis by dose interval for metformin, with the determination of t1/2, tmax, Cmax, AUC0-12, Cmean, Fluctuation, Cl/f, and Vd/f. The fetal/matemal ratio of the drug was then determined on the basis of the maternal and fetal concentrations at birth. The pharmacokinetic parameters obtained were: median t1/2 4.1 h and mean tmax 2.66 h. Median Cmax was 1.17 µg/mL and median Cmean was 0.51 µg/mL. Median AUC0-12 was 6.15 µg.h/mL, median Cl/f was 138.12 L/h, median Vd/f was 755.82 L, and median fluctuation was 140.01%. At delivery, maternal plasma concentration was 0.37 µg/mL and fetal concentration was 0.33 pg/mL, with a median fetal/maternal ratio of 0.74. The Cmax of metformin was reduced compared to non-pregnant patients, probably caused by the increased volume of distribution and renal excretion due to the physiological changes of pregnancy. These data lead us to warn about the possibility of an increased dose during pregnancy. The AUC0-12 was reduced, with an increase in the volume of distribution and in clearance due to the physiological changes of pregnancy. The study demonstrated placental transfer of metformin at the rate of approximately 75%, thus alerting to the elevated transfer ofthis drug through the placental barrier.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPCavalli, Ricardo de CarvalhoBaraldi, Cláudia de Oliveira2007-12-13info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17145/tde-01082023-111618/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2023-08-01T14:34:59Zoai:teses.usp.br:tde-01082023-111618Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-08-01T14:34:59Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é a endocrinopatia ginecológica mais freqüente no menacne, com prevalência variando entre 3 e 17%. A metformina pertence ao grupo das biguanidas, uma classe de drogas antidiabéticas orais e tem sido utilizada com freqüência no tratamento de pacientes com SOP com obtenção de benefícios relevantes. O uso de metformina durante toda a gestação, por gestantes com SOP, reduz significativamente o número de abortos espontâneos de primeiro trimestre, a taxa de ocorrência de diabetes gestacional e de síndromes hipertensivas. O objetivo deste trabalho foi investigar a farmacocinética e a análise da transferência placentária da metformina em gestantes com síndrome dos ovários policísticos. Foram avaliadas nove gestantes com SOP, em uso de metformina 850mg via oral, de 12/12 horas e foram submetidas à avaliação da concentração plasmática por um período de oito horas no terceiro trimestre da gestação e submetidas a avaliação no momento do parto. Foram coletadas amostras sangüíneas maternas nos tempos 30, 60, 90, 120, 150, 180, 240, 300, 360, 420 e 480 minutos e amostras de sangue materno e do cordão umbilical no momento do parto para determinação das concentrações de metformina por cromatografia. Determinadas as concentrações, foram traçadas as curvas de concentração em função do tempo e análise farmacocinética monocompartimental por intervalo de dose para a metformina, determinando-se t1/2, tmax, Cmax, AUC0-12, Cmédia, Flutuação, Cl/f e Vd/f. Com base nas concentrações maternas e fetais no momento do nascimento, foi determinada a relação feto/materna desse fármaco. Os parâmetros farmacocinéticos encontrados foram: mediana do t1/2 foi de 4,1 h e da tmax foi de 2,66 h. A mediana da Cmax foi de 1,17 µg/mL e da Cmédia de 0,51 µg/mL. A mediana da AUC0-12 foi de 6,15 µg.h/mL, do Cl/f foi de 138,12 L/h, do Vd/f foi de 755,82 L e da flutuação de 140,01%. No momento do parto, a concentração plasmática materna foi de 0,37 µg/mL e a fetal de 0,33 µg/mL, com relação feto/materna mediana de 0,74. O Cmax da metformina apresentou diminuição em relação a pacientes não gestantes, provavelmente em função do aumento do volume de distribuição e aumento da excreção renal decorrentes da gestação. Estes dados nos levam a atentar para a possível necessidade de aumento de dose durante a gestação. O estudo evidenciou transferência placentária da metformina em razões de aproximadamente 75%, alertando para a elevada transferência deste fármaco através da barreira placentária. |
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