Efeitos do treinamento cognitivo-motor no controle postural de idosos: ensaio clínico randomizado

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Varise, Eliana Maria
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47135/tde-18122019-182906/
Resumo: Introdução: O treinamento cognitivo-motor tem demonstrado atenuar o declínio cognitivo; entretanto, os achados sobre seus efeitos no controle postural não são consistentes. O objetivo deste estudo foi comparar os efeitos de dois programas multicomponentes de treinamento cognitivo-motor sobre o controle postural em idosos independentes e autônomos da comunidade. Métodos: Este foi um ensaio clínico randomizado e controlado, uni-cego, com dois grupos paralelos de adultos autônomos da comunidade, com 60 anos de idade ou mais. O estudo foi realizado na Universidade de São Paulo. Os participantes foram distribuídos em dois grupos por meio de um processo aleatorizado (4:4) com blocos de 8 participantes. Os números gerados foram colocados em envelopes lacrados opacos que foram abertos pelo fisioterapeuta que aplicou as intervenções. O grupo multicomponente (TM) foi submetido a treinamento com exercícios orientado à tarefa e o grupo multicomponente plus (TM+) foi submetido ao mesmo treinamento que o TM com a adição de sobrecarga cognitiva (memorização, cálculo aritmético e tarefa de Stroop). Todos os participantes completaram quatorze sessões de 50 minutos, realizadas duas vezes por semana durante sete semanas. A medida primária foi o controle postural, avaliado pelo Mini-BESTest antes e após a intervenção e 30 dias após o término do programa de treinamento. O estudo foi registrado no Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos sob o número de estudo RBR-99xnc6. Resultados: Entre setembro de 2017 e dezembro de 2018, 32 participantes participaram do estudo. No total, três participantes desistiram. Vinte e nove participantes foram alocados no TM (n = 14) ou TM + (n = 15). Na medida primária Houve efeito de tempo e no escore Total Mini-BESTest (F (2; 54) = 20,8; p = 0,001; poder observado = 1,0. Houve melhora no pós-intervenção (teste post-hoc de Tukey; p = 0,0001) que se manteve na avaliação de seguimento (teste post-hoc de Tukey; p = 0,0002), independente do grupo. Foi encontrado efeito de tempo sobre o domínio antecipatório (F (2,54) = 6,9, p = 0,002; poder observado = 1,0); orientação sensorial (F (2,54) = 8,2; p = 0,001; potência observada = 1,0); e marcha dinâmica (F (2,54) = 9,5; p = 0,001; potência observada = 1,0). Houve melhora na avaliação pós-intervenção (teste post-hoc de Tukey, p <0,05) que se manteve na avaliação de seguimento (teste post-hoc de Tukey; p <0,05), independente do grupo. A análise do TUG (timed up and go) em tarefa simples mostrou efeito de tempo (F (2,54) = 4,8 p = 0,011, poder observado = 0,8) e de grupo (F (1,27) = 5,2 p = 0,03, poder observado = 0,6). O teste post-hoc de Tukey no TUG em tarefa simples mostrou diferença entre os grupos p = 0,03 e efeito de tempo p=0,008 (linha de base vs seguimento) independente do grupo. A análise do TUG em tarefa cognitiva mostrou efeito de tempo (F (2,54) = 3,9; p = 0,026; poder observado = 0,7). O teste post-hoc de Tukey no TUG em dupla tarefa mostrou efeito de tempo p = 0,03 (linha de base vs seguimento) independente do grupo. Conclusão: O treinamento multicomponente proporcionou uma melhora no controle postural em idosos autônomos, e a adição de carga cognitiva não influenciou os resultados da intervenção
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spelling Efeitos do treinamento cognitivo-motor no controle postural de idosos: ensaio clínico randomizadoEffects of cognitive-motor training on postural control of the elderly: a randomized clinical trialAgedCogniçãoCognitionComportamento multitarefaEquilíbrio posturalExercíciosExercisesIdososMultitasking behaviorPostural balanceIntrodução: O treinamento cognitivo-motor tem demonstrado atenuar o declínio cognitivo; entretanto, os achados sobre seus efeitos no controle postural não são consistentes. O objetivo deste estudo foi comparar os efeitos de dois programas multicomponentes de treinamento cognitivo-motor sobre o controle postural em idosos independentes e autônomos da comunidade. Métodos: Este foi um ensaio clínico randomizado e controlado, uni-cego, com dois grupos paralelos de adultos autônomos da comunidade, com 60 anos de idade ou mais. O estudo foi realizado na Universidade de São Paulo. Os participantes foram distribuídos em dois grupos por meio de um processo aleatorizado (4:4) com blocos de 8 participantes. Os números gerados foram colocados em envelopes lacrados opacos que foram abertos pelo fisioterapeuta que aplicou as intervenções. O grupo multicomponente (TM) foi submetido a treinamento com exercícios orientado à tarefa e o grupo multicomponente plus (TM+) foi submetido ao mesmo treinamento que o TM com a adição de sobrecarga cognitiva (memorização, cálculo aritmético e tarefa de Stroop). Todos os participantes completaram quatorze sessões de 50 minutos, realizadas duas vezes por semana durante sete semanas. A medida primária foi o controle postural, avaliado pelo Mini-BESTest antes e após a intervenção e 30 dias após o término do programa de treinamento. O estudo foi registrado no Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos sob o número de estudo RBR-99xnc6. Resultados: Entre setembro de 2017 e dezembro de 2018, 32 participantes participaram do estudo. No total, três participantes desistiram. Vinte e nove participantes foram alocados no TM (n = 14) ou TM + (n = 15). Na medida primária Houve efeito de tempo e no escore Total Mini-BESTest (F (2; 54) = 20,8; p = 0,001; poder observado = 1,0. Houve melhora no pós-intervenção (teste post-hoc de Tukey; p = 0,0001) que se manteve na avaliação de seguimento (teste post-hoc de Tukey; p = 0,0002), independente do grupo. Foi encontrado efeito de tempo sobre o domínio antecipatório (F (2,54) = 6,9, p = 0,002; poder observado = 1,0); orientação sensorial (F (2,54) = 8,2; p = 0,001; potência observada = 1,0); e marcha dinâmica (F (2,54) = 9,5; p = 0,001; potência observada = 1,0). Houve melhora na avaliação pós-intervenção (teste post-hoc de Tukey, p <0,05) que se manteve na avaliação de seguimento (teste post-hoc de Tukey; p <0,05), independente do grupo. A análise do TUG (timed up and go) em tarefa simples mostrou efeito de tempo (F (2,54) = 4,8 p = 0,011, poder observado = 0,8) e de grupo (F (1,27) = 5,2 p = 0,03, poder observado = 0,6). O teste post-hoc de Tukey no TUG em tarefa simples mostrou diferença entre os grupos p = 0,03 e efeito de tempo p=0,008 (linha de base vs seguimento) independente do grupo. A análise do TUG em tarefa cognitiva mostrou efeito de tempo (F (2,54) = 3,9; p = 0,026; poder observado = 0,7). O teste post-hoc de Tukey no TUG em dupla tarefa mostrou efeito de tempo p = 0,03 (linha de base vs seguimento) independente do grupo. Conclusão: O treinamento multicomponente proporcionou uma melhora no controle postural em idosos autônomos, e a adição de carga cognitiva não influenciou os resultados da intervençãoIntroduction: Cognitive-motor training has been shown to prevent and treat cognitive decline; however, findings on its effects on postural control are not consistent. The objective of this study was to compare the effects of two multicomponent cognitive-motor training programs on postural control in independent and autonomous community-dwelling older adults. Methods: This was a randomized and controlled longitudinal single-blind clinical trial with two parallel groups of independent and autonomous community-dwelling adults, 60 years of age or older. The study was performed in the University of São Paulo. The blocks were distributed in two groups through a random process (4: 4) with blocks of 8 participants. The generated numbers were placed in opaque sealed envelopes that were opened by the physical therapist who applied the interventions. The multicomponent group (MT) underwent multicomponent training with task-oriented exercise. The multicomponent plus group (MT+) underwent the same training as the MT with the addition of a cognitive overload (memorization, arithmetic calculation and Stroop task). All participants completed fourteen 50-minute sessions, which were held twice weekly over seven weeks. The primary measurement was postural control, evaluated using the Mini-BESTest before and after the intervention and 30 days after the training program was completed. The study was registered in the Brazilian Clinical Trials Registry under study number RBR-99xnc6. Results: Between September 2017 and December 2018, 32 participants participated in the study. In total, three participants gave up. Twenty-nine participants were allocated in the MT (n = 14) or MT + (n = 15). There was a time effect and Total Mini-BESTest score (F (2; 54) = 20.8; p = 0.001; observed power = 1.0. Post-intervention improvement (Tukey post-hoc test; p = 0.0001), which remained in the follow-up assessment (Tukey\'s post-hoc test; p = 0.0002), regardless of the group. found time effect on the anticipatory domain (F (2.54) = 6.9, p = 0.002; observed power = 1.0); sensory orientation (F (2.54) = 8.2; p = 0.001; observed power = 1.0) and dynamic gait (F (2.54) = 9.5; p = 0.001; observed power = 1.0) There was an improvement in post-intervention evaluation (Tukey\'s post-hoc test, p <0.05) that remained in the follow-up evaluation (Tukey\'s post-hoc test; p <0.05), regardless of the group. The simple task timed up and go analysis of TUG showed a time effect (F (2.54) = 4.8 p = 0.011, observed power = 0.8) and group (F (1.27) = 5.2 p = 0.03, observed power = 0.6). Tukey\'s post-hoc test on the simple task TUG showed a difference between groups p = 0.03 and time effect p = 0.008 (baseline vs follow-up) regardless of the group. TUG analysis in cognitive task showed time effect (F (2.54) = 3.9; p = 0.026; observed power = 0.7). Tukey\'s post-hoc dual-task TUG test showed time effect p = 0.03 (baseline vs follow-up) regardless of group. Conclusion: Multicomponent training provided an improvement in postural control in independent elderly, and the addition of a cognitive task did not influence the intervention resultsBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPPompeu, José EduardoVarise, Eliana Maria2019-10-03info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47135/tde-18122019-182906/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2019-12-19T00:47:04Zoai:teses.usp.br:tde-18122019-182906Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212019-12-19T00:47:04Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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