A arquitetura das memórias: um estudo do tempo no discurso autobiográfico
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2006 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-27112009-112310/ |
Resumo: | Na autobiografia, a vida de um sujeito é narrada por ele mesmo. Ele recupera, por meio da escritura, o passado, o que está ausente. Isso só é possível na temporalidade da língua e não na temporalidade física, pois é a língua que permite falar sobre aquilo que não é. A manipulação dos tempos lingüísticos ajuda a compor a narrativa do passado. Mas como recuperar algo que já não existe mais? Ao tratar de questões como essa, as autobiografias refletem a respeito do tempo e, assim, tematizam-no e figurativizam-no. Daí o interesse de fazer, nesta dissertação, um estudo semiótico do tempo no discurso autobiográfico. Duas obras são analisadas com essa finalidade: Baú de Ossos, de Pedro Nava, e Infância, de Graciliano Ramos. A partir do estudo da sintaxe discursiva, examina-se em tais obras a construção do tempo passado como estratégia enunciativa. Também são analisados os temas relativos ao tempo e a construção da configuração da memória e das figuras que a compõem ou que possuem relação com ela, como a lembrança, o esquecimento, a saudade, a espera, o passado, entre outras. Pretende-se, com isso, além de mostrar as especificidades das obras estudadas, estabelecer as características temporais gerais da autobiografia e verificar os mecanismos de persuasão próprios a esse gênero discursivo. Não são deixadas de lado questões relativas ao caráter ficcional ou histórico do discurso autobiográfico, freqüentes nos estudos do gênero. |
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Na autobiografia, a vida de um sujeito é narrada por ele mesmo. Ele recupera, por meio da escritura, o passado, o que está ausente. Isso só é possível na temporalidade da língua e não na temporalidade física, pois é a língua que permite falar sobre aquilo que não é. A manipulação dos tempos lingüísticos ajuda a compor a narrativa do passado. Mas como recuperar algo que já não existe mais? Ao tratar de questões como essa, as autobiografias refletem a respeito do tempo e, assim, tematizam-no e figurativizam-no. Daí o interesse de fazer, nesta dissertação, um estudo semiótico do tempo no discurso autobiográfico. Duas obras são analisadas com essa finalidade: Baú de Ossos, de Pedro Nava, e Infância, de Graciliano Ramos. A partir do estudo da sintaxe discursiva, examina-se em tais obras a construção do tempo passado como estratégia enunciativa. Também são analisados os temas relativos ao tempo e a construção da configuração da memória e das figuras que a compõem ou que possuem relação com ela, como a lembrança, o esquecimento, a saudade, a espera, o passado, entre outras. Pretende-se, com isso, além de mostrar as especificidades das obras estudadas, estabelecer as características temporais gerais da autobiografia e verificar os mecanismos de persuasão próprios a esse gênero discursivo. Não são deixadas de lado questões relativas ao caráter ficcional ou histórico do discurso autobiográfico, freqüentes nos estudos do gênero. |
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