A pintura das águas: um estudo da visualidade poética em A cachoeira de Paulo Afonso de Castro Alves
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8149/tde-11032016-160006/ |
Resumo: | A presente dissertação propõe um estudo da visualidade poética nA Cachoeira de Paulo Afonso de Castro Alves (1847-1871), abrangendo definições, aplicações e desdobramentos estéticos da figura da enargeia (evidentia), ou ainda pintura viva, nas descrições da natureza encontradas na obra, particularmente na configuração poética do elemento aquático. NA Cachoeira de Paulo Afonso, a representação poética do meio natural ganha relevo através da vivificação enargética de ênfase sensorial e plástica que, em associação ao estilo sublime, encena liricamente o drama trágico da escravidão. Entendemos que o poema se insere em meio a uma tradição narrativa e iconográfica de representação de ideias nacionais associadas às águas do Rio São Francisco e aos esforços institucionais pela legitimação do poder imperial no Segundo Reinado. Partindo da compreensão da figura da enargeia nos antigos e nos modernos, examinamos três expressões da descrição enargética nA Cachoeira de Paulo Afonso: a ekphrasis, o monólogo e o diálogo. Por meio da teorização do sublime em Kant e Schiller, analisamos as figurações enargéticas dos elementos naturais nA Cachoeira de Paulo Afonso, que cumprem a função de potencializar a capacidade persuasiva do texto poético, além de materializar um posicionamento estético do eu poético acerca do sublime na obra de arte como veículo privilegiado vinculado à liberdade moral do homem. Ao encenar a expressão enargética da violência, a pintura das águas atua de modo a colocar diante dos olhos internos do público oitocentista o drama humano da escravidão. |
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A pintura das águas: um estudo da visualidade poética em A cachoeira de Paulo Afonso de Castro AlvesThe painting of the waters: a study on poetic visuals in \"A Cachoeira de Paulo Afonso\" by Castro AlvesCastro AlvesCastro AlvesEnargeiaEnargeiaEvidentiaEvidentiaNatureNaturezaPoetic visualsSublimeSublimeVisualidade poéticaA presente dissertação propõe um estudo da visualidade poética nA Cachoeira de Paulo Afonso de Castro Alves (1847-1871), abrangendo definições, aplicações e desdobramentos estéticos da figura da enargeia (evidentia), ou ainda pintura viva, nas descrições da natureza encontradas na obra, particularmente na configuração poética do elemento aquático. NA Cachoeira de Paulo Afonso, a representação poética do meio natural ganha relevo através da vivificação enargética de ênfase sensorial e plástica que, em associação ao estilo sublime, encena liricamente o drama trágico da escravidão. Entendemos que o poema se insere em meio a uma tradição narrativa e iconográfica de representação de ideias nacionais associadas às águas do Rio São Francisco e aos esforços institucionais pela legitimação do poder imperial no Segundo Reinado. Partindo da compreensão da figura da enargeia nos antigos e nos modernos, examinamos três expressões da descrição enargética nA Cachoeira de Paulo Afonso: a ekphrasis, o monólogo e o diálogo. Por meio da teorização do sublime em Kant e Schiller, analisamos as figurações enargéticas dos elementos naturais nA Cachoeira de Paulo Afonso, que cumprem a função de potencializar a capacidade persuasiva do texto poético, além de materializar um posicionamento estético do eu poético acerca do sublime na obra de arte como veículo privilegiado vinculado à liberdade moral do homem. Ao encenar a expressão enargética da violência, a pintura das águas atua de modo a colocar diante dos olhos internos do público oitocentista o drama humano da escravidão.This dissertation is a study on poetic visuals in A Cachoeira de Paulo Afonso by Castro Alves (1847-1871), through which we approach definitions, applications and aesthetic developments of the visualizing rhetorical techniques of enargeia (evidentia) in the descriptions of nature, mainly in the metaphoric configuration of the water element. In A Cachoeira de Paulo Afonso, the poetic representation of the natural setting stages the tragic drama of slavery with graphic vividness in addition to the sublime. It is our understanding that the poem dialogues with a narrative and iconographic tradition of the representation of national ideas associated with the São Francisco River and with the institutional efforts into asserting the validity of the imperial power. Taking into account the meaning of enargeia in Antiquity and in Romanticism, we examine three forms of enargetic expression: ekphrasis, monologue and dialogue. Through the theories on the sublime by Kant and Schiller, our analysis of the enargetic configurations of the natural setting in the poem A Cachoeira de Paulo Afonso showed that they aim at enhancing the persuasiveness of the poetic text and materialize an aesthetic positioning of the author on the sublime as a means for conveying the moral liberty of men. By staging the enargetic expression of violence, the painting of the waters puts before the inner eyes of the nineteenth-century audience the human drama of slavery.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPCarvalho, Ricardo Souza deAraújo, Giovanna Gobbi Alves2015-12-17info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8149/tde-11032016-160006/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2017-09-04T21:06:17Zoai:teses.usp.br:tde-11032016-160006Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212017-09-04T21:06:17Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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A presente dissertação propõe um estudo da visualidade poética nA Cachoeira de Paulo Afonso de Castro Alves (1847-1871), abrangendo definições, aplicações e desdobramentos estéticos da figura da enargeia (evidentia), ou ainda pintura viva, nas descrições da natureza encontradas na obra, particularmente na configuração poética do elemento aquático. NA Cachoeira de Paulo Afonso, a representação poética do meio natural ganha relevo através da vivificação enargética de ênfase sensorial e plástica que, em associação ao estilo sublime, encena liricamente o drama trágico da escravidão. Entendemos que o poema se insere em meio a uma tradição narrativa e iconográfica de representação de ideias nacionais associadas às águas do Rio São Francisco e aos esforços institucionais pela legitimação do poder imperial no Segundo Reinado. Partindo da compreensão da figura da enargeia nos antigos e nos modernos, examinamos três expressões da descrição enargética nA Cachoeira de Paulo Afonso: a ekphrasis, o monólogo e o diálogo. Por meio da teorização do sublime em Kant e Schiller, analisamos as figurações enargéticas dos elementos naturais nA Cachoeira de Paulo Afonso, que cumprem a função de potencializar a capacidade persuasiva do texto poético, além de materializar um posicionamento estético do eu poético acerca do sublime na obra de arte como veículo privilegiado vinculado à liberdade moral do homem. Ao encenar a expressão enargética da violência, a pintura das águas atua de modo a colocar diante dos olhos internos do público oitocentista o drama humano da escravidão. |
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