Atendimentos e internações de crianças e adolescentes com varicela em hospital geral antes da introdução da vacina varicela no Programa Nacional de Imunizações

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Maki Hirose
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://doi.org/10.11606/D.5.2018.tde-31102018-132520
Resumo: Introdução: Conhecida desde os tempos de Hipócrates, a varicela é autolimitada e isenta de complicações na maioria dos casos, mas responde por absenteísmo escolar das crianças e laboral dos cuidadores, além de hospitalizações e óbitos em pacientes previamente hígidos. Após a incorporação da vacina varicela no calendário americano em 1995, diversos países têm verificado suas epidemiologias para análise de custo-benefício da vacinação; alguns já vêm publicando resultados do impacto da vacina. O Brasil incluiu a vacina no calendário vacinal para crianças de 15 meses em 2013 e vem avaliando o seu impacto. Objetivos: Aprimorar dados pré-vacinais num hospital universitário de atenção secundária, descrevendo atendimentos de Pronto-Socorro Infantil (PSI), hospitalizações e internações em unidade de terapia intensiva (UTI) por varicela; caracterizar o perfil etário, sazonalidade e diagnósticos das complicações da doença, além de analisar possíveis fatores de risco para internação e evolução grave. Metodologia: Estudo retrospectivo descritivo de crianças e adolescentes menores de 15 anos com varicela, no período entre janeiro de 2003 e dezembro de 2012. Relacionamos os resultados à população local para calcular taxas de incidência, hospitalização, internação em UTI e óbito relacionadas à doença. O registro informatizado do hospital forneceu a lista de pacientes com diagnóstico de varicela no atendimento de PSI ou na internação; prontuários foram consultados para coleta de dados que foram submetidos a análise em programas estatísticos. Resultados: Ocorreram 8520 atendimentos em PSI com varicela, 508 destes (6,0%) sendo hospitalizados, 36 destes últimos (7,1%) necessitando de UTI e 2 óbitos (0,4% dos internados), fornecendo as seguintes taxas médias anuais: 887,5 atendimentos, 52,9 hospitalizações, 3,8 internações em UTI e 0,21 óbitos para 100.000 habitantes até 15 anos. Crianças abaixo de 5 anos representaram 75% dos atendimentos, 92,3% das hospitalizações e 88,9% das internações em UTI. Lactentes entre 12 e 15 meses representaram 4,5% dos atendimentos, 6,5% das hospitalizações e 6,1% das internações em UTI. O segundo semestre do ano representou 89,4% dos atendimentos de PSI. Os menores de 5 anos atendidos no PSI tiveram 4,3 vezes maior chance de internação que os maiores de 5 anos, mas a idade não representou diferença no risco para necessidade de UTI. Infecções de pele e partes moles causaram 72,6% das hospitalizações, enquanto problemas respiratórios e neurológicos responderam por 20,1% e 1%, respectivamente. O motivo principal da indicação de UTI foi instabilidade hemodinâmica; 58,3% necessitaram de drogas vasoativas. Comparando os que necessitaram de UTI e os que não necessitaram, os primeiros apresentavam maior tempo de varicela à admissão, febre mais prolongada após internação, maior quantidade absoluta e relativa de neutrófilos e suas formas jovens, Proteína C reativa mais alta e plaquetas reduzidas nos exames admissionais. Conclusão: As taxas epidemiológicas verificadas neste estudo se mostraram dentro do descrito em literatura; as infecções secundárias de pele e partes moles na varicela, sem CID10 específico, prevalecem sobre complicações como pneumopatia, meningite e encefalite, que possuem descritores específicos, como causas de internação e dados de história e exames admissionais podem ajudar a apontar gravidade
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spelling info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesis Atendimentos e internações de crianças e adolescentes com varicela em hospital geral antes da introdução da vacina varicela no Programa Nacional de Imunizações Varicella-related children and adolescents admission and hospitalization in general hospital before varicella vaccine introduction in National Immunization Program 2018-08-21Alfredo Elias GilioMarco Aurelio Palazzi SafadiHelena Keico SatoSandra Elisabete VieiraMaki HiroseUniversidade de São PauloMedicina (Pediatria)USPBR Chickenpox Chickenpox vaccine Cuidados críticos Epidemiologia Fatores de risco Health status indicators Herpesvirus 3 human Herpesvirus humano 3 Hospitalização Hospitalization, Critical care Indicadores básicos de saúde Rates ratios and proportions, Epidemiology Risk factors Taxas razões e proporções Vacina contra varicela Varicela Introdução: Conhecida desde os tempos de Hipócrates, a varicela é autolimitada e isenta de complicações na maioria dos casos, mas responde por absenteísmo escolar das crianças e laboral dos cuidadores, além de hospitalizações e óbitos em pacientes previamente hígidos. Após a incorporação da vacina varicela no calendário americano em 1995, diversos países têm verificado suas epidemiologias para análise de custo-benefício da vacinação; alguns já vêm publicando resultados do impacto da vacina. O Brasil incluiu a vacina no calendário vacinal para crianças de 15 meses em 2013 e vem avaliando o seu impacto. Objetivos: Aprimorar dados pré-vacinais num hospital universitário de atenção secundária, descrevendo atendimentos de Pronto-Socorro Infantil (PSI), hospitalizações e internações em unidade de terapia intensiva (UTI) por varicela; caracterizar o perfil etário, sazonalidade e diagnósticos das complicações da doença, além de analisar possíveis fatores de risco para internação e evolução grave. Metodologia: Estudo retrospectivo descritivo de crianças e adolescentes menores de 15 anos com varicela, no período entre janeiro de 2003 e dezembro de 2012. Relacionamos os resultados à população local para calcular taxas de incidência, hospitalização, internação em UTI e óbito relacionadas à doença. O registro informatizado do hospital forneceu a lista de pacientes com diagnóstico de varicela no atendimento de PSI ou na internação; prontuários foram consultados para coleta de dados que foram submetidos a análise em programas estatísticos. Resultados: Ocorreram 8520 atendimentos em PSI com varicela, 508 destes (6,0%) sendo hospitalizados, 36 destes últimos (7,1%) necessitando de UTI e 2 óbitos (0,4% dos internados), fornecendo as seguintes taxas médias anuais: 887,5 atendimentos, 52,9 hospitalizações, 3,8 internações em UTI e 0,21 óbitos para 100.000 habitantes até 15 anos. Crianças abaixo de 5 anos representaram 75% dos atendimentos, 92,3% das hospitalizações e 88,9% das internações em UTI. Lactentes entre 12 e 15 meses representaram 4,5% dos atendimentos, 6,5% das hospitalizações e 6,1% das internações em UTI. O segundo semestre do ano representou 89,4% dos atendimentos de PSI. Os menores de 5 anos atendidos no PSI tiveram 4,3 vezes maior chance de internação que os maiores de 5 anos, mas a idade não representou diferença no risco para necessidade de UTI. Infecções de pele e partes moles causaram 72,6% das hospitalizações, enquanto problemas respiratórios e neurológicos responderam por 20,1% e 1%, respectivamente. O motivo principal da indicação de UTI foi instabilidade hemodinâmica; 58,3% necessitaram de drogas vasoativas. Comparando os que necessitaram de UTI e os que não necessitaram, os primeiros apresentavam maior tempo de varicela à admissão, febre mais prolongada após internação, maior quantidade absoluta e relativa de neutrófilos e suas formas jovens, Proteína C reativa mais alta e plaquetas reduzidas nos exames admissionais. Conclusão: As taxas epidemiológicas verificadas neste estudo se mostraram dentro do descrito em literatura; as infecções secundárias de pele e partes moles na varicela, sem CID10 específico, prevalecem sobre complicações como pneumopatia, meningite e encefalite, que possuem descritores específicos, como causas de internação e dados de história e exames admissionais podem ajudar a apontar gravidade Introduction: Known since Hippocrates times, varicella is self-limited and complication-free in most cases, but it responds to school and labor absenteeism of children and caregivers, as well as previously healthy patients hospitalizations and deaths. After varicella vaccine was recommended for routine use in United States in 1995, several countries reviewed their epidemiology for cost-benefit analysis of vaccination; some of then published vaccine impact results. Brazil included varicella vaccine in immunization routine for 15 months child in 2013 and has been appraising its impact. Objectives: Improve pre-vaccination data from secondary care university hospital describing pediatric urgent care (PUC) assessment, inpatient department and pediatric intensive care unit (PICU) hospitalizations; define age profile, seasonality and varicella complications diagnoses and analyze hospitalization and severe evolution possible risk factors. Methods: This report is aimed to retrospectively discriminate children and adolescents under 15 years with varicella from January 2003 to December 2012. Local population was considered to propose varicella-related PUC visit, hospitalization, PICU stay and death rates. Hospital registration provided computerized varicella-diagnosed PUC assessment, inpatient and PICU patient list; data collected from its charts were submitted to statistical program analysis. Results: 8520 PUC varicella cases were reported, 508 of them (6.0%) were hospitalized, 36 of them (7.1%) required PICU and 2 died (0.4% of hospitalized patients), providing following annual rates: 887.5 assessments, 52.9 hospitalizations, 3.8 PICU admissions and 0.21 deaths per 100,000 inhabitants up to 15 years. Children younger than 5 years accounted for 75% of PUC visits, 92.3% of hospitalizations and 88.9% of PICU admissions. Infants between 12 and 15 months represented 4.5% of PUC visits, 6.5% of hospitalizations and 6.1% of PICU admissions. Second half of the year accounted 89.4% of PUC attendances. Under 5 years PUC child had 4.3 more hospitalization risk than those older than 5 years, but age did not represent difference in PICU risk. Skin and soft tissue infections caused 72.6% of hospitalizations, while respiratory and neurological problems accounted for 20.1% and 1%, respectively. The main reason for PICU indication was hemodynamic instability; 58.3% required vasoactive drugs. Comparing those who needed PICU and those who did not need them, the former had longer time of varicella on admission, longer fever after hospitalization, greater absolute and relative amount of neutrophils and their young forms, higher C-reactive protein levels and reduced platelets in admission exams. Conclusion: epidemiological rates verified in this study were within described in literature; secondary skin infections and soft tissues in varicella, without specific ICD-10, overcome complications as pneumopathy, meningitis, and encephalitis, which have specific descriptors; anamnesis and admission examinations data may help predict severity https://doi.org/10.11606/D.5.2018.tde-31102018-132520info:eu-repo/semantics/openAccessporreponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USP2023-12-21T20:29:49Zoai:teses.usp.br:tde-31102018-132520Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-12-22T13:35:03.871536Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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