Vai dá muito trabalho! Cultura escolar, história e educação(ões) entre os Juruna da TI Paquiçamba Xingu Pará (1994-2014)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48135/tde-27072023-095544/ |
Resumo: | Esta Tese desenvolvida na área de concentração Cultura, Filosofia e História da Educação realizou um estudo sobre as culturas escolares, histórias da Educação e a atuação docente na Escola Korina entre Juruna da Terra Indígena (TI) Paquiçamba, no estado do Pará, no período de 1994 a 2014. Criada já no contexto do novo ordenamento jurídico pautado pela Constituição Federal de 1988, em que os Povos Indígenas têm assegurado a educação diferenciada enquanto um direito, sendo responsabilidade do Estado efetivá-la por meio de suas agências estatais como o Ministério da Educação - MEC e as Secretarias Estaduais e Municipais de Educação, a escola Korina Juruna apresenta uma história com singularidades, sendo fundada tardiamente no ano de 2000, por iniciativa da Prelazia do Xingu e do Conselho Indigenista Missionário - CIMI, órgãos ligados à Igreja Católica. A escolha do ano de 1994, para demarcar o início do referido estudo deve-se ao ano da chegada no Xingu, de uma das primeiras professoras a assumir a escola Korina Juruna na TI Paquiçamba em 2000 e devido este ano também remeter ao contexto de maior atuação da Prelazia do Xingu e do CIMI junto aos indígenas por meio de fundação de escolas. A partir de 2004, se apresentam novas configurações no interior da escola Korina que é assumida integralmente por professores contratados pelo município via Prefeitura de Altamira. O período compreendido para este trabalho se encerra em 2014, quando a atuação do poder municipal de Altamira a frente da gestão desta escola se finda. As fontes que foram reunidas e consultadas para a referente pesquisa correspondem a uma documentação diversa como cartas, relatórios, ofícios, jornal Porantim e a revista Mensageiro e de documentos escolares pertencentes ao arquivo do CIMI de Altamira, assim como relatórios, cartas dos Juruna, ofícios e memorandos pertencentes ao arquivo da Funai/Brasília. No arquivo da Secretaria de Educação - SEMED/Altamira também foi possível consultar alguns documentos referentes a escola estudada. Além desta documentação escrita, à pesquisa se embasou em entrevistas, no qual se procurou ouvir os próprios Juruna assim como o corpo docente que atuou na escola. No processo de entrevistas foram surgindo as fotografias, estas a maior parte pertencentes a arquivos pessoais dos professores e das professoras do CIMI que foram entrevistadas e outras pertencentes ao meu próprio arquivo pessoal. Pela perspectiva da história cultural procurou-se compreender a história desta escola a partir da ótica dos sujeitos sociais que mediante as suas práticas deram sentido e forma a escola e que terminaram por formar entre os Juruna uma visão ideal de como a escola deve ser. Estes sujeitos apresentaram diferentes perspectivas e formas escolares entre os Juruna marcando deste modo as visões Juruna. Por outro lado, estes indígenas também não eram homogêneos, tendo constituídos famílias com trajetórias e histórias familiares diversas, influindo e muitas vezes determinando no diálogo/confronto o tipo de Escola que desejavam. Nesta direção, o conceito de cultura escolar, permitiu operar entre o instituído e o não instituído, bem como perceber os sentidos, as práticas e as representações que os sujeitos sociais indígenas e não indígenas procuravam inscrever na identidade desta escola constituindo para a formação de culturas escolares plural e heterogênea na história desta escola indígena. |
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Vai dá muito trabalho! Cultura escolar, história e educação(ões) entre os Juruna da TI Paquiçamba Xingu Pará (1994-2014)It\'s going to be a lot of work! School culture, history and education(s) among the Juruna da TI Paquiçamba Xingu Pará (1994-2014)Cultura escolarCultural historyEscola indígenaHistória culturalHistória da educaçãoHistory of educationIndígenas JurunaIndigenous schoolJuruna indiansSchool cultureEsta Tese desenvolvida na área de concentração Cultura, Filosofia e História da Educação realizou um estudo sobre as culturas escolares, histórias da Educação e a atuação docente na Escola Korina entre Juruna da Terra Indígena (TI) Paquiçamba, no estado do Pará, no período de 1994 a 2014. Criada já no contexto do novo ordenamento jurídico pautado pela Constituição Federal de 1988, em que os Povos Indígenas têm assegurado a educação diferenciada enquanto um direito, sendo responsabilidade do Estado efetivá-la por meio de suas agências estatais como o Ministério da Educação - MEC e as Secretarias Estaduais e Municipais de Educação, a escola Korina Juruna apresenta uma história com singularidades, sendo fundada tardiamente no ano de 2000, por iniciativa da Prelazia do Xingu e do Conselho Indigenista Missionário - CIMI, órgãos ligados à Igreja Católica. A escolha do ano de 1994, para demarcar o início do referido estudo deve-se ao ano da chegada no Xingu, de uma das primeiras professoras a assumir a escola Korina Juruna na TI Paquiçamba em 2000 e devido este ano também remeter ao contexto de maior atuação da Prelazia do Xingu e do CIMI junto aos indígenas por meio de fundação de escolas. A partir de 2004, se apresentam novas configurações no interior da escola Korina que é assumida integralmente por professores contratados pelo município via Prefeitura de Altamira. O período compreendido para este trabalho se encerra em 2014, quando a atuação do poder municipal de Altamira a frente da gestão desta escola se finda. As fontes que foram reunidas e consultadas para a referente pesquisa correspondem a uma documentação diversa como cartas, relatórios, ofícios, jornal Porantim e a revista Mensageiro e de documentos escolares pertencentes ao arquivo do CIMI de Altamira, assim como relatórios, cartas dos Juruna, ofícios e memorandos pertencentes ao arquivo da Funai/Brasília. No arquivo da Secretaria de Educação - SEMED/Altamira também foi possível consultar alguns documentos referentes a escola estudada. Além desta documentação escrita, à pesquisa se embasou em entrevistas, no qual se procurou ouvir os próprios Juruna assim como o corpo docente que atuou na escola. No processo de entrevistas foram surgindo as fotografias, estas a maior parte pertencentes a arquivos pessoais dos professores e das professoras do CIMI que foram entrevistadas e outras pertencentes ao meu próprio arquivo pessoal. Pela perspectiva da história cultural procurou-se compreender a história desta escola a partir da ótica dos sujeitos sociais que mediante as suas práticas deram sentido e forma a escola e que terminaram por formar entre os Juruna uma visão ideal de como a escola deve ser. Estes sujeitos apresentaram diferentes perspectivas e formas escolares entre os Juruna marcando deste modo as visões Juruna. Por outro lado, estes indígenas também não eram homogêneos, tendo constituídos famílias com trajetórias e histórias familiares diversas, influindo e muitas vezes determinando no diálogo/confronto o tipo de Escola que desejavam. Nesta direção, o conceito de cultura escolar, permitiu operar entre o instituído e o não instituído, bem como perceber os sentidos, as práticas e as representações que os sujeitos sociais indígenas e não indígenas procuravam inscrever na identidade desta escola constituindo para a formação de culturas escolares plural e heterogênea na história desta escola indígena.This research work, which was developed in the area of concentration named Culture, Philosophy and history of education, aims to study the History of Korina School among Juruna Indians of Paquiçamba Indigenous Land, in the state of Pará, from 1994 to 2014. Created in the context of the new juridical order based on the 1988 Constitution, in which Indigenous Peoples are assured a differentiated education as a right, and the State is responsible for implementing it through its state agencies such as the Ministry of Education - MEC and the State and Municipal Secretariats of Education, Korina Juruna School presents a history with singularities after its foundation in 2000, an initiative of Xingu Prelature and Indigenous Missionary Council - CIMI, bodies linked to Catholic Church. The choice of 1994 to mark the beginning of the study is due to the fact that this year one of the first teachers who would take over Korina School in 2000 arrived in Xingu, as well as the date refers to the context of greater performance of Xingu Prelature and CIMI together with indigenous people through the foundation of schools. From 2004 onwards, new configurations were presented within Korina school, which was fully taken over by teachers hired by the State via Altamira City Hall. The period covered by the work ends in 2014, when the performance of municipal power ahead of the school management ends. The sources gathered and consulted in the research correspond to diverse documentation such as letters, reports, official letters, Porantim newspaper, Mensageiro magazine and school documents belonging to CIMI archive in Altamira, as well as reports, letters from Juruna, official letters and memoranda belonging to the archive of Funai/Brasília. In the archive of Secretariat of Education (SEMED) of Altamira, it was also possible to consult some documents referring to the school studied. In addition to this written documentation, the research was based on interviews, in which it was sought to listen to Juruna themselves, as well as the teaching staff who worked at the school. In the process of interviews, photographs emerged, most of them belonging to personal files of CIMI teachers who were interviewed, in addition to photographs they already had in their own collection. From the perspective of cultural history, it was tried to understand the History of Korina School from the perspective of social subjects who, through their practices, gave meaning and form to school and who ended up forming among Juruna an ideal vision of how school should be. These subjects present different perspectives and school forms among Juruna, which marked the views of these indigenous people. On the other hand, these indigenous people were not homogeneous either, but constituted by different family trajectories and histories, influencing and, many times, determining in the dialogue/confrontation, the type of School they wanted. In this sense, the concept of school culture allowed to operate between the instituted and the non-instituted, as well as to perceive meanings and practices that social subjects try to inscribe in the identity of the school under investigation.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPSilva, Katiene Nogueira daSaraiva, Marcia Pires2023-05-24info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48135/tde-27072023-095544/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2023-07-27T20:38:05Zoai:teses.usp.br:tde-27072023-095544Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-07-27T20:38:05Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Esta Tese desenvolvida na área de concentração Cultura, Filosofia e História da Educação realizou um estudo sobre as culturas escolares, histórias da Educação e a atuação docente na Escola Korina entre Juruna da Terra Indígena (TI) Paquiçamba, no estado do Pará, no período de 1994 a 2014. Criada já no contexto do novo ordenamento jurídico pautado pela Constituição Federal de 1988, em que os Povos Indígenas têm assegurado a educação diferenciada enquanto um direito, sendo responsabilidade do Estado efetivá-la por meio de suas agências estatais como o Ministério da Educação - MEC e as Secretarias Estaduais e Municipais de Educação, a escola Korina Juruna apresenta uma história com singularidades, sendo fundada tardiamente no ano de 2000, por iniciativa da Prelazia do Xingu e do Conselho Indigenista Missionário - CIMI, órgãos ligados à Igreja Católica. A escolha do ano de 1994, para demarcar o início do referido estudo deve-se ao ano da chegada no Xingu, de uma das primeiras professoras a assumir a escola Korina Juruna na TI Paquiçamba em 2000 e devido este ano também remeter ao contexto de maior atuação da Prelazia do Xingu e do CIMI junto aos indígenas por meio de fundação de escolas. A partir de 2004, se apresentam novas configurações no interior da escola Korina que é assumida integralmente por professores contratados pelo município via Prefeitura de Altamira. O período compreendido para este trabalho se encerra em 2014, quando a atuação do poder municipal de Altamira a frente da gestão desta escola se finda. As fontes que foram reunidas e consultadas para a referente pesquisa correspondem a uma documentação diversa como cartas, relatórios, ofícios, jornal Porantim e a revista Mensageiro e de documentos escolares pertencentes ao arquivo do CIMI de Altamira, assim como relatórios, cartas dos Juruna, ofícios e memorandos pertencentes ao arquivo da Funai/Brasília. No arquivo da Secretaria de Educação - SEMED/Altamira também foi possível consultar alguns documentos referentes a escola estudada. Além desta documentação escrita, à pesquisa se embasou em entrevistas, no qual se procurou ouvir os próprios Juruna assim como o corpo docente que atuou na escola. No processo de entrevistas foram surgindo as fotografias, estas a maior parte pertencentes a arquivos pessoais dos professores e das professoras do CIMI que foram entrevistadas e outras pertencentes ao meu próprio arquivo pessoal. Pela perspectiva da história cultural procurou-se compreender a história desta escola a partir da ótica dos sujeitos sociais que mediante as suas práticas deram sentido e forma a escola e que terminaram por formar entre os Juruna uma visão ideal de como a escola deve ser. Estes sujeitos apresentaram diferentes perspectivas e formas escolares entre os Juruna marcando deste modo as visões Juruna. Por outro lado, estes indígenas também não eram homogêneos, tendo constituídos famílias com trajetórias e histórias familiares diversas, influindo e muitas vezes determinando no diálogo/confronto o tipo de Escola que desejavam. Nesta direção, o conceito de cultura escolar, permitiu operar entre o instituído e o não instituído, bem como perceber os sentidos, as práticas e as representações que os sujeitos sociais indígenas e não indígenas procuravam inscrever na identidade desta escola constituindo para a formação de culturas escolares plural e heterogênea na história desta escola indígena. |
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