Sintomas de ansiedade e depressão e sua relação com atividade física e barreiras nos pacientes com claudicação intermitente

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Teixeira, Luciana Ragazzo Araujo
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Tese
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP
Texto Completo: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5132/tde-21092021-143437/
Resumo: Introdução: A claudicação intermitente (CI) dos membros inferiores é causada pelo desbalanço entre a demanda e a oferta de oxigênio que ocorrem em consequência à isquemia muscular produzida pelo exercício nos pacientes em estágio inicial da doença arterial crônica periférica. O tratamento da claudicação é baseado no controle dos fatores de risco e atividade física. Embora a prática do exercício físico seja frequentemente encorajada, a aderência especialmente em pacientes idosos e claudicantes é baixa. Está bem estabelecida a relação de bidirecionalidade entre depressão e a doença vascular. Esses indivíduos sintomáticos apresentam uma baixa performance nos testes de esteira e diminuição significativa nas distâncias livre de dor e total de caminhada. A ansiedade apresenta relação prognóstica negativa especialmente em pacientes coronariopatas. A dificuldade em realizar o treinamento físico caracterizada pelas barreiras pode estar relacionada às características psicológicas do paciente claudicante. Objetivo: Verificar a prevalência de sintomas de ansiedade e depressão nos pacientes com diagnóstico de claudicação intermitente, determinar a associação entre os sintomas de ansiedade e depressão e a distância livre de dor durante a caminhada e distância total de caminhada; determinar qual barreira à caminhada é a mais prevalente relacionado-as com os fatores psicológicos. Método: No ambulatório de claudicação intermitente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, foram incluídos 113 pacientes com diagnóstico clínico de CI, no período de fevereiro de 2014 a dezembro de 2016, segundo protocolo pré-estabelecido após a aprovação da Comissão de Ética para Análise de Projetos de Pesquisa e assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. Os pacientes incluídos foram submetidos a avaliação pelo cirurgião vascular, realizada a anamnese o exame vascular completo, foram aplicados os testes Inventário de Depressão de Beck (BDI) e Inventário de ansiedade de Beck (BAI) pela psicóloga e a realização do Teste de 6 minutos de caminhada com educadores físicos. Em uma segunda consulta ambulatorial foi aplicado o questionário de barreiras pessoais. Resultados: Os pacientes com sinais de depressão apresentaram menor distância livre de dor (119 ± 63 m vs. 159 ± 87 m, P=0,015) e menor distância total de caminhada (313 ± 71 m vs. 347 ± 71 m, P=0,035) em comparação aos pacientes sem sinal de depressão. A distância livre de dor (129 ± 71 m vs. 148 ± 84 m, P=0,29) e a distância total de caminhada (309 ± 85 m vs. 343 ± 84 m, P=0,07) foram similares entre os pacientes com e sem sinal de ansiedade. As barreiras mais frequentes nos pacientes com sintomas de depressão leve são: dor induzida pelo exercício, falta de energia, ter outra doença ou incapacidade e o medo de cair ou agravar a doença. As barreiras mais frequentes nos pacientes com sintomas de depressão moderado a grave foram: falta de energia, não ter companhia para praticar atividade física, falta de dinheiro, falta de conhecimento ou incerteza sobre os benefícios da prática de atividade física e o medo de cair ou agravar a doença. Conclusão: A prevalência de ansiedade e depressão nos pacientes claudicantes é alta e precisam ser acompanhados de perto na prática clínica e triados para alterações do humor, especialmente os sintomas de depressão pois estão associados à significativa piora da função em pacientes com DAOP. O tratamento para os sintomas depressivos poderia melhorar a função dos pacientes com DAOP, em nosso conhecimento essa hipótese ainda não foi testada.
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Está bem estabelecida a relação de bidirecionalidade entre depressão e a doença vascular. Esses indivíduos sintomáticos apresentam uma baixa performance nos testes de esteira e diminuição significativa nas distâncias livre de dor e total de caminhada. A ansiedade apresenta relação prognóstica negativa especialmente em pacientes coronariopatas. A dificuldade em realizar o treinamento físico caracterizada pelas barreiras pode estar relacionada às características psicológicas do paciente claudicante. Objetivo: Verificar a prevalência de sintomas de ansiedade e depressão nos pacientes com diagnóstico de claudicação intermitente, determinar a associação entre os sintomas de ansiedade e depressão e a distância livre de dor durante a caminhada e distância total de caminhada; determinar qual barreira à caminhada é a mais prevalente relacionado-as com os fatores psicológicos. Método: No ambulatório de claudicação intermitente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, foram incluídos 113 pacientes com diagnóstico clínico de CI, no período de fevereiro de 2014 a dezembro de 2016, segundo protocolo pré-estabelecido após a aprovação da Comissão de Ética para Análise de Projetos de Pesquisa e assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. Os pacientes incluídos foram submetidos a avaliação pelo cirurgião vascular, realizada a anamnese o exame vascular completo, foram aplicados os testes Inventário de Depressão de Beck (BDI) e Inventário de ansiedade de Beck (BAI) pela psicóloga e a realização do Teste de 6 minutos de caminhada com educadores físicos. Em uma segunda consulta ambulatorial foi aplicado o questionário de barreiras pessoais. Resultados: Os pacientes com sinais de depressão apresentaram menor distância livre de dor (119 ± 63 m vs. 159 ± 87 m, P=0,015) e menor distância total de caminhada (313 ± 71 m vs. 347 ± 71 m, P=0,035) em comparação aos pacientes sem sinal de depressão. A distância livre de dor (129 ± 71 m vs. 148 ± 84 m, P=0,29) e a distância total de caminhada (309 ± 85 m vs. 343 ± 84 m, P=0,07) foram similares entre os pacientes com e sem sinal de ansiedade. As barreiras mais frequentes nos pacientes com sintomas de depressão leve são: dor induzida pelo exercício, falta de energia, ter outra doença ou incapacidade e o medo de cair ou agravar a doença. As barreiras mais frequentes nos pacientes com sintomas de depressão moderado a grave foram: falta de energia, não ter companhia para praticar atividade física, falta de dinheiro, falta de conhecimento ou incerteza sobre os benefícios da prática de atividade física e o medo de cair ou agravar a doença. Conclusão: A prevalência de ansiedade e depressão nos pacientes claudicantes é alta e precisam ser acompanhados de perto na prática clínica e triados para alterações do humor, especialmente os sintomas de depressão pois estão associados à significativa piora da função em pacientes com DAOP. O tratamento para os sintomas depressivos poderia melhorar a função dos pacientes com DAOP, em nosso conhecimento essa hipótese ainda não foi testada.Introduction: Intermittent claudication (IC) of the lower limbs is caused by the imbalance between demand and supply of oxygen that occur as a consequence of exercise-induced muscle ischemia in patients with early stage peripheral chronic arterial disease. The treatment of IC is based on the control of risk factors and physical activity. Although the practice of physical exercise is often encouraged, adherence especially in elderly patients is low. The bidirectional relationship between depression and vascular disease is well established. These symptomatic individuals present poor performance on treadmill tests and a significant decrease in pain-free and total walk distances. Anxiety presents a negative prognostic relationship especially in coronary patients. The difficulty in performing the physical training characterized by the barriers may be related to the psychological characteristics of the claudicating patients. Objective: The objectives are: to verify the prevalence of anxiety and depression symptoms in patients diagnosed with intermittent claudication, to determine the association between anxiety and depression symptoms and pain-free distance during walking and total walking distance; determine which barrier to walking is the most prevalent related to psychological factors. Method: In the period from February 2014 to December 2016 at Clinical Hospital of the Faculty of Medicine of the University of São Paulo, 113 patients with a clinical diagnosis of IC were included in the study, according to a protocol pre-established after approval of the Ethics Committee for Analysis of Research Projects and signing of the free and informed consent term. Patients included underwent evaluation by the vascular surgeon, anamnesis and complete vascular examination, the Beck Depression Inventory (BDI) and Beck Anxiety Inventory (BAI) tests were applied by the psychologist and the 6-minute Test with physical educators. The personal barriers questionnaire was applied in a second outpatient visit. Results: Patients with signs of depression had a lower pain-free distance (119 ± 63 m vs. 159 ± 87 m, P = 0.015) and shorter walking distance (313 ± 71 m vs. 347 ± 71 m, P = 0.035) compared to patients with no sign of depression. Pain free distance (129 ± 71 m vs. 148 ± 84 m, P = 0.29) and total walking distance (309 ± 85 m vs. 343 ± 84 m, P = 0.07) were similar between patients with and without anxiety. The most frequent barriers in patients with symptoms of mild depression are: pain induced by exercise, lack of energy, having another illness or disability and fear of falling or aggravating the disease. The most frequent barriers in patients with symptoms of moderate to severe depression were: lack of energy, lack of companionship to practice physical activity, lack of money, lack of knowledge or uncertainty about the benefits of practicing physical activity and the fear of falling or aggravate the disease. Conclusion: The prevalence of anxiety and depression in claudicating patients is high. This individuals need to be closely monitored in clinical practice and screened for mood disorders, especially the symptoms of depression because they are associated with significant worsening of function in patients with PAOD. Although the treatment for depressive symptoms could improve the function of patients with PAD, to our knowledge this hypothesis has not yet been tested.Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPZerati, Antonio EduardoTeixeira, Luciana Ragazzo Araujo2021-02-11info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5132/tde-21092021-143437/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2021-09-21T17:37:02Zoai:teses.usp.br:tde-21092021-143437Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212021-09-21T17:37:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false
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