Avaliação do uso de ivermectina associado a losartana para profilaxia de eventos graves em pacientes com doença oncológica ativa e diagnóstico recente de COVID-19
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Tese |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5155/tde-01032024-152256/ |
Resumo: | INTRODUÇÃO: pacientes com diagnóstico de neoplasia ativa apresentam maior risco de complicações graves após infecção pela COVID-19, incluindo insuficiência respiratória aguda, necessidade de ventilação mecânica e morte. Dados sobre abordagens terapêuticas especificas nesta nessa população ainda são escassos. Durante a infecção causada pelo SARS-CoV-2, ocorre um desiquilíbrio entre angiotensina 1 e angiotensina 2, que é diretamente responsável pela piora da lesão pulmonar aguda e, portanto, o uso de drogas que atuam no bloqueio do sistema renina-angiotensina pode atenuar o este desequilíbrio e consequentemente mitigar a instalação de lesão pulmonar aguda inflamatória. Da mesma forma, a ivermectina é uma droga amplamente disponível que já demonstrou atividade antiviral em estudos pré-clínicos. Este estudo avaliou o uso da losartana associado a ivermectina com o objetivo de diminuir a incidência de resultados graves devido à infecção por coronavírus entre esses pacientes oncológicos. MÉTODOS: este foi um estudo de fase II randomizado, duplo-cego e controlado por placebo. Pacientes oncológicos com diagnóstico de infecção leve a moderada por COVID-19 foram randomizados para receber 50 mg de losartana por 15 dias mais uma dose única de 12 mg de ivermectina ou placebo. O desfecho primário foi a incidência de complicações graves, definidas como necessidade de internação em unidade de terapia intensiva (UTI), necessidade de ventilação mecânica (VM) ou óbito. Os desfechos secundários foram segurança e aderência ao tratamento. As análises de eficácia foram calculadas para a população com intenção de tratar (ITT). Valores de P abaixo de 0,05 foram considerados estatisticamente significativos. RESULTADOS: setenta e sete pacientes foram considerados aptos para o estudo e 69 pacientes foram randomizados. Após a randomização, 35 pacientes foram designados para o braço losartana + ivermectina e 34 pacientes foram designados para o braço placebo. Após a publicação de estudos randomizados de fase 2/3 que demonstraram a ineficácia da ivermectina e losartana separadamente como tratamento para COVID-19, uma análise de futilidade não planejada foi realizada e o estudo foi encerrado definitivamente. A idade mediana dos pacientes randomizados foi de 50 anos. Cinquenta e nove por cento (n = 41/69) dos pacientes tinham doença metastática e estavam recebendo tratamento sistêmico ativo, enquanto apenas 16% (n = 11/69) estavam recebendo tratamento sistêmico com objetivo curativo. Setenta e sete por cento (27/35) dos pacientes no braço experimental não foram vacinados e 5,7% (2/35) receberam o esquema completo de três doses. Da mesma forma, 73,5% (25/34) dos pacientes que foram alocados para o braço placebo não foram vacinados e um paciente (2,9%) foi totalmente vacinado. Nenhuma diferença no estado de vacinação foi observada entre os braços (p = 0,36). Tratamento adicional para COVID-19 foi oferecido a 37,7% (26/69) dos pacientes do estudo, e nenhuma diferença foi observada entre os braços experimental e placebo (p = 0,54). O uso de losartana e ivermectina não melhorou os resultados da COVID-19 em comparação com o placebo. Um total de 15 eventos graves ocorreu na população do estudo. Sete (20%) pacientes no braço losartana + ivermectina apresentaram complicações graves de COVID-19 versus 8 (23,5%) pacientes no braço placebo (p = 0,77). Não foi observada diferença na necessidade de internação em UTI (17,1% no braço experimental versus 17,6% no braço placebo; p = 1,00) ou na necessidade de ventilação mecânica por insuficiência respiratória (17,1% no braço experimental versus 11,8% no braço placebo; p = 0,49). Quatro pacientes morreram de complicações de COVID-19 no braço losartana + ivermectina, enquanto três pacientes morreram no braço placebo, e essa diferença não foi estatisticamente significativa (11,4% versus 8,8%; p = 0,69). Aderência ao tratamento foi similar entre os grupos e apenas um efeito adverso grave hipotensão sintomática foi observado nos pacientes do estudo. CONCLUSÃO: o uso da combinação de losartana 50 mg por 15 dias e ivermectina 12 mg dose única em pacientes com neoplasia e em tratamento oncológico ativo não melhorou os resultados de complicações graves secundárias a infecção por SARS-CoV-2 |
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Avaliação do uso de ivermectina associado a losartana para profilaxia de eventos graves em pacientes com doença oncológica ativa e diagnóstico recente de COVID-19Efficacy and safety of losartan plus ivermectin for the prevention of serious COVID- 19 events among patients with cancer. A randomized, double-blind, placebo-controlled phase II studyAderência à medicaçãoChemotherapyCOVID-19COVID-19COVID-19 drug treatmentIvermectinIvermectinaLosartanLosartanMedication adherenceNeoplasiaNeoplasmQuimioterapiaTratamento farmacológico da COVID-19INTRODUÇÃO: pacientes com diagnóstico de neoplasia ativa apresentam maior risco de complicações graves após infecção pela COVID-19, incluindo insuficiência respiratória aguda, necessidade de ventilação mecânica e morte. Dados sobre abordagens terapêuticas especificas nesta nessa população ainda são escassos. Durante a infecção causada pelo SARS-CoV-2, ocorre um desiquilíbrio entre angiotensina 1 e angiotensina 2, que é diretamente responsável pela piora da lesão pulmonar aguda e, portanto, o uso de drogas que atuam no bloqueio do sistema renina-angiotensina pode atenuar o este desequilíbrio e consequentemente mitigar a instalação de lesão pulmonar aguda inflamatória. Da mesma forma, a ivermectina é uma droga amplamente disponível que já demonstrou atividade antiviral em estudos pré-clínicos. Este estudo avaliou o uso da losartana associado a ivermectina com o objetivo de diminuir a incidência de resultados graves devido à infecção por coronavírus entre esses pacientes oncológicos. MÉTODOS: este foi um estudo de fase II randomizado, duplo-cego e controlado por placebo. Pacientes oncológicos com diagnóstico de infecção leve a moderada por COVID-19 foram randomizados para receber 50 mg de losartana por 15 dias mais uma dose única de 12 mg de ivermectina ou placebo. O desfecho primário foi a incidência de complicações graves, definidas como necessidade de internação em unidade de terapia intensiva (UTI), necessidade de ventilação mecânica (VM) ou óbito. Os desfechos secundários foram segurança e aderência ao tratamento. As análises de eficácia foram calculadas para a população com intenção de tratar (ITT). Valores de P abaixo de 0,05 foram considerados estatisticamente significativos. RESULTADOS: setenta e sete pacientes foram considerados aptos para o estudo e 69 pacientes foram randomizados. Após a randomização, 35 pacientes foram designados para o braço losartana + ivermectina e 34 pacientes foram designados para o braço placebo. Após a publicação de estudos randomizados de fase 2/3 que demonstraram a ineficácia da ivermectina e losartana separadamente como tratamento para COVID-19, uma análise de futilidade não planejada foi realizada e o estudo foi encerrado definitivamente. A idade mediana dos pacientes randomizados foi de 50 anos. Cinquenta e nove por cento (n = 41/69) dos pacientes tinham doença metastática e estavam recebendo tratamento sistêmico ativo, enquanto apenas 16% (n = 11/69) estavam recebendo tratamento sistêmico com objetivo curativo. Setenta e sete por cento (27/35) dos pacientes no braço experimental não foram vacinados e 5,7% (2/35) receberam o esquema completo de três doses. Da mesma forma, 73,5% (25/34) dos pacientes que foram alocados para o braço placebo não foram vacinados e um paciente (2,9%) foi totalmente vacinado. Nenhuma diferença no estado de vacinação foi observada entre os braços (p = 0,36). Tratamento adicional para COVID-19 foi oferecido a 37,7% (26/69) dos pacientes do estudo, e nenhuma diferença foi observada entre os braços experimental e placebo (p = 0,54). O uso de losartana e ivermectina não melhorou os resultados da COVID-19 em comparação com o placebo. Um total de 15 eventos graves ocorreu na população do estudo. Sete (20%) pacientes no braço losartana + ivermectina apresentaram complicações graves de COVID-19 versus 8 (23,5%) pacientes no braço placebo (p = 0,77). Não foi observada diferença na necessidade de internação em UTI (17,1% no braço experimental versus 17,6% no braço placebo; p = 1,00) ou na necessidade de ventilação mecânica por insuficiência respiratória (17,1% no braço experimental versus 11,8% no braço placebo; p = 0,49). Quatro pacientes morreram de complicações de COVID-19 no braço losartana + ivermectina, enquanto três pacientes morreram no braço placebo, e essa diferença não foi estatisticamente significativa (11,4% versus 8,8%; p = 0,69). Aderência ao tratamento foi similar entre os grupos e apenas um efeito adverso grave hipotensão sintomática foi observado nos pacientes do estudo. CONCLUSÃO: o uso da combinação de losartana 50 mg por 15 dias e ivermectina 12 mg dose única em pacientes com neoplasia e em tratamento oncológico ativo não melhorou os resultados de complicações graves secundárias a infecção por SARS-CoV-2INTRODUCTION: cancer patients are at higher risk of severe COVID-19 complications, including respiratory failure, mechanical ventilation, and death. Data on therapeutic approaches in this population are still scarce. The blockade of the renin-angiotensin system mitigates the imbalance between angiotensin 1 and angiotensin 2 caused by SARS-CoV-2 infection, and drugs that inhibit this pathway may have a role against COVID-19. Similarly, ivermectin is a widely available drug with antiviral activity in preclinical studies. This trial evaluated losartan plus ivermectin aimed at decreasing the incidence of severe outcomes due to coronavirus infection among these high-risk patients. METHODS: this was a randomized, double-blind, and placebo-controlled phase II study. Oncological patients with a recent diagnosis of mild to moderate COVID-19 infection were randomized to receive 50 mg of losartan for 15 days plus a single dose of 12 mg of ivermectin or placebo. The primary endpoint was the incidence of severe complications, defined as a need for admission to the intensive care unit (ICU), need for mechanical ventilation (MV), or death. Secondary endpoints were safety and adherence. RESULTS: sixty-nine patients were randomized. Losartan plus ivermectin did not improve outcomes compared to placebo. Seven patients in the experimental arm (20%) presented severe outcomes versus eight patients (23.5%) in the placebo arm (p=0.77). The intensive care unit rate, mechanical ventilation need, and deaths were similar between arms. No difference in severe adverse events was observed. CONCLUSIONS: the combination of losartan and ivermectin did not improve severe COVID-19 outcomes among cancer patientsBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPDiz, Maria Del Pilar EstevezExman, Pedro2023-11-27info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/doctoralThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5155/tde-01032024-152256/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2024-03-04T16:35:02Zoai:teses.usp.br:tde-01032024-152256Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212024-03-04T16:35:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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Avaliação do uso de ivermectina associado a losartana para profilaxia de eventos graves em pacientes com doença oncológica ativa e diagnóstico recente de COVID-19 Exman, Pedro Aderência à medicação Chemotherapy COVID-19 COVID-19 COVID-19 drug treatment Ivermectin Ivermectina Losartan Losartan Medication adherence Neoplasia Neoplasm Quimioterapia Tratamento farmacológico da COVID-19 |
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INTRODUÇÃO: pacientes com diagnóstico de neoplasia ativa apresentam maior risco de complicações graves após infecção pela COVID-19, incluindo insuficiência respiratória aguda, necessidade de ventilação mecânica e morte. Dados sobre abordagens terapêuticas especificas nesta nessa população ainda são escassos. Durante a infecção causada pelo SARS-CoV-2, ocorre um desiquilíbrio entre angiotensina 1 e angiotensina 2, que é diretamente responsável pela piora da lesão pulmonar aguda e, portanto, o uso de drogas que atuam no bloqueio do sistema renina-angiotensina pode atenuar o este desequilíbrio e consequentemente mitigar a instalação de lesão pulmonar aguda inflamatória. Da mesma forma, a ivermectina é uma droga amplamente disponível que já demonstrou atividade antiviral em estudos pré-clínicos. Este estudo avaliou o uso da losartana associado a ivermectina com o objetivo de diminuir a incidência de resultados graves devido à infecção por coronavírus entre esses pacientes oncológicos. MÉTODOS: este foi um estudo de fase II randomizado, duplo-cego e controlado por placebo. Pacientes oncológicos com diagnóstico de infecção leve a moderada por COVID-19 foram randomizados para receber 50 mg de losartana por 15 dias mais uma dose única de 12 mg de ivermectina ou placebo. O desfecho primário foi a incidência de complicações graves, definidas como necessidade de internação em unidade de terapia intensiva (UTI), necessidade de ventilação mecânica (VM) ou óbito. Os desfechos secundários foram segurança e aderência ao tratamento. As análises de eficácia foram calculadas para a população com intenção de tratar (ITT). Valores de P abaixo de 0,05 foram considerados estatisticamente significativos. RESULTADOS: setenta e sete pacientes foram considerados aptos para o estudo e 69 pacientes foram randomizados. Após a randomização, 35 pacientes foram designados para o braço losartana + ivermectina e 34 pacientes foram designados para o braço placebo. Após a publicação de estudos randomizados de fase 2/3 que demonstraram a ineficácia da ivermectina e losartana separadamente como tratamento para COVID-19, uma análise de futilidade não planejada foi realizada e o estudo foi encerrado definitivamente. A idade mediana dos pacientes randomizados foi de 50 anos. Cinquenta e nove por cento (n = 41/69) dos pacientes tinham doença metastática e estavam recebendo tratamento sistêmico ativo, enquanto apenas 16% (n = 11/69) estavam recebendo tratamento sistêmico com objetivo curativo. Setenta e sete por cento (27/35) dos pacientes no braço experimental não foram vacinados e 5,7% (2/35) receberam o esquema completo de três doses. Da mesma forma, 73,5% (25/34) dos pacientes que foram alocados para o braço placebo não foram vacinados e um paciente (2,9%) foi totalmente vacinado. Nenhuma diferença no estado de vacinação foi observada entre os braços (p = 0,36). Tratamento adicional para COVID-19 foi oferecido a 37,7% (26/69) dos pacientes do estudo, e nenhuma diferença foi observada entre os braços experimental e placebo (p = 0,54). O uso de losartana e ivermectina não melhorou os resultados da COVID-19 em comparação com o placebo. Um total de 15 eventos graves ocorreu na população do estudo. Sete (20%) pacientes no braço losartana + ivermectina apresentaram complicações graves de COVID-19 versus 8 (23,5%) pacientes no braço placebo (p = 0,77). Não foi observada diferença na necessidade de internação em UTI (17,1% no braço experimental versus 17,6% no braço placebo; p = 1,00) ou na necessidade de ventilação mecânica por insuficiência respiratória (17,1% no braço experimental versus 11,8% no braço placebo; p = 0,49). Quatro pacientes morreram de complicações de COVID-19 no braço losartana + ivermectina, enquanto três pacientes morreram no braço placebo, e essa diferença não foi estatisticamente significativa (11,4% versus 8,8%; p = 0,69). Aderência ao tratamento foi similar entre os grupos e apenas um efeito adverso grave hipotensão sintomática foi observado nos pacientes do estudo. CONCLUSÃO: o uso da combinação de losartana 50 mg por 15 dias e ivermectina 12 mg dose única em pacientes com neoplasia e em tratamento oncológico ativo não melhorou os resultados de complicações graves secundárias a infecção por SARS-CoV-2 |
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