Repercussões da pandemia no vínculo mãe-filho e no aleitamento materno durante o primeiro semestre de vida
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP |
Texto Completo: | https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5141/tde-13112023-173529/ |
Resumo: | A pandemia pelo SARS-CoV2, particularmente a fase pré-vacinação, foi um período com grandes repercussões sobre as condições de vida, de saúde e de assistência materno-infantil, podendo ter impactado as práticas de aleitamento materno, assim com o estabelecimento do vínculo entre as mães e seus filhos. Tais mudanças podem comprometer o nurturing care, com consequências sobre o desenvolvimento infantil. O presente estudo tem como objetivo caracterizar a prática do aleitamento materno e o estabelecimento do vínculo mãe-filho durante o primeiro semestre de vida de crianças nascidas durante a pandemia pelo SARS-CoV2 e identificar os fatores que influenciaram esses resultados. Trata-se de um estudo observacional, de abordagem quantitativa, que acompanhou 127 díades de mães-filhos nascidos no Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (HU-USP), no período de 07 de fevereiro de 2021 a 01 de junho de 2021. As díades foram acompanhadas durante os primeiros 6 meses de vida. Os dados foram coletados inicialmente no alojamento conjunto, nas primeiras 72 horas pós-parto e, posteriormente, por contato telefônico e/ou via aplicativo de mensagens. Foram utilizados um questionário semi-estruturado; a Escala de Depressão Pós-Natal de Edimburgo (EPDS), entre 21 e 45 dias de vida e o Postpartum Bonding Questionnaire (PBQ), em 2 momentos 1º e 6º mês de vida. Para as análises de associação entre as variáveis independentes e os desfechos, foram utilizadas técnicas não paramétricas: o teste exato de Fischer para as variáveis categóricas e o teste de correlação de Tau-b de Kendall para as variáveis contínuas e para avaliar a correlação entre o tempo de aleitamento materno e o vínculo. Foram considerados significativos os valores de p<0,05 em ambos os testes. A idade materna variou de 18 a 43 anos, sendo que 70,9% com gestações não planejadas e 78,8% das puérperas refeririam não ter recebido orientações sobre aleitamento materno durante o pré-natal A pontuação na EPDS variou de 0 a 26 e 29,2% das puérperas foram classificadas como tendo provável depressão puerperal. A maioria (82,7%) dos recém-nascidos não apresentou intercorrências perinatais, com baixa taxa de prematuridade (3,1%). A taxa de aleitamento materno exclusivo foi de 63,8% no primeiro mês de vida e de 38,6% com 6 meses de idade. O tempo total de aleitamento materno foi maior que 6 meses em 72,4% da amostra. Os fatores que estiveram associados ao tempo total de aleitamento materno foram: o uso de chupeta (p = 0,019), a dificuldade para mamar no primeiro mês de vida (p = 0,015), a introdução de fórmula ou outros líquidos (chá / água) no primeiro mês de vida (p < 0,001), a idade de introdução de fórmula e de alimentação complementar (p < 0,001 e p = 0,011, respectivamente). O vínculo mãe-filho foi considerado como alterado em 9,4% das díades no 1º mês de vida e em 7,5% no 6º mês, sendo associado apenas à provável depressão materna (p = 0,040). O tempo de aleitamento materno total apresentou correlação positiva com o vínculo, entretanto, sem diferença estatisticamente significante. Concluiu-se que o tempo total de aleitamento materno foi bom, entretanto, com baixa taxa de aleitamento materno exclusivo no sexto mês de vida, abaixo do preconizado pela Organização Mundial de Saúde, e alto percentual de desmame precoce no primeiro mês de vida. O uso de chupeta, a dificuldade para mamar no primeiro mês de vida, o desmame precoce, a introdução precoce da fórmula e/ou da alimentação complementar foram associados a menor tempo total de aleitamento materno. O vínculo mãe-filho esteve alterado em percentual elevado, associado ao aumento na prevalência de provável depressão puerperal verificada durante a pandemia. Esses resultados alertam para a importância do cuidado materno-infantil e para a necessidade de acompanhar o desenvolvimento da geração nascida durante a pandemia |
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Repercussões da pandemia no vínculo mãe-filho e no aleitamento materno durante o primeiro semestre de vidaRepercussions of the pandemic on the mother-child bonding and breastfeeding during the first six months of lifeAleitamento maternoBondingBreast feedingChild developmentDepressão pós-partoDepression postpartumDesenvolvimento infantilMaternal and child healthPandemiaPandemicsSaúde materno-infantilVínculoA pandemia pelo SARS-CoV2, particularmente a fase pré-vacinação, foi um período com grandes repercussões sobre as condições de vida, de saúde e de assistência materno-infantil, podendo ter impactado as práticas de aleitamento materno, assim com o estabelecimento do vínculo entre as mães e seus filhos. Tais mudanças podem comprometer o nurturing care, com consequências sobre o desenvolvimento infantil. O presente estudo tem como objetivo caracterizar a prática do aleitamento materno e o estabelecimento do vínculo mãe-filho durante o primeiro semestre de vida de crianças nascidas durante a pandemia pelo SARS-CoV2 e identificar os fatores que influenciaram esses resultados. Trata-se de um estudo observacional, de abordagem quantitativa, que acompanhou 127 díades de mães-filhos nascidos no Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (HU-USP), no período de 07 de fevereiro de 2021 a 01 de junho de 2021. As díades foram acompanhadas durante os primeiros 6 meses de vida. Os dados foram coletados inicialmente no alojamento conjunto, nas primeiras 72 horas pós-parto e, posteriormente, por contato telefônico e/ou via aplicativo de mensagens. Foram utilizados um questionário semi-estruturado; a Escala de Depressão Pós-Natal de Edimburgo (EPDS), entre 21 e 45 dias de vida e o Postpartum Bonding Questionnaire (PBQ), em 2 momentos 1º e 6º mês de vida. 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O tempo total de aleitamento materno foi maior que 6 meses em 72,4% da amostra. Os fatores que estiveram associados ao tempo total de aleitamento materno foram: o uso de chupeta (p = 0,019), a dificuldade para mamar no primeiro mês de vida (p = 0,015), a introdução de fórmula ou outros líquidos (chá / água) no primeiro mês de vida (p < 0,001), a idade de introdução de fórmula e de alimentação complementar (p < 0,001 e p = 0,011, respectivamente). O vínculo mãe-filho foi considerado como alterado em 9,4% das díades no 1º mês de vida e em 7,5% no 6º mês, sendo associado apenas à provável depressão materna (p = 0,040). O tempo de aleitamento materno total apresentou correlação positiva com o vínculo, entretanto, sem diferença estatisticamente significante. Concluiu-se que o tempo total de aleitamento materno foi bom, entretanto, com baixa taxa de aleitamento materno exclusivo no sexto mês de vida, abaixo do preconizado pela Organização Mundial de Saúde, e alto percentual de desmame precoce no primeiro mês de vida. O uso de chupeta, a dificuldade para mamar no primeiro mês de vida, o desmame precoce, a introdução precoce da fórmula e/ou da alimentação complementar foram associados a menor tempo total de aleitamento materno. O vínculo mãe-filho esteve alterado em percentual elevado, associado ao aumento na prevalência de provável depressão puerperal verificada durante a pandemia. Esses resultados alertam para a importância do cuidado materno-infantil e para a necessidade de acompanhar o desenvolvimento da geração nascida durante a pandemiaThe SARS-CoV2 pandemic, particularly the pre-vaccination phase, was a period with great repercussions on the conditions of life, health and maternal and child care, and may have impacted breastfeeding practices, as well as the establishment of the bonding between mothers and their children. Such changes can compromise nurturing care, with consequences for child development. The present study aims to characterize the practice of breastfeeding and the establishment of the mother-child bonding during the first six months of life of children born during the SARS-CoV2 pandemic and to identify the factors that influenced these results. This is an observational study, with a quantitative approach, that followed 127 dyads of motherchildren born at the Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (HU-USP), from February 7, 2021 to June 1, 2021. The dyads were followed during the first 6 months of life. Data were initially collected in rooming-in, in the first 72 hours postpartum, and later by telephone and/or via messaging software. A semi-structured questionnaire was used; the Edinburgh Postnatal Depression Scale (EPDS), between 21 and 45 days of life and the Postpartum Bonding Questionnaire (PBQ), in 2 moments 1st and 6th month of life. For the analysis of the association between the independent variables and the outcomes, non-parametric techniques were used: Fischer\'s exact test for categorical variables and Kendall\'s Tau-b correlation test for continuous variables and to evaluate the correlation between breastfeeding time and bonding. The values of p<0.05 were considered significant in both tests. Maternal age ranged from 18 to 43 years, with 70.9% with unplanned pregnancies and 78.8% of postpartum women reporting not having received guidance on breastfeeding during prenatal care The EPDS score ranged from 0 to 26 and 29.2% of puerperal women were classified as having probable puerperal depression. The majority (82.7%) of the newborns did not present perinatal complications, with a low rate of prematurity (3.1%). The rate of exclusive breastfeeding was 63.8% in the first month of life and 38.6% at 6 months of age. The total duration of breastfeeding was greater than 6 months in 72.4% of the sample. The factors that were associated with the total duration of breastfeeding were: the use of pacifiers (p = 0.019), difficulty breastfeeding in the first month of life (p = 0.015), the introduction of formula or other liquids (tea/water) in the first month of life (p < 0.001), the age of introduction of formula and complementary feeding (p < 0.001 and p = 0.011, respectively). The mother-child bonding was considered altered in 9.4% of the dyads in the 1st month of life and in 7.5% in the 6th month, being associated only with probable maternal depression (p = 0.040). The duration of total breastfeeding showed a positive correlation with the bonding, however, with no statistically significant difference. It was concluded that the total duration of breastfeeding was good, however, with a low rate of exclusive breastfeeding in the sixth month of life, below that recommended by the World Health Organization, and a high percentage of early weaning in the first month of life. The use of pacifiers, difficulty breastfeeding in the first month of life, early weaning, early introduction of formula and/or complementary feeding were associated with shorter total breastfeeding. The mother-child bonding was altered in a high percentage, associated with the increase in the prevalence of probable puerperal depression observed during the pandemic. These results alert to the importance of maternal and child care and the need to follow the development of the generation born during the pandemicBiblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USPFerrer, Ana Paula ScolezeAguiar, Barbara Portela Diniz2023-08-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5141/tde-13112023-173529/reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USPinstname:Universidade de São Paulo (USP)instacron:USPLiberar o conteúdo para acesso público.info:eu-repo/semantics/openAccesspor2023-11-23T18:08:02Zoai:teses.usp.br:tde-13112023-173529Biblioteca Digital de Teses e Dissertaçõeshttp://www.teses.usp.br/PUBhttp://www.teses.usp.br/cgi-bin/mtd2br.plvirginia@if.usp.br|| atendimento@aguia.usp.br||virginia@if.usp.bropendoar:27212023-11-23T18:08:02Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP - Universidade de São Paulo (USP)false |
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